sábado, 30 de julho de 2011

O túnel do tempo

Passei de quarta a sábado ouvindo e lendo fartos elogios ao jogo Santos 4x5 Flamengo. Realmente, a partida na Vila Belmiro foi espetacular e merecedora de todos os adjetivos encontrados pela mídia para classificar o confronto da quarta-feira à noite. Pelo desempeno individual de Ronaldinho e Neymar e pelas alternâncias de situações criadas graças ao talento de um craque experiente, com pinta de estar voltando aos tempor do Barcelona, e de uma promessa ainda na puberdade do seu futebol.

Os jornalistas de gerações mais próximas não têm parâmetros para comparar com o que era rotina no futebol brasileiro, tanto em se tratando de seleção como de clubes. Época da fartura de gols, de craques e dos grandes times. Lembro, como exemplos, de um 5x5 entre Cruzeiro e Botafogo no Mineirão, na reação do time carioca que perdia de 5x1 o primeiro tempo. Assisti a um espetacular Inter3x2 Cruzeiro nos primeiros tempos do Beira Rio e, na sequência, em Belo Horizonte a Cruzeiro 5x4 Inter. E os espetáculos dos bons tempos do Maracanã, com Zico & Cia. Zero a zero? Difícil, raridade.

A seleção brasileira ganhou e deu show a partir da Copa de 58 na Suécia, com placares impressionantes, até chegarmos aos escores mirrados do título de 94 nos Estados Unidos. O gol era um detalhe, dizia o vidente Parreira. Então dá-lhe prorrogação e pênalti. Hoje nem nos pênaltis conseguimos ir adiante.

Por tudo que já vivemos e passamos e a realidade da secura atual, é compreensível o deslumbramento com atuações como as de Neymar e Ronaldinho, contribuição efetiva para o resultado final de um jogo eletrizante. E numa noite que também teve Coritiba 3x4 São Paulo em Curitiba, embate ofuscado pelos acontecimentos da Vila.

Mas, cá pra nós, estas reações de encantamento acontecem pela falta de hábito, um pouco de nostalgia dos tempos em que tínhamos realmente o melhor futebol do mundo. Nem vou lembrar da era Pelé com o Santos que sofria três gols e marcava seis. Aí é covardia.

Resta-nos então esperar por outra edição extraordinária de uma rodada cheia de gols e do futebol que estávamos acostumados a assistir antes de surgirem os professores e a ditadura dos seus esquemas táticos baseados na força física e no anti-jogo. Acrescentemos doses cavalares da administração caótica e corrupta do nosso futebol e nos resignemos a acompanhar nossos melhores jogadores divertindo outras platéias pelo mundo afora.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Guga, enfim, é lembrado para projeto olímpico

Notícia boa do blog do José Cruz (Folha Uol), o cara que mais conhece esporte olímpico no jornalismo brasileiro. Inclusive as maracutaias que envolvem desportistas e autoridades do setor, especialmente políticos, presidentes de federações e confederações

A Academia Larri Passos, em Camboriú (SC), será convertida em centro de formação de atletas para as Olimpíadas de 2016.

Na fase inicial do projeto, 14 jogadores serão convocados, podendo chegar a 20 tenistas até o fim de 2011.

O projeto, com apoio do Comitê Olímpico, foi anunciado hoje pelo ministro Orlando Silva e o presidente da Confederação de Tênis, Jorge Lacerda, ao lado de Larri Passos e do tricampeão de Roland Garros, Gustavo Kuerten. O projeto custará R$ 2 milhões, este ano.

Guga e seu ex-técnico, enfim, são lembrados para se integrarem a um projeto de formação de atletas olímpicos.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Afinal, qual é a do Mano?


Seis jogadores que estiveram na Argentina ficaram de fora da nova convocação do Mano Menezes: Adriano, Elano, Jadson, Jefferson, Luisão e Sandro. Por lesão só oSandro. No lugar deles, algumas novidades e outros nomes que já haviam sido lembrados: o zagueiro Dedé, os volantes Ralf e Luiz Gustavo, os meias Fernandinho e Renato Augusto e o atacante Jonas.

Mano Menezes precisa se definir entre a busca de resultados e sua afirmação como treinador, ou experiências para formar a seleção que vai disputar a Copa de 2014. Acho difícil, por exemplo, que Lúcio jogue o próximo Mundial. Nesse caso o Mano que trate de arrumar logo alguém para o lugar dele e componha uma zaga definitiva. No meio de campo a mesma coisa: ainda não temos definidos aquele volante da desconstrução nem os meias que lhe farão companhia e alimentarão o ataque. Lá na frente também persiste a indefinição. O que faz o velhinho Fred nesse grupo?

Já perdemos para a Argentina com uma bobagem do Douglas no finzinho do jogo, para a França com a expulsão do Hernanes e empatamos com a Holanda sem nenhum acidente de percurso como nas duas derrotas. Douglas e Hernanes desapareceram da seleção. Coincidência? E não chegamos à semifinal da Copa América, primeira competição oficial da era Mano, com o consolo do fracasso argentino na mesma medida. Ou seja, em matéria de resultado o passivo de Mano Menezes é negativo.

O melhor a fazer a esta altura do campeonato é partir para as experiências em busca de um time visando a Copa. Mas não adianta convocar jogadores como o Jonas e deixá-lo no banco, chamar o vascaíno Dedé e não utilizá-lo, pensando que a Alemanha, adversário do dia próximo dia 10, é muito forte. Daqui a pouco a paciência da mídia e do torcedor se esgota. Pior, vamos chegar a 2014, passando pela Copa das Confederações um ano antes, com outro técnico e sem uma equipe definida.

A frase da Copa América

Para se tornar o maior ganhador da Copa América através da 15ª conquista, acontecida domingo diante do Paraguai, o Uruguai usou de sua garra de sempre e de uma técnica e força de equipe ausentes, por exemplo, nos times do Brasil e da Argentina.

Esta garra uruguaia, muito elogiada pela mídia que acompanhou a Celeste até a final, às vezes passava um tanto de violência, tendo no zagueiro Lugano, aquele mesmo que ficou conhecido no Brasil pela rispidez com que atuava pelo São Paulo, seu maior representante.

Além dos elogios e manifestações de admiração de adversários e de jornalistas o Uruguai campeão teve o atacante Suárez escolhido como o melhor jogador da competição, o zagueiro Coates apontado como revelação a ainda ganhou o Troféu Fair Play, pasmem, entregue ao capitão Lugano, motivo para uma frase genial em tom de brincadeira do Loco Abreu: “Entregar o Troféu Fair Play ao Lugano é como entregar o Prêmio Nobel da Paz ao Bin Laden”.

Fora Ricardo Teixeira

Chegou a hora de o torcedor brasileiro mostrar a força do grito #FORARICARDOTEIXEIRA! Com a participação do jornalista Juca Kfouri o movimento começou por São Paulo e deve se espalhar pelo Brasil.


Então, vamos, convoque os seus amigos e familiares para participar do MEGATWITTAÇO que vai rolar a partir da zero hora de quarta-feira, dia 27/07, e se estenderá por 24 horas, até à zero hora do dia 28/07.


Vamos mostrar que o brasileiro está de olho no que o senhor Ricardo Teixeira está aprontando dentro e fora das quatro linhas na Confederação Brasileira de Futebol.
Mais do que um movimento pela transparência administrativa nesta instituição, o que buscamos é fazer com que este assunto não seja, MAIS UMA VEZ, abafado por aqueles que tiram proveito da falta de informação de todos nós brasileiros.


Como participar:


No Twitter:

Divulgando o link: http://foraricardoteixeira.com.br/megatwittaco
Divulgando a hashtag #FORARICARDOTEIXEIRA
Convocando seus amigos para participar do MEGATWITTAÇO
Seguindo e divulgando os perfis @foraoficial e a fan page #FORARICARDOTEIXEIRA http://on.fb.me/qazU7r


Você foi convocado. Entre em campo com gente!

Acompanhe a contagem regressiva para o MEGATWITTAÇO #FORARICARDOTEIXEIRA através do link:
http://foraricardoteixeira.com.br/megatwittaco

domingo, 24 de julho de 2011

As lições da Copa América


Dá gosto ver a seleção uruguaia jogar. Dá gosto e inveja. É um time técnico, com padrão de jogo, e muito raçudo. O Uruguai do treinador Oscar Tabárez, de Luizito Suárez e Diego Forlán, ensinou como passar pela dita intransponível retranca paraguaia. Fez-se justiça na Copa América. Já pensaram no Paraguai campeão como mais um empate e nova vitória nos pênaltis, sem ganhar uma partida sequer? Qual seria a graça?

Por isso o futebol sul americano deve festejar o título uruguaio, o 15º na Copa América. Brasil e Argentina não ficaram nem entre os quatro primeiros, posições ocupadas por Uruguai, Paraguai, Peru e Venezuela. Algumas observações pertinentes em razão dos últimos resultados da Copa do Mundo e da recém encerrada competição na Argentina: faz tempo não temos mais o melhor futebol do mundo. Na América do Sul este laurel pertence ao Uruguai. E vamos parar de classificar de surpresa qualquer participação destacada no nosso continente, ou mesmo fora daqui, que não seja de Brasil, Argentina ou Uruguai. Venezuela e outras equipes sul americanas menos respeitadas têm hoje seus principais jogadores em clubes europeus, formando um contingente de qualidade e muita experiência em confrontos internacionais e nos principais campeonatos da Europa.

O que vimos na Argentina foi uma mostra desta nova realidade que devemos enfrentar deixando de lado a soberba, encarando o futuro com humildade e planejamento sério. Em se tratando de CBF isto não será fácil, mas o desafio que temos pela frente é monumental, com três competições em sequência no Brasil: Copa das Confederações em 2013, Copa do Mundo em 2014 e a próxima Copa América em 2015. Qual delas vamos vencer? Ou será que perderemos todas?

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Ôrra meu

A mentira de R$ 1 bilhão

Quando autoridades de todos os quadrantes começaram a jurar que não haveria dinheiro público em obras dos estádios para a Copa de 2014 meu desconfiômetro ligou automaticamente. O equipamento tem um dispositivo eletrônico que aciona a luz vermelha sempre que a mentira aparece em forma eufemística ou na cara dura mesmo.

Até aqui o vermelho era fraquinho, sinalizando mentiras diárias, mas de baixa freqüência. Com essa do novo estadio do Corinthians, o Itaquerão, a lâmpada quase explodiu. Alerta máximo. Não é para menos, a doação vai ultrapassar R$ 800 milhões, possivelmente chegando a R$ 1 bilhão.

A conta é simples e revela uma engenharia financeira do capeta. Na verdade paulistas e brasileiros do Oiapoque ao Chuí serão garfados pela obra corintiana: R$400 milhões do BNDES, empréstimo a juros subsidiados; R$ 420 milhões provenientes de um criativo imposto chamado de Certificado de Incentivo ao Desenvolvimento, incentivo fiscal sob nova nomenclatura que vai para um Fundo. Recursos provenientes desse cofre sem fundo chamado Brasil. Exemplo: um empresário com dívida de R$ 7 milhões compra os títulos pagando só cinco, passando a régua no pendura.

A menor contribuição chegará mais ou menos aos R$ 80 milhões e virá do município. E sabem prá quê? Para uma eventual estrutura provisória que aumentará a capacidade do Itaquerão de 48 para 68 mil torcedores, só para a abertura da Copa, exigência da FIFA. Terminou a festa o estádio volta à sua capacidade de origem. Dá pra acreditar? Consolo para nós que pagamos a conta: caso São Paulo não seja escolhida sede para a abertura do Mundial, a cidade economizará os 80 pilas.

Legal, não? De qualquer forma a essa altura recursos federais e do estado já estarão encravados em Itaquera com o Corinthians e seus fiéis torcedores festejando a inauguração do novo estádio, para 68 ou 48 mil espectadores, tanto faz.

A tunga estará consolidada, como se incentivos fiscais não sejam dinheiro público e o BNDES, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social uma empresa pública federal. Infelizmente a mentira nesse país tem pernas longas e usa bota de sete léguas.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Gol contra


Os aviões da Gol não decolaram nesta terça-feira pela manhã do aeroporto de Congonhas. Ficaram todos em solo paulista por causa de um problema no sistema que controla as operações da empresa. Relatos dos jornalistas que cobriram o assunto desde o começo da manhã davam conta do tumulto e do tamanho das filas que não paravam de crescer.

Imagino o grau da irritação e do desconforto dos passageiros. Essa falta de respeito das empresas aéreas e a omissão das instituições que deveriam botar ordem nesses galinheiros em que se transformaram nossos aeroportos se repetem diariamente.

Segunda à noite levei minha irmã ao Aeroporto Internacional Hercílio Luz, a gente sabe, uma tragédia em matéria de conforto apesar da fajuta classificação. Ela embarcaria às 18h55 pela Gol. Embarcaria. O vôo 7650 com destino a Buenos Aires, escala em Porto Alegre, foi cancelado sem nenhum aviso prévio aos passageiros, apesar de emails e telefones dos interessados na informação serem de conhecimento da empresa. Manutenção, alegaram suscintamente. A notícia era recebida na “boca do caixa”, no balcão do chek-in, ou através daqueles painéis que anunciam chegadas e partidas.

Solução? Transferência para um vôo da Tam que sairia três horas depois, com direito a um generoso vaucher para janta. Fui ao balcão da Infraero a procura do canal correto para registrar a reclamação. É impressionante a passividade do usuário. Deixa assim, pensa a maioria. Não adianta reclamar, foi o que ouvi em volta.

Ainda assim fui. Como resposta cheia de má vontade do funcionário que me atendeu, recebi um papelzinho, do tamanho de um selo de postagem, com o endereço eletrônico e um telefone 0800 da Anac, a tal agência reguladora (?) do setor. E um adendo do incomodado atendente. Afinal, eu estava perturbando o seu sossego, imaginei pela pose e disposição: “pessoalmente não é mais possível, só através destes endereços que estou lhe passando”, disse o sujeito atirado pra trás, como se estivesse numa espreguiçadeira.. Cheguei a pensar que era seu horário de folga. Estou quase jogando no time dos que acham que não adianta mesmo reclamar.

O que nos espera depois do Maracanazo?

Se errar é humano, mas persistir no erro é burrice, como diz o povo, o que seriam então nossos jogadores que erraram bisonhamente quatro pênaltis na decisão contra o Paraguai?

Vamos pular essa parte, já passou, e a resposta todo mundo conhece. Os craques brasileiros voltaram pra casa e aos seus cabeleireiros, a procura de soluções criativas visando novas aparições na seleção ou em seus clubes. Para os pés tortos não tem jeito, a ortopedia ainda não descobriu cura para a falta de pontaria.

As lições que ficam da Copa América, se é que aprendemos alguma coisa com a fiasqueira do domingo, é a certeza de que, além da revisão da convocação, Mano deve chamar um psicólogo para tratar o time brasileiro e dele mesmo.

O desequilíbrio emocional,a insegurança e a desorientação foram marcas da seleção em todos os jogos. Além, é claro, das inacreditáveis bobagens cometidas pelos jogadores e pelo próprio técnico.

Só elegância e boa educação não ganham jogos, muito menos competições niveladas como a Copa América. Evoluímos nesse quesito, de Dunga para Mano Menezes. Em compensação dentro e fora do campo no mínimo ficamos na mesma, mesmo com os chamamentos - Ganso e Neymar - tão esperados pelo torcedor brasileiro. Não houve evolução técnica nem tática, com o agravante de o time ter nos passado a sensação de que o grupo do Dunga poderia ter feito melhor.

Enquanto pensamos nisso a tarefa do treinador e seus companheiros da comissão técnica é agir rápido em busca da correção de todos os defeitos, novos ou repetidos, que apareceram na Argentina. Logo teremos em casa a Copa das Confederações e em seguida a Copa do Mundo. Com esse time e, pior, com essa postura nada humilde - não temos mais o melhor futebol do mundo -, não venceremos nenhuma das duas Copas. Como chamaríamos um fracasso deste tamanho no Brasil, depois de o maior de todos que foi a derrota para o sempre guerreiro Uruguai no Maracanazo de 1950? Aceito sugestões.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Assim é, assim será


Cada vez que tento gozar as delícias do ócio e parar de escrever sobre essa chatice em que se transformou o futebol, aparece o sacana do Ricardo Teixeira com suas estripulias à frente da CBF. O homem não dá sossego, a não ser para a turma da Globo que, não tá nem aí para as bandalheiras na entidade que manda e desmanda por aqui e em outras entidades similares. Como aquela que tem sede na Suiça, onde certamente as contas bancárias de todos estão bem fornidas e em segurança.

Claro que há gente honesta entre os profissionais do jornalismo global esportivo ou não. Problema é que o patrão botou lá no quadro de avisos um pequeno lembrete: quem ajuda a pagar nossa folha é o Dr. Ricardo. Portanto, nada de reportagens ou comentários desairosos envolvendo o ínclito presidente da CBF, Copa de 2014, coisa e tal. Então, bico calado, em boca fechada não entra mosca e o emprego está garantido.

Motivo destas irritadas e mal traçadas é a entrevista de Ricardo Teixeira publicada esta semana pela revista Piauí. Além de um deboche e primor de cinismo, é um desafio às instituições que deveriam tomar conta do assunto e botar esse cidadão na cadeia. Os palavrões agridem, mas não incomodam tanto quanto a sua certeza de impunidade. O homem chegou a dizer que só começaria a se preocupar quando saísse alguma coisa no Jornal Nacional.

Só pra refrescar a memória dos ainda têm esperança de que aconteça alguma coisa, que alguém perca mandato ou vá preso. A Bancada da Bola prevalece no Congresso, com ramificações por outras casas oficiais da Capital da República. Ou até mesmo aqui em Santa Catarina, onde tem gente se perpetuando no poder à custa de muita malandragem e corrupção. Não esqueçam, a Bancada já deu jeito nisso uma vez, derrubando uma CPI.

Como se já não bastasse o monte de lama – pra não dizer outra coisa – que enche corredores e gabinetes da Câmara e Senado, ainda temos que pagar o soldo de Tiriricas, Romários, Popós e o agora Senador Zezé Perrela, para quem não sabe, presidente do Cruzeiro e um dos fichas mais sujas entre a cartolagem brasileira.

Longe dos gramados, bispos da Record e a cúpula global encenam guerrinha particular, movida por interesses muito distantes da sociedade e tendo como pano de fundo os direitos de transmissão, seja lá de que esporte ou evento for. Cada um faz seu jogo de cena. As discussões mais tormentosas e acaloradas acabam sempre no futebol e seus personagens sinistros, liderados pelo Capo di Tutti Capi, Dr. Ricardo.

Não se iludam com os arroubos de honestidade da Record. Bispos e pastores seguem fiéis arrecadando dízimos para sua pobre igreja e a Globo renovando sua cartilha de sustentação aos que, como ela, e com ela, enchem a burra sugando os clubes brasileiros e fragilizando nosso futebol.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Uma luz no fim do túnel?

Pecos: promessa de gestão moderna (foto Antônio Prado)


A Fesporte iniciou as comemorações dos seus 18 anos de existência com um café da manhã com a imprensa nesta quarta-feira pela manhã. Como sempre acontece – e eu vivi durante os oito anos esta situação quando lá estive como Coordenador de Comunicação – poucos atenderam o convite do diretor geral da instituição, Adalir Pecos Borsatti. Criada em 1993 em substituição à Dide – Diretoria de Desportos – a Fesporte atinge sua maioridade com a perspectiva de mudança radical proposta por quem é do ramo.

Quem não compareceu – a quase totalidade dos jornalistas esportivos que conhecemos – perdeu a oportunidade de ouvir os projetos de Pecos para a Fesporte e o lançamento da nova logomarca. O esporte catarinense, incluindo o futebol amado e idolatrado pela crônica esportiva em geral, passa pelas ações da entidade. São 15 eventos de peso, como Jogos Abertos, Joguinhos, Moleque Bom de Bola, Jogos Escolares, Jogos da Terceira Idade, Parajasc – Jogos Paradesportivos -, entre outros. O calendário destas competições alcança os 293 municípios catarinenses, envolvendo no total cerca de 53 mil atletas em todas as suas etapas, abrangendo as nacionais onde são muitas as conquistas de títulos e medalhas.

Pecos tem mais de 40 anos de vivência no esporte, como ex-atleta campeoníssimo de voleibol e hoje dirigente. Quer, como todos que gostam da atividade, em seus diversos segmentos, o melhor para Santa Catarina. No café com os poucos jornalistas interessados, expôs um plano moderno de gestão 2011/2018, em dois períodos de quatro anos, independente de quem esteja no governo.

A proposta em linhas gerais inclui o aperfeiçoamento dos atuais eventos geridos e executados pela Fesporte, e a criação de outros, como o Eco Esporte Show, para os chamados esportes radicais, cuja primeira edição em outubro terá Florianópolis como sede. Importante também no contexto de gestão moderna será a criação da Casa do Esporte, no terreno onde hoje funcionam algumas federações a própria Fesporte, o Conselho Estadual do Esporte e o Tribunal de Justiça Desportiva de SC.

O primeiro passo para alcançar o sucesso pretendido será driblar as injunções políticas que têm derrubado a grande maioria das boas ações propostas – o Fundesporte é uma delas - em administrações anteriores. A começar pelas nomeações políticas em detrimento das exigências técnicas dos cargos preenchidos pelo clientelismo e interesses contrários às gestões modernas como quer Pecos na sua passagem pela Fesporte.

Tomara Pecos consiga levar adiante suas idéias, para o bem do esporte catarinense, de potencial incomensurável, mas estagnado pelo intervencionismo de oportunistas e políticos que trabalham na contramão dos interesses da comunidade esportiva.

domingo, 3 de julho de 2011

Mentiras e hipocrisia

Morremos e viramos heróis, os melhores, próximos da santidade, dignos de uma lista extensa de homenagens. É assim neste gelado país tropical. Acaba de acontecer com o ex-presidente Itamar Franco.

Basta revirar os arquivos de jornais, matérias de tevê e comentários políticos para desenterrar essa realidade. O Itamar Presidente da República foi achincalhado, chamado de topetudo, graças àquele cabelo revolto e indomável que o caracterizava como uma figura semelhante aos galãs dos anos 50. Quem sabe estivesse aí o charme que teria atraído aquela secretária, razão para tantas intrigas da corte braziliense. Não faltaram fofocas. Ainda teve aquele outro episódio, o da sua acompanhante sem calcinha no camarote do Sambódromo, em um dos tantos carnavais cariocas. Coisa de paparazzi para infernizar a vida do então presidente Itamar, naquele instante em postura incompatível com a liturgia do cargo. Alí, em público, não era lugar para o comandante de uma nação tirar a calcinha da moça.

Morto, virou o homem do Plano Cruzado, o salvador da pátria, o São Jorge do combate ao dragão inflacionário. Os cínicos, seus companheiros ou adversários da época, descobriram no falecido Itamar um grande estadista, um homem íntegro, em solo brasileiro o maior inimigo da corrupção. Só para pontuar: no velório lá estavam, de braços dados, Collor, Sarney e Lula.

São assim essas homenagens aos falecidos, cobertas de contradições, de mentiras e hipocrisia. Ninguém fica nem vermelho ao pronunciar tantas palavras elogiosas, mentirosas e desprovidas de sinceridade. Em vida não valemos nada, essa é a verdade. Fosse possível seria engraçado voltar nas madrugadas feito fantasma para puxar os pés de tantos canalhas.

CORREÇÃO E ATUALIZAÇÃO

O senador e ex-presidente Itamar Fanco é do Plano Real. E, como desgraça pouca é bobagem, seu suplente é Zezé Perrela, presidente do Cruzeiro e um dos cartolas mais mal falados do futebol brasileiro.

As mulheres salvaram o domingo


Nada de Neymar, Ganso ou Pato. Deu Marta e suas companheiras da seleção feminina na vitória de 3 a 0 sobre a Noruega, resultado que valeu classificação antecipada para a próxima etapa da Copa do Mundo de Futebol das mulheres. Marta fez dois gols e confirmou as qualidades que a apontaram por cinco anos consecutivos como a melhor do mundo. Ao contrário dos marmanjos, que precisam trabalhar duro até o jogo contra o Paraguai. Dá tempo, é só no próximo sábado. Essa competição´é assim, espassada, perfeita para a gigolagem da CBF. Desfalca os clubes e esvazia o Campeonato Brasileiro. A cartolagem, incompetente e omissa, acha mais fácil botar a culpa no calendário.

O futebol gelado do time do Mano Menezes esbarrou na medíocre Venezuela. Enganamos um pouco até a metade do primeiro tempo, mas não passamos do zero a zero na estréia na Copa América. Gozamos da Argentina por causa do empate em 1 a 1 com a Bolívia e acabamos o domingo abaixo de “los hermanos”, até duvidando da própria sorte nesta fase de grupos. Pior que o futebol apresentado por nossos bichinhos de estimação, só o espanhol do Mano Menezes na entrevista coletiva.