terça-feira, 21 de junho de 2011

A matemática do crime e da impunidade

No distante 1995 Edmundo no auge da fama matou três e feriu duas pessoas em um único acidente de trânsito no Rio de Janeiro. Estava embriagado e dirigindo em alta velocidade. Dudu, atacante do Figueirense, acaba de igualar o mal feito do companheiro de profissão no acidente da Via Expressa Sul.

O número de vítimas fatais foi o mesmo, a irresponsabilidade maior ainda e a dose alcoólica semelhante. O agravante nesse caso é que Dudu nunca teve carteira de habilitação. Não que a sua posse represente alvará para o assassinato. A falta do documento apenas escancara mais uma vez os furos de uma legislação que leva à impunidade, não importam a freqüência dos fatos e os números impressionantes de mortos e sequelados.

As estatísticas dos crimes cometidos por embriaguês e alta velocidade, sozinhas ou misturadas, aumentam toda a semana e não poupam vítimas e seus familiares. Os únicos que escapam ilesos são os bandidos do volante, que variam de jogadores de futebol a figurinhas de diversos segmentos da sociedade, conhecidas ou não. Todas protegidas, claro, pelo saldo bancário e pelas costas largas.

Edmundo desde 1995 - dez anos depois esteve envolvido em outro acidente sem mortes e ainda tentou fugir do local - anda livre leve e solto por aí, exercendo sua profissão e agora invadindo a seara jornalística como comentarista da TV Bandeirantes. Na última semana houve um joguinho de cena do judiciário. Não passou disso. Foi preso num dia, solto no outro.

Dudu acaba de colocar seu nome na extensa lista de assassinos do trânsito. Como seu pedigree não é o mesmo, não pertence à mesma linhagem, pode se incomodar um pouco mais que o Animal (apelidinho mais que perfeito, mas para fora das quatro linhas). Embora o Figueirense, por coincidência o clube que recebeu o Edmundo nos estertores da sua carreira, tenha se apressado a dar cobertura ao Dudu.

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