quinta-feira, 6 de maio de 2010

O melhor hospital de Florianópolis

Quem se queixa do atendimento e das condições dos hospitais públicos e privados de Florianópolis é porque não conhece a estrutura oferecida por aquela casa de saúde no caminho para o aeroporto. Ali se joga futebol nas quartas-feiras e finais de semana, por conta da sua outra finalidade, a principal. O resto do tempo é destinado ao cuidado de pacientes com lesões tão complexas que demora meses para fazê-los voltar às suas ocupações normais.

Desde o ano passado tem sido grande a procura pelas especializações da casa e seus profissionais. Alguns não tiveram jeito e foram mandados embora sem a desejada cura. Mas a clientela continua aumentando, provavelmente pela fama adquirida país afora.

Tanto que acaba de chegar mais uma leva com clientes que há mais de ano não conseguem exercer sua profissão. Parece que são jogadores profissionais. A preferência é por pacientes de idade mais avançada, mas não há restrições de procedência, até porque alguns pacientes considerados bons de marketing e com currículo internacional ajudam a divulgar as qualidades do estabelecimento. Jovens são prontamente descartados para o que chamam de banco de reservas ou negociados para que façam sucesso em outras paragens.

Apesar do sigilo mantido em torno das necessidades dos seus internos, descobriu-se que o mais famoso deles na atualidade tem funcionado como boa peça de propaganda. Resultado obtido graças à sua extrema facilidade no trato com o público externo. Já disse, por exemplo, que independente do que acontecer daqui por diante, pretende ficar na cidade. Sua família, o gato e o papagaio estão perfeitamente adaptados, o povo é acolhedor e muito tranqüilo. Marqueteiro, ele? Não, simplesmente agradecido à oportunidade remunerada de desfrutar das belezas naturais da nossa capital. Deixa ele descobrir que vivemos numa reprodução em miniatua do Rio de Janeiro, onde morava.

O dito jogava futebol, do qual estava afastado – dizem que por lesão crônica – e há mais de seis meses não botava o pé numa bola. Ao saber das excelentes condições de tratamento na casa de saúde catarinense aceitou de pronto o convite para nela tentar sua recuperação. Se desse voltaria ao futebol, ao menos para jogar uma meia dúzia de partidas. Foi o que aconteceu. O tratamento continua, intercalado com alguns cuidadosos testes de campo. Nada de gramados ruins ou adversários muito difíceis. E pelo jeito os objetivos foram plenamente alcançados, já virou queridinho da torcida e da mídia.

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