segunda-feira, 31 de outubro de 2011

A impunidade ameaça o Brasileirão

Venho falando e escrevendo faz tempo sobre a fragilidade da arbitragem brasileira, a omissão da CBF e dos tribunais.. A rodada do final de semana foi pródiga de erros e da falta de critério, como no jogo do Avaí, onde Leandro Vuadem ( FIFA) e seus auxiliares erraram demais contra os dois lados. Favoreceram o visitante ao não marcar impedimento no primeiro gol e, no lance que decidiu o jogo a favor do Corinthians houve falta no goleiro avaiano. Na outra área a decisão para a mesma jogada certamente seria diferente.

É só um exemplo dos muitos erros graves que estão acontecendo tendo como protagonistas árbitros e auxiliares. Eles não contam com o recurso do replay da televisão, é verdade, e suas decisões acontecem na hora, em segundos. Mas, a utilização de critérios diferentes para aplicação de cartões ou marcação de faltas, independe da televisão. O livrinho de regras deveria ser levado a sério pela própria CBF, mas é a sua Comissão de Arbitragem, por inércia, a primeira a desconsiderá-lo. Contribuem também as experiências e as tentativas de renovação com árbitros novatos em partidas importantes.

Toda essa confusão provoca efeitos colaterais. Os jogadores e técnicos igualmente não colaboram. Simulam faltas, lesões, trocam agressões, reclamam acintosamente e na maioria das situações são punidos com brandura. Fora do gramado os bancos de reservas servem como trincheiras para as reações furiosas de alguns treinadores. O fair play está desmoralizado pelas repetidas encenações dos atletas.

Estas irregularidades de campo, combinadas com as avaliações tolerantes nas várias instâncias da justiça desportiva, estabelecem uma perspectiva de impunidade, incentivam a indisciplina, contaminam os gramados e ameaçam seriamente as últimas e decisivas rodadas do Campeonato Brasileiro. Punir somente árbitros e bandeiras e livrar a cara dos jogadores, como acontece na maioria dos casos, só ajuda a aumentar a sensação do "liberou geral", aumentando a violência e sensação de insegurança que toma conta dos nossos estádios.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Cadê o dinheiro, o gato comeu? Que gato?



O grande assunto em Chapecó entre os desportistas de todas as áreas que acompanham a Olesc – Olimpíada Estudantil de Santa Catarina – não são as competições, mas o desinteresse do Secetário Cézar Souza Júnior para com alguns assuntos da sua pasta que envolvem principalmente o segmento esportivo.

Por causa dessa propalada má vontade com algumas instituiçõe mais representativas e, ao mesmo tempo mais carentes,entre elas a Fesporte e as federações, o homem já ganhou diversos apelidos. Melhor não publicá-los para não ferir a sensibilidade do leitor e a do próprio político em questão. Acontece que, além da má administração do Fundesporte, uma fonte inesgotável de recursos para projetos suspeitos, outros nem tanto, e entidades fantasmas, o Secretário César não tem atendido ou tem corrido gente do seu gabinete que vai lá com pleitos merecedores de muita atenção.

Um deles é o da Federação Catarinense de Ciclismo, que pretende realizar a tradicionalíssima Volta de Santa Catarina, evento que atrai para o estado ciclistas de todo o país e até do exterior, com a competição divulgando por onde passa as nossas atrações turísticas. O presidente da FCF, João Carlos Andrade, pediu apenas R$ 173 mil reais para cobrir algumas despesas com a prova marcada para o dia 30 de novembro. Até agora o dinheiro não chegou aos cofres da entidade.


A outra federação pedinte é a do Atletismo. A modalidade até hoje não dispõe de uma pista sintética, apesar dos inúmeros títulos nacionais conquistados correndo ou saltando em pistas de carvão. O investimento é em torno de R$ 4 milhões. Falta também um "foto finish" equipamento para marcar com precisão a passagem dos atletas na linha de chegada. R$ 200 mil (e o dinheiro já foi captado pela Federação) garante um kit completo.

Outras instituições nem tão carentes assim, como o Instituto Guga Kuerten (R$ 700 mil), e a regata internacional Volvo Racing (R$ 5 milhões)receberam sem problemas a parte que lhes cabe neste desigual latifúndio esportivo. Eventos de outra natureza, como desfiles de moda, ganharam generosas contribuições sem muito esforço.

Enquanto isso, há pouco foi realizado um evento fantasma em Balneário Camboriú, com a participação de apenas 15 pessoas e que foi contemplado através do Fundesporte com R$ 150 mil reais. A divida da Fesporte já ultrapassou os R$ 2 milhões e meio e começam a faltar recursos até para pagar as arbitragens dos seus eventos, como a Olesc em Chapecó. O Conselho Estadual do Esporte, vítima dessa fragilidade financeira e mau encaminhamento ds recursos dos fundos, e por onde deveriam passar os projetos para serem aprovados, reclama dos estranhos caminhos percorridos e que não os previstos na legislação do próprio Fundo do esporte.

Como em 2012 tem eleições municipais e o ilustre secretário é candidato à Prefeitura da Capital, espera-se que de repente, não mais que de repente, não sumam de vez os já minguados recursos para atender as reivindicações da cultura, do esporte e do turismo. Está difícil agora, imagino ano que vem

Ainda não decidiram quem mordeu quem

Cinzas do vulcão chileno Hudson podem chegar a SC se houver mudança de corrente de ventos

Possibilidade de partículas caírem sobre o Estado é mínima, lembra meteorologista da Epagri


O cara redigiu o título para a matéria e saiu para fazer um lanche. Enquanto isso apareceu outro sujeito que resolveu dar conta da linha de apoio. Quem está certo nesta árdua tarefa de informar o leitor?

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Quando a política faz mal ao esporte

Tenho dois anos de mandato a cumprir no Conselho Estadual do Esporte, indicado como representante da Associação dos Cronistas Esportivos pelo companheiro JB Telles. Estou substituindo o radialista Paulo Coutinho, de Criciúma, que por motivos profissionais não pôde mais atender os compromissos do Conselho.

Na reunião de hoje em Chapecó, em meio a Olimpíada Estudantil de Santa Catarina, ouvi muito sobre os vários problemas que afligem o esporte catarinense. A Fesporte, atualmente presidida por Adalir Pecos Borsatti, membro nato do Conselho, mal consegue dar conta do suas atribuições, embutidas na gestão do extenso calendário sob sua responsabilidade. São competições para-desportivas, escolares, juvenis e adultas, como os Jogos Abertos, já em sua 51ª edição. Sem esquecer os festivais de dança e os Jogos da Terceira Idade.

A raiz das imensas dificuldades estruturais e financeiras está na má gestão do governo estadual, que não garante o suporte necessário tanto ao Conselho como à Fesporte, o primeiro um órgão consultivo, a segunda instituição a grande operadora do esporte no estado.

A avaliação não é minha, mas consensual entre os conselheiros e técnicos da Fesporte. E na origem está a política partidária, sempre a interferir nos interesses do esporte. Tudo depende do humor dos governadores prefeitos e secretários. Educação, saúde e esporte deveriam trabalhar integrados, o que não acontece justamente por causa do direcionamento partidário que é dado aos pleitos de todo o sistema. Se for correligionário, leva. Caso contrário o jeito é administrar de chapéu na mão na esperança que um dia os ocupantes de cargos públicos e detentores do poder entendam o verdadeiro significado de suas missões.

Julgamento pode decidir futuro dos Jasc


E vem aí os Jogos Abertos de Santa Catarina, em Criciúma de 10 a 21 de novembro, com um problemão extra-quadra, graças à polêmica com os campeões da natação por Florianópolis. Por um cochilo da Fundação Municipal de Esportes da Capital a equipe não foi inscrita dentro do prazo legal, 10 de outubro, segundo o regulamento da competição. Um mandado de garantia levou o caso para a justiça desportiva com julgamento previsto para o próximo dia 7. A expectativa pelo resultado é grande porque os nadadores da Capital podem garantir o título dos Jogos Abertos na disputa direta com Blumenau, a grande campeã, e Joinville, que os entendidos dizem estar correndo por fora. A Fesporte já preparou sua defesa contra os argumentos dos que se sentiram prejudicados. Vamos ver se o “tapetão” é político ou legalista.

Um Minisro que nunca se deu ao respeito

O episódio que envolveu o Ministro do Esporte, Orlando Silva, pareceu sempre uma conversa de surdos ou de maluquetes. Cada lado dizia uma coisa completamente fora de conexão com o que realmente estava acontecendo. O ápice,pra mim, foi a particiação do Ministro em uma comisão do Senado, onde tentou tratar da Lei Geral da Copa de 2o14.

Um cidadão que tem zelo pelo seu cargo e respeito por si próprio não ouviria o que ouviu Orlando Silva de alguns senadores. Ele ficou impassível diante de ofensas pesadas, desaforos e acusações. Depois da tapióca, esse foi o incidente mais ridículo na carreira ministerial do Orlando. No Senado aconteceu a conclusão do retrato falado de uma autoridade ocupante de um dos mais altos cargos da República, cujo mau desempenho e uso indevido do dinheiro público ficaram evidentes.

Como já li hoje, os governos de Lula e Dilma não procuram parceiros, mas sim cúmplices. Precisou a ministra do STF, Carmem Lúcia, botar ordem na casa para provocar uma atitude coerente dos ocupantes do palácio do Planalto. O pé na bunda já deveria ter acontecido faz tempo.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

A concorrência é ruim demais

Quando o pessoal bate na Globo, na maioria das vezes com razão, fico esperando para logo em seguida a primeira demonstração de incompetência dos concorrentes. Em se tratando da cobertura dos Jogos Pan -Americanos em Guadalajara não foi diferente. Depois dos primeiros dias do frisson anti-Globo começou a cair a ficha da galera que gosta de esportes, e não só de futebol.

As transmissões ou eram extensas, envolvendo qualquer porcaria desinteressante, algumas curtas e mal feitas, ou ainda inexistentes. Como aconteceu na vitória brasileira sobre as argentinas – logo contra elas – em uma decisão do futebol feminino. O jogo apareceu depois em VT. O vexame do futebol masculino e outras modalidades menos solicitadas também foram vítimas da falta de critério dos responsáveis pela cobertura da Record em Guadalajara. Estabelecida a confusão, fui um dos que desistiram de acompanhar a participação brasileira no Pan.

Com a divulgação quase zero, ficou impossível assistir aos noticiários ou as transmissões ao vivo, muito menos as competições gravadas transmitidas mais tarde e até no dia seguinte. Infelizmente somos obrigados a nos submeter ao domínio global, ao menos em nome da competência. Que Deus nos salve desta concorrência ruim demais.

domingo, 23 de outubro de 2011

Gostamos do pior? A culpa é deles




Tem uns sujeitos que ficam à beira do gramado nos campos de futebol passando ordens, gritando palavrões, gesticulando feito possessos, atazanando a vida dos seus comandados. Basta o infeliz pegar na bola, sem tempo de ao menos levantar a cabeça para olhar a posição dos companheiros, e lá vem o berreiro. Desconfiou de quem estou falando? Acertou. São os tais técnicos, treinadores, ou “professores”, como são chamados, dependendo do grau de instrução ou do peso do “boleiro” no grupo. Em determinados momentos chegam a babar e cuspir em quem está próximo. Ainda não descobri a razão para esse comportamento enlouquecido Afinal, segundo consta, este cidadão é justamente quem deveria manter a calma para orientar melhor os que estão sob seu comando.

Gozado, parece que gostam do grito que vem da arquibancada, “burro, burro”... Parece também que amam perder o emprego e às vêzes optam por posar de malandros, pelo que, malandros meio sem sorte. A cada início de temporada saem desesperados pelo país a procura de trabalho, atrás do “xingar e ser xingado”. Têm o estranho hábito de, em intermináveis e incompreensíveis entrevistas coletivas, falar sobre o que aconteceu ou deixou de acontecer em noventa e poucos minutos de um futebol nem sempre merecedor de tanta atenção.

Apesar de tudo o desvelo pelos comandados e por quem os contrata chega a ser comovente. Dificilmente contestam alguma ação da cartolagem. A maioria comemora os gols da sua equipe pulando e abraçando quem estiver por perto, junto com os jogadores que correm para o homem. É um momento raro de paz, de confraternização.

Teve um que uma vez inventou àquela comemoração solitária do “aviãozinho”, só para provocar o adversário. Arranjou seguidores, mas muita encrenca com os “do outro lado”. E olha que o gesto com os braços esticados não estava na sua cartilha de superstição, cujo carro chefe é o número “13”. Além do quê é muito genioso e avesso a homenagens que fujam um pouco da rotina. Tem que ser tudo certinho, de preferência vestindo a “amarelinha” e ouvindo o Hino Nacional. Então, que negócio é esse de estampar sua caricatura na porta de um banheiro de casa noturna, como se atreveu um ex-atleta? Deu processo.

Mas, tem para todos os gostos, incluindo aqueles que aparentam não brigar com ninguém, com discursos messiânicos e pastorais. Passam uma imagem de controle total dos nervos. Tudo mentira, pura encenação. Vai ver chega em casa e sobra para alguém da família, ou para o primeiro que estiver pela frente, geralmente o cachorro.

São ou não são tipos estranhos? E tem o pior de todos, o que, além de gritão, truculento e boca suja, gosta de confundir o público e a imprensa com suas escalações, substituições e palavreado contraditório. A opção pelo perna de pau é quase uma tara. Há pouco acabei descobrindo um do gênero aqui na Ilha, ali naquele estádio perto do Aeroporto. Com ele não tem essa de jogar bem. Sai do time. Se for elogiado pelos jornalistas, azar dele. Não fica nem entre os reservas no próximo jogo. O cara é tão, mas tão teimoso e birrento, que gol bonito dá castigo.

Me disseram que domingo, um jogador dele, além de fazer uma bela partida, ainda virou o placar para o seu time com um gol de bicicleta. Ofensa suprema: primeira reação do “professor” foi mandá-lo para o chuveiro no segundo tempo. Imagino o que vem por aí. Como o cara é bom de bola e reincidente, não deve jogar mais até o final do ano.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Nada de bola, queremos as festas de outubro

Logo após a divulgação das sedes das Copas, Ricardo Teixeira garantiu o que não podia garantir, na tentativa de minimizar o fato de que no Mundial de 2014 a seleção brasileira só jogará no Maracanã se disputar a final. Disse o dirigente que tem certeza sobre a participação do Brasil na decisão da Copa, por isso sua tranqüilidade em relação às escolhas da FIFA.

Alguém tem que alertar o presidente da CBF que essa garantia não existe e que o risco de o gasto estratosférico com mais uma reforma do Maracanã pode resultar inútil e em grande frustração para os cariocas, como já está acontecendo. A não ser que haja alguma combinação com adversários, arbitragem e outros interessados numa final com o Brasil em campo.

Dirigentes e torcedores estão inconformados com as opções feitas pela FIFA quanto aos jogos da nossa seleção. Os políticos subiram no muro, mais preocupados hoje, o que é compreensível, com as discussões sobre a distribuição dos royalties do petróleo. Não são apenas os cariocas os desgostosos e desconfiados. Do Rio Grande do Sul vem o grito contra a exclusão de Porto Alegre da Copa das Confederações por conta do atraso nas obras do Beira Rio. João Bosco Vaz, secretário do comitê organizador gaúcho, reclama o mesmo tratamento dado a Recife e Salvador, capitais colocadas de standby. Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul foram tratados como os patinhos feios do mapa do Brasil.

Não sei se foi o pão de queijo ou o bolo de fubá, o fato é que Belo Horizonte provocou um carinho diferenciado da cartolagem da FIFA. Os mineiros vão desfrutar das duas Copas. Experimente falar mal de Blatter ou Teixeira em BH. Os paulistas sofreram com a birra política de Teixeira & Cia por causa da oposição do São Paulo, mas foram compensados com a abertura da Copa de 2014 e a garantia de investimentos públicos para erguer o Itaquerão corintiano.

O nordeste também não tem do que se queixar. Vai ter, pra dar e vender, seleções cruzando os céus da região, inclusive o time brasileiro. E cadê o futebol de Amazonas e Mato Grosso para justificar a construção de grandes estádios? Brasília é outro exemplo de desperdício com aquele monstrengo prometido para 70 mil pessoas. Mas, é a capital República, argumentam os defensores desta obra faraônica, favoritíssima ao título de maior elefante branco do futebol brasileiro, junto com os novos estádios de Manaus e Cuiabá.

O sul, onde verdadeiramente se joga bola nas duas principais séries do Campeonato Brasileiro vai ter que esperar, quem sabe, mais meio século para se ver contemplado como merece em eventos do porte de uma Copa do Mundo. Ou então trocar o futebol por um Mundial de festas de outubro, que por aqui temos bastante e para todos os gostos.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A Copa, ora a Copa

Cada vez mais sinto que a Copa e o futebol estão muito distantes daquilo que se fala tanto no país sobre o esporte do povo. Os caras lá na Suíça decidem tudo, o que fazer por aqui, a que horas devemos assistir futebol, a marca do refrigerante, da cerveja, que tipo de cachorro quente podemos comer, só pipoca salgada ou vale também a doce, qual a salsicha (acho que Sadia e Perdigão não pode), como deve ser o uniforme das seleções, da arbitragem, que tipo de estádio devemos ter (derrubem tudo o que já existe se não, não pode).

Até o meu Beira Rio, onde por conta da campanha de ajuda à construção tenho lá uns tijolinhos, foi pro beleléu e acabou eliminado. Ou seja, tanto faz a Copa começar aqui ou ali, terminar acolá. Vou mesmo ficar no meu canto, na frente da televisão, longe da vibração e do desconforto dos nossos estádios.


(Cópia de um email que mandei para o amigo Nei Duclós em resposta à sua pergunta e suas inteligentes ironias sobre o que eu achava das escolhas da FIFA e da CBF – “Especial de muito luxo! Gostaste do Itaquerão abrindo a Copa? Torcia pelo Pacaembu, aquela glória de pequeno grande estádio, numa cerimônia só para convidados! Ou até mesmo no Morumbi, obra do Paulo Machado de Carvalho, nosso Marechal”.)

Decisões e incoerências da FIFA e CBF

A FIFA e a CBF acabam de divulgar os locais de abertura e final da Copa do Mundo de 2014. Todo mundo já sabia que São Paulo teria o jogo de abertura e Rio de Janeiro a final. Coisa nova mesmo foi saber que a disputa pelo terceiro lugar será em Brasília, no futuro Estádio Nacional, não mais o estádio Mané Garrincha, nome atual, uma “desomenagem” a um dos nossos maiores ídolos.

As semifinais ficam para Belo Horizonte e São Paulo. A única partida da seleção brasileira programada para o Maracanã é a decisiva. Aqui a grande surpresa e certamente uma imensa decepção para os cariocas além de uma inusitada incoerência por tratar-se do grande templo do futebol brasileiro, cujas reformas já consumiram milhões e milhões de reais. Caso o Brasil não chegue à final a casa vai cair.

Quanto a Copa das Confederações a novidade foi a eliminação de Porto Alegre como uma das sedes, e por consequência, do estádio Beira Rio como local dos jogos. A alegação do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, foi a de que Internacional e a construtora não apresentaram o contrato que representa o compromisso de conclusão da obra no tempo ideal. Assim, esta competição terá como sedes Rio de Janeiro, Fortaleza, Brasília, Belo Horizonte, Recife e Salvador.

Como desconfio sempre das versões oficiais, acho que na questão de Porto Alegre tem coisa. Alguma razão política determinou, via CBF, a decisão da FIFA. Até porque há obras bem mais atrasadas que as do Beira Rio e sem os compromissos já assumidos pela Internacional. Se não for isso, é uma grande demonstração de incompetência das autoridades públicas gaúchas e dos dirigentes esportivos daquele estado. Ou então, teoria da conspiração, o trabalho de bastidores do Grêmio foi muito bem feito, ao ponto de eliminar o maior rival e aparecer como opção com a Arena que está sendo construída para substituir o estádio Olímpico.

Chega de mentiras

Ministro Orlando Silva de Jesus Jr.

Orlando Silva pode espernear à vontade, desqualificar seus acusadores, jurar por tudo que considera mais sagrado que não tem culpa no cartório e que é uma santa criatura movida pelas mais nobres das intenções. É o direito que tem sob o manto protetor da presunção da inocência, como gosta de dizer a presidenta Dilma Rousseff quando se trata de proteger cada ministro defenestrado por corrupção.

O que o Ministro do Esporte não pode fazer é negar as evidências, estampadas em matérias da mídia nacional, menos na mídia regional. São flagrantes e comprovadas as irregularidades que cercam o programa Segundo Tempo, criado para atender escolares carentes, mas que criminosamente teve seus objetivos e recursos desviados para o bolso dos assaltantes dos cofres públicos.

Do Oiapoque ao Chui, onde existe o “Segundo Tempo”, pouca coisa funciona. Se não há desvio de verbas, inexiste a implantação correta do programa. As denúncias vão desde produtos para o lanche das crianças com validade vencida, até material esportivo inadequado e de má qualidade. Mas os repasses foram feitos, em alguns casos há professores e monitores contratados. Para fazer o quê se o projeto não funciona? Isso é o que o Ministro precisa, no duplo sentido da necessidade e exatidão, explicar ao povo e às instituições prejudicadas. O resto é bate boca de políticos ávidos por vitrines, e caso para a polícia e o judiciário assumirem.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Começou no tapetão a briga pelo título dos JASC

O clima não anda bom pelos lados do Tribunal de Justiça Desportiva de Santa Catarina. E pode ficar pior com a mancada de Florianópolis, que esqueceu de inscrever no prazo legal – 10 de outubro – para os Jogos Abertos a sua forte equipe de natação.

Não confundam com o TJD da Federação Catarinense de Futebol, embora isso até seja possível, pois a turma é praticamente a mesma. Acontece que o TJ de Santa Catarina, que é o órgão julgador para os eventos da Fesporte, já sofreu uma defecção com a saída do auditor Theodoro Ducker, o Teté, desgostoso com uma decisão tomada em Caçador e que beneficiou, pra variar, uma outra representação de Florianópolis, a do tênis de mesa.

Agora nessa nova confusão, e outra vez envolvendo a FME da Capital, os bastidores estão agitados antes mesmo da sessão que vai julgar a questão da equipe de natação que não foi inscrita em tempo hábil. Sessão, aliás, transferida do dia 24 próximo para 7 de novembro.

Todo esse barulho tem uma explicação: com seus nadadores Florianópolis é fortíssima candidata ao título dos 51º Jogos Abertos que serão disputados em Criciúma de 10 a 20 de novembro. Sem eles Blumenau levanta mais uma vez o caneco. Bastidores à parte, imagino a decepção dos atletas, que podem ser alijados da maior competição de Santa Catarina por uma besteira da cartolagem, um injustificável cochilo administrativo.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Um Brasileirão catarina

Lima, artilheiro do JEC (site)

Com a benção do torcedor catarinense, menos de Chapecó, claro, o Joinville está de volta à série B. O fato representa muito para o futebol de Santa Catarina, mais do que simplesmente a alegria do joinvilense. Guardadas as proporções, tão fanático quanto os torcedores do Santa Cruz do Recife, que acaba de subir para a série C com a maior média de público em todo o Brasil.

Agora são quatro clubes nas duas principais divisões do Brasileirão. O Avaí, cai não cai, na verdade despencando, vai jogar a segunda divisão na companhia de Joinville e Criciúma. Na série A fica o Figueirense, o que quer dizer quatro clubes de Santa Catarina nas duas principais divisões do Campeonato Brasileiro.

Ganhamos todos nós com a boa rivalidade aumentada a partir do Campeonato Catarinense. Em termos regionais teremos os quatro sob o olhar invejoso da Chapecoense que não alcançou seu objetivo de subir à série B. É só a Federação Catarinense não atrapalhar e poderemos assistir ao melhor campeonato estadual dos últimos tempos. E quem sabe, em 2013, cinco catarinas no Brasileirão.

O Segundo Tempo, lá, aqui, acolá

O jornal Zero Hora, versão gaúcha do Diário Catarinense, publica hoje matéria assinada por Vivian Eichler sobre suspeitas de desvio de verbas na execução do programa Segundo Tempo no Rio Grande do Sul, em convênio mantido com a Fundergs, Fundação do Esporte e Lazer. É o mesmo programa que virou um fantasma a assombrar o Ministro do Esporte Orlando Silva Jr. A Fundergs corresponde à nossa Fundação Catarinense de Desportos, a Fesporte.

Lá são 67 convênios firmados entre o Ministério do Esporte e a fundação gaúcha, sob sindicância do governo do estado e que já apontou irregularidades nos repasses de recursos para o programa em questão.

Diz a matéria que o Segundo Tempo seria a maior parceria do estado “para ajudar a afastar das drogas cerca de 16 mil crianças e adolescentes, mas acabou em frustração para boa parte dos 29 municípios envolvidos”. O texto enfatiza que “menos da metade do número de beneficiados previsto participou, de fato, de oficinas esportivas no turno inverso da escola”. A matéria não faz menção, mas além das oficinas, o programa contempla ainda o reforço escolar.

Por aqui a situação é parecida. A diferença é que nas primeiras ações do Segundo Tempo em Santa Catarina, o convênio com o Ministério do Esporte foi firmado com a Fesporte.Em 2006, nos últimos dias da gestão do comunista João Ghizoni o Segundo Tempo foi transferido para uma ONG conhecida como Instituto Contato, administrada por seus ex-assessores na Fesporte.

Do jeito que a coisa vai, e se as investigações forem levadas a sério, as suspeitas podem respingar no convênio catarinense. O texto no portal do Instituto Contato não fala em quantidade de núcleos do Segundo Tempo, para crianças de 6 a 17 anos,mas garante:” é um instrumento de inclusão social para seu público alvo, afastando-os de situações de vulnerabilidade social".

Segundo a Ong Contato, "os núcleos, onde se realizam as ações do programa contam com professores e estagiários, material esportivo e didático.Cada núcleo atende 120 alunos, divididos em turmas matutinas e vespertinas, participando de 4 horas de atividades, 3 vezes por semana, incluindo lanche entre os intervalos das atividades”.

Há pouco tempo o jornal Folha de São Paulo ocupou-se com o assunto em reportagem de amplitude nacional e revelou irregularidades em Santa Catarina. Na época, superficialmente, a matéria referiu-se à alimentação que era servida como lanche às crianças com prazo de validade vencido, e pagamento por serviços não prestados.

A mídia do estado, por razões que nossa vã filosofia não alcança, nunca tocou no problema. Mas, para o bem ou para o mal, o convênio entre o Ministério do Esporte e o Instituto Contato precisa de uma boa investigação, até porque envolvia parcerias com Eletrosul e o extinto Besc. Em alguns estados brasileiros um olhar mais atento, além de ter colocado em maus lençóis o Ministro do Esporte, revelou também o envolvimento de ex-atletas, como relatou matéria do "Fantástico" no último domingo.

sábado, 15 de outubro de 2011

Tudo como dantes



Futricas políticas e denúncias jogadas no colo de repórteres não levam a nada. A presidenta Dilma e seus assessores mais diretos varrem tudo pra baixo do tapete e fica o dito pelo não dito. Já caíram ministros e seus lacaios e nada aconteceu. Vai se repetir com o Ministério do Esporte, onde Orlando Silva, hoje ministro, antes secretário executivo do outro ministro, o Agnelo Queiroz, não convence com suas justificativas sobre as acusações do passado e do presente.

Já imaginaram estrago político se houvesse uma investida séria do Ministério Público e da Polícia Federal sobre a CBF do Ricardo Teixeira, o Ministério do Esporte e o Comitê Olímpico Brasileiro? Com o Brasil ocupado com os preparativos para uma Copa do Mundo em 2014 e a Olimpíada de 2016, nem pensar. Os assaltantes dos cofres públicos continuarão livres para completar o serviço, ainda que mal feito e à vista dos brasileiros de bem.

Agora é a revista Veja que investe sobre o feudo do PC do B. Orlando Silva não quer largar o osso, bem como os inúmeros partidários – inclusive aqui de Santa Catarina – que se beneficiam dos caixas de campanha sustentados pelo dinheiro desviado do esporte e de projetos como o “Segundo Tempo” e “Pintando a Liberdade”.

O primeiro durante algum tempo beneficiou crianças carentes com estudo e prática esportiva no contra turno escolar. Até que uma Ong abraçou a causa e botou no bolso a chave do cofre. O outro visava socializar o reeducando, como gostavam de chamar o presidiário em várias penitenciárias brasileiras: trabalho em troca de remissão de pena e dinheiro transformado em poupança para os familiares na proporção do material esportivo – bolas, redes e uniforme – fabricado.

Como nesse país não se prende nem se pune ninguém por crimes de colarinho branco o Ministério do Esporte, como outros, continuará sua vidinha sem percalços. Ou no máximo, quem sabe, haverá a troca de guarda para continuar tudo como dantes no QG do Planalto.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O tamanho do calote com a temporada chegando

Transporte marítimo; metrô de superfície; arena multiuso; quarta ponte; recuperação total da Hercílio Luz; marinas e locais para atracação dos navios de cruzeiro; melhoria do transporte coletivo com corredores exclusivos para ônibus; urbanização da área do Mercado Público; fiscalização mais rigorosa das construções que invadem áreas de preservação; recuperação da rodoviária Rita Maria; soluções para a (i) mobilidade urbana; equipamentos como chuveiros e banheiros públicos nas praias da Ilha; aumento da segurança com mais policiais nas ruas: mutirão de cirurgias: mais facilidade de acesso à saúde com a ampliação das emergências dos hospitais e melhorias nos postos de saúde; reformas emergenciais nas escolas do estado; solução para os engarrafamentos no sul da Ilha; ampliação do aeroporto Hercílio Luz, duplicação da BR-282 no acesso a Florianópolis; transferência do posto de pedágio de Palhoça; duplicação total da BR-101 no trecho sul; entrega do cinema e do teatro do CIC

Quais das promessas acima relacionadas foram cumpridas pelo poder público, municipal, estadual ou federal? Esqueci de alguma? A nova temporada está aí.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Não se faz isso com criança



Os assuntos futebolísticos domésticos andam muito interessantes. Vejam, por exemplo, o que o Figueirense fez em Porto Alegre, em pleno estádio Olímpico. Estragou a festa do dia das crianças preparada pelo Grêmio. O estrago só não foi maior porque o Nem, aquele gurizinho driblador que atua no ataque do Figueira, resolveu brincar fora de hora. Em todo o caso, o placar clássico de 3 a 1 ficou bem para o time da Capital. Morri de pena da meninada tricolor que voltou pra casa chorando. Jorginho e seus atletas deveriam ser enquadrados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. Vamos ver agora se o treinador do Figueirense tem coragem para deixar o Maicon fora do time. Sem ele o Figueira venceu três partidas, com ele o jogo fica muito picadinho e prejudica a maior arma do time, o contra ataque em velocidade.

Na situação do Avaí temos que falar de burrice e teimosia. A criançada fez festa antes do jogo pelo seu dia, mas saiu triste da Ressacada e na bronca com o treinador. Como é que aquele Garrincha chapecoense fica no banco? Esse Cleverson no segundo tempo acabou com a defesa do Atlético GO, como fizera no jogo anterior contra o Atlético PR, e a vitoria só não aconteceu porque entrou tarde no time e o William perdeu um pênalti em hora muito imprópria. No mais continuo acreditando que se houver um julgamento no STJD o jurídico avaiano vai “esquecer” de escalar um advogado no Rio de Janeiro para defender o técnico Toninho Cecílio e reduzir sua punição. Mesmo porque agora parece que só falta um jogo. Nesse caso quem sabe vale a pena mandar o Cecílio fazer um curso no exterior ou oferecê-lo a um clube árabe em troca de uns petro-dólares na rescisão de contrato. Com o interino Edinho no banco o Avaí segue invicto.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

De Lamarque, Mariachis e Cantinflas



Não faltaram bons ingredientes para que o amistoso da quase madrugada se transformasse num dramalhão como os protagonizados na década de 60 pela atriz e cantora de tangos, a argentina radicada no México, Libertad Lamarque. Nascida em Rosário no início do século passado, Lamarque apareceu nos principais filmes produzidos pela mexicana Pelmex, certeza de espectadores lacrimejantes.

Fechado o parêntesis para explicar como no México se cultua a interpretação dos mariachis e suas músicas cheia de dramas amorosos, vamos ao roteiro. Guardado, por exemplo, é um nome difícil de esquecer. Com o México vencendo por 1 a 0, graças ao gol contra do zagueiro Davi Luiz, deu uma “cantinflada” (quem lembra do Cantinflas?) cobrando o pênalti que Jeferson defendeu. Foi no finalzinho do primeiro tempo e o Brasil ficou com dez jogadores por causa da expulsão de Daniel Alves, autor da falta capital. No segundo tempo Jeferson evitou o 0 a 2 ao defender a bola cabeceada em cima por um tal de Chucharrito.

A essa altura do jogo começou o sofrimento para a grande torcida mexicana que lotou as arquibancadas do belo estádio de Torreon para assistir um show e a manutenção de invencibilidade do seu time. Faltou lenço para os torcedores locais depois que Ronaldinho com maestria fez de falta o primeiro gol brasileiro e Marcelo garantiu a virada marcando um golaço. Esse versátil jogador, titular absoluto da lateral esquerda do Real Madri, não entrava no time porque Mano Menezes estava de mal com ele. Como aconteceu com o Hernanes, que foi a campo aos 47 minutos do segundo tempo. Contribuições do nosso treinador para incrementar o dramalhão que felizmente para nós terminou bem ao estilo mexicano.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Ainda há quem tenha esperança

Tenho lido aqui e ali que o Ministério do Esporte está sendo cobiçado por alguns partidos importantes, além do PC do B que desastrosamente já o comanda por algum tempo, primeiro com Agnelo Queiroz, agora com Orlando Silva.

O motivo de tanto interesse e disputa por um Ministério que há vários mandatos presidenciais não disse a que veio é bem simples: ali se ganha fácil muito dinheiro. Agora com a Copa e a Olimpíada, então, a grana vai rolar frouxa, direto para os bolsos dos maus políticos e dos péssimos dirigentes esportivos. Parece que a presidenta Dilma, que até aqui não se coçou em relação a esse ministério, está esperando que caiam denúncias no seu colo para só assim tomar providências que higienizem também o esporte.

Para interromper essa sangria e botar a casa esportiva em ordem o blogueiro José Cruz, sempre atento fiscalizando há mais de vinte anos a roubalheira e as maracutaias, sugere a criação de uma Agência Nacional do Desporto. Pulei na cadeira lembrando das outras que já existem, para saúde, telefonia, transportes, etc. O Cruz alerta que, no caso do esporte, a tal agência reguladora teria que ser desvinculada da política e dos políticos, para evitar o que aconteceu com as já existentes depois que o ex-presidente Lula interferiu para trocar as decisões técnicas por políticas.

O Zé, a quem conheço desde meus tempos de Brasília é um dos jornalistas mais sérios e competentes desse país. Sempre acompanhei seu trabalho na coluna que assinava no Correio Braziliense. Batia tão forte que o Agnelo, vejam só que beleza de político, uma vez pediu sua cabeça à direção do jornal. Continuo na esteira do Zé, hoje no http://blogdocruz.blog.uol.com Mas não compartilho das esperanças de soluções que possam surgir a partir da criação de uma agência do desporto distante da política e dos políticos. O Zé que me desculpe, mas é como acreditar em Papai Noel e Coelhinho da Páscoa.

sábado, 8 de outubro de 2011

Tudo sobre o mesmo de sempre

O lance que condenou Barbosa


É impressionante a passividade bovina dos dirigentes de clubes no Brasil. Não abrem a boca pra nada, ainda que suas equipes estejam sendo prejudicadas em plena reta final do Campeonato Brasileiro por convocações para um amistoso ridículo como foi este contra a Costa Rica.

A única coisa que se ouve é a lamúria dos treinadores cujos times são desfalcados para que a seleção possa sair pelo mundo a sustentar o circo mambembe cada vez olhado com mais desconfiança pelo torcedor brasileiro e parte da mídia. Apesar de procedente, a tímida reclamatória dos técnicos não serve pra nada a não ser para escancarar a desunião da classe, com cada um puxando a brasa para a sua sardinha na medida em que o seu fogo começa a baixar. Afinal, não é todo mundo que gosta de peixe cru, principalmente quando pode ser fatal o desarranjo dos times nas rodadas finais.

Os estragos vão longe e acabarão atingindo o próprio planejamento para a Copa de 2014, se é que existe algo parecido com um projeto bem estruturado e que dê apoio à Comissão Técnica. Até aqui o que se vê é muito improviso e figuras de linguagem para justificar o que estamos assistindo em um país onde se joga futebol de terça a domingo.

De acordo com o calendário divulgado esta semana pela CBF do doutor Ricardo, ano que vem vai ser muito pior. Pra começar, teremos a Olmpíada em Londres, além dos comprometimentos já conhecidos, entre eles os amistosos caça-níqueis da seleção que o Mano Menezes ainda não conseguiu mostrar. Os milhões de aficionados, incluindo-se aí milhares de jornalistas sempre com a espada empunhada estão apreensivos. Segundo os doutos do nosso futebol não haverá paralisação do Brasileirão e o amontoado de competições paralelas como campeonatos regionais, Copa do Brasil, Sul Americana, Libertadores só vai atrapalhar ainda mais e sugar o sangue de todos. O vampiresco departamento de futebol da CBF é implacável.

Um absurdo deste tamanho não é contestado por ninguém e o barco segue sendo levado por ventos vindos de uma entidade que só faz prejudicar seus filiados. Em tempo: deu sono, desliguei a tevê e fui pra cama ler um pouco e depois dormir, de tão ruim que foi o jogo contra a Costa Rica, um dos piores adversários que já vi o Brasil enfrentar nos últimos tempos. No comecinho da partida uma canelada do atacante costarriquenho à frente do gol defendido por Júlio César mandou a bola pro espaço e deu bem a medida do veríamos em campo.

Por essas e muitas outras é que o Campeonato Brasileiro tecnicamente até agora não deslanchou. A metralhadora giratória empunhada pelo Mano para as convocações atira a esmo e ficamos sem entender onde se pode chegar com a falta de critério e a desorganização demonstrada dentro e fora dos gramados.

Resultado é que alguns times empacaram na parte de cima e no meio da tabela, revelando uma mentira que é o suposto equilíbrio cantado em prosa e verso pelos dirigentes. Pobre e podre futebol brasileiro, com uma Copa do Mundo batendo à porta.


Para o bem de todos e felicidade geral de uma nação futebolística como a nossa, tomara que o Mano Menezes, apesar dos pesares, obtenha sucesso na sua empreitada. Caso contrário a execração pública virá impiedosa, como aconteceu com o goleiro Barbosa por causa da derrota para o Uruguai na Copa de 50. A cada entrevista o coitado era obrigado a se defender repetindo a frase que virou seu bordão completado meio século daquela tragédia: “A pena máxima no Brasil é de 30 anos, mas há 50 estou pagando por um crime que não cometi”.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Guga protestou. E daí?

Vamos a la playa, ô, ô, ô, ô, ô

Vivemos numa cidade administrada por gente que ri da comunidade e não dá a mínima para as leis, sob o manto protetor de poderes que poderiam e deveriam botar na cadeia esse tipo de gestor público. Assistimos impotentes a célere escalada da corrupção, da violência, da roubalheira e da impunidade.
Temos um prefeito com sorriso de inaugurar dentadura e que vive comemorando a impunidade em tudo o que faz, apesar das irregularidades flagrantes na suas consecutivas reeleições. O voto já não diz mais nada, apenas tem sido utilizado para eleger corruptos acobertados por uma convivência promíscua dos poderes que deveriam zelar pelo bem da comunidade. O povo perdeu a noção de justiça e se deixa levar pelo espetáculo enganoso das festivas solenidades de ocasião.

Nosso prefeito adota um discurso cínico, movido por ações parecidas com as do Odorico Paraguassu, personagem eternizado na memória do brasileiro pela Rede Globo. Com uma diferença nada sutil, mas que não tem servido para deixar os eleitores de olhos bem abertos e a imprensa mais atenta e interessada no dia a dia de Florianópolis. Enquanto o da tevê buscava freneticamente um cadáver para inaugurar o primeiro cemitério da sua cidade, nosso alcaide e sua incompetente assessoria se dedicam a inaugurar viadutos ineficientes e outras obras de ostentação, beneficiados pela cegueira que acomete os cidadãos desta urbe, mais atoleimados a cada nova eleição.

Planejamento nem pensar. Prá que? Não rende voto – maior contradição nesse país democrático - olhar para o interesse público, evitar que Florianópolis se transforme num amontoado de gente com qualidade de vida abaixo de zero. Estamos próximos do caos e a turma só quer encher a burra sempre visando as urnas, o maior cofre a alimentar a riqueza dos oportunistas, Midas ao avesso, inimigos do bem comum, amigos inseparáveis do próprio bolso.

Guga falou tarde demais e seu protesto, apesar de procedente, foi muito tímido diante da grandeza dos problemas enfrentados por Florianópolis que até pouco tempo atrás ousou ostentar indevidamente um slogan que na verdade nunca lhe coube, a capital turística do Mercosul.

Quem inventou essa balela, transformada em cantilena de políticos e administradores inescrupulosos, na verdade nunca atravessou a ponte para conhecer o que existe fora dos limites da Capital. Ou – como acontece até hoje - preferiu botar a culpa nos gaúchos pela desdita criada por falta de planejamento e corrupção.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Um passado presente

Morano Calabro, o princípio de tudo


Estou voltando hoje, ainda meio insone por causa do fuso horário, cinco horas a menos em relação à Europa. Foi uma viagem espetacular na companhia do César Valente, meu fiel escudeiro. Além de amigo, o César tem uma queda para agente de viagem, o que tornou mais fácil nossa estada de 15 dias pela Itália e duas cidades da Suíça. O homem organizou tudo, desde passagens de avião, trens, reservas de hotéis, até o roteiro completo do primeiro ao último dia, e aluguel de carros que ele mesmo dirigiu.

Na primeira semana tivemos a companhia de outro amigo, o Luiz Lanzetta, parceiro e também motivador desta viagem com traços sentimentais e afetivos. Meus avós paternos são calabreses, como os bisavós dele. Fomos atrás do nosso passado em Morano Cálabro, uma encantadora cidadezinha de pouco mais de quatro mil habitantes, encarapitada nas montanhas do norte da Itália. Depois de Roma, Morano, alguns balneários do norte italiano, incluindo a bela costa amalfitana, e muitos bons vinhos calabreses, o Lanzetta voltou para Brasília chamado por compromissos profissionais.

César e eu seguimos adiante, rumo a Castel San Pietro Termi, uma pequena e acolhedora estância de águas termais já no nordeste da Itália. Foi nosso sossegado quartel general para saídas a Firenzi e Veneza, onde assisti ao maior engarrafamento de gente, de vaporetos e gôndolas nos canais da cidade. Uma beleza histórica sob uma avalanche terrível de turistas que mal têm tempo para apreciar e mensurar o valor desta cidade.

Tranquilidade só acordando muito cedo para conhecer suas vielas, pontes e atrações históricas entremeadas pelos canais. Para se ter uma pálida idéia do que estão fazendo com Veneza, um japonês endinheirado fez lá seu casamento e lua e mel, com o devido registro de fotógrafo e cinegrafista. Eu vi, passei na hora em uma dos tantos cenários escolhidos pelo casal.

Deu tempo de ir à fábrica e ao museu da Ferrari, em Maranello, pertinho de onde estávamos hospedados. Depois passamos rapidamente por Nápoli, um horror em matéria de sujeira e sensação de insegurança, pelas belíssimas Bologna e Milão, com direito aos dois últimos dias em Lugano e Locarno, onde os milionários gastam parte os seus depósitos assegurados em bancos suíços.

Os alemães também estão turistando por lá, a exemplo dos italianos com seus inseparáveis cachorros. Eles sujam calçadas, parques e acompanham os donos até em restaurantes, onde ficam sob as mesas. Dependendo do humor dos bichinhos que entram e saem a todo momento tem briga de cachorro de todos os tamanhos. Maitres e garçons, constrangidos, ficam com aquela cara de paisagem, sem saber o que fazer. Dizem que isso é civilizado, coisa de primeiro mundo. Só concorda com essa bobagem quem não suja a sola do calçado, tem o olfato prejudicado ou é surdo. E olha que eu gosto de cachorro.