terça-feira, 30 de agosto de 2011

A passarela do dinheiro público

O Governo do Estado através da Secretaria de Cultura, Turismo e Esporte, doou R$ 600 mil para um evento de moda promovido pela RBS. A generosidade do Secretário César Souza Júnior é compreensível. Afinal, fazer um agradinho à mídia mais poderosa de Santa Catarina certamente terá sua compensação mais adiante.

Só não entendo porque outras áreas do governo não mereçem a mesma atenção. Trabalhei oito anos na Fundação Catarinense do Esporte, a instituição faz tudo no meio esportivo do estado. Todos os eventos de todas as faixas etárias estão sob os cuidados da Fesporte e dos municípios que abrigam as competições. Os repasses são escassos, chorados, e a carência de recursos é tamanha que já houve situações de penúria que provocaram o cancelamento de alguns eventos. Aconteceu na gestão do deputado Gilmar Knaesel e a gripe foi a desculpa arranjada na época.

A Fesporte e seus dedicados funcionários da área técnica têm sob sua tutela, o ano inteiro, Jogos Escolares, Olimpíada Escolar, Joguinhos Abertos, Jogos da Terceira Idade, Parajasc, Parajesc, Jogos Abertos, Maratonas Aquáticas, Moleque Bom de Bola, Festival de Dança e Prêmio Recriar. Além destes compromissos estaduais a Fesporte ainda é responsável pela definição, acompanhamento e suporte técnico e financeiro das delegações que representam Santa Catarina nas competições nacionais como Jogos Abertos Brasileiros, Jogos Escolares Brasileiros, Paraolimpíadas, Olimpíada Escolar Brasileira e Jogos Paradesportivos.

Um calendário repleto de competições estaduais e nacionais como o da Fesporte não pesa na balança e nem merece atenção do governo. Digo eu, de todos os governos. Nunca houve o mínimo interesse visando proporcionar, por exemplo, uma cobertura de mídia compatível com a importância dos eventos diretamente relacionados à Secretaria que abriga o esporte junto com cultura e turismo. Mas o dinheiro sai e é liberado a rodo, beneficiando projetos sobre os quais raramente temos notícia ou só ficamos sabendo quando os recursos já foram consumidos em passarelas da conveniência dos políticos.


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