quinta-feira, 30 de abril de 2009

O pior do esporte

Fui contratado pela Federação Catarinense do Desporto Universitário – FCDU - para trabalhar em Chapecó de terça-feira a domingo nos Jogos Universitários. Missão: coordenar a divulgação desta importante competição classificatória para a Olimpíada Universitária Brasileira que será disputada em Fortaleza de 14 a 23 de agosto. Nem cheguei a botar o pé na estrada porque um diretor da Fesporte, parceira da FCDU na execução do evento, vetou minha participação na assessoria de imprensa, que ficou a cargo de um profissional da casa. As explicações deste cidadão para o veto ao meu trabalho e à minha presença em Chapecó foram supostas críticas que eu teria feito aos atuais dirigentes da Fesporte, chamando-os de ladrões. Podem vasculhar meu blog, nunca fui além da crítica a determinados procedimentos, o que, por conhecimento de causa, tenho o direito e o dever de fazer como jornalista que vive o esporte catarinense há quase 40 anos. O desrespeito à minha história profissional, está registrado nas palavras ameaçadoras transmitidas por este dirigente ao presidente da FCDU, Manoel Rebelo, intimado a me demitir antes que eu pudesse levar adiante a segunda etapa do meu trabalho, iniciado semana passada durante o Congresso Técnico da competição: “onde a Fesporte estiver o Mário Medaglia tem que passar longe, caso contrário está desfeita nossa parceria”. Para completar seu serviço sujo só restou ao meu detrator envenenar o diretor geral da Fesporte, Cacá Pavanello, tarefa cumprida com sucesso.

domingo, 26 de abril de 2009

Entreguem a Taça para a Chapecoense

Comemoração contra o Avaí, rotina da Chapecoense -foto Ricardo Dutra - RBS

É o mínimo que deveria acontecer depois da terceira derrota do Avaí para a Chapecoense no campeonato, entre elas aquela vexatória goleada por 5 a 1. Foi também a terceira derrota consecutiva desde o final do quadrangular que definiu os times da decisão, uma para o Joinville, as duas últimas para o time do oeste. Debitem os recentes resultados negativos na conta do Silas, principal responsável por essa repentina instabilidade do time. Além de escalar mal e substituir pior ainda, Silas virou um analfabeto em matéria de leitura de jogo, um quesito fundamental na formação do bom treinador. Seu comportamento à beira do gramado ultimamente não condiz com a capacidade de comando que ele demonstrou ao colocar o Avaí na série A do Brasileiro. Tanto que em Chapecó foi expulso no intervalo da partida depois de discutir com o árbitro José Acácio.

Só o regulamento salva

Já vinha escrevendo faz tempo sobre estranhos fenômenos que se abateram sobre a Ressacada desde que o simples e o lógico foram trocados pelo inexplicável, como ficou explicitado domingo em Chapecó. Ferdinando, sem ritmo de jogo pela condição da duradoura reserva, entrou no lugar do garoto Medina, titular até então. Impressiona a facilidade com que o jogador jovem é sempre a vítima preferida da criatividade dos treinadores. Ou do compromisso com a parceria, o que é pior ainda. Wendel Falcão, outro grande equívoco como terceiro zagueiro, foi um dos piores em campo em um esquema medroso que deixou apenas um atacante contra a zaga adversária e o goleador Evando no banco. A entrada de William só aconteceu pela misteriosa lesão de Marquinho, uma constante em jogos decisivos. Depois de mais essa derrota para a Chapecoense talvez a direção do Avaí, comissão técnica e jogadores entendam a desconfiança e a revolta da torcida, inconformada com a possibilidade de mais um ano sem título. O fio de esperança é o regulamento que não dá a vantagem do saldo de gols no jogo de volta.

sábado, 25 de abril de 2009

Bem vindos

Dárcio/Osvaldo no comando do Congresso da FCDU em Chapecó - foto de Carlos Silva

Desfrutei na sexta-feira do prazer do reencontro com ex-companheiros da Fesporte, fundação estadual que cuida do esporte em Santa Catarina. É gente da área técnica (a turma é grande), dedicada e competente, com muita bagagem na organização e execução de centenas de eventos importantes, entre eles os Jogos Aberto, com prós e contras, a grife esportiva do Estado. Convivi rapidamente com dois deles, o Osvaldo Junklaus e com o Dárcio de Saules em Chapecó, durante os preparativos para os Jogos Universitários Catarinenses que serão disputados naquela cidade semana que vem. A presença da Fesporte é fruto da parceria estabelecida com a Fundação Catarinense do Desporto Universitário, o que deve render bons resultados daqui por diante. Eventos universitários e de peso como este – porque classifica para o Brasileiro de Fortaleza, em agosto - há muito carecem de um suporte técnico que garanta a eles a credibilidade necessária para sua recuperação em todos os segmentos esportivos e boa visibilidade junto à mídia especializada. Não havendo interferência política, comum a cada troca de governo ou de comando, quem ganha é o esporte catarinense como um todo, da escola à universidade, da participação ao rendimento. Desculpem a pretensão, mas como conheço os dois lados deste balcão, sei muito sobre o que acabo de escrever.

Pra bom entendedor

Todo mundo entende, sem necessidade de consulta ao “Aurelião”, o significado da palavra capanga, incluída em debate (ou seria bate boca?) recente na sessão do STJ. Também é fácil medir o alcance das expressões usadas pelo Ministro Joaquim Barbosa no repto ao presidente do Supremo, Gilmar Mendes: “o senhor está destruindo o judiciário brasileiro. Vá às ruas Ministro, vá as ruas”, desafiou Joaquim, que fez isso no Rio de Janeiro neste sábado e foi aclamado pelo povo. A reação dos seus companheiros na suprema corte do país, condenando o Ministro Joaquim por seu comportamento desrespeitoso em plenário e fora dele, é sintomática. E muito parecida com a dos deputados e senadores diante da enxurrada de denúncias sobre a “farra” das passagens aéreas. O texto que regula o assunto não é claro, alegam os farristas, como se ética no parlamento e moralidade pública precisassem estar explicitamente escritas ou regulamentadas.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Projetos de ocasião

O melhor do nosso vôlei feminino está em extinção

O voleibol feminino da Finasa/Osasco não existe mais, o da Brasil Telecom/Brusque ainda resiste. Os times foram extintos por seus patrocinadores principais, desinteressados em dar continuidade ao respectivos projetos que, neste caso, evolvem dois semifinalistas da Superliga, cheios de jogadoras e comandados por comissões técnicas de alto nível, todos desempregados. Osasco resistiu duas décadas e Renan Dal Zotto ainda tenta salvar a novata equipe do Brusque. O certo é que estamos frente a uma realidade que vem fazendo muito mal ao esporte de um modo geral. Os investimentos são feitos na medida dos interesses das empresas, sem levar em conta as comunidades envolvidas, o que nos remete a um abre-e-fecha interminável. O canto da sereia já foi entoado em vários segmentos do esporte catarinense com enormes prejuízos para as instituições públicas e atletas que acabam na rua da amargura. Os investidores eventuais, ao contrário, seguem a procura de novos incautos dispostos a abrigar marcas e ceder espaços públicos, em troca de pouco ou nenhum retorno.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

A torcida pode e deve cobrar


A ascensão à série A do Brasileiro virou filme antigo, passou faz tempo. A comissão técnica e alguns jogadores do Avaí parece que ainda não se deram conta e assumiram uma postura beirando à irresponsabilidade nesse final do Catarinão. Silas fez experiências em jogos importantes, o time se acomodou com a classificação antecipada à decisão, e o resultado são duas derrotas consecutivas, uma delas para a Chapecoense, adversário da final e especializado em tirar o pão da boca do Leão. A violência da torcida é condenável, mas as vaias e a cobrança são válidas e estão plenamente justificadas diante da soberba que tomou conta dos bastidores da Ressacada. Para azar do Joinville que chegou à última rodada do quadrangular dependendo de resultados alheios.

Respeito é bom e dá resultado


O Inter jogou com vontade e massacrou o Caxias no Beira Rio sagrando-se bicampeão invicto, um Flamengo raçudo ganhou a Taça Rio e evitou o título antecipado do favorito Botafogo. Em São Paulo os arrogantes Muricy Ramalho e Vanderley Luxemburgo sucumbiram diante da seriedade do Corinthians do Mano e do Ronaldo, e do Santos de Mancini e do garoto Neymar. Em Recife o Sport de Nelsinho também acabou campeão, com esforço e profissionalismo, apesar de disputar a Libertadores em paralelo. Estas decisões do domingo deveriam servir de exemplo para Silas e certas estrelas avaianas que trocaram as chuteiras por sapatilhas. A humildade e o respeito ao adversário e à torcida não podem ficar só no discurso, têm que aparecer principalmente dentro do campo para satisfazer a expectativa da arquibancada. Com um rival difícil pela frente na decisão do Estadual e o Campeonato Brasileiro batendo à porta é urgente que isso aconteça.

Bola nas costas


Voltei domingo de Brasília, cidade soterrada por notícias de corrupção e malversação do dinheiro púbico. Revolta ler jornais, ver os noticiários de tevê, uma teia reveladora da falta de vergonha que se espalha pelo país a partir do Palácio do Planalto, tomando conta da Esplanada dos Ministérios e do Congresso, instituições que deveriam zelar pelo bem público, mas que acabam contaminando estados e municípios. Até o Ministério do Esporte, do comunista Orlando Silva, entrou na berlinda. Uma ONG chamada “Bola pra frente” recebe sozinha mais dinheiro (R$ 8,5 milhões anuais) do que várias outras existentes em diversos estados brasileiros. Detalhe: a sede desta organização fica em Jaguariúna, pequeno município do interior paulista e é dirigida por uma ex-jogadora de basquete eleita vereadora pelo partido do Ministro Orlando. A denúncia está na edição de domingo do Correio Braziliense.

sábado, 18 de abril de 2009

A vida e a morte em Brasília



Semana em Brasília para rever amigos, e repartir com eles a alegria do reencontro no lançamento do livro do Lourenço Cazarré, "A longa migração do temível tubarão branco" (fotos do filho Érico Cazarré). Daria tudo certo não fosse a morte de dois amigos justo nesta semana: dias antes da minha chegada na quarta-feira, Simone Freitas, grande amiga que fiz em Barra Grande, na Bahia, não resistiu a um câncer depois de lutar meses contra a doença. Na tarde da quarta-feira, morreu o jornalista Kido Guerra, também amigo, e parceiro de outra figura querida, a Simone Borba. Assim passei a noite da quarta-feira e os dias seguintes em Brasília, dividido entre a alegria dos reencontros e a tristeza trazida pela morte de pessoas amadas.


terça-feira, 14 de abril de 2009

Livro + amigos, uma boa combinação


Juntei a preguiça trazida pelo feriadão de Páscoa com uma sexta-feira etílica-gastronômica junto aos amigos. Acrescentei mais dois dias com aquela coisa que dá febre alta, dor no corpo e uma prostração miserável - e que os médicos, na falta do que dizer definem como virose - para acabar de cama sem vontade de fazer nada a não ser dormir. Ou seja, não produzi porcaria nenhuma e deixei meu blog às moscas. Volto hoje para comunicar nova ausência. Vou a Brasília, ver amigos sãos e doentes. Entre os sadios de corpo e mente está o Lourenço Cazarré lançando nesta quarta-feira seu último livro, "A longa migração do temível tubarão branco". Entre os dodóis verei o Kido Guerra, jornalista que poderia ter inspirado o personagem do livro do Cazarré. Kido trabalha, fuma e bebe como gente grande e sofeu um enfarte semana passada. Conforme a agenda, mando notícias. Prometo passar longe do Congresso. Posso pegar outra virose.



O livro


Dante Verga, 50 anos, casado, pai de três filhas, importante jornalista econômico em Brasília sofre um enfarte em plena Esplanada dos Ministérios. Levado pelos bombeiros a uma clínica cardiológica é atendido pelo bizarro doutor Tamandaré, que tem um método peculiar de tratar seus pacientes.

Para amenizar a angústia do jornalista workholic diante do repouso forçado, o médico permite-lhe que use o computador, mas não para redigir notas jornalísticas.

Pede-lhe que escreva sobre sua vida. De início contrariado, Dante Verga, que odeia escritores e poetas, começa então a relatar os fatos que antecederam e sucederam seu enfarte.

Suas reflexões recuam até a morte de sua mãe, dias depois do parto, e examinam a áspera relação com o pai, homem apaixonado por apenas um livro: A Divina Comédia.

Das transcrições das conversas que trava com a mulher e as filhas, quando elas vão ao hospital visitá-lo, surge um quadro da sua precária vida familiar.

Sarcástico e corrosivo, o delirante colunista de Economia, além de traçar um impiedoso auto-retrato, examina com seu texto venenoso o Brasil, Brasília, o poder, o jornalismo, a medicina e as relações familiares.

O cara


Lourenço Cazarré (Pelotas, 1953) é autor de mais de 40 livros, entre coletâneas de contos e novelas adultas e juvenis.

Recebeu mais de vinte prêmios literários de âmbito nacional, tendo inclusive vencido por duas vezes o maior certame literário dos anos 80, a Bienal Nestlé, nas categorias romance (1982) e contos (1984).

Um de seus livros para jovens, Nadando Contra A Morte (Formato Editora),
recebeu o Prêmio Jabuti, em 1998.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Repensem seus votos, o Prefeito sumiu


Elementar, meu caro eleitor


Adaptação do roteiro da carreira e sumiços do atacante Adriano


Desaparecido desde a semana passada, Dário Berger segue sem se apresentar na Prefeitura. De acordo com seu cordão de puxa-sacos, ele estaria passando por sérios problemas particulares.
Esta situação não é novidade na carreira. Desde que começou a ser regularmente eleito para as prefeituras da Grande Florianópolis, o alcaide Dário se viu mais envolvido em dramas e polêmicas do que, necessariamente, em realizações e conquistas dentro das fronteiras dos municípios em questão.

Confira na cronologia abaixo:


– Um mês depois do Carnaval, quando pela quarta vez consecutiva reformou a passarela Nego Quirido, Dário teve que enfrentar a morte do seu cachorrinho de estimação, o Caixa Preta, Segundo pessoas próximas, o prefeito Dário nunca mais foi o mesmo depois desse fato.


– Formando o quadrado mágico com Luiz Henrique, Jorginho Melo, Gean Loureiro, e participações eventuais do reserva Walter Galina, Dário foi grande destaque das últimas soluções milagrosas encontradas para o Estado e Município.


- No entanto, no Carnaval de 2009, nem de longe lembrou o Dário dos últimos festejos de Momo e sua intensa atividade laboral. Visivelmente fora de forma, foi um dos destaques negativos dos desfiles na Nego Quirido.
- Peso de Dário é questionado pela imprensa da Capital. Em má forma na passarela, o Prefeito é liberado pela assessoria para “esfriar” a cabeça em alguma favela de Florianópolis. No entanto, em vez de descansar Dário foi visto em bailes funk e andando pelas ruas de Canasvieiras na garupa de uma moto. Os maledicentes garantem que o piloto andava sem capacete, o que permitiu sua identificação como um rechonchudinho e careca. Num primeiro momento pensou-se no corintiano Ronaldo Nazário, mas o bigode do dito cujo derrubou esta suposição.


– Jornal sensacionalista de Itajaí divulga fotos do Prefeito cercado de vereadores da oposição, comemorando não se sabe o quê.


- Depois de quase quatro meses sem fazer porra nenhuma desde sua última reeleição, Dário desencantou fechando um acordo com os empresários do transporte coletivo para o aumento do preço das passagens. Isso, é claro, condicionado à retirada dos equipamentos de ar condicionado dos ônibus, diminuição do número de linhas e horários, e o fim das manutenções periódicas.
– Revista sensacionalista que já tentara manchar a honra de Luiz Henrique e alguns de seus secretários, divulga fotos feitas de campana e à distância, do prefeito Dário tomando um drinque colorido à beira mar, em Canasvieiras, na companhia de um desconhecido (a).


- Em péssima fase na administração da Capital, Dário sequer é inscrito para os desfiles carnavalescos de 2010, Assim ele perderá a chance de inaugurar a quinta reforma da Nego Quirido.



Últimas informações:


Dário: “estou bem, num resort de Canasvieiras, com a minha turma.

Piração total: “Dário se sente fracassado com o sucesso da operação Tapete Preto”, afirma psicanalista.

Luiz Henrique sobre Dário: “na prefeitura de São José ele sempre teve comportamento exemplar”.

“Dário só se sente bem em São José ou Canasvieiras, diz um ex-assessor (a) do Prefeito. Difícil identificar a voz porque a entrevista foi feita por telefone da Brasil Telecom.

Finalmente, companheiro de Dário na Prefeitura - por motivos óbvios pediu para não ser identificado - diz que ele só volta ao Paço após a Páscoa, depois de comer todos os ovinhos que pediu ao seu Coelhinho.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Doutor Pinóchio & Cia


A turma se diverte rindo da desgraça alheia (foto Divulgação FCF)

Com pompa e circunstância a Federação Catarinense de Futebol comemora 85 anos de existência, 25 deles sob o comando de Delfim de Pádua Peixoto Filho. É tempo, não? Delfim acha que não. É normal, como ele acha que também não ofende a ética e outros princípios morais e legais mudar o estatuto da entidade para manter-se no cargo. O nariz não cresce nunca, nem quando ele falta com a verdade para festejar a transferência da sede, a única do país fora da capital. O argumento é que em Florianópolis não houve interesse na doação de um terreno, material de construção e o atendimento de outras necessidades. O sem-teto Delfim, tadinho, como último recurso levou a Federação para Balneário Camboriú, coincidentemente seu endereço residencial. Conheço essa e outras histórias desde o início da década de 70, quando o presidente da Federação era José Elias Giuliari – já falecido -, que morava em Joinville e dava expediente na Bocaiúva, fundos do estádio Adolfo Konder. Entre 1983 e 1985 teve a gestão do compadre Pedro Lopes. A partir daí só deu Delfim Peixoto, incensado pelo gagá Havelange e paparicado por todos os presidentes de clubes, principais responsáveis pela gestão do futebol catarinense.

Recebi da assessoria de imprensa da Federação noticiário completo sobre as festividades com uma foto que seria cômica não envolvesse a tragédia em que se transformou a administração do esporte em Santa Catarina e no país. Lá estão, sorridentes e felizes, brindando à competência e seriedade, entre outros, o governador Luiz Henrique, o presidente da FCF, Delfim Peixoto Filho, o ex-diretor geral da Fesporte, João Ghizoni (hoje no Ministério do Esporte) e o secretário da Cultura, Turismo e Esporte, Gilmar Knaesel.

terça-feira, 7 de abril de 2009

"Repórter padrão"





Resenha do último livro do amigo jornalista e escritor, Lourenço Cazarré, com lançamento programado para o dia 15, em Brasília, no restaurante Carpe Diem – 104 Sul -, a partir de 18h30m.

Em “A Longa Migração do Temível Tubarão Branco”, Lourenço Cazarré encontra num jornalista a linha condutora do seu livro. (Por Carlos André Moreira – Zero Hora/Porto Alegre)

“O mais recente romance do escritor pelotense radicado em Brasília Lourenço Cazarré, A Longa Migração do Temível Tubarão Branco (Fundação Cultural de Curitiba, 210 páginas, R$ 30), é daqueles livros que vai criando seu público. Narrado em primeira pessoa pelo protagonista, o jornalista Dante Verga, até bem umas 50 páginas parece um livro antipático – difícil não, a prosa do autor é direta e certeira, antipático mesmo. Isso porque até mais ou menos sua primeira metade o livro é a cara de seu narrador, um personagem dos mais interessantes da ficção recente, mas profundamente desagradável. Jornalista rio-grandense radicado em Brasília, Verga é colunista de jornal e comentarista de TV, viciado em trabalho, sofre um infarto a caminho da redação e é internado em uma clínica. Só depois de o leitor ser plenamente exposto ao caráter imperfeito e equívoco do narrador é que o romance passa a desconstruí-lo – e com isso ganha uma feição nova.O livro foi publicado pela Fundação Cultural de Curitiba, por ter vencido em 2007 um prêmio dedicado a romances inéditos, em um júri que contou com a participação de Cristóvão Tezza, Manuel Carlos Karam e José Castello. Com mais de 40 livros publicados em uma carreira que inclui romances, contos e literatura infanto-juvenil, Cazarré já tem, além deste, outro livro pronto para sair ainda este ano pela Bertrand Brasil.Livros de escritores que também são jornalistas – e ­protagonizados por jornalistas – correm um sério risco, o de glorificar certo tipo improvável de repórter padrão: sujeito estressado viciado em leitura de jornais e que se considera um intelectual quando lê livros-reportagem escritos por colegas jornalistas.­ É um risco do qual o livro de Cazarré escapa galhardamente. Verga, o personagem, considera-se esse tipo de jornalista, e é isso o que se depreende nas primeiras páginas enquanto narra o infarto que sofreu, o atendimento de emergência, a experiência da clínica e o encontro com um médico tão cínico quanto ele,. A todas essas, a única preocupação do jornalista acima do peso e estressado, é ter de volta seu celular para ligar para o jornal e ditar as notas de sua coluna, ou ler as notícias do dia, ou falar com as fontes em busca de informação. Só lateralmente ganha espaço em seus pensamentos a família formada por uma esposa psicóloga e três filhas com as quais o personagem não mantém nenhuma identificação.– Comecei a escrever esse livro em 1998, e no primeiro esboço o personagem foi bastante calcado nos jornalistas de minha geração, aquela turma meio crítica, meio cínica, que tinha um inimigo comum contra o qual lutar, a ditadura, e que, quando essa ditadura terminou, se descobriu um pouco perplexa em um mundo que continuava aboslutamente igual – diz Cazarré.O romance não celebra esse modelo, pelo contrário, faz sua mais ácida crítica. As glórias do jornalismo na boca de um personagem tão desagradável quanto Verga mais parecem exageros aplicados ao nada. Obcecado por escrever a qualquer custo, Verga ouve uma proposta de seu médico. Poderá ter seu computador de volta enquanto estiver internado, mas apenas para escrever sobre a própria vida, buscando desencavar em seu passado as razões do infarto. É nessa tarefa de se recontar que Verga vai se despindo do personagem “jornalista puro-sangue” que havia construído para si e lançando um olhar para a vida que perdeu “garimpando no éter” do mundo das notícias: “Fiquemos com esse número: ao longo de minha vida adulta - trinta anos - li jornais durante vinte e uma mil horas. Crimes tragédias, bizarrices e fofocas. É um bocado de lixo”.A epígrafe do livro traz, em italiano, versos da Divina Comédia de Dante Alighieri que já fornecem uma chave para o entendimento do romance: “O vós, que tendes o intelecto são / observai a doutrina que se esconde / sob o véu destes versos estranhos.” Ao longo de 42 capítulos, todos titulados com versos da Comédia em italiano, vamos acompanhando a trajetória do protagonista como se de uma Humana Comédia se tratasse. Internado, Dante Verga (o nome não é coincidência, ao unir o Dante da Comédia com o realista Giovanni Verga) vai se afastando da engrenagem em que havia transformado sua vida e seu trabalho para se humanizar gradativamente. Uma transformação que é também da linguagem. Enquanto esgrime diálogos brutais com o médico, as enfermeiras e sua mulher, Verga e seu cinismo passam uma imagem de estranhamento artificial, como um ator que declamasse suas falas em uma farsa. É ao escavar seu passado e redescobrir a si mesmo que Verga aprende outra a vez a ser humano – e a falar como um. “

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Nosso dinheiro jogado no lixo

A piscina da Vila Olímpica é prova do desperdício de recursos públicos (foto Divulgação)

Li no blog do comentarista político Moacir Pereira que a Vila Olímpica de Criciúma está destruída. Faz tempo que isso acontece, caro Moa, e por toda Santa Catarina porque nesse país quem lida com dinheiro público não dá a mínima para o seu destino. Trabalhei em mais de 20 edições dos Jogos Abertos e em todas as sedes o roteiro era o mesmo com a construção e recuperação de piscinas, pistas de atletismo, ginásios, canchas de bocha, bolão, e estandes de tiro. Com raríssimas exceções a repetição de um evento em qualquer sede exigia novos e vultosos investimentos. A situação em Criciúma é um dos vários exemplos. Posso citar outros, entre muitos, como Florianópolis, Itajaí, Chapecó, municípios que construíram ou recuperaram seus equipamentos esportivos para depois abandoná-los e gastar fortunas com os mesmos objetivos, mais obras, novos remendos. Santa Catarina é um dos poucos estados com vocação esportiva que ainda não tem sua pista sintética de atletismo. A de Itajaí custou uma fortuna e foi abandonada pelo poder público e pela Univali, e a de Blumenau, recém construída no complexo esportivo do Sesi, foi afetada pelas inundações de novembro. As denúncias sobre a roubalheira dos Jogos Pan-americanos de 2007 no Rio estão todo dia na mídia, o Ministério Público sabe de tudo – tem até relatório devidamente engavetado – e não faz nada, nem vai fazer. Em país sério, com judiciário idem, administrador relapso ou corrupto vai para a cadeia. Os mais radicais decepam a mão dos ladrões. Aqui viveríamos em um estado e em um país de manetas.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Inter 100 anos, retalhos e confissões

Estádio dos Eucalíptos, 1959, Inter 1 x 0 Flamengo - jogo comemorativo ao cinquentenário

Milton; Florindo e Oreco: Paulinho Salvador e Odorico. Década de 50, começo da escalação do Internacional. Só o começo, goleiro, zaga e centro médio, do jeito que se lia e falava na época a formação de um time. Para lembrar mais detalhes a memória atrapalha. Salvo alguns ídolos de então: o carioca Larry, o pernambucano Bodinho, por óbvio, um grande cabeceador. Década de 60, em diante, Bráulio, o “garoto de ouro”, Dorinho, Claudiomiro, o time de 1975, eu já em Santa Catarina, quando o Inter foi campeão brasileiro pela primeira vez; o titulo invicto em 79, único no Brasileirão. Em 75 eu e o Paulo Brito fomos a Porto Alegre para assistir a decisão com o Cruzeiro. Deixei o Brito apalermado na porta do estádio. Fugi para esconder meu nervosismo em um cinema. Depois a história mais recente conta. São alguns retalhos de memória de um torcedor que ainda menino e filho de um pai gremista fanático, acompanhando os treinos em tardes vadias. Jogava bola no velho estádio dos Eucaliptos, na quadra aos fundos da minha casa, no bairro Menino Deus. Fui à inauguração do Beira Rio em 1969, orgulhoso de ter contribuído para a obra com tijolos que roubávamos das construções do bairro. Inter e Benfica fizeram o jogo inaugural, no dia seguinte a uma surra memorável e dolorida de cabo de vassoura que levei na saída de um baile. Ninguém mandou cobiçar a mulher do próximo. Ano seguinte já veio a vida profissional e com ela o fim das aventuras nas arquibancadas em companhia do meu amigo da juventude, o médico Cláudio Ribeiro. Cláudio era ginecologista (com curso de especialização em medicina esportiva) e fez parte do grupo campeão em 75 com Minelli e o preparador físico Gilberto Tim. Estagiário do jornal Zero Hora, virei setorista do “terceiro mundo”, como me apelidou o então chefe de reportagem Antônio Brito, que mudou de profissão para ser governador do Rio Grande do Sul. Por determinação do Brito acompanhava o dia-a-dia dos pequenos e tradicionais Cruzeiro e São José. O tratamento de choque aconteceu quando acabei designado “reforço” de cobertura nas semanas dos jogos importantes da dupla Grenal. Perdi a bandeira, escondi a emoção. Foi o preço cobrado pela isenção jornalística que obrigatoriamente sufocava a parcialidade latente. A recém iniciada trajetória como jornalista esportivo sofreu algumas interrupções, começando por alguns meses no trabalho de criação do Jornal de Santa Catarina em 1971. No próprio Santa, como gostávamos de chamar o filho recém nascido (o Nei Duclós tem recuperado em texto e fotos lembranças de Blumenau), retomei meu caminho no esporte, novamente interrompido em outros tempos por passagens nos diferentes campos da profissão. Hoje, aposentado, sou escravo de um blog e colunista do bravo Diarinho, acompanhando sossegado e à distância – ainda bem, ufa! - as comemorações do centenário do Inter.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Queremos Copa e Olimpíada. Como?


Parque Aquático Júlio Delamare - para o COB um entulho de dez milhões


A piscina está atrapalhando?
Joga no lixo, que é barato

Por Cora Rónai - blogueira e colunista de O Globo


-- No último sul-americano realizado no Julio Delamare, quase morri de vergonha, especialmente diante dos argentinos, porque no sul americano de lá, as instalações eram decentes -- disse Mamãe, que no fim de semana participou da prova de natação dos Jogos Brasileiros Masters. – Desde o primeiro dia, nada funcionava. A pior parte eram os banheiros: privadas entupidas até a tampa, torneiras quebradas... Aliás, mesmo que não estivessem quebradas, não ia adiantar nada, porque não tinha água. Já a água da piscina de aquecimento tinha tanto cloro que ninguém conseguiu usá-la.Para alegria dela e dos demais participantes dos Jogos, porém, o Julio Delamare que os recebeu dessa vez foi outro, inteiramente renovado. Agora há lockers à vontade nos vestiários, para que os atletas possam guardar seus pertences enquanto participam das provas; os banheiros não só funcionam impecavelmente, com água fria e quente nos chuveiros, como, ainda por cima, estavam limpos. As arquibancadas ganharam cadeiras. Na piscina de aquecimento, o cheiro de cloro era quase imperceptível; e a piscina olímpica foi dotada do que há de moderno em tecnologia de piscinas. Coisa, enfim, de primeiro mundo. E tudo, acrescente-se, intensamente aproveitado pela comunidade: há cursos de natação e de hidroginástica a semana toda. -- É comum que equipes estrangeiras participem, como convidadas, de eventos como o dessa semana, -- continuou Mamãe. – No domingo, tivemos uma equipe chilena. E, ao contrário do vexame que passamos com os argentinos, ficamos todos prosas em poder oferecer a eles um parque aquático tão bom, tão simpático e tão bem localizado.O Júlio Delamare, vocês sabem, fica ali ao lado do Maracanãzinho. É importante ressaltar isso, porque a alternativa é o Maria Lenk, para lá do autódromo, fim de mundo para qualquer competidor que não tenha carro -- e para os que têm também. Sem falar que o Maria Lenk está inteiramente depenado. Terminado o Pan, todos os lockers, cabides, toalheiros, bancos, suportes de papel higiênico -- tudo, enfim, que era móvel -- foi levado embora. Participar de uma competição lá significa ter que ficar com um olho no cronômetro e outro na bolsa, porque não há onde deixá-la; pedir a amigos que segurem a toalha durante o banho, porque não há onde pendurá-la; sentar no chão para calçar o tênis, porque não há onde sentar; e, last but not least, virar repasto de mosquito. Aparentemente, a única coisa que tem de sobra no Maria Lenk é mosquito.-- Coitada da Maria, não merecia uma “homenagem” dessas, -- lamentou Mamãe, que, como a maioria absoluta dos colegas, odeia com fervor o famigerado conjunto.


Por tudo isso, o clima foi de consternação durante a competição no Julio Delamare. É que o lindo e acolhedor parque aquático, um dos maiores da América Latina, com 18.515m², piscina olímpica de 25m x 50m, piscina coberta para aquecimento de 10m x 25m, e tanque para saltos de 25m x 25m, com profundidade de cinco metros, reformado em julho de 2007 ao custo de RS$ 10 milhões – dados da Suderj -- está com os dias contados. O projeto do Comitê Olímpico Brasileiro para a realização das Olimpíadas no Rio de Janeiro prevê a sua demolição para que, no lugar, possa ser feito... um estacionamento! Segundo declaração de Carlos Arthur Nuzman ao Globo Esporte, o Julio Delamare atrapalharia o público do Maracanã, principalmente durante as cerimônias de abertura e de encerramento de grandes eventos. Para tranqüilizar a Confederação Brasileira de Natação, o presidente do COB prometeu que um Julio Delamare novinho em folha será construído do outro lado da linha do trem, perto da Quinta da Boa Vista. Pode ser que a Confederação fique tranqüila com isso; os Masters, entretanto, estavam cuspindo marimbondo, e com toda a razão. Afinal, num momento em que o mundo inteiro fala em economizar e em apertar o cinto, o COB entra pela contramão da História, disposto a desmanchar um ótimo conjunto desportivo só assim, para reconstruí-lo ali adiante, como um marajá entediado que muda a arrumação dos móveis da sala. É difícil acreditar que algo que merecia uma reforma de dez milhões há apenas dois anos tenha, subitamente, se convertido em elefante branco; mais difícil ainda é aceitar a leviandade com que o nosso dinheiro é tratado, e a tranqüilidade com que é posto fora.O caso do Julio Delamare, que eu desconhecia por completo, me lembrou muito o do Santos Dumont, que conheço até demais. Um governo reforma tudo, gastando uma quantia inimaginável de dinheiro; o governo seguinte decide que aquilo não tem serventia e deve ser transformado em shopping ou estacionamento. Nos dois, fica no ar a certeza de que, mais uma vez, nos fizeram de trouxas. Ou nos roubaram quando foram feitas as reformas, ou estão nos roubando agora, ao se dar por inútil o que até outro dia era imprescindível. (O Globo, Segundo Caderno, 2.4.2009)

Os arquivos implacáveis do Nei Duclós

O Nei Duclós continua revirando seus arquivos e o resultado aparece acima com a foto, abaixo em mais um dos seus belos e generosos textos. Obrigado grande Nei ,por nos trazer mais uma vez um pouco da história do jornalismo catarinense.

Coração de veludo

A foto que republiquei recentemente da equipe original do Jornal de Santa Catarina, o JSC, atual Santa, de Blumenau, obteve grande repercussão. Fui adotado pelos blogs mais prestigiados de Florianópolis com notas e links. Soube (e li o discurso) que Paulo Brito, o veterano querido do jornalismo catarinense e do curso da UFSC, fez na abertura das aulas deste semestre, onde ele cita Mario Medaglia e eu, a partir desse post da foto histórica. É por isso que volto á carga, agora com outra foto que dorme em meus arquivos.Vejam o núcleo, a semente da redação original do Jornal de Santa Catarina em 1971, antes de o jornal sair, ou seja, antes de chegar o José Antonio Ribeiro, o Gaguinho, que assumiria o cargo de editor-chefe; antes de chegar Virson Holderbaum, que dividiria comigo a redação de Nacional e Internacional (copidescávamos os telegramas da UPI e da AP, da agência JB e acho até que da France Presse). E antes de eu chegar . Ou seja, esse é o núcleo principal do JSC, de Blumenau. Falta na foto o Nestor Fedrizzi que, claro, já estava lá, montando essa equipe. E outras pessoas, que se somaram ao projeto.Acompanhem comigo, dentro dos meus limites da memória (ei Brito, Medaglia, Strix, Canga: me ajudem!). Bem à esquerda, de barba, olhando compenetrado para o papel, o Sergio Becker, grande repórter em Porto Alegre que aí no JSC virou editor. Ao seu lado, de óculos caídos, o Renan Ruiz, editor de Arte, um baita talento que também se juntou ao grupo de gaúchos que foram inaugurar jornal no interior catarinense. Aliás, é impressionante a seriedade desta redação. Era sempre assim: no início, quando participávamos da inauguração de um veículo, era um rilhar de dentes, uma compenetração tremenda, uma seriedade que se mantinha ao longo do tempo. Mais tarde, ficávamos um pouco mais à vontade, mas eram assim as redações antigas: nada de fumaças nem romantismo, era estiva, eito brabo, trabalho para caralho!Na frente, de barba hirsuta e também compenetradíssimo, Mário Medaglia, editor de Esportes, o cara que inaugurou os cadernos especiais esportivos na imprensa catarinense, quando deu um banho de jornalismo na cobertura dos jogos Abertos de Santa Catarina, os Jasc. À direita de quem vê a foto, de óculos de lentes escuras, o chefe de reportagem José Reinoldo. Incrível que não lembro de nenhum repórter, mas tínhamos chefe de reportagem! Gaguinho queixava-se que todos os dias o Reinoldo, para fazer massa de oferta, colocava algumas pautas meio frias. Um dia, dois, três, passava. No quarto dia da mesma ronha (essa palavrinha era da época), Gaguinho tirava um sarro: “Ò Reinoldo, outra vez esse troço?” Lembro de Reinoldo aos berros pelo telefone, ligando para todo o estado. No fundo era isso: ele era sua própria equipe!Strix me lembrou que da outra vez eu deveria ter citado o Ayrton Kanitz, chefe da sucursal do JSC em Florianópolis, e que não aparece na foto. Cito para não esquecer do grande Kanitz, que há décadas não vejo, com seu humor inglês, sua postura elegante e carismática, suas palavras escandidas em tom baixo, com um humor arrasador, daqueles que nos fazia rir ainda dias depois de a piada ser dita. Bueno, vamos em frente na foto. O casal que aparece à esquerda de Reinoldo, em mesas separadas, eram figuras importantes do jornal, cuidavam da distribuição e arquivo, acho. Strix sabe mais do que eu, pode nos dizer.E finalmente ao fundo, o colunista social Paulo Becon, que tinha a árdua tarefa de reportar a sociedade fechada de Blumenau, um espaço dominado por grandes nomes como Beto Stodieck, do jornal O Estado de Florianópolis. Não foi fácil para Becon, mas ele tinha como apoio um programa de televisão.Tudo isso em 1971, somente 38 anos atrás. Nem foi tanto tempo assim. Continuamos guris, só que sessentões. Alguns se foram, como Fedrizzi, Gaguinho. Outros se nobilitaram, como Virson Holderbaum, que depois de séculos de jornalismo pesado e produtivo vive num castelo à beira mar no sul da ilha e tem o título de Conde Von Holderbaum. Mario Medaglia continua no front, com sua contundência de sempre no blog Batendo Forte e na sua coluna no Diarinho. Dos outros não tenho notícias. Cartas para a redação do Diário da Fonte.Lembram de nós? Ainda somos os mesmos. Temos um segredo guardado e estamos loucos para revelar: somos portadores de um coração de veludo, de um texto guerreiro, de um talento ancestral, de uma coragem sobrevivente, de uma vontade de que tudo dê certo, neste país que carregamos nos ombros como um andor de santo, daqueles antigos, que atraem o vôo arisco das andorinhas e o chumbo grosso das tempestades.

Deu pra bola murcha do Dunga


Não há mais nada a dizer para o atual treinador da seleção brasileira. No princípio tínhamos que ser tolerantes, Dunga estava começando seu trabalho e estreando na profissão justamente na Seleção Brasileira. Mas agora não dá mais. Chega, vá embora Dunga. Ele provou ser um técnico covarde, além de contraditório e turrão. Escalou três volantes para enfrentar em casa o Peru, um time que não ganha o campeonato catarinense. Esperou até quase trinta minutos do segundo tempo para colocar Alexandre Pato em campo. Garanto que foi só pra contrariar, por causa do berreiro no estádio. Os gaúchos, do Inter especialmente, queriam rever seu ídolo com a camisa da seleção. Os gremistas clamavam por Ronaldinho. Mesmo com a facilidade do jogo e a fragilidade do adversário, Dunga quis mostrar quem manda. O que o mantém no emprego é que os adversários ajudam e facilitam nossa classificação. Chile e Uruguai patinaram no zero a zero, o líder Paraguai, como o Brasil, pagou seus pecados na altitude de Quito e só empatou com Equador. A Páscoa chegou mais cedo para a Argentina que tomou um chocolate inesquecível dos bolivianos. Sem que seus jogadores usassem a altitude como desculpa para o vexame histórico. Assim é que Dunga vai se garantindo, dizendo que está tudo certo quando recém conseguimos a quinta vitória em 12 jogos disputados nas eliminatórias. Só admite o mau desempenho de Quito. Exalta os jogos contra Portugal e Itália, mas não menciona que foram dois amistosos. Para valer mesmo é essa penúria que acompanhamos a cada rodada. Não fala, também por conveniência, das apresentações medíocres ao nível do mar, como nas partidas contra Bolívia e Colômbia, ambas disputadas no Brasil e terminadas em empates sem gols. Ridículo. Os jogadores, claro, têm o mesmo discurso do chefe. Nada vai mudar, pelo menos enquanto Dunga não recorrer ao dicionário da língua portuguesa para entender o significado da palavra “seleção”. Tomara que faça isso antes de começar a Copa de 2010.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Muy amigo esse Evo Morales

Evo e Maradona em La Paz , brincando de jogar futebol nas alturas

Quando a FIFA ameaçou proibir jogos em cidades acima de 3 mil metros Maradona foi solidário com o presidente da Bolívia, Evo Morales, Foi até La Paz, a capital boliviana que fica a 3.850 metros, pouquinho mais, pouquinho menos, e jogou uma partida beneficente no estádio Hernan Silas, ao lado de Morales. Nada contra a altitude, falou Maradona em declarações enfáticas contra a determinação da FIFA e a favor de jogos em qualquer lugar do planeta, mesmo no topo da montanha. As eliminatórias sul-americanas para a Copa são assim e o Brasil só escapou de um vexame em Quito graças à má pontaria dos equatorianos. Pois a seleção boliviana do Evo Morales nesta quarta-feira retribuiu a solidariedade argentina goleando por 6 a 1 o esbaforido e atarantado time treinado pelo Maradona. Foi uma “humillación” histórica, decretou em manchete o site do sarcástico jornal argentino Olé. A seleção brasileira que se cuide quando for jogar em Lapaz no returno desta eliminatória. A Bolívia pode repetir com a gente o que fez com a Argentina, em retribuição ao carinho que o presidente Lula tem por Evo Morales.

Tá rindo do quê?

A deslumbrada Miss Guantânamo, desculpem, Miss Venezuela

Um "lugar relaxante, calmo e lindo". Esta foi a impressão da atual Miss Universo, a jovem venezuelana de 22 anos, Dayana Mendoza, sobre a Baía de Guantânamo, em Cuba. É onde os Estados Unidos mantém um conhecido centro de detenção que recebe críticas do mundo inteiro pelo uso de todo o tipo de tortura contra os prisioneiros. Dayana passeou pelas praias em companhia da miss norte-americana e chegou a dar uma volta pelo campo. O local é cercado por arame farpado, minas terrestres e torres de observação. Ao final do tour “muito divertido” pela Baía ela se disse encantada com o lugar e sem vontade de ir embora. (foto e informações do globo.com)

Dragagem a R$ 1,99

Xin Hai Hu é uma das dragas fora de ação

A encrenca da dragagem do Porto de Itajaí ainda não terminou. Enquanto políticos e autoridades lutam pela paternidade de uma possível solução até o dia 10, continuam os desencontros de informações e ocorrências cômicas, não fossem trágicas para a economia catarinense. Tudo tem acontecido sempre com o envolvimento das dragas chinesas contratadas pelo consórcio brasileiro responsável pela missão de liberar o canal para a passagem de navios de grande calado. A Capitania dos Portos interditou uma delas por falta de manutenção e licença vencida. A outra parou por falta de abastecimento que, segundo a superintendência do Porto, custa cerca de R$ 1 milhão. É o que dá confiar nos produtos chineses, geralmente bem mais baratos que os similares.