quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Diário da Minha Rua 6


Ou, Acreditem se quiserem, as lajotas estão chegando

Pois hoje me considero o morador mais feliz do mundo e da Rua Manoel Isidoro Augusto, aqui no Rio Tavares. Prefeitura, Intendência e seus audazes colaboradores descobriram a Arca, cheia de lajotas. Nem sei se é a autêntica, original de fábrica, não importa. Três operários já começaram a executar manualmente a árdua tarefa de deixar nossa rua transitável.


Os moradores agradecem penhoradamente as soluções encontradas até aqui, mesmo que aos trancos e barrancos. Ganhamos uma batalha, mas a guerra só será vencida quando, mesmo passadas as eleições, a rua inteira estiver drenada e calçada. Toc, toc, toc, batendo na madeira para a chuva não atrapalhar, não faltar lajota, areia ou qualquer outro material necessário ao cumprimento da promessa feita há meses pelos administradores desta cidade.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Diário da Minha Rua 5


ou, Os caçadores das Lajotas Perdidas

Livre adaptação de Os Caçadores da Arca perdida


Segundo a Bíblia, a Arca das Lajotas é o meio pelo qual Deus falou ao Prefeito Dário e à Intendência do Campeche/Rio Tavares, com mensagem especial a ser repassada aos moradores da rua Manoel Isidoro Augusto.

Promete daqui, tergiversa dali, virou filme, o popular "Em busca das Lajotas Perdidas". O enredo traz um tenaz morador, que pediu anonimato, na luta contra os administradores públicos e os seus preguiçosos colaboradores, para fazer cumprir a promessa estampada em duas placas colocadas no começo da rua há três meses, em obediência às ordens divinas.

Como uma coisa puxa a outra o filme conta que a aventura inclui também lutar pela recuperação da misteriosa Arca das Lajotas. A película já é um clássico do gênero promessas eleitoreiras. O que deixou muita gente fazendo-se algumas perguntas: por que a Arca das Lajotas tem esses poderes e o que vai acontecer realmente na rua em questão até as eleições? A tal Arca tem material suficiente para atender a promessa de cabo a rabo, ou seja, calçar a rua em toda a sua extensão?

A história desta Arca começa na Bíblia, coisa séria, presume-se. Tanto que no livro do Êxodo, depois que os habitantes começaram a deixar a área central da cidade, Deus deu instruções específicas ao prefeito Dário sobre o que fazer com a Arca e as lajotas:

Faça com que a periferia seja atendida imediatamente, sem segundas intenções ou falsas promessas. Mande fabricar lajotas e guarde tudo em lugar seguro, de preferência numa arca com aço puro, por dentro e por fora, e faça um molde de cofre ao seu redor. Não se esqueça de guardar bem a chave onde ela possa ser encontrada a qualquer momento, e não apenas em período eleitoral.

Como a Arca e seu conteúdo estão em lugar incerto e não sabido, parece que as instruções do Homem não foram integralmente obedecidas. Já vimos esse filme repetidas vezes mas, para não estragar a expectativa dos interessados no desfecho desta intrigante história, não vamos contar o final. Embora ele seja absolutamente previsível.

Foto: DIÁRIO DA MINHA RUA 5

ou, Os caçadores das lajotas perdidas

Livre adaptação de Os Caçadores da Arca perdida

Segundo a Bíblia, a Arca das Lajotas é o meio pelo qual Deus falou ao Prefeito Dário e à Intendência do Campeche/Rio Tavares, com mensagem especial a ser repassada aos moradores da rua Manoel Isidoro Augusto.  

Promete daqui, tergiversa dali, virou filme, o popular "Em busca das lajotas perdidas". O enredo traz um tenaz morador, que pediu anonimato, na luta contra os administradores públicos e os seus preguiçosos colaboradores, para fazer cumprir a promessa estampada em duas placas colocadas no começo da rua há três meses, em obediência às ordens divinas. 

Como uma coisa puxa a outra o filme conta que a aventura inclui também  lutar pela recuperação da misteriosa Arca das Lajotas. A película já é um clássico do gênero promessas eleitoreiras. O que deixou muita gente fazendo-se algumas perguntas: por que a Arca das Lajotas tem esses poderes  e o que vai acontecer realmente na rua em questão até as eleições? A tal Arca tem material suficiente para atender a promessa de cabo a rabo, ou seja, calçar a rua em toda a sua extensão?  

A história desta  Arca começa na Bíblia, coisa séria, presume-se. Tanto que no livro do Êxodo, depois que os habitantes começaram a deixar a área central da cidade, Deus deu instruções específicas ao prefeito Dário sobre o que fazer com a Arca e as lajotas:
 
Faça com que a periferia seja atendida imediatamente, sem segundas intenções ou falsas promessas. Mande fabricar lajotas e guarde tudo em lugar seguro, de preferência numa arca com aço puro, por dentro e por fora, e faça um molde de cofre ao seu redor. Não se esqueça de guardar bem a chave onde ela possa ser encontrada a qualquer momento, e não apenas em período eleitoral. 

Como a Arca e seu conteúdo estão em lugar incerto e não sabido, parece que as instruções do Homem não foram integralmente obedecidas. Já vimos esse filme repetidas vezes mas, para não estragar a expectativa dos interessados no desfecho desta intrigante história, não vamos contar o final. Embora ele seja absolutamente previsível.
Onde está a misteriosa Arca?

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Diário da Minha Rua 4


ou, No creo en brujas, pero que las hay, las hay

Segunda-feira, dia 27 de agosto de 2012, ano do Dragão no calendário chinês, começa o calçamento com lajotas na minha rua. É a Manoel Isidoro Augusto, no Rio Tavares, todo mundo está cansado de saber, de tanto que já escrevi sobre.

Por enquanto nada de fotos. Vai que o Dragão bote fogo em tudo e tenho medo da uruca. Deixa

começar a obra que anda a mil nos últimos dias. De manhã bem cedo o barulho da máquina, ou do trator, como queiram, é uma melodia para nossos ouvidos, cansados de tantas desculpas. É um prazer madrugar para tirar o carro de casa.

Detalhe: os operários já estão pedindo um churrasco no final dos trabalhos, tipo a festa da cumieira quando se está construíndo uma casa. Pago um boi inteiro se tudo der certo. "Aguardemes", dizia Honório Lemes (e não Lemos), o "Leão do Caverá". A gauchada conhece bem a expressão e nós, esperançosos moradores, seguiremos à risca a sábia recomendação.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Diário da Minha Rua 3


Nota breve:

Não quero escrever muito, pode dar azar.

A turma trabalhou o dia inteiro na quarta-feira, sem os ciclistas da Tapera, que não alcançaram "índice" e foram trocados por operários de outra região. O homem da máquina prometeu até a colocação do meio fio a partir desta quinta-feira e trabalho no sábado. Me belisca

Diário da Minha Rua 2

 (ou Qualquer semelhança não é mera coincidência)

(ou ainda, Uma investigação sherlockiana)


A máquina chegou cedo na terça-feira, e ficou tempo parada em frente ao meu portão. Às 6h30 já tinha me antecipado e estacionado o carro na outra rua. Faltaram os auxiliares. Afinal, são só sete da manhã e eles devem estar pedalando. Da Tapera onde moram os três meninos, atletas da empreiteira que serve a Secretaria de Obras, até aqui, deve dar um bom tempo de bicicleta.

Os moradores então deram início ao ritual da troca de estacionamento, das suas garagens para a rua de trás, larga e bem calçada, bem diferente da servidão Manoel Isidoro Augusto.

Meu amigo e também jornalista, Wirson Holderbaum, é um dinossauro como eu, dos tempos de lançamento do Jornal de Santa Catarina em Blumenau, comecinho da década de 70. Com essa quilometragem sabe o que vai acontecer. Avisou que a sua rua, a da Lagoa da Chica, no Campeche, tem rede de esgoto instalada, mas não fizeram drenagem nem calçamento. Quando chove vira aquele atoleiro.

E faz mais de ano que o Wirson e seus vizinhos passam por esse martírio. Qualquer semelhança não é mera coincidência. Nós tememos pelo mesmo destino.

Estou esperando retorno da minha conversa de ontem com o Lela, o ex-intendente. Lembram dele, aquele candidato a vereador cujo slogan diz que ele tem “a cara do Rio Tavares”? Pois o cidadão agora desconfia que esse desleixo da Secretaria de Obras possa ser um boicote à sua candidatura. Está investigando, confidencia ao telefone com voz sherlockiana. Elementar, meu caro secretário Rauen?

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Diário da Minha Rua 1




Ou a cara feia do Lela


Por sugestão do meu amigo e blogueiro de primeira linha, o César Valente, começo hoje o Diário da Minha Rua, a servidão Manoel Isidoro Augusto, cuja programação para drenagem e posterior calçamento com lajotas continua como promessa ou uma piada de extremo mau gosto.

O prazo estabelecido nas placas fincadas no início da rua já se foi faz tempo. Vamos comemorar mais de três meses entre anúncios, serviços interrompidos por chuva ou simples desaparecimento da máquina, seu operador e seus ajudantes. Sem contar operários machucados, canos da Casan quebrados, fios rompidos e outros acidentes de menor porte.

O atual intendente se chama João e não dá a mínima para os moradores que reclamam ao vivo ou por telefone. O Vanderlei, ex-intendente e candidato a vereador, conhecido por Lela, tem alguns slogans na sua propaganda política. Um deles diz que “O Lela é a cara do Rio Tavares”. Não conheço o dito pessoalmente, só falei com ele por telefone, e ele ainda não deu o ar da graça por aqui, mas esse sujeito deve ser muito feio.

Os mais otimistas e esperançosos como eu continuam tirando os carros de casa bem cedo para não ficarem trancados pela máquina, hoje muito mais no imaginário dos moradores, quase um fantasma que nos assombra todos os dias. Beirando o ridículo, quinta-feira tivemos mais um sinal de que existe algo de podre no Reino do Rio Tavares: o operador de máquina apareceu sozinho no começo da rua sem o seu instrumento de trabalho. Será que roubaram o trator? Pode ser, porque hoje não tem ninguém trabalhando.

domingo, 12 de agosto de 2012

Não confundam barafunda com calça rasgada no joelho


No caso da vitória do voleibol feminino do Brasil o chato é constatar que as opiniões mudam ao sabor dos ventos e dos resultados.

Exatamente como acontece com o futebol. Quando levamos3 a 0 da Coréia na primeira fase o mundo desabou sobre as cabeças do tricampeão olímpico José Roberto Guimarães e das atletas. Sugeriram até que a dispensa de Mari tinha sido um erro e que o time estava pagando por este equívoco imperdoável do técnico. Na outra arena, quando chegamos à final com o México parecia que o time de Mano Menezes beirava a perfeição tático-técnica. Com a medalha de ouro, então, seríamos os melhores do planeta, consequência lógica dos resultados enganosos e do imediatismo.

As diferenças que separam o vôlei do futebol, além dos salários irreais estão, em primeiríssimo lugar na postura das comissões técnicas e das jogadoras, e na organização das respectivas confederações. Enquanto no voleibol a base é valorizada desde os primeiros passos, no futebol imperam a malversação de recursos e a falta de planejamento. Delfim Peixoto, presidente da Federação Catarinense há um quarto de século não me deixa mentir. Estava em Londres como chefe da delegação e legítimo representante da cartolagem brasileira.

Não se pensa no futuro, tudo é feito de afogadilho, visando o hoje, enquanto o amanhã, representado pela Copa de 2014, chegará somente a seu tempo. Ou seja, quando nossa seleção estiver entrando em campo para o primeiro jogo.

Não podemos esquecer as suspeitas que perseguem alguns treinadores que passam pela seleção do futebol. É uma nuvem negra que ronda cada convocação e escalações subsequentes, uma aproximação perigosa de inter&sses de empresários contaminando o trabalho e os resultados de campo. Sinto coceiras na língua e nos dedos quando percebo a coincidência entre chamados surpreendentes de alguns jogadores & negócios imediatos com clubes europeus.

Além do quê seguimos perdulariamente sem visão de futuro, gastando na construção de estádios. Logo estas obras estarão transformadas - redundância extrema – em elefantes brancos imprestáveis, valendo tão somente como monumentos ao desperdício e à roubalheira que impera neste país sob o comando de maus administradores e políticos corruptos.

Exemplinho fácil: alguém pode conceber um estádio para 70 mil pessoas em Brasília onde o futebol frequenta as mais baixas divisões do Brasileirão? É a realidade do Distrito Federal, onde as torcidas, formadas em sua maioria por “estrangeiros”, só vestem a camisa de times do Rio, São Paulo, Minas e Rio Grande do Sul.

Assim é, e assim será, sem pessimismo, mas com realismo diante do quadro atual do esporte brasileiro em quase todos os seus segmentos. Por favor, não confundam o número das medalhas brasileiras nesta Olimpíada como resultado de evolução no preparo de nossas equipes. O Brasil não existe como projeto esportivo.

sábado, 11 de agosto de 2012

Com medalha e Montezuma não se brinca


terça-feira, 7 de agosto de 2012

Cadê o dinheiro do esporte?


A choradeira é livre, muito grande e corre solta, inundando os corredores esportivos de Santa Catarina. A gritaria maior é pelos critérios – ou a falta de – utilizados para distribuição dos recursos do Fundo Estadual de Incentivo ao Esporte, conhecido como Fundesporte.

Para se ter uma boa ideia dos ingredientes pesados que tornam nebuloso esse assunto, uma instituição chamada Associação Brasileira de Esporte Endurance, realizadora do Iroman, foi contemplada com R$ 600 mil. A Fesporte abraçou um pepino de R$ 1milhão 750 mil reais, como pagadora do auxílio destinado ao Desafio das Estrelas, aquele evento de kart que todos os anos leva muito dinheiro público na sua realização. O constrangido presidente da instituição e mera repassadora desta pequena fortuna, Adalir Pecos Borsatti, é mais uma vítima destes arranjos de bastidores.

Enquanto isso, do total de projetos aprovados beneficiando federações com dinheiro do Fundo (R$ 3 milhões), apenas 21% foram liberados, aliviando os cofres das Federações de  Surf, com R$ 52 mil e 500, do Desporto Universitário, R$ 186 mil e Karatê Inter estilos com R$ 200 mil.

O pior é constatar que a joinvilense Tamiris de Liz, nossa revelação do desporto escolar, participou do Mundial Juvenil de Atletismo em Barcelona e está na Olimpíada em Londres sem um tostão do Fundo. Seu projeto de míseros R$ 9 mil e 800 recebeu parecer favorável, mas até hoje a atleta espera pelo pagamento. Os atletas, justo eles, formam o maior contingente de credores do Fundesporte: receberam pouco mais de 9% do que foi aprovado (R$ 290 mil) pela Secretaria de Cultura, Turismo e Esporte e pelo Conselho Estadual do Esporte, origem, meio e fim desta via crucis.

Há inúmeros projetos aprovados e engavetados, causando revolta e decepção entre os que trabalham sério pelo esporte catarinense. Questionada, a Secretaria não apresenta nenhuma justificativa. Lá os ventos sopram somente a favor de interesses políticos eleitoreiros.  E recebe tão pouca atenção do governador Raimundo Colombo e seu séquito que nos últimos meses passaram por lá César Souza Júnior e o interino José Natal. Ambos privilegiaram suas candidaturas, enquanto o esporte catarinense  segue sem comando, de chapéu na mão e ao sabor da improvisação e da falta de cuidado com o dinheiro público.