quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Querem me enlouquecer

Levei um amigo ao aeroporto Hercílio Luz quarta-feira (21) à tarde para embarcar pela Gol às 14h50 com destino a Brasília, conexão em São Paulo. Vôo cancelado, dizia o quadro de partidas. “Avisamos os passageiros”, mentiu a funcionária no balcão da companhia. O amigo embarcou só às 16h40, correndo o risco de perder a conexão em Congonhas (antes era Guarulhos), seu novo destino intermediário.


No meu caso enfrento a Tim, Net e Celesc. É coisa, né? Para um final de ano, quando saúde e paz são os votos com mais ibope, é de encher o saco de qualquer cidadão desprotegido, apesar de todas as agências reguladoras inventadas por nossos governantes preocupados com o desemprego.


Com a Tim o problema é simples: falta de sinal em locais dos mais surpreendentes. Pode ser até ao lado de uma antena da companhia. Com a Celesc a relação é um pouco mais complicada: mudei pra casa nova e espero a luz há quase um mês.


A Net merece um parágrafo especial. Tenho o tal de Combo, tevê, telefone e internet. Um dia antes da mudança, que aconteceu dia 30 de novembro, pedi a suspensão temporária da assinatura. Ainda não tenho luz, não sei quando será ligada. Apesar da minha advertência, a atendente, “por garantia”, decidiu agendar a religação no meu novo endereço. Dias depois, e antes da data marcada, recebi telefonema da Net para confirmar o serviço. Repeti a ladainha. Não tenho luz. Para minha surpresa, no dia agendado apareceram dois técnicos para efetuar o serviço. Muita paciência (afinal, os caras não têm culpa pela esculhambação) e novo relato para explicar a situação. Acabou? Que nada. Passado um tempo, e eu ainda sem luz, recebo telefonema perguntando se a ligação podia ser ativada. Pqp, pensei. Só pensei, em respeito à senhora ou senhorita do outro lado do fio. Explicado o assunto ouvi a pergunta surpreendente. “Quer suspender a assinatura”? Pensei que já estava suspensa faz tempo, respondi já rezando um Pai Nosso. Esclarecido? Não. Nesta quarta, junto com a aventura no aeroporto, de novo a Net: “Estamos com um comunicado de cancelamento da sua assinatura. O senhor confirma”?

Não fiz um escândalo porque estava ao lado do meu amigo, no balcão da Gol, acompanhando sua tentativa de solução para poder chegar em Brasília, ainda naquele dia, com uma carga/encomenda de cinco quilos de camarão.

Quando a galinha do vizinho é muito pior

Santa Catarina foi escolhida sede do Campeonato Mundial do handebol Feminino, uma espécie de reconhecimento ao potencial desta modalidade no estado, com destaque para a equipe de Blumenau, várias vezes finalista da Liga Nacional.

Perdemos a sede do evento para São Paulo por conta de exigências absurdas feitas pela Federação Mundial aos dirigentes catarinenses. Como relata o leitor e desportista Hans Werner Hackradt:


"SC deveria ter sido a sede do evento. Exigiram climatização nos ginásios, áreas vips de qualidade superior, transporte individual para alguns figurões (40 no mínimo) ....etc. Orçamos tudo em 12 milhões. O Governo não topou e levaram para São Paulo.


Em São Paulo os ginásios não tiveram climatização, a área vip foi demarcada com folhas de papel almaço, pouquíssimo público ( o que aqui não iria acontecer), dificuldades com locais de treinamento e outros inúmeros problemas.


Acho que pelo que eles gastaram com os cortes nas exigências (que eram só para nosso Estado), nós teríamos feito muito melhor. Não acham?
Eu tenho certeza - somos um Estado que sabe recepcionar e acolher os amigos e na área do esporte. Apesar de jogados em 3º plano, ainda damos exemplo".



Também acho Hans. Mas se derem dinheiro para uma competição importante como essa do handebol, não vão sobrar recursos para a Secretaria da Cultura, Turismo e Esporte gastar a rodo com projetos eleitoreiros e inúteis. Inclusive desrespeitando e desmoralizando o Conselho Estadual do Esporte, que não aprova alguns desses projetos, mas os vê contemplados pela Secretaria com verbas de deixar o Tio Patinhas roxo de raiva.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Da mazembada ao barcelonaço

Quem da grande imprensa esportiva brasileira teria coragem de dizer que o Santos não tinha a mínima chance diante do Barcelona, que entraria numa roda de bobo e que perderia de goleada? Ou pelo menos simplesmente afirmar que uma derrota honrosa era o melhor resultado que o time paulista poderia alcançar. Nada disso apareceu nos noticiários nos dias que antecederam a decisão do Mundial de clubes. Ao contrário, só se falava e escrevia sobre o grande duelo entre Messi e Neymar. Engano que provoca desastres como esse do Santos, e do Inter em 2010 contra o Mazembe. Agora surgiram os profetas do acontecido.

Tudo bobagem. Quando a verdade ficou escancarada aqueles que acompanham bem de perto o futebol no mundo por estarem toda hora próximos dos grandes eventos destravaram a matraca. A hegemonia européia apareceu junto com o futebol insuperável do Barcelona, sobrando para nossos times e a seleção brasileira os piores diagnósticos e as projeções mais pessimistas.

Infelizmente essa é a realidade do futebol brasileiro sempre empurrada pra baixo do tapete, com a sua desorganização, com seus jogadores precocemente transformados em craques (ou inventados como tal), com seus treinadores superados e adeptos do futebol dos chutões, da retranca, da bola parada, todos dependentes da individualidade de alguns fora de série.

É com tal mentalidade retrógada e alimentada pela mídia que vamos enfrentar as próximas competições internacionais como a Copa Sul Americana e a Libertadores, além da Copa das Confederações em 2013 e a Copa do Mundo no ano seguinte. A seleção brasileira não deu mais no couro e o futuro do time comandado por Mano Menezes não é confiável. Mas continuaremos insistindo nas teses caducas de que jogamos o melhor futebol do mundo e de que produzimos uma série interminável de craques.

É bom mudarmos de opinião rapidamente antes que a tragédia aconteça. È bom também lembrar aos dirigentes que transformam seus clubes em grandes balcões de negócios na compra e venda de jogadores desgastados pelo tempo e por lesões, que investimentos nas divisões de base com estrutura profissional dão muito retorno. O Barcelona, exemplo fresquinho na memória do torcedor, do Santos, especialmente, tem no seu grande time titular nove jogadores criados em casa, mais os que passam pelo banco de reservas. Pensemos muito bem nisso, antes que os compromissos futuros nos tragam mais decepções, piores até do que a do último domingo com o Santos e a do Mundial anterior com a “mazembada”.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Mataram o Mosquito

Não é porque o Mosquito morreu que vou sair por aí dizendo que ele era o melhor homem do mundo. Mas estava longe de ser o pior e merecia algum tipo de reconhecimento, mas em vida, não depois de morto. Tivemos nos últimos tempos uma relação conturbada em virtude das suas cobranças. O Mosquito tinha um jeito torto de enxergar o jornalismo e os jornalistas, inclusive os mais próximos dele, que de alguma forma o viam com simpatia.

Dada a sua língua destravada e por vezes inoportuna foi perdendo pelo caminho algumas boas cabeças que podiam abraçar as suas causas e acompanhá-lo na sua jornada contra a corrupção. Sua metralhadora giratória não poupava ninguém, às vezes nem seus amigos ou simplesmente conhecidos sempre interessados na leitura das suas tijoladas. Infelizmente a pressão do outro lado foi maior do que a que ele estava preparado para suportar.

E no final todo mundo matou o Mosquito, me sussurra um amigo ao lado, completando minha idéia da insustentável convivência com a obsessão. Pensem nisso, principalmente aqueles oportunistas que diziam apoiá-lo sem uma palavra de advertência, sem um pingo de responsabilidade diante do desfecho trágico que se avizinhava. O Mosquito não se matou, foi assassinado.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

O Romário, quem diria

Romário, pelo jeito, não é apenas um ex-jogador que decidiu se aventurar pelos corredores da Câmara Federal onde exerce seu mandato de deputado. Resolveu levar a sério a procuração que lhe foi passada pelo povo e até aqui já tem feito muito barulho com declarações surpreendentes e com objetivo claro. Se não for mais uma manifestação demagógica e oportunista, das muitas produzidas em Brasília, o baixinho vai incomodar muita gente até a data em que assistiremos a uma Copa do Mundo por aqui.


Sintam a contundência de parte da entrevista concedida por Romário ao repórter Cosme Rímolli, da TV Record:


- Você foi recebido com preconceito em Brasília?


Olha, vou ser claro para quem ler entender como as coisas são. Há o burro, aquele que não entende o que acontece ao redor. E há o ignorante, que não teve tempo de aprender. Não houve preconceito comigo porque não sou nem uma coisa nem outra. Mesmo tendo a rotina de um grande jogador que fui, nunca deixei de me informar, estudar. Vim de uma família muito humilde. Nasci na favela. Meu pai, que está no céu, e minha mãe ralaram para me dar além de comida, educação. Consciência das coisas... Não só joguei futebol. Frequentei dois anos de faculdade de Educação Física. E dois de moda. Sim, moda. Sempre gostei de roupa, de me vestir bem. Queria entender como as roupas eram feitas. Mas isso é o de menos. O que importa é que esta sede de conhecimento me deu preparo para ser uma pessoa consciente... Preparada para a vida. E insisto em uma tese em Brasília, com os outros deputados. O Brasil só vai deixar de ser um país tão atrasado quando a educação for valorizada. O professor é uma das classes que menos ganha e é a mais importante. O Brasil cria gerações de pessoas ignorantes porque não valoriza a Educação. E seus professores. Não há interesse de que a população brasileira deixe de ser ignorante. Há quem se beneficie disso. As pessoas que comandam o País precisam passar a enxergar isso. A Saúde é importante? Lógico que é. Mas a Educação de um povo é muito mais.


- Essa ignorância ajuda a corrupção? Por exemplo, que legado deixou o Pan do Rio?


Você não tenha dúvidas que a ignorância é parceira da corrupção. Os gastos previstos para o Pan do Rio eram de, no máximo, R$ 400 milhões. Foram gastos R$ 3,5 bilhões. Vou dar um testemunho que nunca dei. Comprei alguns apartamentos na Vila Panamericana do Rio como investimento. A melhor coisa que fiz foi vender esses apartamentos rapidamente. Sabe por quê? A Vila do Pan foi construída em cima de um pântano. Está afundando. O Velódromo caríssimo está abandonado. Assim como o Complexo Aquático Maria Lenk... É um escândalo! Uma vergonha! Todos fingem não enxergar. Alguém ganhou muito dinheiro com o Panamericano do Rio. A ignorância da população é que deixa essa gente safada sossegada. Sabe que ninguém vai cobrar nada das autoridades. A população não sabe da força que tem. Por isso que defendo os professores. Não temos base cultural nem para entender o que acontece ao nosso lado. E muito menos para perceber a força que temos. Para que gente poderosa vai querer a população consciente? O Pan do Rio custou quatro vezes mais do que este do México. Não deixou legado algum e ninguém abre a boca para reclamar.



- Se o Pan foi assim, a Copa do Mundo no Brasil será uma festa para os corruptos...


Vou te dar um dado assustador. A presidente Dilma havia afirmado quando assumiu que a Copa custaria R$ 42 bilhões. Já está em R$ 72 bilhões. E ninguém sabe onde os gastos vão parar. Ningúem. Com exceção de São Paulo, Rio, Minas, Rio Grande do Sul e olhe lá...Pernambuco... Todas as outras sete arenas não terão o uso constante. E não havia nem a necessidade de serem construídas. Eu vi onze das doze... Estive em onze sedes da Copa e posso afirmar sem medo. Tem muita coisa errada. E de propósito para beneficiar poucas pessoas. Por que o Brasil teve de fazer 12 sedes e não oito como sempre acontecia nos outros países? Basta pensar. Quem se beneficia com tantas arenas construídas que servirão apenas para três jogos da Copa? É revoltante. Não há a mínima coerência na organização da Copa no Brasil.

- São Paulo acaba de ser confirmado como a sede da abertura da Copa. Você concorda?


Como posso concordar? Colocaram lá três tijolinhos em Itaquera e pronto... E a sede da abertura é lá. Quem pode garantir que o estádio ficará pronto a tempo? Não é por ser São Paulo, mas eu não concordaria com essa situação em lugar nenhum do País. Quando as pessoas poderosas querem é assim que funcionam as coisas no Brasil. No Maracanã também vão gastar uma fortuna, mais de um bilhão. E ninguém tem certeza dos gastos. Nem terá. Prometem, falam, garantem mas não há transparência. Minha luta é para que as obras não fiquem atrasadas de propósito. E depois aceleradas com gastos que ninguém controla.

- O que você acha de um estádio de mais de R$ 1 bilhão construído com recursos públicos. E entregue para um clube particular.


Você está falando do estádio do Corinthians, não é? Não vou concordar nunca. Os incentivos públicos para um estádio particular são imorais. Seja de que clube for. De que cidade for. Não há meio de uma população consciente aceitar. Não deveria haver conversa de politico que convencesse a todos a aceitar. Por isso repito que falta compreensão à população do que está acontecendo no Brasil para a Copa.


- A Fifa vai fazer o que quer com o Brasil?


Infelizmente, tudo indica que sim. Vai lucrar de R$ 3 a R$ 4 bilhões e não vai colocar um tostão no Brasil. É revoltante. Deveria dar apenas 10% para ajudar na Educação. Iria fazer um bem absurdo ao Brasil. Mas cadê coragem de cobrar alguma coisa da Fifa. Ela vai colocar o preço mais baixo dos ingressos da Copa a R$ 240,00. Só porque estamos brigando pela manutenção da meia entrada. É uma palhaçada! As classes C, D e E não vão ver a Copa no estádio. O Mundial é para a elite. Não é para o brasileiro comum assistir.

- Ricardo Teixeira tem condições de comandar o processo do Mundial de 2014?



Não tem de saúde. Eu falei há mais de quatro meses que ele não suportaria a pressão. Ser presidente da CBF e do Comitê Organizador Local é demais para qualquer um. Ainda mais com a idade que ele tem. Não deu outra. Caiu no hospital. E ainda diz que vai levar esse processo até o final. Eu acho um absurdo.


- Muito além da saúde de Ricardo Teixeira. Você acha que pelas várias denúncias, investigações da Polícia Federal... Ele tem condições morais de comandar a organização Copa no Brasil?



Não. O Ricardo Teixeira não tem condições morais de organizar a Copa. Não até provar que é inocente. Que não tem cabimento nenhuma das denúncias. Até lá, não tem condições morais de estar no comando de todo o processo. Muito menos do futebol brasileiro...

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Como cão e gato




Pela motivação que ainda move o Figueirense, apesar da ducha fria no domingo, e pelos ânimos exaltados na Ressacada e arredores, o clássico de da última rodada merece atenção das autoridades de segurança. Já me contestaram com o argumento de que esse jogo já não vale mais nada e que perdeu a graça em função da colocação dos dois clubes, ambos cumprindo tabela. Embora o Figueirense ainda tenha uma pequena chance de chegar à Libertadores.

Nunca vi confraternização entre cão e gato. No caso das torcidas dos dois maiores rivais do estado a chance de troca de gentilezas é zero. Não existe clássico por laranjas. A faceirice de um pela boa campanha vai bater de frente com a mágoa do outro pelo rebaixamento iluminado pela lanterna na classificação. Figueirense e Avaí vão a campo no próximo domingo de pelos eriçados, mostrando os dentes, juntando tudo o que ainda resta de ânimo em fim de temporada e entre dois times de resultados tão díspares.

sábado, 26 de novembro de 2011

Os Dinos em Santo Antônio










Os Dinos de O Estado estiveram juntos mais uma vez, reunidos pela musa dos encontros, a Lena Obst. Ela recusa a homenagem e passa o título à Linete Martins. Paulo Brito, você decide. Afinal, o responsável pela polêmica és tú. Em todo o caso, e musas a parte, valeu o encontro agradável sexta à noite, no bar Açôres, em Santo Antônio de Lisbôa. Se a Lena não errou nas contas mais ou menos 30 Dinossauros confraternizaram ao som ensurdecedor da banda Casa das Bruxas. O próximo furdunço está programado para dezembro, dependendo das festas natalinas (coisa horrível, pior que isso só "o bom velhinho"). Já tem gente escolhendo local e exigindo casa à beira mar. Querem pular as sete ondas antes do tempo.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

A justiça esportiva e suas polêmicas decisões

Os membros do judiciário esportivo geralmente não gostam que mexam com eles, que contestem suas decisões, que façam críticas ao resultado de julgamentos na maioria das vezes incompreensíveis para os leigos. A reação é quase sempre mal humorada e o nariz torcido faz parte do retrato falado dos que lêem e ouvem o que a mídia contesta e divulga. Costumam classificar os jornalistas de “ignorantes” por desconhecerem a lei e a rotina de procedimentos dos tribunais.

Têm razão quando dizem que não somos “experts” em legislação, que não temos familiaridade com o rito jurídico. Até aí tudo bem. Mas não damos as costas ao bom senso, não nos conformamos quando tentam nos enrolar com as firulas e com o juridiquês utilizados em alguns casos para justificar o injustificável. Estamos, isto sim, acostumados com a “malandragem” dos tribunais de todos os matizes, com as acomodações cavocadas na lei que acabam mudando o rumo dos acontecimentos e, regra geral, favorecendo os mais fortes.

Acontece aqui, acontece no Rio de Janeiro, onde está o STJD, pródigo em decisões suscetíveis a críticas e a contestações. Ou dá pra aceitar, na reta final do Brasileirão, a postergação de julgamentos que beneficiam clubes grandes? Abel Braga, Flu, Emerson, Corinthians, e outros personagens de jogos decisivos nas duas últimas rodadas. Rafael Moura Flu também teve seu julgamento adiado, ídem para Renato Abreu Fla. O Vasco conseguiu efeito suspensivo da interdição de São Januário, recuperando seu mando de jogo na última rodada, contra o Flamengo. Ninguém pode se queixar, o STJD faz de conta que legisla igual pra todos.

Outro caso: a agressão do zagueiro Bolívar, do Inter, ao lateral Dodô, do Bahia. O baiano sofreu lesão grave e ficará afastado do futebol por seis meses. E o Bolívar? Ora, o Bolívar continua jogando, desfilando a impunidade pelos gramados, a espera de uma atitude de um procurador que só age movido pela da luz dos holofotes e pelo tamanho da vitrine. Não existe suspensão preventiva para flagrantes de violência e agressão? E a suspeita de doping do nadador César Cielo, julgada por tribunal internacional diferentemente de situações idênticas que envolveram outros atletas brasileiros?

Podem me chamar de ignorante, não vou parar de perguntar. Além do mais, ouço e enxergo muito bem. E tenho cérebro para pensar, duvidar das versões oficiais e entender os ardis dos tribunais. Quem não concordar comigo – e serão muitos – leia matéria publicada hoje pelo ,http://esporte.uol.com.br/futebol/campeonatos/br com a seguinte manchete: STJD 'alivia' e beneficia equipes do topo da tabela na reta final do Brasileirão. Se quiserem mais do mesmo leiam a coluna do Juca Kfouri, também no Uol: A "justiça" esportiva ataca novamente.


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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O pior e o melhor nos Jogos Abertos

Pódio para Florianópolis, Criciúma e Joinville (foto Fesporte)

Passei nove dias em Criciúma acompanhando por dentro e por fora a 51ª edição dos Jogos Abertos de Santa Cataria, encerrada sábado. Por dentro como um dos 21 integrantes do Conselho Estadual de Desportos, onde se legisla sobre o sistema esportivo catarinense, mas também se pratica muito puxa-saquismo com autoridades, distribuindo condecorações a torto e a direito. Uma para o Governador aqui, outra para o Secretário ali, mais uma para outro Secretário acolá. Ao ponto de homenagear gente já homenageada, provocando constrangimento naqueles que ousam discordar das proposições despropositadas. Sobra pouco para os atletas.

Infelizmente é dominante a condução chapa branca do esporte. Por fora fiquei agradavelmente envolvido com um projeto do curso de jornalismo da Satc, coordenado pela ex-televisiva Lize Búrigo. O professor na cadeira de jornalismo esportivo, Paulo Scarduelli, sugeriu a minha colaboração e eu aceitei de pronto. Também longe das entranhas da organização esportiva participei de programas da FM Som Maior, do amigo Adelor Lessa, emissora líder disparada de audiência no segmento.

Valeram as experiências, aprendi mais um pouco e as decepções ficaram concentradas apenas no lado oficial. Criciúma fez bonito com o segundo lugar e levantou mais uma vez a velha discussão sobre a contratação de atletas “estrangeiros”. Blumenau decepcionou na quarta colocação e Florianópolis garantiu o tri campeonato surpreendendo pela facilidade da conquista. Ano que vem tem Jogos Abertos na pequena Caçador, no meio oeste, onde as dificuldades de organização serão bem maiores. Boa sorte aos anfitriões de 2012.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Guloseimas que divertem e não engordam



O café da manhã no hotel onde estou nestes Jogos Abertos em Criciúma é uma delícia. Não só pelas guloseimas que nos fazem ganhar mais algumas gramas em apenas uma semana. A mesa farta a que me refiro é a da fofoca. Desde que me conheço por gente aquele estado de sonolência matinal passa em minutos graças à agitação provocada pelo disse-me-disse ao nascer do sol.

Eu e o colunista Maceió, de A Notícia, somos os únicos jornalistas no hotel onde os organizaores hospedaram alguns dirigentes, membros do Tribunal de Justiça, do Conselho Estadual do Esporte (do qual faço parte) e ex-atletas que viraram cartolas em instituições do estado ou de municípios. Os atletas mesmo, aqueles que competem e dão o sangue por medalhas e troféus, estão junto com suas delegações nas escolas da cidade transformadas em alojamentos. Ali sim, haja comida para sustentar tantas tropas desgastadas pelo combate esportivo.

É a prioridade invertida. Sai caro acomodar na rede hoteleira estes verdadeiros heróis travestidos de guerreiros. Só que a guerra deles é outra, pelo esporte e contra a falta de estrutura , em muitos casos, em outros pela ausência de recursos, de planejamento e do simples incentivo por parte dos dirigentes municipais.

Voltando ao café, isso também é discutido quase todas as manhãs em conversas longas e quase sempre repetidas nos anos seguintes. É pesado, e o que diverte mesmo é a fofocalhada. Quem fez o quê, quem está pendurado no cargo e pode cair a qualquer momento (o que geralmente nunca se concretiza e fica mesmo no terreno da fofoca), quem são os reis da noite, qual a mancada esportiva dos dias anteriores, quem perdeu o que deveria ganhar, e vice e versa, e qual o político ligado à área que menos contribui para o esporte catarinense. Para esse último item da lista não faltam candidatos, mas sobram medalhas e condecorações. Afinal, os puxa sacos de plantão estão aí pra isso e o café da manhã é deles e com eles também.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Corromperam São Pedro, mas a "Marcha" saiu

foto by Medaglia


Criciúma amanheceu com o tempo enfarruscado e sob uma chuva fina que poderia comprometer a “Marcha Contra a Corrupção”, organizada através das mídias sociais com o reforço da mídia local que ajudou na divulgação. Pouco antes das 9 horas os participantes começaram a chegar na rodoviária,centro da cidade e ponto de partida para a manifestação.Ali, protegidos pelas marquises, reforçaram o apelo através do carro de som, apitaço e muita gritaria.

Em resumo, nada atrapalhou a “Marcha”, que saiu um pouco depois do horário previsto e com a adesão de outros grupos foi ganhando corpo ao longo da Avenida Centenário, principal via da cidade. Não vou arriscar número porque não sou bom nisso e não gosto do chutômetro. Só posso garantir que o suborno a um funcionário do São Pedro não adiantou. Como de praxe, o chefe disse não saber de nada e prometeu investigar, doa a quem doer.


O fato é que a “Marcha Contra a Corrupção” atingiu seus objetivos, envolvendo gente de todas as idades que caminhou cerca de dois quilômetros sob chuvisqueiro intermitente até o Parque das Nações, local do encontro. Quem sabe até os milhares de atletas de outras regiões que estão em Criciúma disputando os Jogos Abertos tenham acordado nesta terça-feira chuvosa para a triste realidade brasileira e acabem engajados neste movimento apartidário e nascido do povo.

domingo, 13 de novembro de 2011

Menos, presidente, menos

O apelo do presidente do Figueirense, Nestor Lodetti, para que todos ajudem o Avaí na tentativa de escapar do rebaixamento, é maldade extrema, é chutar cachorro morto, é bater em bêbado, é sacanagem no pior estilo. Os jogos do sábado mostraram a dura realidade vivida pelo time avaiano que, além de rebaixado, vai terminar o Brasileirão em último lugar.

Só um bobo mangolão que ainda acredita em Papai Noel, Coelhinho da Páscoa, e que um dia o sargento Garcia vai prender o Zorro, vai entender como solidariedade a irônica manifestação do presidente Lodetti.

Vejo aí também um pouco de soberba, antes de significar uma chacota deselegante com o “inimigo” moribundo. Não cabe na cabeça de ninguém que dirigentes do maior rival estejam mesmo preocupados com o Avaí na segunda divisão. Isso deve ter batido muito forte no ego do torcedor que está sendo humilhado pela brincadeira inoportuna de um dirigente “do outro lado”.

Uma pena que as relações no esporte estejam se transformando dessa forma. O inacreditável é que a mídia que acompanha o dia a dia dos dois clubes tenha levado a sério uma cutucada tão maldosa e levada a público com requintes de crueldade. O clássico vem aí, reforcem o policiamento na Ressacada.

sábado, 12 de novembro de 2011

Para se morrer de inveja


O local onde está instalada a Comissão Organizadora dos Jogos Abertos no Centro de Eventos de Criciúma é muito bom, com amplo estacionamento, de acesso fácil, em prédio amplo e arejado. É um privilégio para uma cidade contar com este equipamento e poder sempre disponibilizá-lo para eventos importantes.

Não adianta só ter um bom lugar, é preciso agregar soluções criativas para torná-lo mais prático para todos. Em Brusque, no cinqüentenário dos Jogos Abertos, o pavilhão da Fenarreco recebeu a mesma demanda, mas não funcionou tão bem como está acontecendo em Criciúma onde, nos três períodos do dia, circulam jornalistas, atletas, dirigentes, técnicos, toda a equipe da Fesporte e visitantes.

A diferença está exatamente no aproveitamento do espaço. Na atual Arena dos Jogos Abertos existe uma área extensa com painéis interativos contando a história do esporte neste que é o maior evento do gênero de Santa Catarina e que por isso mesmo exige atenção especial de todos os setores para a sua execução.

Além do espaço destinado ao centro de imprensa, lanchonete, restaurante e estandes promocionais de várias instituições, foi criado um pequeno anfiteatro para palestras e entrevistas, inaugurado neste sábado pela ginasta Daiane dos Santos. O som é que pode ser melhorado, o que talvez aconteça no restante da programação que inclui Tande e Hortência, além de especialistas em outras áreas do desporto. Há espaço ainda para as disputas do judoô e karatê graças à mobilidade dos tatamis e arquibancadas.

Ao lado deste complexo está o ginásio municipal totalmente recuperado, com capacidade para quatro mil espectadores. Perderá, depois dos Jogos Abertos, cerca de 200 lugares com a colocação das cadeiras, projeto da Prefeitura ligado às condições de segurança e que só não foi concluído por causa dos Jogos. Uma verdadeira arena esportiva de dar inveja aos cada vez mais carentes desportistas de Florianópolis e região.

Aberta a temporada de caça aos votos do Conselho

O Conselho Estadual do Esporte vai se reunir durante os Jogos Abertos, em Criciúma, nos dias l6,17,18 para escolher as sedes dos próximos eventos da Fesporte. A única certeza é para Caçador, já referendada como sede dos Jasc do ano que vem. Para 2013 só Joinville, por enquanto, manifestou intenção de receber este evento.

Não existe nada definido para as demais competições, a não ser as candidaturas de alguns municípios que vão apresentar ao Conselho suas propostas e condições oferecidas para atender as exigências do Caderno de Encargos da Fesporte.

Mas, as primeiras abordagens aos conselheiros que já estão em Criciúma começaram, através de telefonemas, conversas ao pé do ouvido ou pedidos explícitos de votos. Até a semana que vem o assédio deve aumentar, espero eu sem violação do interesse maior que é o do esporte. Claro que o jogo será pesado envolvendo até, e infelizmente, questões político/partidárias, sem contar os apelos de fundo sentimental.

É o caso de Curitibanos, local onde foram realizados os primeiros Joginhos Abertos por iniciativa do falecido desportista Felipe Abraão Neto, o Feio, natural do município. Por essas razões Curitibanos aparece como candidata séria e por enquanto isolada à sede em 2012 da 25ª edição. Os Parajasc tem apenas Brusque como pretendente. A Olesc interessa a Blumenau, São Miguel do Oeste e Criciúma. Os Jogos da Terceira Idade têm cinco candidaturas: Itá, Piratuba, Gravatal, Jaraguá do Sul e Nova Trento. Levam vantagem, creio eu, as cidades de águas termais, embora algumas não reúnam as condições técnicas ideais.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Jornalismo e Jogos Abertos



A partir desta sexta-feira e até o dia 20 estarei em Criciúma para uma convivência muito especial com alunos do curso de jornalismo da Satc, coordenados pela professora Lize Búrigo com assistência do professor Paulo Scarduelli. Aceitei muito feliz o convite – na verdade eu praticamente me convidei - para fazer parte do projeto de um site que vai colocar a meninada pela primeira vez frente a frente com os Jogos Abertos de Santa Catarina, um belo desafio pra todos.

Tenho muitas histórias na cobertura dos chamados Jasc, nos dois lados do balcão, com razoável experiência para passar adiante. Espero ajudar os focas de hoje nos preparativos para a luta em busca amanhã de uma oportunidade cada vez mais difícil em um mercado fragilizado pelo monopólio das mídias.

Entre os que resistem bravamente e lutam contra os efeitos danosos desta dominação está o jornalista Adelor Lessa, meu ex-companheiro de redação nos tempos gloriosos de “O Estado”. Adelor é o cara da “FM Som Maior”, emissora de rádio com programação diferenciada, misturando boa música com jornalismo. Em alguns momentos do dia estarei junto com ele e a equipe da “Som Maior” conversando sobre as competições e a periferia dos Jogos Abertos e seus acontecimentos interessantes.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Quero porte para armas de guerra

Vou de carona no post dominical do César Valente no seu blog deolhonacapital. Aqui em Jurerê, onde somos vizinhos, tem um semáforo no final da Rodovia Maurício Sirotsky Sobrinho, cruzamento com a avenida Búzios. É o ponto ideal para observação e audição destes exibicionistas do som. Não sei como a Polícia Militar, sempre tão zelosa na tarefa de aplicar multas ou aporrinhar o cidadão em dia com suas obrigações tributárias, não dá um jeito nesse povo que circula pela cidade exibindo seu altíssimo grau de estupidez. Cadê a PM, cadê a guarda municipal? Onde está o respeito à lei?

Os infratores são de fácil identificação. Começa pelo modelo dos carros e termina no som insuportável em altíssimo volume. Alguns ouvem “aquilo” contaminando a região numa distância considerável. Essa zoeira poderia ser utilizada como arma de guerra, combate a traficantes, coisas do gênero. As vítimas não agüentam. Sem contar o perigo que representa dirigir com aquela poluição sonora por dentro e por fora. Sim, porque alguns idiotas trafegam com os vidros fechados.

Há uma fixação com axé, sambão, música eletrônica e todas essas porcarias modernas e insuportáveis. Quando há coincidência na espera da troca de sinal destes carros de som dirigidos por imbecís, com aquelas motos cujo ruído aumenta a cada acelerada, aí vira instrumento de tortura. Quem como eu mora próximo a um cruzamento, onde a poluição sonora tem diversos estágios enlouquecedores, deveria possuir porte de arma, de preferência para aquelas bazucas que estraçalham o alvo, sem chance para o inimigo nada oculto.


É preconceito? Então estou inscrito. Quero ser o primeiro da lista.

A tirania dos "professores"

Tem que haver um jeito de acabar com essa tirania dos treinadores. Assinam contratos milionários, exigem o pacote que inclui auxiliar técnico, preparador físico e o escambau. Alguns carregam junto irmão, sobrinho, primo, o que tiver na família precisando de emprego.

Quando demitidos levam a multa contratual e toda a sua turma para um novo clube. Os dirigentes, como administradores de uma empresa, deveriam exigir mais dos seus empregados. Passou um tempo, não houve resposta em campo, chama na salinha e faz a perguntinha clássica. O que está acontecendo que o rendimento não melhora? É assim em qualquer empresa privada. É normal, o patrão cobra, o empregado tem que se explicar. Ou então, pé na bunda

No futebol não é assim. A maioria dos dirigentes espera o desastre acontecer pra mandar o técnico embora e trazer outro nas mesmas bases. Às vezes dá certo, esse é o problema. Quando não exageram na dose, não dando tempo para o processo surtir efeito. Trabalham com a exceção, não com a regra e fazem dela uma cartilha equivocada do gestor esportivo. Deixam as águas rolarem e em geral a opção errada é pelo mais fácil, com a troca de treinador a cada tropeço.


Vejamos dois exemplinhos bem no nosso nariz. O Toninho Cecílio pinta e borda no Avaí com a complacência da direção e vejam no que deu. Se bem que ele pegou o time com a corda no pescoço. Mas também não fez nada de diferente. O Dorival Júnior não tem justificado a fama de bom treinador. Repete no Internacional o trabalho ruim de outros clubes este ano e mostra a faceta de grande parte dos seus colegas com suas preferências injustificáveis por alguns jogadores.

São todos assim. Até que um belo dia algum dirigente bata na mesa e acabe com esta mania de transformar os clubes na casa da mãe Joana e fazer dos times a universidade do Professor Pardal.

domingo, 6 de novembro de 2011

Quando o repórter briga feio com a notícia

Manhã de domingo, Autódromo Velo Park em Nova Santa Rita (RS), cenário da última prova do ano na categoria Stock Car:

Narrador da Globo: “ele foi meio imprudente”, disse o locutor referindo-se ao piloto Marco Gomes, que numa tentativa de ultrapassagem bateu seu carro contra o de Cacá Bueno na última volta da corrida.

Repórter Reginaldo Leme: “não houve nada, foi um acidente de corrida”.

Cacá foi campeão da temporada, apesar da “barbeiragem” do companheiro que o tirou da prova, mas não o afastou do título.

“Mas o Marco deu uma forçadinha de barra”, insistiu o locutor, confiando nas imagens claríssimas que acabara de ver com os telespectadores, inclusive este que vos escreve.

Resposta impaciente do Reginaldo: nada, nada, isso é coisa de corrida.

Depois de desmentir ao vivo, por duas vezes, a observação correta do seu parceiro de cobertura Reginaldo Leme, macaco velhíssimo em corridas de automóvel, teve que ouvir do próprio Cacá Bueno a verdadeira versão sobre o acidente: “Estou feliz com o título, mas isso não podia terminar assim” – falou Cacá sobre o acidente, acrescentando. “Ele – Marco - foi irresponsável com aquela manobra”.

Não dá pra brigar com a notícia, ainda mais em uma transmissão ao vivo e em se tratando de um repórter experiente como Reginaldo.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

O que temos para receber o turista

Ainda não consegui entender o conceito das nossas autoridades sobre cidade turística. Só as belezas naturais não sustentam os slogans que gostam de inventar para mostrar Florianópolis como um dos endereços mais cobiçados para o turismo de temporada.

Os portões de acesso à capital turística do Mercosul, como gostam de arrotar, estão em estado lamentável. O aeroporto é aquilo que todo mundo sabe, em matéria de capacidade, conforto e acesso. Pelo norte a BR-101 vive aos remendos, conserta aqui, conserta ali, para a duplicação aguentar o fluxo sobre um asfalto de quinta. Pelo Sul é muito pior por causa do risco de vida devido às obras incompletas e sinalização com a cara e incompetência do DNIT.

Remexo nessas indecências da administração pública porque fui obrigado a andar pela rodoviária Rita Maria. A manhã estava tranqüila, sem aqueles atropelos do trânsito na região, mas uma estada ainda que rápida por um prédio que nasceu como um cartão postal de Florianópolis tira qualquer um do sério.

A passarela sobre a Avenida Paulo Fontes está podre, com o teto comido pela ferrugem, sem lâmpadas e, acreditem, com mato crescendo em alguns pontos. No piso já dá pra enxergar os buracos e o ferro aparecendo, resultado do desgaste do concreto. A sujeira mistura-se com mais um pouco de mato. Uma imundície vergonhosa. No pátio do estacionamento, pago, a buraqueira não é nada discreta. Tem cratera de todo o tamanho.

Lá dentro, sob a escuridão pela falta de lâmpadas e a penumbra provocada por aquela “cor-de-burro-quando-foge”, são visíveis a falta de manutenção e o desleixo. As cadeiras são velhas e muitas estão quebradas. Há espaços imensos sem aproveitamento e os novos e raros locatários não ajudaram a melhorar em nada o aspecto lúgubre do prédio.

Quem deveria cuidar de tudo isso não tem tempo disponível. É árdua a tarefa do faz de conta. Eles fingem que trabalham e planejam. E ainda tem otário que acredita e vai às urnas para torná-los quase vitalícios em suas funções, especialistas em safadeza e descaso com a coisa pública.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Natação de Florianópolis fora dos Jogos Abertos

Natação feminina da Capital era força dos Jasc


A equipe de natação de Florianópolis era uma forte candidata ao título da modalidade nos Jogos Abertos de Santa Catarina, os Jasc, que serão disputados em Criciúma a partir do próximo dia 11. A pontuação alcançada nesta modalidade poderia ajudar muito na luta pelo título geral da competição.

As projeções otimistas dos dirigentes da Fundação Municipal de Esportes da Capital afundaram na manhã desta sexta-feira com a decisão do Tribunal e Justiça Desportiva do sistema esportivo catarinense que, por 7 votos a 0, negou provimento ao mandado de garantia impetrado por aquela instituição e defendido pelo advogado Luciano Hostins. O TJD entendeu que a FME não respeitou o prazo do dia 10 de outubro, considerado data limite para inscrições determinada pelo regulamento geral da Fesporte para seus eventos.

Em sua argumentação Luciano alegou que a data do dia 10 é para desistências, e não para inscrições. “Está lá no site da Fesporte, esse é o meu entendimento”, justificou o advogado. Votaram os auditores Robson Vieira, presidente do TJD, o auditor relator Aldo Abraão Massih Jr., e os auditores Giovani Mariot, Frederico Pereira, Jorge Lima, Marcelo Silveira e Roberto Pugliese Jr.

A direção da FME não admite, mas houve esquecimento dos técnicos responsáveis pelas inscrições e formação da delegação que vai a Criciúma. Vai sobrar pra alguém na Fundação, se é que já não rolou alguma cabeça.

ATUALIZANDO; Luciano Hostins tentará na justiça comum anulação do julgamento. Não vai discutir o mérito, mas alega que o julgamento é nulo porque Sérgio Galdino, presidente do Conselho Estadual do Esporte, não poderia defender Blumenau como terceira interessada. Galdino é presidente da fundação blumenauense

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Um silêncio constrangedor

Deputado Marcelo Freixo

O cidadão vive tranquilo numa cidade dita maravilhosa, cumprindo com suas obrigações, criando os filhos ao lado da mulher, trabalhando pelo país. Até que um dia os milicianos, a nova praga dos morros cariocas, decidiu que ele tem que ir embora, trocar o Brasil por um exílio. Se não quiser morrer ou perder alguém da sua família terá que viver no exterior, em lugar incerto e não sabido. Em tempo de evitar que lhe destinem o mesmo fim daquela juíza assassinada recentemente

Esta é a nova realidade do deputado Marcelo Freixo, do PSOL, que de sua trincheira na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro combate as milícias organizadas. A resposta das autoridades de segurança, do governo do estado e da presidência da República foi zero. Ou seja, o combativo deputado, cumpridor dos seus deveres e ameaçado de morte por defender a sociedade que o elegeu, não recebeu nem de seus pares um mínimo de solidariedade.

Vá embora e pare de incomodar. É mais ou menos esse o significado do silêncio de uma nação inteira. Sim, da nação, porque fora a repercussão na mídia, mais nada aconteceu. Ninguém, em canto algum deste país, ou mesmo na sua cidade, levantou a voz ou organizou qualquer tipo de manifestação em defesa do deputado Marcelo. Valeu a pena ser o inspirador do filme “Tropa de Elite 2”? Parece que não. Constrangedor e perigoso porque maus exemplos como estes são um rastilho de pólvora.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

A impunidade ameaça o Brasileirão

Venho falando e escrevendo faz tempo sobre a fragilidade da arbitragem brasileira, a omissão da CBF e dos tribunais.. A rodada do final de semana foi pródiga de erros e da falta de critério, como no jogo do Avaí, onde Leandro Vuadem ( FIFA) e seus auxiliares erraram demais contra os dois lados. Favoreceram o visitante ao não marcar impedimento no primeiro gol e, no lance que decidiu o jogo a favor do Corinthians houve falta no goleiro avaiano. Na outra área a decisão para a mesma jogada certamente seria diferente.

É só um exemplo dos muitos erros graves que estão acontecendo tendo como protagonistas árbitros e auxiliares. Eles não contam com o recurso do replay da televisão, é verdade, e suas decisões acontecem na hora, em segundos. Mas, a utilização de critérios diferentes para aplicação de cartões ou marcação de faltas, independe da televisão. O livrinho de regras deveria ser levado a sério pela própria CBF, mas é a sua Comissão de Arbitragem, por inércia, a primeira a desconsiderá-lo. Contribuem também as experiências e as tentativas de renovação com árbitros novatos em partidas importantes.

Toda essa confusão provoca efeitos colaterais. Os jogadores e técnicos igualmente não colaboram. Simulam faltas, lesões, trocam agressões, reclamam acintosamente e na maioria das situações são punidos com brandura. Fora do gramado os bancos de reservas servem como trincheiras para as reações furiosas de alguns treinadores. O fair play está desmoralizado pelas repetidas encenações dos atletas.

Estas irregularidades de campo, combinadas com as avaliações tolerantes nas várias instâncias da justiça desportiva, estabelecem uma perspectiva de impunidade, incentivam a indisciplina, contaminam os gramados e ameaçam seriamente as últimas e decisivas rodadas do Campeonato Brasileiro. Punir somente árbitros e bandeiras e livrar a cara dos jogadores, como acontece na maioria dos casos, só ajuda a aumentar a sensação do "liberou geral", aumentando a violência e sensação de insegurança que toma conta dos nossos estádios.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Cadê o dinheiro, o gato comeu? Que gato?



O grande assunto em Chapecó entre os desportistas de todas as áreas que acompanham a Olesc – Olimpíada Estudantil de Santa Catarina – não são as competições, mas o desinteresse do Secetário Cézar Souza Júnior para com alguns assuntos da sua pasta que envolvem principalmente o segmento esportivo.

Por causa dessa propalada má vontade com algumas instituiçõe mais representativas e, ao mesmo tempo mais carentes,entre elas a Fesporte e as federações, o homem já ganhou diversos apelidos. Melhor não publicá-los para não ferir a sensibilidade do leitor e a do próprio político em questão. Acontece que, além da má administração do Fundesporte, uma fonte inesgotável de recursos para projetos suspeitos, outros nem tanto, e entidades fantasmas, o Secretário César não tem atendido ou tem corrido gente do seu gabinete que vai lá com pleitos merecedores de muita atenção.

Um deles é o da Federação Catarinense de Ciclismo, que pretende realizar a tradicionalíssima Volta de Santa Catarina, evento que atrai para o estado ciclistas de todo o país e até do exterior, com a competição divulgando por onde passa as nossas atrações turísticas. O presidente da FCF, João Carlos Andrade, pediu apenas R$ 173 mil reais para cobrir algumas despesas com a prova marcada para o dia 30 de novembro. Até agora o dinheiro não chegou aos cofres da entidade.


A outra federação pedinte é a do Atletismo. A modalidade até hoje não dispõe de uma pista sintética, apesar dos inúmeros títulos nacionais conquistados correndo ou saltando em pistas de carvão. O investimento é em torno de R$ 4 milhões. Falta também um "foto finish" equipamento para marcar com precisão a passagem dos atletas na linha de chegada. R$ 200 mil (e o dinheiro já foi captado pela Federação) garante um kit completo.

Outras instituições nem tão carentes assim, como o Instituto Guga Kuerten (R$ 700 mil), e a regata internacional Volvo Racing (R$ 5 milhões)receberam sem problemas a parte que lhes cabe neste desigual latifúndio esportivo. Eventos de outra natureza, como desfiles de moda, ganharam generosas contribuições sem muito esforço.

Enquanto isso, há pouco foi realizado um evento fantasma em Balneário Camboriú, com a participação de apenas 15 pessoas e que foi contemplado através do Fundesporte com R$ 150 mil reais. A divida da Fesporte já ultrapassou os R$ 2 milhões e meio e começam a faltar recursos até para pagar as arbitragens dos seus eventos, como a Olesc em Chapecó. O Conselho Estadual do Esporte, vítima dessa fragilidade financeira e mau encaminhamento ds recursos dos fundos, e por onde deveriam passar os projetos para serem aprovados, reclama dos estranhos caminhos percorridos e que não os previstos na legislação do próprio Fundo do esporte.

Como em 2012 tem eleições municipais e o ilustre secretário é candidato à Prefeitura da Capital, espera-se que de repente, não mais que de repente, não sumam de vez os já minguados recursos para atender as reivindicações da cultura, do esporte e do turismo. Está difícil agora, imagino ano que vem

Ainda não decidiram quem mordeu quem

Cinzas do vulcão chileno Hudson podem chegar a SC se houver mudança de corrente de ventos

Possibilidade de partículas caírem sobre o Estado é mínima, lembra meteorologista da Epagri


O cara redigiu o título para a matéria e saiu para fazer um lanche. Enquanto isso apareceu outro sujeito que resolveu dar conta da linha de apoio. Quem está certo nesta árdua tarefa de informar o leitor?

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Quando a política faz mal ao esporte

Tenho dois anos de mandato a cumprir no Conselho Estadual do Esporte, indicado como representante da Associação dos Cronistas Esportivos pelo companheiro JB Telles. Estou substituindo o radialista Paulo Coutinho, de Criciúma, que por motivos profissionais não pôde mais atender os compromissos do Conselho.

Na reunião de hoje em Chapecó, em meio a Olimpíada Estudantil de Santa Catarina, ouvi muito sobre os vários problemas que afligem o esporte catarinense. A Fesporte, atualmente presidida por Adalir Pecos Borsatti, membro nato do Conselho, mal consegue dar conta do suas atribuições, embutidas na gestão do extenso calendário sob sua responsabilidade. São competições para-desportivas, escolares, juvenis e adultas, como os Jogos Abertos, já em sua 51ª edição. Sem esquecer os festivais de dança e os Jogos da Terceira Idade.

A raiz das imensas dificuldades estruturais e financeiras está na má gestão do governo estadual, que não garante o suporte necessário tanto ao Conselho como à Fesporte, o primeiro um órgão consultivo, a segunda instituição a grande operadora do esporte no estado.

A avaliação não é minha, mas consensual entre os conselheiros e técnicos da Fesporte. E na origem está a política partidária, sempre a interferir nos interesses do esporte. Tudo depende do humor dos governadores prefeitos e secretários. Educação, saúde e esporte deveriam trabalhar integrados, o que não acontece justamente por causa do direcionamento partidário que é dado aos pleitos de todo o sistema. Se for correligionário, leva. Caso contrário o jeito é administrar de chapéu na mão na esperança que um dia os ocupantes de cargos públicos e detentores do poder entendam o verdadeiro significado de suas missões.

Julgamento pode decidir futuro dos Jasc


E vem aí os Jogos Abertos de Santa Catarina, em Criciúma de 10 a 21 de novembro, com um problemão extra-quadra, graças à polêmica com os campeões da natação por Florianópolis. Por um cochilo da Fundação Municipal de Esportes da Capital a equipe não foi inscrita dentro do prazo legal, 10 de outubro, segundo o regulamento da competição. Um mandado de garantia levou o caso para a justiça desportiva com julgamento previsto para o próximo dia 7. A expectativa pelo resultado é grande porque os nadadores da Capital podem garantir o título dos Jogos Abertos na disputa direta com Blumenau, a grande campeã, e Joinville, que os entendidos dizem estar correndo por fora. A Fesporte já preparou sua defesa contra os argumentos dos que se sentiram prejudicados. Vamos ver se o “tapetão” é político ou legalista.

Um Minisro que nunca se deu ao respeito

O episódio que envolveu o Ministro do Esporte, Orlando Silva, pareceu sempre uma conversa de surdos ou de maluquetes. Cada lado dizia uma coisa completamente fora de conexão com o que realmente estava acontecendo. O ápice,pra mim, foi a particiação do Ministro em uma comisão do Senado, onde tentou tratar da Lei Geral da Copa de 2o14.

Um cidadão que tem zelo pelo seu cargo e respeito por si próprio não ouviria o que ouviu Orlando Silva de alguns senadores. Ele ficou impassível diante de ofensas pesadas, desaforos e acusações. Depois da tapióca, esse foi o incidente mais ridículo na carreira ministerial do Orlando. No Senado aconteceu a conclusão do retrato falado de uma autoridade ocupante de um dos mais altos cargos da República, cujo mau desempenho e uso indevido do dinheiro público ficaram evidentes.

Como já li hoje, os governos de Lula e Dilma não procuram parceiros, mas sim cúmplices. Precisou a ministra do STF, Carmem Lúcia, botar ordem na casa para provocar uma atitude coerente dos ocupantes do palácio do Planalto. O pé na bunda já deveria ter acontecido faz tempo.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

A concorrência é ruim demais

Quando o pessoal bate na Globo, na maioria das vezes com razão, fico esperando para logo em seguida a primeira demonstração de incompetência dos concorrentes. Em se tratando da cobertura dos Jogos Pan -Americanos em Guadalajara não foi diferente. Depois dos primeiros dias do frisson anti-Globo começou a cair a ficha da galera que gosta de esportes, e não só de futebol.

As transmissões ou eram extensas, envolvendo qualquer porcaria desinteressante, algumas curtas e mal feitas, ou ainda inexistentes. Como aconteceu na vitória brasileira sobre as argentinas – logo contra elas – em uma decisão do futebol feminino. O jogo apareceu depois em VT. O vexame do futebol masculino e outras modalidades menos solicitadas também foram vítimas da falta de critério dos responsáveis pela cobertura da Record em Guadalajara. Estabelecida a confusão, fui um dos que desistiram de acompanhar a participação brasileira no Pan.

Com a divulgação quase zero, ficou impossível assistir aos noticiários ou as transmissões ao vivo, muito menos as competições gravadas transmitidas mais tarde e até no dia seguinte. Infelizmente somos obrigados a nos submeter ao domínio global, ao menos em nome da competência. Que Deus nos salve desta concorrência ruim demais.

domingo, 23 de outubro de 2011

Gostamos do pior? A culpa é deles




Tem uns sujeitos que ficam à beira do gramado nos campos de futebol passando ordens, gritando palavrões, gesticulando feito possessos, atazanando a vida dos seus comandados. Basta o infeliz pegar na bola, sem tempo de ao menos levantar a cabeça para olhar a posição dos companheiros, e lá vem o berreiro. Desconfiou de quem estou falando? Acertou. São os tais técnicos, treinadores, ou “professores”, como são chamados, dependendo do grau de instrução ou do peso do “boleiro” no grupo. Em determinados momentos chegam a babar e cuspir em quem está próximo. Ainda não descobri a razão para esse comportamento enlouquecido Afinal, segundo consta, este cidadão é justamente quem deveria manter a calma para orientar melhor os que estão sob seu comando.

Gozado, parece que gostam do grito que vem da arquibancada, “burro, burro”... Parece também que amam perder o emprego e às vêzes optam por posar de malandros, pelo que, malandros meio sem sorte. A cada início de temporada saem desesperados pelo país a procura de trabalho, atrás do “xingar e ser xingado”. Têm o estranho hábito de, em intermináveis e incompreensíveis entrevistas coletivas, falar sobre o que aconteceu ou deixou de acontecer em noventa e poucos minutos de um futebol nem sempre merecedor de tanta atenção.

Apesar de tudo o desvelo pelos comandados e por quem os contrata chega a ser comovente. Dificilmente contestam alguma ação da cartolagem. A maioria comemora os gols da sua equipe pulando e abraçando quem estiver por perto, junto com os jogadores que correm para o homem. É um momento raro de paz, de confraternização.

Teve um que uma vez inventou àquela comemoração solitária do “aviãozinho”, só para provocar o adversário. Arranjou seguidores, mas muita encrenca com os “do outro lado”. E olha que o gesto com os braços esticados não estava na sua cartilha de superstição, cujo carro chefe é o número “13”. Além do quê é muito genioso e avesso a homenagens que fujam um pouco da rotina. Tem que ser tudo certinho, de preferência vestindo a “amarelinha” e ouvindo o Hino Nacional. Então, que negócio é esse de estampar sua caricatura na porta de um banheiro de casa noturna, como se atreveu um ex-atleta? Deu processo.

Mas, tem para todos os gostos, incluindo aqueles que aparentam não brigar com ninguém, com discursos messiânicos e pastorais. Passam uma imagem de controle total dos nervos. Tudo mentira, pura encenação. Vai ver chega em casa e sobra para alguém da família, ou para o primeiro que estiver pela frente, geralmente o cachorro.

São ou não são tipos estranhos? E tem o pior de todos, o que, além de gritão, truculento e boca suja, gosta de confundir o público e a imprensa com suas escalações, substituições e palavreado contraditório. A opção pelo perna de pau é quase uma tara. Há pouco acabei descobrindo um do gênero aqui na Ilha, ali naquele estádio perto do Aeroporto. Com ele não tem essa de jogar bem. Sai do time. Se for elogiado pelos jornalistas, azar dele. Não fica nem entre os reservas no próximo jogo. O cara é tão, mas tão teimoso e birrento, que gol bonito dá castigo.

Me disseram que domingo, um jogador dele, além de fazer uma bela partida, ainda virou o placar para o seu time com um gol de bicicleta. Ofensa suprema: primeira reação do “professor” foi mandá-lo para o chuveiro no segundo tempo. Imagino o que vem por aí. Como o cara é bom de bola e reincidente, não deve jogar mais até o final do ano.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Nada de bola, queremos as festas de outubro

Logo após a divulgação das sedes das Copas, Ricardo Teixeira garantiu o que não podia garantir, na tentativa de minimizar o fato de que no Mundial de 2014 a seleção brasileira só jogará no Maracanã se disputar a final. Disse o dirigente que tem certeza sobre a participação do Brasil na decisão da Copa, por isso sua tranqüilidade em relação às escolhas da FIFA.

Alguém tem que alertar o presidente da CBF que essa garantia não existe e que o risco de o gasto estratosférico com mais uma reforma do Maracanã pode resultar inútil e em grande frustração para os cariocas, como já está acontecendo. A não ser que haja alguma combinação com adversários, arbitragem e outros interessados numa final com o Brasil em campo.

Dirigentes e torcedores estão inconformados com as opções feitas pela FIFA quanto aos jogos da nossa seleção. Os políticos subiram no muro, mais preocupados hoje, o que é compreensível, com as discussões sobre a distribuição dos royalties do petróleo. Não são apenas os cariocas os desgostosos e desconfiados. Do Rio Grande do Sul vem o grito contra a exclusão de Porto Alegre da Copa das Confederações por conta do atraso nas obras do Beira Rio. João Bosco Vaz, secretário do comitê organizador gaúcho, reclama o mesmo tratamento dado a Recife e Salvador, capitais colocadas de standby. Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul foram tratados como os patinhos feios do mapa do Brasil.

Não sei se foi o pão de queijo ou o bolo de fubá, o fato é que Belo Horizonte provocou um carinho diferenciado da cartolagem da FIFA. Os mineiros vão desfrutar das duas Copas. Experimente falar mal de Blatter ou Teixeira em BH. Os paulistas sofreram com a birra política de Teixeira & Cia por causa da oposição do São Paulo, mas foram compensados com a abertura da Copa de 2014 e a garantia de investimentos públicos para erguer o Itaquerão corintiano.

O nordeste também não tem do que se queixar. Vai ter, pra dar e vender, seleções cruzando os céus da região, inclusive o time brasileiro. E cadê o futebol de Amazonas e Mato Grosso para justificar a construção de grandes estádios? Brasília é outro exemplo de desperdício com aquele monstrengo prometido para 70 mil pessoas. Mas, é a capital República, argumentam os defensores desta obra faraônica, favoritíssima ao título de maior elefante branco do futebol brasileiro, junto com os novos estádios de Manaus e Cuiabá.

O sul, onde verdadeiramente se joga bola nas duas principais séries do Campeonato Brasileiro vai ter que esperar, quem sabe, mais meio século para se ver contemplado como merece em eventos do porte de uma Copa do Mundo. Ou então trocar o futebol por um Mundial de festas de outubro, que por aqui temos bastante e para todos os gostos.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A Copa, ora a Copa

Cada vez mais sinto que a Copa e o futebol estão muito distantes daquilo que se fala tanto no país sobre o esporte do povo. Os caras lá na Suíça decidem tudo, o que fazer por aqui, a que horas devemos assistir futebol, a marca do refrigerante, da cerveja, que tipo de cachorro quente podemos comer, só pipoca salgada ou vale também a doce, qual a salsicha (acho que Sadia e Perdigão não pode), como deve ser o uniforme das seleções, da arbitragem, que tipo de estádio devemos ter (derrubem tudo o que já existe se não, não pode).

Até o meu Beira Rio, onde por conta da campanha de ajuda à construção tenho lá uns tijolinhos, foi pro beleléu e acabou eliminado. Ou seja, tanto faz a Copa começar aqui ou ali, terminar acolá. Vou mesmo ficar no meu canto, na frente da televisão, longe da vibração e do desconforto dos nossos estádios.


(Cópia de um email que mandei para o amigo Nei Duclós em resposta à sua pergunta e suas inteligentes ironias sobre o que eu achava das escolhas da FIFA e da CBF – “Especial de muito luxo! Gostaste do Itaquerão abrindo a Copa? Torcia pelo Pacaembu, aquela glória de pequeno grande estádio, numa cerimônia só para convidados! Ou até mesmo no Morumbi, obra do Paulo Machado de Carvalho, nosso Marechal”.)

Decisões e incoerências da FIFA e CBF

A FIFA e a CBF acabam de divulgar os locais de abertura e final da Copa do Mundo de 2014. Todo mundo já sabia que São Paulo teria o jogo de abertura e Rio de Janeiro a final. Coisa nova mesmo foi saber que a disputa pelo terceiro lugar será em Brasília, no futuro Estádio Nacional, não mais o estádio Mané Garrincha, nome atual, uma “desomenagem” a um dos nossos maiores ídolos.

As semifinais ficam para Belo Horizonte e São Paulo. A única partida da seleção brasileira programada para o Maracanã é a decisiva. Aqui a grande surpresa e certamente uma imensa decepção para os cariocas além de uma inusitada incoerência por tratar-se do grande templo do futebol brasileiro, cujas reformas já consumiram milhões e milhões de reais. Caso o Brasil não chegue à final a casa vai cair.

Quanto a Copa das Confederações a novidade foi a eliminação de Porto Alegre como uma das sedes, e por consequência, do estádio Beira Rio como local dos jogos. A alegação do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, foi a de que Internacional e a construtora não apresentaram o contrato que representa o compromisso de conclusão da obra no tempo ideal. Assim, esta competição terá como sedes Rio de Janeiro, Fortaleza, Brasília, Belo Horizonte, Recife e Salvador.

Como desconfio sempre das versões oficiais, acho que na questão de Porto Alegre tem coisa. Alguma razão política determinou, via CBF, a decisão da FIFA. Até porque há obras bem mais atrasadas que as do Beira Rio e sem os compromissos já assumidos pela Internacional. Se não for isso, é uma grande demonstração de incompetência das autoridades públicas gaúchas e dos dirigentes esportivos daquele estado. Ou então, teoria da conspiração, o trabalho de bastidores do Grêmio foi muito bem feito, ao ponto de eliminar o maior rival e aparecer como opção com a Arena que está sendo construída para substituir o estádio Olímpico.

Chega de mentiras

Ministro Orlando Silva de Jesus Jr.

Orlando Silva pode espernear à vontade, desqualificar seus acusadores, jurar por tudo que considera mais sagrado que não tem culpa no cartório e que é uma santa criatura movida pelas mais nobres das intenções. É o direito que tem sob o manto protetor da presunção da inocência, como gosta de dizer a presidenta Dilma Rousseff quando se trata de proteger cada ministro defenestrado por corrupção.

O que o Ministro do Esporte não pode fazer é negar as evidências, estampadas em matérias da mídia nacional, menos na mídia regional. São flagrantes e comprovadas as irregularidades que cercam o programa Segundo Tempo, criado para atender escolares carentes, mas que criminosamente teve seus objetivos e recursos desviados para o bolso dos assaltantes dos cofres públicos.

Do Oiapoque ao Chui, onde existe o “Segundo Tempo”, pouca coisa funciona. Se não há desvio de verbas, inexiste a implantação correta do programa. As denúncias vão desde produtos para o lanche das crianças com validade vencida, até material esportivo inadequado e de má qualidade. Mas os repasses foram feitos, em alguns casos há professores e monitores contratados. Para fazer o quê se o projeto não funciona? Isso é o que o Ministro precisa, no duplo sentido da necessidade e exatidão, explicar ao povo e às instituições prejudicadas. O resto é bate boca de políticos ávidos por vitrines, e caso para a polícia e o judiciário assumirem.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Começou no tapetão a briga pelo título dos JASC

O clima não anda bom pelos lados do Tribunal de Justiça Desportiva de Santa Catarina. E pode ficar pior com a mancada de Florianópolis, que esqueceu de inscrever no prazo legal – 10 de outubro – para os Jogos Abertos a sua forte equipe de natação.

Não confundam com o TJD da Federação Catarinense de Futebol, embora isso até seja possível, pois a turma é praticamente a mesma. Acontece que o TJ de Santa Catarina, que é o órgão julgador para os eventos da Fesporte, já sofreu uma defecção com a saída do auditor Theodoro Ducker, o Teté, desgostoso com uma decisão tomada em Caçador e que beneficiou, pra variar, uma outra representação de Florianópolis, a do tênis de mesa.

Agora nessa nova confusão, e outra vez envolvendo a FME da Capital, os bastidores estão agitados antes mesmo da sessão que vai julgar a questão da equipe de natação que não foi inscrita em tempo hábil. Sessão, aliás, transferida do dia 24 próximo para 7 de novembro.

Todo esse barulho tem uma explicação: com seus nadadores Florianópolis é fortíssima candidata ao título dos 51º Jogos Abertos que serão disputados em Criciúma de 10 a 20 de novembro. Sem eles Blumenau levanta mais uma vez o caneco. Bastidores à parte, imagino a decepção dos atletas, que podem ser alijados da maior competição de Santa Catarina por uma besteira da cartolagem, um injustificável cochilo administrativo.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Um Brasileirão catarina

Lima, artilheiro do JEC (site)

Com a benção do torcedor catarinense, menos de Chapecó, claro, o Joinville está de volta à série B. O fato representa muito para o futebol de Santa Catarina, mais do que simplesmente a alegria do joinvilense. Guardadas as proporções, tão fanático quanto os torcedores do Santa Cruz do Recife, que acaba de subir para a série C com a maior média de público em todo o Brasil.

Agora são quatro clubes nas duas principais divisões do Brasileirão. O Avaí, cai não cai, na verdade despencando, vai jogar a segunda divisão na companhia de Joinville e Criciúma. Na série A fica o Figueirense, o que quer dizer quatro clubes de Santa Catarina nas duas principais divisões do Campeonato Brasileiro.

Ganhamos todos nós com a boa rivalidade aumentada a partir do Campeonato Catarinense. Em termos regionais teremos os quatro sob o olhar invejoso da Chapecoense que não alcançou seu objetivo de subir à série B. É só a Federação Catarinense não atrapalhar e poderemos assistir ao melhor campeonato estadual dos últimos tempos. E quem sabe, em 2013, cinco catarinas no Brasileirão.

O Segundo Tempo, lá, aqui, acolá

O jornal Zero Hora, versão gaúcha do Diário Catarinense, publica hoje matéria assinada por Vivian Eichler sobre suspeitas de desvio de verbas na execução do programa Segundo Tempo no Rio Grande do Sul, em convênio mantido com a Fundergs, Fundação do Esporte e Lazer. É o mesmo programa que virou um fantasma a assombrar o Ministro do Esporte Orlando Silva Jr. A Fundergs corresponde à nossa Fundação Catarinense de Desportos, a Fesporte.

Lá são 67 convênios firmados entre o Ministério do Esporte e a fundação gaúcha, sob sindicância do governo do estado e que já apontou irregularidades nos repasses de recursos para o programa em questão.

Diz a matéria que o Segundo Tempo seria a maior parceria do estado “para ajudar a afastar das drogas cerca de 16 mil crianças e adolescentes, mas acabou em frustração para boa parte dos 29 municípios envolvidos”. O texto enfatiza que “menos da metade do número de beneficiados previsto participou, de fato, de oficinas esportivas no turno inverso da escola”. A matéria não faz menção, mas além das oficinas, o programa contempla ainda o reforço escolar.

Por aqui a situação é parecida. A diferença é que nas primeiras ações do Segundo Tempo em Santa Catarina, o convênio com o Ministério do Esporte foi firmado com a Fesporte.Em 2006, nos últimos dias da gestão do comunista João Ghizoni o Segundo Tempo foi transferido para uma ONG conhecida como Instituto Contato, administrada por seus ex-assessores na Fesporte.

Do jeito que a coisa vai, e se as investigações forem levadas a sério, as suspeitas podem respingar no convênio catarinense. O texto no portal do Instituto Contato não fala em quantidade de núcleos do Segundo Tempo, para crianças de 6 a 17 anos,mas garante:” é um instrumento de inclusão social para seu público alvo, afastando-os de situações de vulnerabilidade social".

Segundo a Ong Contato, "os núcleos, onde se realizam as ações do programa contam com professores e estagiários, material esportivo e didático.Cada núcleo atende 120 alunos, divididos em turmas matutinas e vespertinas, participando de 4 horas de atividades, 3 vezes por semana, incluindo lanche entre os intervalos das atividades”.

Há pouco tempo o jornal Folha de São Paulo ocupou-se com o assunto em reportagem de amplitude nacional e revelou irregularidades em Santa Catarina. Na época, superficialmente, a matéria referiu-se à alimentação que era servida como lanche às crianças com prazo de validade vencido, e pagamento por serviços não prestados.

A mídia do estado, por razões que nossa vã filosofia não alcança, nunca tocou no problema. Mas, para o bem ou para o mal, o convênio entre o Ministério do Esporte e o Instituto Contato precisa de uma boa investigação, até porque envolvia parcerias com Eletrosul e o extinto Besc. Em alguns estados brasileiros um olhar mais atento, além de ter colocado em maus lençóis o Ministro do Esporte, revelou também o envolvimento de ex-atletas, como relatou matéria do "Fantástico" no último domingo.

sábado, 15 de outubro de 2011

Tudo como dantes



Futricas políticas e denúncias jogadas no colo de repórteres não levam a nada. A presidenta Dilma e seus assessores mais diretos varrem tudo pra baixo do tapete e fica o dito pelo não dito. Já caíram ministros e seus lacaios e nada aconteceu. Vai se repetir com o Ministério do Esporte, onde Orlando Silva, hoje ministro, antes secretário executivo do outro ministro, o Agnelo Queiroz, não convence com suas justificativas sobre as acusações do passado e do presente.

Já imaginaram estrago político se houvesse uma investida séria do Ministério Público e da Polícia Federal sobre a CBF do Ricardo Teixeira, o Ministério do Esporte e o Comitê Olímpico Brasileiro? Com o Brasil ocupado com os preparativos para uma Copa do Mundo em 2014 e a Olimpíada de 2016, nem pensar. Os assaltantes dos cofres públicos continuarão livres para completar o serviço, ainda que mal feito e à vista dos brasileiros de bem.

Agora é a revista Veja que investe sobre o feudo do PC do B. Orlando Silva não quer largar o osso, bem como os inúmeros partidários – inclusive aqui de Santa Catarina – que se beneficiam dos caixas de campanha sustentados pelo dinheiro desviado do esporte e de projetos como o “Segundo Tempo” e “Pintando a Liberdade”.

O primeiro durante algum tempo beneficiou crianças carentes com estudo e prática esportiva no contra turno escolar. Até que uma Ong abraçou a causa e botou no bolso a chave do cofre. O outro visava socializar o reeducando, como gostavam de chamar o presidiário em várias penitenciárias brasileiras: trabalho em troca de remissão de pena e dinheiro transformado em poupança para os familiares na proporção do material esportivo – bolas, redes e uniforme – fabricado.

Como nesse país não se prende nem se pune ninguém por crimes de colarinho branco o Ministério do Esporte, como outros, continuará sua vidinha sem percalços. Ou no máximo, quem sabe, haverá a troca de guarda para continuar tudo como dantes no QG do Planalto.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O tamanho do calote com a temporada chegando

Transporte marítimo; metrô de superfície; arena multiuso; quarta ponte; recuperação total da Hercílio Luz; marinas e locais para atracação dos navios de cruzeiro; melhoria do transporte coletivo com corredores exclusivos para ônibus; urbanização da área do Mercado Público; fiscalização mais rigorosa das construções que invadem áreas de preservação; recuperação da rodoviária Rita Maria; soluções para a (i) mobilidade urbana; equipamentos como chuveiros e banheiros públicos nas praias da Ilha; aumento da segurança com mais policiais nas ruas: mutirão de cirurgias: mais facilidade de acesso à saúde com a ampliação das emergências dos hospitais e melhorias nos postos de saúde; reformas emergenciais nas escolas do estado; solução para os engarrafamentos no sul da Ilha; ampliação do aeroporto Hercílio Luz, duplicação da BR-282 no acesso a Florianópolis; transferência do posto de pedágio de Palhoça; duplicação total da BR-101 no trecho sul; entrega do cinema e do teatro do CIC

Quais das promessas acima relacionadas foram cumpridas pelo poder público, municipal, estadual ou federal? Esqueci de alguma? A nova temporada está aí.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Não se faz isso com criança



Os assuntos futebolísticos domésticos andam muito interessantes. Vejam, por exemplo, o que o Figueirense fez em Porto Alegre, em pleno estádio Olímpico. Estragou a festa do dia das crianças preparada pelo Grêmio. O estrago só não foi maior porque o Nem, aquele gurizinho driblador que atua no ataque do Figueira, resolveu brincar fora de hora. Em todo o caso, o placar clássico de 3 a 1 ficou bem para o time da Capital. Morri de pena da meninada tricolor que voltou pra casa chorando. Jorginho e seus atletas deveriam ser enquadrados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. Vamos ver agora se o treinador do Figueirense tem coragem para deixar o Maicon fora do time. Sem ele o Figueira venceu três partidas, com ele o jogo fica muito picadinho e prejudica a maior arma do time, o contra ataque em velocidade.

Na situação do Avaí temos que falar de burrice e teimosia. A criançada fez festa antes do jogo pelo seu dia, mas saiu triste da Ressacada e na bronca com o treinador. Como é que aquele Garrincha chapecoense fica no banco? Esse Cleverson no segundo tempo acabou com a defesa do Atlético GO, como fizera no jogo anterior contra o Atlético PR, e a vitoria só não aconteceu porque entrou tarde no time e o William perdeu um pênalti em hora muito imprópria. No mais continuo acreditando que se houver um julgamento no STJD o jurídico avaiano vai “esquecer” de escalar um advogado no Rio de Janeiro para defender o técnico Toninho Cecílio e reduzir sua punição. Mesmo porque agora parece que só falta um jogo. Nesse caso quem sabe vale a pena mandar o Cecílio fazer um curso no exterior ou oferecê-lo a um clube árabe em troca de uns petro-dólares na rescisão de contrato. Com o interino Edinho no banco o Avaí segue invicto.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

De Lamarque, Mariachis e Cantinflas



Não faltaram bons ingredientes para que o amistoso da quase madrugada se transformasse num dramalhão como os protagonizados na década de 60 pela atriz e cantora de tangos, a argentina radicada no México, Libertad Lamarque. Nascida em Rosário no início do século passado, Lamarque apareceu nos principais filmes produzidos pela mexicana Pelmex, certeza de espectadores lacrimejantes.

Fechado o parêntesis para explicar como no México se cultua a interpretação dos mariachis e suas músicas cheia de dramas amorosos, vamos ao roteiro. Guardado, por exemplo, é um nome difícil de esquecer. Com o México vencendo por 1 a 0, graças ao gol contra do zagueiro Davi Luiz, deu uma “cantinflada” (quem lembra do Cantinflas?) cobrando o pênalti que Jeferson defendeu. Foi no finalzinho do primeiro tempo e o Brasil ficou com dez jogadores por causa da expulsão de Daniel Alves, autor da falta capital. No segundo tempo Jeferson evitou o 0 a 2 ao defender a bola cabeceada em cima por um tal de Chucharrito.

A essa altura do jogo começou o sofrimento para a grande torcida mexicana que lotou as arquibancadas do belo estádio de Torreon para assistir um show e a manutenção de invencibilidade do seu time. Faltou lenço para os torcedores locais depois que Ronaldinho com maestria fez de falta o primeiro gol brasileiro e Marcelo garantiu a virada marcando um golaço. Esse versátil jogador, titular absoluto da lateral esquerda do Real Madri, não entrava no time porque Mano Menezes estava de mal com ele. Como aconteceu com o Hernanes, que foi a campo aos 47 minutos do segundo tempo. Contribuições do nosso treinador para incrementar o dramalhão que felizmente para nós terminou bem ao estilo mexicano.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Ainda há quem tenha esperança

Tenho lido aqui e ali que o Ministério do Esporte está sendo cobiçado por alguns partidos importantes, além do PC do B que desastrosamente já o comanda por algum tempo, primeiro com Agnelo Queiroz, agora com Orlando Silva.

O motivo de tanto interesse e disputa por um Ministério que há vários mandatos presidenciais não disse a que veio é bem simples: ali se ganha fácil muito dinheiro. Agora com a Copa e a Olimpíada, então, a grana vai rolar frouxa, direto para os bolsos dos maus políticos e dos péssimos dirigentes esportivos. Parece que a presidenta Dilma, que até aqui não se coçou em relação a esse ministério, está esperando que caiam denúncias no seu colo para só assim tomar providências que higienizem também o esporte.

Para interromper essa sangria e botar a casa esportiva em ordem o blogueiro José Cruz, sempre atento fiscalizando há mais de vinte anos a roubalheira e as maracutaias, sugere a criação de uma Agência Nacional do Desporto. Pulei na cadeira lembrando das outras que já existem, para saúde, telefonia, transportes, etc. O Cruz alerta que, no caso do esporte, a tal agência reguladora teria que ser desvinculada da política e dos políticos, para evitar o que aconteceu com as já existentes depois que o ex-presidente Lula interferiu para trocar as decisões técnicas por políticas.

O Zé, a quem conheço desde meus tempos de Brasília é um dos jornalistas mais sérios e competentes desse país. Sempre acompanhei seu trabalho na coluna que assinava no Correio Braziliense. Batia tão forte que o Agnelo, vejam só que beleza de político, uma vez pediu sua cabeça à direção do jornal. Continuo na esteira do Zé, hoje no http://blogdocruz.blog.uol.com Mas não compartilho das esperanças de soluções que possam surgir a partir da criação de uma agência do desporto distante da política e dos políticos. O Zé que me desculpe, mas é como acreditar em Papai Noel e Coelhinho da Páscoa.

sábado, 8 de outubro de 2011

Tudo sobre o mesmo de sempre

O lance que condenou Barbosa


É impressionante a passividade bovina dos dirigentes de clubes no Brasil. Não abrem a boca pra nada, ainda que suas equipes estejam sendo prejudicadas em plena reta final do Campeonato Brasileiro por convocações para um amistoso ridículo como foi este contra a Costa Rica.

A única coisa que se ouve é a lamúria dos treinadores cujos times são desfalcados para que a seleção possa sair pelo mundo a sustentar o circo mambembe cada vez olhado com mais desconfiança pelo torcedor brasileiro e parte da mídia. Apesar de procedente, a tímida reclamatória dos técnicos não serve pra nada a não ser para escancarar a desunião da classe, com cada um puxando a brasa para a sua sardinha na medida em que o seu fogo começa a baixar. Afinal, não é todo mundo que gosta de peixe cru, principalmente quando pode ser fatal o desarranjo dos times nas rodadas finais.

Os estragos vão longe e acabarão atingindo o próprio planejamento para a Copa de 2014, se é que existe algo parecido com um projeto bem estruturado e que dê apoio à Comissão Técnica. Até aqui o que se vê é muito improviso e figuras de linguagem para justificar o que estamos assistindo em um país onde se joga futebol de terça a domingo.

De acordo com o calendário divulgado esta semana pela CBF do doutor Ricardo, ano que vem vai ser muito pior. Pra começar, teremos a Olmpíada em Londres, além dos comprometimentos já conhecidos, entre eles os amistosos caça-níqueis da seleção que o Mano Menezes ainda não conseguiu mostrar. Os milhões de aficionados, incluindo-se aí milhares de jornalistas sempre com a espada empunhada estão apreensivos. Segundo os doutos do nosso futebol não haverá paralisação do Brasileirão e o amontoado de competições paralelas como campeonatos regionais, Copa do Brasil, Sul Americana, Libertadores só vai atrapalhar ainda mais e sugar o sangue de todos. O vampiresco departamento de futebol da CBF é implacável.

Um absurdo deste tamanho não é contestado por ninguém e o barco segue sendo levado por ventos vindos de uma entidade que só faz prejudicar seus filiados. Em tempo: deu sono, desliguei a tevê e fui pra cama ler um pouco e depois dormir, de tão ruim que foi o jogo contra a Costa Rica, um dos piores adversários que já vi o Brasil enfrentar nos últimos tempos. No comecinho da partida uma canelada do atacante costarriquenho à frente do gol defendido por Júlio César mandou a bola pro espaço e deu bem a medida do veríamos em campo.

Por essas e muitas outras é que o Campeonato Brasileiro tecnicamente até agora não deslanchou. A metralhadora giratória empunhada pelo Mano para as convocações atira a esmo e ficamos sem entender onde se pode chegar com a falta de critério e a desorganização demonstrada dentro e fora dos gramados.

Resultado é que alguns times empacaram na parte de cima e no meio da tabela, revelando uma mentira que é o suposto equilíbrio cantado em prosa e verso pelos dirigentes. Pobre e podre futebol brasileiro, com uma Copa do Mundo batendo à porta.


Para o bem de todos e felicidade geral de uma nação futebolística como a nossa, tomara que o Mano Menezes, apesar dos pesares, obtenha sucesso na sua empreitada. Caso contrário a execração pública virá impiedosa, como aconteceu com o goleiro Barbosa por causa da derrota para o Uruguai na Copa de 50. A cada entrevista o coitado era obrigado a se defender repetindo a frase que virou seu bordão completado meio século daquela tragédia: “A pena máxima no Brasil é de 30 anos, mas há 50 estou pagando por um crime que não cometi”.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Guga protestou. E daí?

Vamos a la playa, ô, ô, ô, ô, ô

Vivemos numa cidade administrada por gente que ri da comunidade e não dá a mínima para as leis, sob o manto protetor de poderes que poderiam e deveriam botar na cadeia esse tipo de gestor público. Assistimos impotentes a célere escalada da corrupção, da violência, da roubalheira e da impunidade.
Temos um prefeito com sorriso de inaugurar dentadura e que vive comemorando a impunidade em tudo o que faz, apesar das irregularidades flagrantes na suas consecutivas reeleições. O voto já não diz mais nada, apenas tem sido utilizado para eleger corruptos acobertados por uma convivência promíscua dos poderes que deveriam zelar pelo bem da comunidade. O povo perdeu a noção de justiça e se deixa levar pelo espetáculo enganoso das festivas solenidades de ocasião.

Nosso prefeito adota um discurso cínico, movido por ações parecidas com as do Odorico Paraguassu, personagem eternizado na memória do brasileiro pela Rede Globo. Com uma diferença nada sutil, mas que não tem servido para deixar os eleitores de olhos bem abertos e a imprensa mais atenta e interessada no dia a dia de Florianópolis. Enquanto o da tevê buscava freneticamente um cadáver para inaugurar o primeiro cemitério da sua cidade, nosso alcaide e sua incompetente assessoria se dedicam a inaugurar viadutos ineficientes e outras obras de ostentação, beneficiados pela cegueira que acomete os cidadãos desta urbe, mais atoleimados a cada nova eleição.

Planejamento nem pensar. Prá que? Não rende voto – maior contradição nesse país democrático - olhar para o interesse público, evitar que Florianópolis se transforme num amontoado de gente com qualidade de vida abaixo de zero. Estamos próximos do caos e a turma só quer encher a burra sempre visando as urnas, o maior cofre a alimentar a riqueza dos oportunistas, Midas ao avesso, inimigos do bem comum, amigos inseparáveis do próprio bolso.

Guga falou tarde demais e seu protesto, apesar de procedente, foi muito tímido diante da grandeza dos problemas enfrentados por Florianópolis que até pouco tempo atrás ousou ostentar indevidamente um slogan que na verdade nunca lhe coube, a capital turística do Mercosul.

Quem inventou essa balela, transformada em cantilena de políticos e administradores inescrupulosos, na verdade nunca atravessou a ponte para conhecer o que existe fora dos limites da Capital. Ou – como acontece até hoje - preferiu botar a culpa nos gaúchos pela desdita criada por falta de planejamento e corrupção.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Um passado presente

Morano Calabro, o princípio de tudo


Estou voltando hoje, ainda meio insone por causa do fuso horário, cinco horas a menos em relação à Europa. Foi uma viagem espetacular na companhia do César Valente, meu fiel escudeiro. Além de amigo, o César tem uma queda para agente de viagem, o que tornou mais fácil nossa estada de 15 dias pela Itália e duas cidades da Suíça. O homem organizou tudo, desde passagens de avião, trens, reservas de hotéis, até o roteiro completo do primeiro ao último dia, e aluguel de carros que ele mesmo dirigiu.

Na primeira semana tivemos a companhia de outro amigo, o Luiz Lanzetta, parceiro e também motivador desta viagem com traços sentimentais e afetivos. Meus avós paternos são calabreses, como os bisavós dele. Fomos atrás do nosso passado em Morano Cálabro, uma encantadora cidadezinha de pouco mais de quatro mil habitantes, encarapitada nas montanhas do norte da Itália. Depois de Roma, Morano, alguns balneários do norte italiano, incluindo a bela costa amalfitana, e muitos bons vinhos calabreses, o Lanzetta voltou para Brasília chamado por compromissos profissionais.

César e eu seguimos adiante, rumo a Castel San Pietro Termi, uma pequena e acolhedora estância de águas termais já no nordeste da Itália. Foi nosso sossegado quartel general para saídas a Firenzi e Veneza, onde assisti ao maior engarrafamento de gente, de vaporetos e gôndolas nos canais da cidade. Uma beleza histórica sob uma avalanche terrível de turistas que mal têm tempo para apreciar e mensurar o valor desta cidade.

Tranquilidade só acordando muito cedo para conhecer suas vielas, pontes e atrações históricas entremeadas pelos canais. Para se ter uma pálida idéia do que estão fazendo com Veneza, um japonês endinheirado fez lá seu casamento e lua e mel, com o devido registro de fotógrafo e cinegrafista. Eu vi, passei na hora em uma dos tantos cenários escolhidos pelo casal.

Deu tempo de ir à fábrica e ao museu da Ferrari, em Maranello, pertinho de onde estávamos hospedados. Depois passamos rapidamente por Nápoli, um horror em matéria de sujeira e sensação de insegurança, pelas belíssimas Bologna e Milão, com direito aos dois últimos dias em Lugano e Locarno, onde os milionários gastam parte os seus depósitos assegurados em bancos suíços.

Os alemães também estão turistando por lá, a exemplo dos italianos com seus inseparáveis cachorros. Eles sujam calçadas, parques e acompanham os donos até em restaurantes, onde ficam sob as mesas. Dependendo do humor dos bichinhos que entram e saem a todo momento tem briga de cachorro de todos os tamanhos. Maitres e garçons, constrangidos, ficam com aquela cara de paisagem, sem saber o que fazer. Dizem que isso é civilizado, coisa de primeiro mundo. Só concorda com essa bobagem quem não suja a sola do calçado, tem o olfato prejudicado ou é surdo. E olha que eu gosto de cachorro.

domingo, 18 de setembro de 2011

A fuga do Parque dos Dinossauros





No começo os agradinhos na apresentação feita pelo Adelor Lessa e pelo Gilvan, na sequência a mesa e a platéia com Lise e Scarduelli à frente das ferinhas (fotos Satc)


Depois de virar jurássico no jornalismo esportivo não tive oportunidade de conversar com a meninada que busca uma vaga na profissão. Um pouco por indolência minha, muito por timidez e medo de enfrentar a sempre bem vinda curiosidade da garotada.

Ganhei esta primeira chance graças ao convite do companheiro Paulo Scarduelli, professor da disciplina de Jornalismo Esportivo na Satc – Sociedade dos Amigos dos Trabalhadores no Carvão -, universidade e curso novinhos em folha de Criciúma. Graças também à anuência da Lise Búrigo, a entusiasmada coordenadora do curso. Paulo e Lise, aliás, fazem um belo trabalho naquela instituição.

Decidi fugir do Parque dos Dinossauros para enfrentar uma platéia atenta e certamente bastante crítica. Consegui falar sobre a profissão e sobre Jogos Abertos – razão da minha passagem por lá –, com a mediação generosa dos amigos baby sauros Adelor Lessa e Gilvan de França. Também falei sobre alguns percalços a que o jornalista está sujeito em um evento como os Jogos Abertos, pela sua complexidade e diversidade de participantes, e que rendem boas histórias.

Foi um papo interessante e produtivo, com uma boa troca de experiências, pelo menos para este humilde escriba. Em novembro, durante os Jogos em Criciúma, terei a oportunidade de acompanhar o trabalho dos alunos da Lise e do Scarduelli na alimentação do portal da Satc, cujo texto abaixo registrou o bate papo da sexta-feira à noite.


Com anos de experiência na cobertura dos Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc) o jornalista Mário Medaglia foi o palestrante na noite desta sexta-feira, 16, na Faculdade Satc.


O profissional, que já atuou na cobertura de mais de 30 edições dos jogos, conversou com acadêmicos de Jornalismo da 3ª, 6ª e 8ª fases. A vinda ocorreu a convite do professor Paulo Scarduelli, na disciplina de Jornalismo Esportivo.
O debate foi mediado pelos jornalistas Adelor Lessa e Gilvan de França, que também já atuaram na cobertura dos Jogos em Santa Catarina.


Medaglia ressaltou que os Jasc são considerados o maior evento esportivo desse nível no país. "Além de tudo, contempla todas as modalidade olímpicas".
Para ele, seria interessante que os municípios aproveitassem mais os espaços que são melhorados ou criados para as competições. "Em muitas cidades percebemos que os espaços esportivos acabaram ficando de lado e não sendo aproveitados pela comunidade depois, o que é um erro", destacou.


Mário Medaglia, hoje integrando o Conselho Estadual de Desportos, estará presente em Criciúma, de 10 a 20 de novembro, acompanhando a 51ª edição dos Jasc. Práticas de jornalismo e a visão de Medaglia podem ser conferidas em seu blog.