quinta-feira, 31 de março de 2011

O jornal do poste




A Casa Cor, aquele evento nômade de decoração de interiores, frufrus e assemelhados, começou em novo endereço dia 19 de março e termina dia 1º de maio, por ironia mês de aniversário do jornal O Estado, se ainda vivo fosse.

O mais importante jornal catarinense, mais uma ironia, viveu seus últimos e gloriosos anos em frente ao Cemitério Jardim da Paz. Ali agonizou e morreu. O prédio e seus arquivos que contam sua história e boa parte da história de Santa Catarina ficaram durante anos abandonados por conta de ume pendenga judicial. Dava dó passar por lá, na descida do morro, e ver primeiro a depredação, depois a pichação. Agora está tudo colorido, mascarando o verdadeiro significado do lugar que um dia foi a grande escola do jornalismo catarinense. Eu mesmo, vindo do Jornal de Santa Catarina e de Blumenau, comecinho da década de 70, aprendi quase tudo naquele jornalão.

Caminhando pela Beira Mar Norte, trecho do Koxixos em direção ao centro da cidade, me dei conta que O Estado, carinhosamente até hoje chamado de “o mais antigo”, virou o jornal do poste. Estão lá, ao longo deste trajeto, penduradas nos postes de iluminação, placas vermelhas indicando o endereço da Casa Cor 2011: Antigo jornal O Estado, SC-401 – 2600.

quarta-feira, 30 de março de 2011

O mano a mano da CBF com os empresários

Mano Menezes, quem diria

A CBF continua a mesma. Entra ano sai ano, entra treinador sai treinador, as competições mudam, mas a cúpula maior do futebol brasileiro não toma jeito. Ricardo Teixeira, não por acaso presidente do Comitê Organizador Local da Copa de 2014, e também não por acaso foco principal de todas as críticas dirigidas à nossa preparação para o evento, comanda na cara de pau e sem o mínimo constrangimento, a hoje mais importante agência negociadora de jogadores profissionais. A matéria publicada nesta quarta-feira pela Folha de São Paulo, reproduzida abaixo, é não só esclarecedora, mas principalmente estarrecedora. É com essa turma, associada ao Ministério do Esporte do senhor Orlando Silva, que vamos encarar, logo, logo, uma Copa do Mundo e uma Olimpíada. Deus nos ajude.

Por Gustavo Franceschini, Gustavo Perroni
e Thales Calipo, da Folha de São Paulo

O clima permissivo encontrado no hotel The Dorchester, durante a passagem da seleção brasileira por Londres, na última semana, não foi uma exceção. Desde que o Brasil foi derrotado na Copa do Mundo de 2010 e, consequentemente, o comando técnico foi trocado, as portas das concentrações voltaram a ficar abertas a olheiros e empresários em geral, em postura completamente oposta à adotada por Dunga durante sua gestão.


Em Londres, antes do jogo com a Escócia, por exemplo, pelo menos oito empresários tiveram acesso livre aos jogadores brasileiros. Entre eles, estavam nomes como o de Pini Zahavi, um dos maiores agentes do futebol mundial, e Kia Joorabchian, conhecido no país por comandar o fundo de investimentos MSI, ex-parceiro do Corinthians.
Também tiveram contato com os atletas em Londres alguns agentes brasileiros, como Wagner Ribeiro (que representa Neymar e Lucas) e Carlos Leite (empresário de Mano Menezes e do meia Renato Augusto).


O encontro entre agente e atletas em Londres não só aconteceu com a permissão da CBF, mas contou também com a participação direta da entidade. Dois funcionários da seleção brasileira recepcionaram os agentes no saguão.


O esquema foi simples. Os empresários ficavam num canto do lobby do hotel The Dorchester e, após o jantar, os atletas foram encontrá-los. As conversas duravam, no máximo, 20 minutos. Até o técnico Mano Menezes conversou com alguns dos “visitantes”, dando claro sinal de que aprova o trânsito dessas pessoas.
Os agentes alegam que não se fala de negócios nessas visitas. E que elas servem apenas para distrair os jogadores e para os clientes dizerem se precisam de algo. Argumentam que na Copa da África, alguns atletas não ficaram à vontade com a clausura imposta por Dunga. Luís Fabiano foi um deles.


No estádio, já sem nenhuma ligação com a CBF, os empresários estavam em ritmo de encontro de negócios. Wagner Ribeiro e Thiago Ferro, da DIS, ligada ao grupo Sonda, assistiram à partida no camarote de Zahavi. Após o jogo, eles jantaram com Neymar.
A seleção brasileira registrou posturas completamente opostas em pouco menos de quatro anos. Durante a preparação para a Copa do Mundo de 2006, o técnico Carlos Alberto Parreira atendeu aos interesses comerciais da CBF e permitiu a realização de uma “pré-temporada” em Weggis. Com os cofres cheios, a entidade transformou o período que serviria para a preparação dos atletas em um grande show.


Esse clima festivo chegou à concentração. Além da liberdade para curtirem a noite, os jogadores esbarravam diariamente na recepção do hotel com torcedores batendo bola e até atrizes pornôs. Empresários gozavam da mesma liberdade e aproveitavam para estreitar laços com os atletas.


Todo esse oba-oba foi apontado posteriormente pela CBF como o grande motivo para o fracasso no Mundial de 2006. Diante disso, Dunga foi contratado com a missão de mudar esse panorama. E, para isso, o técnico radicalizou ao blindar completamente o grupo da seleção, afastando assim os atletas dos empresários, torcida e imprensa.


O novo fracasso fez a CBF, mais uma vez, mudar de ideia. Com Mano Menezes, o presidente Ricardo Teixeira anunciou que pretendia reaproximar seleção e torcedores.
O convívio entre agentes e jogadores, no entanto, não se resume à concentração da equipe principal. Nas categorias menores, o entra e sai de empresários acontece da mesma forma, com representantes de clubes abordando diretamente alguns dos destaques do time nacional.


No Peru, durante o Sul-Americano sub-20, realizado no início deste ano, os empresários não encontraram nenhuma barreira para conversar com atletas. Logo após a conquista do título, por exemplo, enquanto acontecia um churrasco nas dependências da concentração, o olheiro Pieter de Visser, do Chelsea, abordava livremente os volantes Casemiro, do São Paulo, e Fernando, do Grêmio, a poucos metros do local em que acontecia a festa.


Grande astro do time comandado por Ney Franco, o atacante Neymar também teve pelo menos um contato com Albert Valentim, representante do Barcelona no torneio. Os dois acompanharam a vitória do Brasil sobre o Equador por 1 a 0 na tribuna de honra do estádio Monumental UNSA, em Arequipa. O dirigente já havia destacado o interesse especial pelo futebol do atacante santista.


Neymar, por sinal, esteve acompanhado durante toda a disputa do hexagonal do Sul-Americano por seu pai, que frequentemente era visto conversando com alguns dos muitos empresários hospedados no mesmo hotel em que estava a seleção sub-20. Um deles era Nick Arcuri, representante de Jucilei, ex-Corinthians, e que estava no Peru acompanhando outro cliente seu, o atacante Willian José, do São Paulo.


Esse fenômeno já atingiu até a seleção brasileira sub-17, que está no Equador disputando o Sul-Americano da categoria. Apesar de a grande maioria ainda estar longe do time profissional, empresários tentam prospectar novos clientes diretamente na fonte, como acontece com Andrigo, que já desperta o interesse de gigantes do futebol mundial. A revelação do Internacional, no entanto, conta com o suporte in loco de um representante da DIS, empresa que agencia a sua carreira, para quaisquer contatos.


segunda-feira, 28 de março de 2011

De Rogério Ceni, com carinho

Divulgação/Site oficial

“Dedico aos caras que enfrentam e trazem benefícios ao futebol brasileiro. Aqueles que não pensam em si apenas, não pensam só no seu clube, mas no futebol daqui alguns anos. Os caras que ganham para si e querem dividir com todos, com os clubes menores. O São Paulo não briga com ninguém, quer o melhor para ele, mas sempre se preocupando em trazer os outros para perto. Este é grande motivo… para que as pessoas sentem, parem e pensem, independentemente, da emissora. Que tenham bom senso, que não prejudiquem um clube que luta pelos direitos. Será que no país você não pode lutar de maneira justa? Será que só uma pessoa manda neste pais? Mais que o presidente da república?”.

Nesta declaração contundente aos repórteres paulistas, depois do centésimo gol, Rogério Ceni fez sua dedicatória criticando a questão dos direitos de transmissão de TV, no processo em que o São Paulo ficou praticamente isolado, em uma disputa contra o rival Corinthians, outros clubes, a CBF e a TV Globo. Ceni não citou nomes, mas o recado com toda a certeza é endereçado a Andrés Sanchez e Ricardo Teixeira.

Bom seria que pelo menos os jogadores consagrados, com a vida ganha e já em final de carreira, ao invés de acomodados e olhando apenas para os seus próprios umbigos, tivessem a coragem e a lucidez de Rogério Ceni. São recados como o desse paranaense de Pato Branco que ajudariam a purificar um pouco o ar infectado que contamina o futebol brasileiro graças às ações da cartolagem comprometida somente com seus interesses.

sexta-feira, 25 de março de 2011

A ponte aérea vai bombar


O Rio de Janeiro continua lindo

Adriano é do Corinthians até 2012. Clausula prevê rescisão do contrato caso o jogador se meta em confusão, como está acostumado. O Gilmar Rinaldi, seu empresário, pelo jeito tem um poder de convencimento imbatível. Se bem que aí deve ter o dedo do Ronaldo, agora um dos mandões do Corínthias, quem sabe acima até do presidente Andrés Sanches. Dinheiro é poder, e grana é que não falta ao mais novo fenômeno extra campo da comunicação e marketing. O certo em tudo isso é que a ponte aérea São Paulo-Rio vai bombar.

terça-feira, 22 de março de 2011

Perguntinhas

Do leitor

Quais motivos teriam levado DEUS nos dar uma terra tão abençoada, sem terremotos e suas consequências, água a vontade, até mesmo para gasta-la em demasia e de forma irresponsável, terra agriculturável, diversidade de alimentos a bom preço, relativa paz social? Vocês não acham que tudo parece assim tão perfeito? Bem, pois temos um Ministro dos Esportes do partido comunista que acaba de receber gordas contribuições do Mac Donalds, do Bradesco e da Coca Cola, um presidente da CBF com uma interminável lista de denuncias,de falcatruas, empresas não declaradas no exterior, maracutaias com políticos, clubes enfraquecidos por interesses escusos de seus dirigentes. Fico pensando se não mereceríamos mais respeito e um pingo de dignidade por parte dos governantes.


Do blog do Mário Marcos de Souza, ex-colunista da Zero Hora

Quando teremos um Michel Platini na CBF? - O imenso fosso que separa, economicamente, o futebol brasileiro do europeu não se explica apenas pelo poderio financeiro dos grandes clubes e pela minuciosa organização. A explicação para a distância entre um e outro também se deve à mentalidade. Querem um exemplo? Nesta terça-feira, o ex-jogador francês Michel Platini, 55 anos, foi reeleito em Paris para mais um mandato como presidente da poderosa União Europeia das Associações de Futebol (Uefa). Platini fica no cargo até 2015. Foi eleito por aclamação.
É uma das diferenças.
Quando veremos um ex-jogador de futebol romper a barreira de cartolas de federações e assumir a presidência da CBF? Do jeito que a situação vai, teremos de esperar algumas gerações de brasileiros antes de chegarmos a este ponto de maturidade – o de entregar o poder da entidade para aqueles que são responsáveis pela grandeza do futebol.
Aqui o futebol virou um feudo de cartolas, um clube fechado, sem brechas. Nomes o futebol brasileiro teria de sobra, ou Zico não poderia ser um presidente bem superior ao atual? Dá para citar outros, o ex-goleiro Zetti, Falcão, Vladimir (o pai do lateral Gabriel, do Grêmio) e tantos outros. Qualquer um deles seria uma espécie de Platini brasileiro – mas, assim como a paz no mundo, este projeto fica apenas no terreno da utopia.
Enquanto não chegamos lá, resta admirar os europeus.
Platini foi eleito não por jogadores, mas pelos presidentes de 53 federações nacionais e integrantes do comitê executivo. No discurso ele fez uma homenagem aos jogadores, qualificando-os como “educadores voluntários que trabalham com paixão e amor pelo futebol”.
- São heróis da vida cotidiana, sem os quais não haveria Beckenbauer, Cruyff, Zidane e Messi – disse, claramente emocionado.
Platini tem vários objetivos nesta nova gestão. Um deles: vai implantar o chamado fair play financeiro, que val na temporada 2014/2015. Significa que clubes sem equilíbrio financeiro serão excluídos das competições europeias (imaginem isso por aqui).
Ele também é defensor do auxílio de vídeos na arbitragem e vai colocar cinco observadores trabalhando com o recurso nas competições. A novidade entra em vigor já na próxima temporada.
Platini foi eleito pela primeira vez em 26 de janeiro de 2007, em Düsseldorf, na Alemanha. Ele derrotou o sueco Lennart Johansson.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Aeroportos para navios

Uma chuvarada hoje pela manhã em Salvador causou estragos consideráveis no aeroporto Antônio Carlos Magalhães. É internacional que nem os nossos,em Santa Catarina, precário como todos Brasil afora, incluindo alguns que ainda cheiram a tinta fresca no nordeste do Lula. No de Salvador o teto de uma livraria desabou, lojas e o saguão foram inundados.

É mais um registro negativo entre tantos que se pode fazer quando o foco são os aeroportos brasileiros, portas de entrada para nossos visitantes na Copa de 2014. Um ano antes tem a Copa das Confederações, evento teste. Em 2016 na Olimpíada, o problema é do Rio de Janeiro, reduto de Sérgio Cabral e Eduardo Paes, aqueles dois bobos alegres que acabam de participar com os cariocas de uma pantomima paparicante.

Enquanto se repetem os fatos negativos e noticiário envolvendo cifras astronômicas para as reformas, algumas repetidas, de aeroportos e estádios, não conseguimos mostrar ao mundo e aos mandões da FIFA o que realmente podemos fazer como sede de eventos esportivos tão importantes. Até agora só alimentamos a desconfiança e a suspeita de superfaturamento e obras mal explicadas, quem sabe até mal acabadas e que logo necessitarão de reformas.

Enquanto esperamos pelo guarda sol do Amin



Domingo de manhã cedinho fui dar uma espiada na meia maratona, evento da Fundação Municipal de Esportes. Um pouco para matar as saudades da maratona inteira que a Fesporte, a Fundação Estadual, no tempo em que eu trabalhava lá realizava em Florianópolis. Era uma grande competição que a última administração se encarregou de acabar. Roubaram tanto para campanhas políticas e outros fins não tão explícitos que faltou dinheiro para o principal.

Além de acompanhar um pouco o trabalho da Fundação Municipal hoje presidida com eficiência pelo Édio Manoel Pereira, prestei atenção na cara nova da Beira Mar Norte. Ficou bonitinha, mas ordinária. Pelo menos até que aquelas palmeiras melhorem o visual e projetem um pouco de sombra aos passantes, ou aos caminhantes e atletas de fim de semana. Faltam equipamentos esportivos, bares e restaurantes à beira mar. Talvez não seja conveniente. O mau cheiro é insuportável em alguns trechos, e assim será até que o Esperidião Amin tire do baú sua promessa e aquele guarda sol que seria aberto quando a Beira Mar ganhasse condições de balneabilidade. Quando as palmeiras crescerem vou levar minha cadeirinha para esperar sentado e na sombra.

Por enquanto quem está adorando é a cachorrada, com a abertura dos novos sanitários, amplos e de frente pro mar. Prova disso é que a freqüência aumentou. Tem de todas as raças e tamanhos. Terminada a temporada os porcalhões voltaram para a cidade.

O que não tem jeito mesmo é aquele trapichezinho mocorongo que o Dário, o Pato Rouco et caterva pretendem inaugurar com a conhecida pompa e circunstância. Coisa horrorosa, pequeno e imprestável. Tem igual e com melhor serventia em Barra Grande, uma vila de pescadores com 1.500 habitantes que conheci no sul da Bahia. E nem por isso a turma de lá se acha no direito de reivindicar o título de capital do turismo baiano.

Ele não é o cara

O Barak Obama veio aqui e falou em ditadura como se os EUA não tivessem nada a ver com isso. A turma aprende rápido: no Brasil é só falar em mengão, samba, futebol e nas belezas naturais do país que fica o dito pelo não dito. Ah, conhecer uma das nossas favelas e bater bola com um negrinho pega melhor ainda. Vou me esconder rapidinho antes que o Serviço Secreto deles dê um jeito nesse antiamericano

quinta-feira, 10 de março de 2011

Um time com a cara do Dunga


Dunga está afastado do futebol, escondido no bairro de Ipanema, não o do Rio de Janeiro, onde não teria paz, mas em Porto Alegre, caminhando no calçadão à beira do Guaíba, protegido pela mídia gaúcha, por seus conterrâneos e admiradores. Nem por isso estamos livres dos seus conceitos sobre o que é bom para o futebol, aplicados naquela seleção brasileira horrorosa.

O homem tem os seus discípulos e seguidores. Um deles veio para Santa Catarina, quem sabe para expandir os ensinamentos onde o medo predomina sobre a ousadia e o foco no futebol ofensivo. Jorginho, o novo técnico do Figueirense, mostrou em Joinville que aquele time ligeiro e que jogava pra frente está com os dias contados.

Um gol é suficiente para atender à proposta implantada pelo treinador que foi auxiliar de Dunga na última Copa do Mundo. Caso tenha assistido à partida contra o Joinville, Márcio Goiano deve ter pulado no sofá quando um volantão substituiu a habilidade do meia artilheiro Breitner e atraiu o adversário para a fronteira do perigo, as proximidades da grande área.

A torcida do Figueirense que trate de se acostumar. O time tem nova cara nas mãos de Jorginho, como treinador fracasso no América RJ e Goiás. Um a zero é goleada, empate é vitória, não importam as circunstâncias do jogo, a posição na tabela ou as consequências de uma vantagem jogada fora. É um jogo só, mas o fantasma do Dunga assombra o Orlando Scarpelli.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Um olho no peixe, outro nos gatos

Tudo, mas tudo mesmo, o que envolve a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016 no Brasil é motivo para polêmica, suspeitas e muita desconfiança. O Senado aprovou terça-feira a criação da APO (Autoridade Pública Olímpica), estatal que vai organizar os Jogos de 2016 no Rio de Janeiro.

É a mais nova proposta para muitas discussões e controvérsias graças, nesse caso, à reação de alguns senadores ao resultado da votação (46 a 13) que inclui a emenda do deputado Marco Maia (PT-RS), prorrogando sem licitação cerca de 6,4 mil contratos de concessionárias comerciais dos aeroportos administrados pela Infraero. Os senadores descontentes – o que não significa dispostos a evitar a roubalheira - vão propor à presidenta Dilma Rousseff o veto dessa emenda.A rejeição total desta MP só não aconteceu agora para evitar que ela caducasse, obrigando a uma nova votação a partir da Câmara.

Entre os contratos estão os firmados por lojas e pontos comerciais instalados nos principais pontos do país. Os lojistas reivindicam a prorrogação especialmente no período da Copa de 2014 e das Olimpíadas, quando o movimento nos aeroportos será maior.

Depois virá a discussão sobre quem vai comandar a APO e o número de empregos que a estatal poderá oferecer. O Ministro do Esporte, Orlando Silva, cobiçou o posto mais importante, mas foi descartado, segundo informações que circulam pelos corredores do Palácio do Planalto. Seria muita concentração de poder em um só Ministério e que tem sido alvo de muitas acusações sobre o mau uso do dinheiro público.O chefão, convidado por Dilma, será Henrique Meirelles, ex-Banco Central, guardião da chave do cofre durante a gestão Lula.

Já foi reduzido de 484 para 181 o número de cargos a serem criados na APO, com salários de até R$ 22 mil. Em outro item do texto recém aprovado e que vai à sanção da presidenta, está a proibição de alteração de contratos e aumento de valores após concluídas as licitações.

Tomara sejam verdadeiramente boas as intenções dos senadores contrários à emenda do deputado petista e a outras distorções que apareçam mais adiante. Ou então seguiremos o roteiro tradicional traçado pelos legisladores deste país em todas as suas esferas. É o que temos, até o momento, vislumbrando a organização no Brasil de Copa do Mundo e Olimpíada.



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terça-feira, 1 de março de 2011

A culpa é sempre dos outros


O que estava escondido nos bastidores veio à tona domingo com a derrota do Figueirense para o Criciúma. O técnico Márcio Goiano insinuou em declarações pós-jogo que alguns de seus pleitos envolvendo contratações não foram atendidos pela diretoria. O que era uma verdade.Bastava olhar para o banco de reservas. O treinador não tinha alternativas para a necessária virada de jogo.

O presidente do clube, Nestor Lodetti, não gostou das insinuações e segunda-feira à noite vieram a réplica e a grande surpresa com a demissão de Márcio Goiano, que vai fazer companhia a Adilson Batista, dispensado pelo Santos domingo. Sem açodamento, mas com dificuldades,Goiano formou um bom time, trouxe o Figueirense de volta à serie A do Brasileiro e foi à decisão do turno do Catarinense.Mas, em uma só partida ele acabou perdendo demais, desperdiçando a chance de garantir vagas na final do Estadual e na Copa do Brasil do ano que vem.

A torcida não cobrou por essa derrota, apesar do tamanho do estrago. Pelo contrário e, fato inédito, mostrou solidariedade ao Márcio protestando contra o ato dos dirigentes. Enfim, o Figueirense não foi nada original, transformando Márcio Goiano no mordomo do caso, ou seja, o único culpado pelo fracasso de domingo, ignorando que o grupo era frágil e subestimara um bom adversário, responsável pelas duas únicas derrotas do time no turno, a última delas fatal.

Seguindo o ritual macabro do futebol brasileiro de cortar cabeças, a meta agora é encontrar um treinador que faça mais que o demitido. Sem agregar qualidade ao elenco não vejo como o futuro técnico possa alcançar o sucesso desejado por dirigentes e torcedores. De bom mesmo é que a vitória do Criciúma deu novas cores ao returno acirrando rivalidades, especialmente a da Capital, na busca da segunda vaga na Copa do Brasil e na final do nosso campeonato.


ATUALIZANDO - Com o fim da era Márcio Goiano começa a era Dunga, desculpem, Jorginho. Márcio é tucano novo, recém ultrapassou as quatro linhas para ocupar a posição de treinador à beira do gramado. Jorginho tem fronteiras ampliadas, jogou em grandes clubes no Brasil e pelo mundo. Também passou pela seleção brasileira como jogador e como auxiliar do Dunga.A conferir o que o Figueirense vai lucrar com essa troca que não agradou à torcida.