quinta-feira, 25 de abril de 2013

Essa é a verdade

Jogo contra o Chile, mais um time no laboratório do Felipão- Foto Rafael Ribeiro/CBF
Exigir de um amontoado de jogadores rendimento de uma seleção treinada e entrosada é bobagem. Nem os técnicos de Bayern e Borussia conseguiriam isso. Inventam amistosos caça níqueis e politiqueiros, e aí os felipões da vida que se virem para dar um pouquinho de padrão ao time que representa um país onde o futebol já foi rico de talentos e onde até as equipes perdedoras como as seleções de 82 e 86 eram adoradas pela mídia e pelo torcedor. Se chegarmos à Copa das Confederações, (o tal evento teste para tudo, inclusive para a nossa paciência) com um time razoável e estádios em condições de uso sem nenhum tipo de risco, palmas para "eles". Merecem. Para encerrar, uma perguntinha básica: já entregaram o dinheiro para a família do menino assassinado em Oruru por um torcedor corintiano? A seleção brasileira foi à Bolívia pagar essa conta que não era dela, e até agora, nada.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Para falar apenas na saúde

Gostaria que a presidente Dilma, ao invés de andar saracoteando por aí, governasse um pouco e ouvisse os programas diários de rádio e tv para saber como anda a saúde no país. Ou então escale um ouvidor que lhe transmita a verdade sobre a catastrófica realidade brasileira. Como se ela não soubesse, fazendo ouvidos de mercador pensando apenas em 2014, chutando bolinhas por aí no espetáculo tragicômico da inauguração de estádios.

É dengue por todo o canto, gente morrendo nas portas de hospitais sem estrutura e sem médicos, com um sistema único de saúde (SUS) pagando uma merreca por consultas e procedimentos cirúrgicos de alta complexidade. Crianças morrendo infectadas por bactérias, uma tragédia nacional, enfim. Estamos cansados de Mântegas, taxas de inflação, conversa mole pra boi dormir, roubalheira na construção destes monstrengos para a Copa, dinheiro público desviado sem o menor pudor. O triste é que essa gente acaba se reelegendo com altos índices de popularidade. Cada vez entendo menos o eleitor brasileiro. Parece que gosta de apanhar como sugere a música do Chico Alves, "Mulher de Malandro".

quarta-feira, 17 de abril de 2013

O terror nas panelas

Cuidado, sua cozinheira pode ser uma terrorista
Se desapareceu uma panela de pressão da sua cozinha, cuidado, você pode ter um terrorista em casa. E fique de olho na sua cozinheira. Pelo menos é o que se deduz sobre o que os experts estão dizendo a respeito do material utilizado para a fabricação das bombas de Boston: panelas de pressão de seis litros (atenção para este importante detalhe da capaciidade da panela) cheias de explosivos. Só não ficou esclarecido se é necessária a utilização de pouca água na panela ou borracha de vedação com prazo de validade vencido para que o atentado seja perfeito. Morro de medo, já passei por essa experiência de panela explodida na cozinha. Felizmente salvaram-se todos, eu e a cozinheira que estava no seu primeiro dia de trabalho. Nunca investiguei se ela tinha ligações com alguma célula do terror. Despedi a mulher e passei uns dois dias ocupado com a limpeza do feijão espalhado pelas paredes e com o conserto do fogão, recém adquirido numa dessas promoções de casas bahia da vida.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Promessas de novos tempos na Cultura, Turismo e Esporte



Abraços, tapinhas nas costas, caras sorridentes, entusiasmo, promessas de novos tempos. Esse era o clima quarta-feira, final de tarde, no auditório da Secretaria de Turismo, Cultura e Esporte, na posse do novo presidente da Fesporte, o Vadinho, e do diretor de esportes, Marcelo Kowalski. 

Na solenidade, sem participação da mídia, mas recheada de políticos, secretários de governo, chefes de autarquias e dirigentes esportivos, consegui (milagre) conversar por quase 15 minutos, sozinho, com o secretário da SOL, Beto Martins. E ouvi dele palavras entusiasmadas junto com a informação sobre o pagamento de dívidas do passado recente – leia-se Pecos, antecessor de Vadinho, e Fundação Catarinense de Cultura – num total de quase R$ 5 milhões. 

“Que credibilidade teria eu”? Foi o comentário em tom de pergunta que ouvi da boca do secretário Beto, com dívidas desse porte a descoberto. São R$ 3 milhões do edital de cinema ainda referentes a 2011, e R$ 1.800 mil, débito da Fesporte. “Estou pagando tudo”, me garantiu o Secretário, deixando nas entrelinhas que sua atuação à frente do Turismo, Cultura e Esporte e a posse de Vadinho e Kowalski são mais do que atos políticos. Tomara mesmo que bons ventos, e não apenas a busca de votos, empurrem esta nova administração atrás de resultados positivos.
Vadinho/Kowalski, caras novas da Fesporte - foto de Eduardo Correia

Já no seu discurso de posse Vadinho deu o tom, ao pedir a colaboração, principalmente, do Secretário Deschamps, da Educação, pasta que nos últimos tempos tem andado na contramão das atividades esportivas no âmbito escolar.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Quanto mais longe melhor

foto Manu Dias - gov da Bahia


Com a campanha eleitoral antecipada nossa presidente saltimbanca vai ter que se desdobrar para mostrar o quanto ama o seu povo. Talvez não seja necessário comer buchada de bode, mas, de qualquer forma, ela não estará a salvo de algumas esquisitices até chegar às urnas em 2014. Bater uma bolinha sem sapato, por exemplo, como ela fez nesta sexta-feira (5) na Bahia com o governador Jaques Wagner, em uma das solenidades da reinauguração da Fonte Nova, o estádio baiano para a Copa. Ali estarão hoje à noite para assistir ao maior clássico do norte/nordeste, o Bavi – ingressos já vendidos – 40 mil pessoas, entre elas, nos camarotes, claro, políticos de todos os matizes. Vai dar briga de foice a luta por uma vaga de papagaio de pirata ao lado da Dilma. Quanto mais eu vejo essa turma em ação, com a corrupção comendo solta em todos os níveis e o povo abandonado à própria sorte, mais me convenço a deixar meu passaporte em dia, em condições para uma boa viagem em outubro de 2014. Se minhas economias não permitirem a travessia de oceano – quanto mais longe melhor – passo a ponte e vou justificar minha ausência em qualquer município vizinho.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Torneira do esporte não para de vazar

Os grandes exemplos de mau uso de recursos públicos em sua maioria vêm de Brasília, mais precisamente do Ministério do Esporte. Especialmente em época de muitas obras para a Copa do Mundo e Olimpíada, e projetos suspeitos ou não levados adiante, apesar do dinheiro liberado. Até o Guga, Larri Passos e o presidente da Confederação Brasileira de Tênis, o catarinense Jorge Lacerda, andam enrolados com Polícia Federal e Ministério Público. Os estragos do Pan 2007 não saem do noticiário por causa dos tais legados que não existem ou estão interditados e sob suspeita, como o estádio João Havelange, o popular Engenhão.

O assunto é desagradável, inesgotável, e renovado a cada dia porque infelizmente o esporte hoje é uma torneira aberta que não fecha nunca. Aqui mesmo, no estado, tem dinheiro jorrando o ano inteiro: R$ 1 milhão e meio para o Desafio das Estrelas do Kart, R$ 700 mil para uma competição de motociclismo (o autor do projeto é o mesmo, Carlinhos Romignoli), R$ 600 mil para o Iroman, R$ 500 mil para o Prime Surf Hang Loose, R$ 1 milhão para o WTA Tênis Cup, evento realizado há pouco em Florianópolis. As outras competições estão programadas para o restante do ano e já para 2014.

Enquanto isso, um exemplinho de chorar: uma menina de Joinville, a Tamiris de Liz, atleta olímpica, não levou míseros R$ 10 mil e 800 como ajuda de custo para um Mundial Juvenil na Itália, disputado trinta dias antes da Olimpíada do ano passado, para onde ela foi, na sequência,  como reserva da equipe 4x400 metros. Hoje ela sobrevive no esporte graças ao patrocínio de uma construtora da cidade, mas devido às precárias condições de treinamento e à situação da Fundação de Esportes local, a qualquer momento Tamiris pode ir para São Paulo. Convites não faltam, inclusive do exterior.

Para realizar seus eventos em SC, inclusive escolares, a Fesporte (vinculada à Secretaria de Cultura, Turismo e Esporte (SOL), a mesma que libera essa dinheirama toda) anda de chapéu na mão. Adalir Pecos Borsatti há pouco deixou a presidência da instituição, cansado de dar soco em ponta de faca e derrubado por injuções políticas. Acaba de ser substituído pelo atual presidente do Metropolitano, que atende pelo curioso apelido de Vadinho. Não sei o que o Vadinho,  advogado e presidente de clube de futebol, pode contribuir para dar um rumo ao esporte no estado. Com a política e as eleições de 2014 certamente ele deve ter suas metas a cumprir. Beto Martins, o quarto secretário a ocupar a SOL no governo Colombo – e chegaremos ao quinto – confia na capacidade do seu novo parceiro e colaborador.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Passado e presente



Lamentável a postura da nossa presidenta saltimbanca, andando pelo país atrás de votos e de minutinhos na televisão para a eleição de 2014. Foi fazer política em Fortaleza, curral do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, possível oponente na próxima eleição. 

O comportamento de Dilma Rouseff a coloca no mesmo patamar de políticos da estirpe de Sarneys, Felicianos, Calheiros e outros, todos acostumados ao garimpo eleitoral a qualquer custo. Ou será diferente escolher para um ministério importante como o dos Transportes um senador do PR, César Borges, ex-PFL/ACM, hoje do mesmo partido que já teve um ministro detonado desta cadeira por corrupção? Arranjo que vale mais um minutinho e meio na tevê ano que vem. 

Dona Dilma, chega de brandir a grife de ex-guerrilheira e sofredora da ditadura. Posso estar sendo ingênuo, mas o passado não a absolve mais. Apesar dos espetaculares índices de popularidade, o presente a condena, isto sim. Pelo menos para quem ainda tem um pingo de vergonha na cara.