quarta-feira, 31 de julho de 2013

Desafio

Para quem acha que está tudo azul na América do Sul, que tudo funciona, que temos segurança, saúde, educação de qualidade, enfim, uma recomendação: vivam o dia a dia do cidadão comum, passem no supermercado, matriculem seus filhos em escola pública, procurem atendimento nas emergências de hospitais públicos pelo SUS, ou até mesmo com planos privados de saúde, comprem remédio de uso contínuo, andem sossegados nas ruas de dia, de noite, tanto faz, descubram universidades funcionando a contento. Dilma, ministros, governadores, prefeitos, secretários, vereadores, tentem viver sem sobressaltos, sem a proteção e as mordomias dos cargos. Experimentem viver com aposentadorias do INSS depois de mais de 40 anos de trabalho. Falo trabalho, não emprego. Querem ver o que é bom pra tosse? Façam isso e parem com demagogias e mentiras, discursos vazios, promessas que jamais serão cumpridas.

Burrice tem limite

Os gênios da gestão do futebol no Rio Grande do Sul optaram por torcida única no Grenal do próximo domingo. O assunto está em discussão mas, em princípio, a Arena do Grêmio terá só gremistas, a torcida adversária ficará em casa, na frente da tevê ou escutando rádio. Essa bobagem já foi perpetrada aqui pela Federação Catarinense de Futebol e seus áulicos e deu em nada. Tiveram que voltar atrás em nome do bom senso. A cartolagem parece não se dar conta de que o sustenta o futebol é a rivalidade. É o discurso parecido de quem defende o fim dos campeonatos estaduais, uma besteira paquidérmica, bem de acordo com a cabeça de camarão dos que administram o o futebol no país. Qual é a graça de um clássico de uma torcida só? Se os jogadores fossem atuantes fora dos gramados e tivessem uma entidade que os defendesse de verdade essa besteira não iria adiante. Parte da responsabilidade cabe às autoridades de segurança que não se garantem e preferem tirar o bode da sala.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Copa do Mundo 10, saúde zero - II

"De quem é esse xixi aqui?" "Coletor, pra quê? Não sei onde está, se a pedra sair, joga no lixo". "Deixa a bandeja aí, a senhora vai vomitar de novo mesmo". Pela ordem, frases de uma atendente ao se deparar com uma coleta de urina sem identificação sobre o balcão, de outra ao ser solicitada para retirar uma bandeja suja, e de um médico respondendo à solicitação de um coletor para colocar a pedra que estava para ser eliminada por paciente com crise renal, conforme resultado do exame de ultrassom. Idoso vestindo apenas uma fralda vazada pediu para ir ao banheiro e não foi atendido por ninguém. Com muito esforço saiu da maca enrolado em alguns panos e foi ao banheiro para atender suas necessidades. São algumas situações testemunhadas por quem ficou por 19 horas e meia - das 21 horas de domingo às 16h30 da segunda-feira - na superlotada e imunda emergência do Hospital Celso Ramos, referência em atendimentos de urgência, mas porta do inferno, segundo a precisa definição de um médico que sabe do que está falando. Também vi parte desse descalabro, e mais: as ambulâncias do Samu ficam retidas por tempo indefinido a espera da devolução das macas utilizadas por seus socorridos. O diálogo que ouvi dos motoristas de duas destas ambulâncias é constrangedor, faria corar um frade de pedra. Gostaria que o diretor deste hospital quando viesse a público, não mentisse tanto ao tentar explicar o caos da sua instituição, como tem feito a cada vez que é entrevistado. Os fatos depõem contra qualquer tipo de justificativa e desmentem quem se atreve a tapar o sol com a peneira ou achar natural o mau trato aos enfermos. O povo sofre na mão de quem deveria zelar pela saúde pública.

Copa do Mundo 10, saúde zero

Quem quiser conhecer algo pior do que um hospital de campanha dirija-se à emergência do Celso Ramos. Superlotada, suja, eu diria imunda, atendida na entrada por gente sem um pingo de sensibilidade para entender as necessidades de parentes de pacientes internados, e a mercê da paciência de médicos e enfermeiros sobrecarregados de trabalho. Minha filha está lá desde as 21 horas de domingo com crise renal e até o meio dia de hoje estava a espera de um exame e do parecer de um urologista. No entorno estão outros pacientes com necessidades de atendimentos diversos. Em um corredor vi, por exemplo, um idoso deitado em uma maca suja de sangue da sua cabeça a espera de socorro desde o começo da manhã. Enquanto o hospital referência em emergência no estado oferece esse tipo de serviço aos cidadãos, a prioridade do governador Raimundo Colombo é atender bem uma comitiva da FIFA que vem a Florianópolis tratar de um evento preparatório para as seleções da Copa de 2014.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

A máfia intocável


Amanhecemos hoje com mais confusão envolvendo ônibus e usuários. Teve um prefeito - não gosto nem de citar o nome do gajo - que prometeu abrir a caixa preta do transporte coletivo de Florianópolis. Parece que ele não encontrou a senha ou o segredo do cadeado. Nos seus dois mandatos o mentiroso e cascateiro não mexeu uma palha para cumprir a promessa. Em qualquer país sério uma investigação na sua administração botaria metade da cidade na cadeia. Fica tudo por isso mesmo e o povão continua a mercê do que em São Paulo a mídia está classificando como máfia do transporte público. 

Os prefeitos são reféns - não se sabe bem porquê, ou se sabe - dos donos das empresas que detém o direito de explorar o serviço desde que o mundo é mundo. Claro que que vamos passar por mais um prefeito sem solução para o problema. Só promessas de licitações e melhorias. Nada acontece e tome greve, com a culpa recaindo sempre nas costas de motoristas e cobradores. Eles é que prejudicam a população quando reivindicam melhores condições de trabalho e salários decentes. Outra coisa que não entendo é porque a nossa mídia não tenta ela mesma abrir a tal caixa que contém segredos tão escabrosos.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Capital turística?


Um pouco da incompetência e da cara de pau dos administradores públicos em fórmula antiga. Jogo de empurra, mentira, promessas, por aí. Foi o resultado disso que experimentei no final da tarde de terça-feira  em uma ida ao Aeroporto (?) Internacional (?) Hercílio Luz. Os problemas começaram no trajeto centro/bairro por causa de obras intermináveis ou postergadas "ad eternum". A desculpa do dia para a confusão no trânsito foi a maré alta. Não é porto, é aeroporto, mas tem essa. Polícia Rodoviária Estadual para dar uma amenizada no caos? Nem pensar, apesar do horário de fluxo intenso na região. Está ausente ou em local errado, ou ainda, simplesmente assistindo ao caos.

Lá dentro mais confusão e falta de respeito com o usuário. Escada rolante quebrada, fila imensa para os balcões da TAM, mais de 40 minutos para chegar ao atendimento em dois balcões de check-in e dois para de despacho de bagagem, um deles ocupado com o cartão fidelidade. No último caso se você enfrentasse outra fila imensa para utilizar as máquinas de check-in antecipado. Ou seja, das 18hs20m até às 19hs, a espera cansativa e irritante, graças ao desrespeito de uma companhia aérea livre de qualquer punição que foi comprada pela Lan Chile, que por sua vez está nas mãos dos chineses. E mais, embarque a partir de 19h10 para um voo com destino a São Paulo marcado para 19hs50m. Acomodação no avião mesmo, só a partir de 20hs55m. E a passageira Lena Obst com aquela paciência, que invejo e não tenho, para um atraso de quase duas horas. E não aceito a cantilena de que é assim em todo o país. Vivo aqui e não quero saber do quintal dos outros.

Na saída, outra surpresa: estacionamento aumentou para seis reais, com mais três por hora ultrapassada. Uma vergonha, um acinte, em um país que arrota capacidade para sediar grandes eventos e uma cidade administrada por gente que usa helicóptero e tem a cara e a coragem de chamá-la de "capital turística do Mercosul". Bagunça total em um aeroporto classificado como internacional e onde se paga R$ 21 por um lanche. Saudades dos tempos da Varig, Varig, Varig...

terça-feira, 16 de julho de 2013

Fraque e cartola na arquibancada

Bandas, charangas, instrumentos musicais, bandeiras, descamisados, desdentados, pobres, favelados ou não, gente do terceiro mundo, de um país essencialmente futebolístico e musical, tudo isso está sendo varrido das arquibancadas das superfaturadas arenas brasileiras. Principalmente, ou especialmente, daquelas administradas de agora em diante pelos consórcios que detém os direitos sobre nossas remodeladas praças esportivas. Tudo é proibido e proibitivo. O ingresso mais barato vai custar R$ 60 reais em média, muito distante do poder aquisitivo da grande maioria do torcedor brasileiro.

Então, esqueçam aquelas imagens do Canal 100 que gostávamos de ver no cinema em documentários que mostravam a cara do povão e as pernas dos jogadores em lances que conduziam o país a finais de semana de puro êxtase. Estão elitizando o futebol logo no Brasil, onde desde cedo se brinca com bola nos campinhos de pelada - poucos hoje, é verdade - de pés descalços, sem camisa. Como se já não bastassem as transmissões pela tevê de terça a domingo. Estão matando o futebol no criadouro, agora querem assassinar uma multidão apaixonada pela bola. Os bandidos, marginais - inclusive aqueles infiltrados entre os dirigentes -, baderneiros e traficantes é que devem ser afastados das arquibancadas, não o torcedor comum, que os proprietários das arenas pretendem ver uniformizados de fraque e cartola.
Novo uniforme do torcedor brasileiro

Cartões e cassetetes

O comentarista Neto não só mostrou o episódio no seu programa na Band como fez um escândalo sobre a injustificável agressão de policiais militares ao assessor de imprensa da Chapecoense, Diego Carvalho. O destempero de quem deve zelar pela segurança no estádio aconteceu no jogo entre Chapecoense e Joinville sábado, na Arena Joinville, com arbitragem toda de Santa Catarina. Coincidentemente o quarto árbitro, também dos quadros da Federação Catarinense, era o oficial da Polícia Militar, Jefferson Schmidt. 

Quem será que deu a ordem para a violência contra o jornalista mostrada no programa do Neto e reproduzida no site da Uol? A mim não interessa o que teria feito o profissional agredido. Nada justifica tamanha violência, testemunhada por populares e pela direção da Chapecoense. Não interessa, igualmente, se o jornalista é filiado à nossa associação de cronistas esportivos ou à do Rio Grande do Sul. O fato merece punição rigorosa aos agressores, devidamente identificados no vídeo, e ao comandante da operação. Podem ter misturado alhos com bugalhos, para ser mais claro, confundiram as funções de árbitro com a de um policial militar. Vai ficar por isso mesmo? Um árbitro e oficial da PM pode, ao mesmo tempo, usar os cartões para punir jogadores e o cassetete para agredir jornalistas?

http://esporte.band.uol.com.br/osdonosdabola/videos.asp?v=14593443 

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Esporte e palavras


Se palavras e boas intenções levassem o esporte catarinense ao patamar que merece, o estado seria imbatível em competições de qualquer nível. A solenidade de terça-feira à noite, no lançamento da 53ª edição dos Jogos Abertos de Santa Catarina, programados para novembro, em Blumenau, foi pródiga em otimismo e avaliações positivas de presente e futuro. Expressões como instrumento de inclusão social, de saúde, educação e elevação do espírito esportivo com a prática do esporte desde a escola, marcaram presença em todos os pronunciamentos das autoridades. 

O cerimonial preferiu uma “estrela” da televisão para conduzir o evento no auditório Antonieta de Barros, da Assembleia. Não chamou ninguém   para falar pelos atletas, ou ao menos para representa-los como integrantes da mesa de autoridades. Afinal, na plateia estavam, além de outros esportistas, “olímpicos”  como o ex-ciclista e ex-presidente da FME de Blumenau, Marcelo Greuel, e o atual presidente daquela FME, o ex-marcha atlética, Sérgio Galdino. Parece que suas experiências como dirigentes de uma fundação esportiva importante (Blumenau tem 39 títulos em Jogos Abertos), e representantes do Brasil em Olimpíadas, não os credenciavam para dirigir umas poucas palavras aos presentes, entre as muitas que foram ditas por políticos e futuros candidatos na eleição de 2014.
Mesa do esporte sem atletas - Foto James Tavares/Secom
 Na eclética mesa que incluía dois desembargadores, falaram Vadinho, o presidente da Fesporte, o presidente da Assembleia Legislativa, Joares Ponticelli, o prefeito de Blumenau, Napoleão Bernardes, Beto Martins, o secretário de estado da Cultura, Turismo e Esporte e, por último, o governador Raimundo Colombo. Foi o único, aliás, com um discurso descontraído e cheio de boas histórias do seu tempo de atleta, a lembrar dos seus ex-parceiros de quadra e dos jornalistas esportivos, ali representados pelo presidente da Acesc, JB Telles.

Os grandes protagonistas dos Jogos Abertos, foram lembrados apenas nas homenagens anteriores aos discursos. Os blumenauenses Thiago Splitter e Romeu Iering ganharam do Conselho Estadual do Esporte, a medalha gran mérito. Lilian de Fátima Pinto, viúva de Edinho, atleta do futsal e um dos últimos presidentes da Fesporte, Janga, o funcionário mais antigo da instituição e Alva Pessi, viúva de Orlando Pessi (Torrado), homem do basquete, também estavam entre os homenageados da noite.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Deu pra nós

Fim de semana em Porto Alegre foi de vivências extremas. Na sexta à noite, encontro com os amigos com quem fui criado no bairro Menino Deus, no nosso clube, o Grêmio Náutico Gaúcho. Aliás, a única coisa "gremista" na minha vida. Meus primeiros passos futebolísticos foram no Estádio dos Eucaliptos, velha casa do Inter. Ali ganhei a primeira camisa vermelha.
No sábado à noite aconteceu o incêndio do Mercado Público. Minha geração tem muita história para contar daquele pedaço muito querido da cidade. Nossas madrugadas festivas terminavam no começo da manhã no restaurante Treviso, aberto 24 horas para receber os notívagos. Lá nos esperava uma canja reparadora, com um ovo aberto no meio e uma pimentinha caseira. Barriga quentinha, o sono da manhã era nossa última etapa na cura do porre.
Nos jornais desta segunda-feira os cronistas da cidade fizeram do Mercado Público e sua quase grande tragédia um tema comum. Luís Fernando Veríssimo registrou o fato comentando que o fogo do sábado atingiu nossa memória afetiva. "Qualquer que fosse a dimensão do incêndio a ferida seria a mesma".
Para espanto geral e em meio a tantos lamentos, o gremista juramentado, Paulo Santana, sugeriu a imediata implosão do prédio incendiado. Ele justifica já no título com uma máxima do capitalismo americano: "no parking, no business". Ou seja, sem estacionamento não há negócios. Santana quer uma edificação nova, moderna, com muitas vagas para carros. "Afinal - diz ele - aquilo lá hoje é um shopping onde se vende de tudo. É inconcebível não ter estacionamento".
Daqui a pouco vou passar pelo mercado, como se fosse às compras ou tomar um chope com salada de bacalhau no Gambrinus, herdeiro do Treviso e da cadeira do Chico Alves, pendurada em uma das suas paredes. Mas já estou voltando ligeirinho para Florianópolis, em tempo de aproveitar o nosso Mercado, do Box do Beto, do Alvim, da Toca do Urso e das peixarias. Do jeito que vão as coisas, sei lá onde tudo isso vai parar.

domingo, 7 de julho de 2013

Mais do mesmo

Secretário Municipal de Produção, Indústria e Comércio de Porto Alegre, Humberto Goulart, revelou ao jornal Zero Hora que o "Plano de Prevenção Contra Incêndio do Mercado Público está vencido há seis anos". Agora vão todos a Brasília chorar no ombro da presidente Dilma. Porto Alegre é sede da Copa do Mundo em 2014 e não pode ficar sem um dos seus pontos turísticos mais tradicionais e importantes.
"É uma vergonha. Porto Alegre não tem um caminhão bomba com 30 mil litros de água para contornar um incêndio destas proporções. Vai ter de morrer muita gente para isso mudar". Desabafo de um bombeiro no momento do incêndio, enquanto o comandante da corporação negava a falta d'água.
De chapéu na mão, Prefeito Fortunati vai a Brasília conversar com a presidente da República sobre restauração do Mercado Público. O problema com o Plano de Prevenção de Incêndio estava defasado por causa da morosidade na licitação, segundo o secretário Goulart.

Na foto de Dani Barcellos de ZH, registro da tragédia que autoridades tentam justificar

terça-feira, 2 de julho de 2013

Bem que o povo gostaria


 Governo padrão Felipão dona Dilma? Então dê um soco na mesa, melhore as convocações para ministro, monte um bom time e ganhe alguma coisa. Por enquanto a senhora está sendo derrotada em casa e pode ser substituída ao fim do mandato. O prestígio, ao que tudo indica, já foi embora. A falta de resultados não segura ninguém no comando de qualquer equipe, por melhor que ela seja, E a sua, como se sabe, é pra lá de ruim. Nunca chegou a ser "família Dilma".

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Olé a brasileira


A transmissão não era de uma plaza de toros, os gritos de olé não tinham sotaque espanhol. Inacreditável, o espetáculo era no Maracanã, e terminaria com uma grande vitória por 3 a 0 do Brasil sobre a Espanha, campeã do mundo, bicampeã europeia e invicta há 29 jogos. 

A soberba fez muito mal aos espanhóis, a humildade a raça e a técnica, ajudaram na superação brasileira . A decisão da Copa das Confederações, até o pontapé inicial, apontava para um jogo equilibrado porque o Brasil estava em casa, mas falava-se em favoritismo espanhol, cujo time trazia para o gramado a grife de melhor do mundo. 

A surpresa foi geral, das arquibancadas ao banco da Espanha, onde o atônito Vicente Del Bosque assistiu impotente a uma quase goleada. Ela só não aconteceu por alguns momentos de preciosismo e excesso de confiança dos atacantes brasileiros. O gol de Fred, a dois minutos, e o de Neymar no fim do primeiro, tempo deram o tom do jogo. Fred, no comecinho do segundo tempo fez o terceiro para deixar os adversários em pânico. Nem o pênalti bobo cometido por Marcelo conseguiu reanimar a Espanha, aquela altura desenganada. Sérgio Ramos se encarregou de manter intacto o desfecho fúnebre ao desperdiçar a cobrança chutando para fora. A Espanha morreu ali.

Méritos para Felipão, o homem da estocada decisiva. Não sei se valeu para ele a dica da Itália, derrotada nos pênaltis depois de mostrar como enfrentar um adversário poderoso e até então considerado imbatível. O fato é que o Brasil não deixou espaço para o toque de bola espanhol e mostrou um invejável espírito de equipe. Até  o Hulk, a sua moda, deu conta do recado. A zaga andpu perto da perfeição. Neymar jogou bem, comprovou o quanto vale, mas, o melhor de tudo, é que a seleção mostrou não ser dependente do seu desempenho. Houve um equilíbrio saudável entre zaga, meio de campo e ataque , com envolvimento de todos os jogadores.  Foi a maior qualidade do time do Felipão nesta final. Para surpresa dos espanhóis e da própria torcida brasileira.

O Maracanã e a Copa nos esperam


O que fazer depois desta valiosa experiência na Copa das Confederações? A Itália nos ensinou o caminho das pedras para encarar a Espanha, mas independente do resultado final, não dá para fechar a conta. O Brasil está na decisão no Maracanã, onde vai enfrentar os supercampeões espanhóis depois de passar por gente boa como a Itália e o Uruguai. Na primeira fase atropelou o Japão e ignorou o México, uma touca que já tinha virado sombreiro.

Scolari sente-se a vontade em torneio curto, é sua especialidade. Apesar do pouco tempo para trabalhar desde a demissão de Mano Menezes, as mudanças para melhor são visíveis. Como também é evidente a teimosia do treinador, traço forte da sua personalidade, refletido na formação do grupo e do time que está sendo preparado para o Mundial do ano que vem.

O prazo ficou curto para correções necessárias e urgentes. Por isso a participação em um torneio oficial com alguns adversários de peso foi importante, bem como amistosos fortes contra França, Inglaterra e a própria Itália. Perdendo domingo a avaliação não pode ser de terra arrasada, nem de inabalável confiança em caso de vitória.  

Falta muito para chegarmos à formação ideal. Júlio César é confiável? A zaga brasileira, com perdão do lugar comum, é um queijo suíço. David Luís e Thiago merecem atenção especial, bem como a marcação do lado esquerdo com Marcelo. O meio de campo carece de um organizador, um jogador habilidoso e inteligente, produto raro no mercado brasileiro e que não existe no grupo atual. O Ganso, por exemplo, pode ser o cara, deve ser testado de novo. Neymar pede um puxão de orelha antes de ir para o Barcelona. Age no campo como um menino mimado e como um ator de quinta.  E chega de Hulk. Nem entre os reservas, talvez segurança do Felipão, já que o Íbis não se interessou. Ou canoeiro e titular do Taiti. Soube que o único profissional daquela seleção se aposentou.