segunda-feira, 30 de março de 2009

A decadência moral do jogador brasileiro

* Por Fernando Martins
Nada é mais deprimente do que a Seleção Brasileira, Wianey. Não pelo futebol, mas pelos seus protagonistas. Desculpa a expressão, mas é uma chinelada. É a cultura da indolência, do antiprofissionalismo e da falsa malandragem. As atitudes dos jogadores na suas vidas pessoais são o retrato mais fiel do espírito de proteção e da puxação de saco infantil protagonizada por dirigentes, torcedores e setores da imprensa.
Robinho é um exemplo. Mora em Manchester, uma cidade portuária, que sofreu terrivelmente com o desemprego na era Thatcher, mas hoje é uma cidade próspera, "cult" entre os "modernos" e "descolados" ingleses. Pois, em vez de aproveitar esse clima cultural da cidade, Robinho vai a uma boate de terceira categoria, freqüentada por gente de quarta categoria num bairro célebre pela prostituição e tráfico de drogas, principalmente originárias do Leste Europeu. Dirigindo um Lamborghini. Na sua última "good time" noturna no Rio, ele e Adriano, aquele que tem problemas com álcool e é amigo de traficantes no Rio de Janeiro, farrearam por 12 horas, numa festa com travestis. Nem vou falar naquele episódio do helicóptero fretado por Robinho, pousando num campo da Granja Comary, levando seu sorridente e atrasado locatário. Ridículo, no mínimo.
O problema? Tentar crescer um pouco intelectualmente virou sinônimo de "máscara". Para eles, apenas amadurecer mentalmente já é "máscara". Ou se é um alienado religioso feito Kaká, metido com aquele casal, dublê de bispos e vigaristas, ou se é um babaca que só quer saber de pandeiro e cavaquinho. Aliás, pelo interesse que esses jogadores, porque são jogadores, não atletas, tem pela música, melhor fariam largando o futebol e montando um grupo de pagode. A dedicação a batucada é total, ao esporte que banca seus Lamborghinis e travestis, nenhuma.
É muita chuteira colorida, brilhante na orelha e trancinha no cabelo. É muita infantilidade, malandragem pré-adolescente. E o pior, o treinador, marcador implacável quando jogador, parece não mandar em nada. Com a imprensa ele vira o Dunga capitão, é feroz, olha nos olhos, vira bicho. E com seus subordinados?
Me lembro de velhos malandros. Que faziam muita festa, mas pelo menos tinham estilo. Renato Portaluppi não fechava sítio no subúrbio para farrear com travestis, frequentava a boate da moda, sempre com belas mulheres, Luma de Oliveira era uma delas. Era só entrar e ver. Paulo César Caju era "habitué" da noite de Monte Carlo, quando jogava no Olympique de Marseille, jantava com Grace Kelly e o Príncipe Rainier. Depois parou de jogar e regrediu, caiu no pó. Hoje, Robinho é acusado de estupro numa boate bagaceira de Manchester. Anos atrás, se comentava que Falcão teria um caso com Ursula Andress. Pelé era visto com atores de cinema no famoso Studio 54, em Nova York, quando jogava no NY Cosmos. Adriano patrocina baile funk para péssimas companhias. David Beckham, que todos adoram colocar em dúvida suas preferências sexuais, nunca foi visto com travestis. É visto sim com Victoria, a Posh Spice, em desfiles de moda e restaurantes elegantes. Seus amigos? Tom Cruise. Sabe-se que Robinho e Ronaldinho são pais e suas esposas são mantidas no ostracismo para não expor a intimidade delas. Claro, isso é o depoimento politicamente correto, mas quem não quer expor com quem teve filhos são eles. Quem não quer passar por constrangimentos, são eles.
Para eles, o negócio é carro, festa decadente e pagode. Ter uma bela mulher, como o Roger, que casou com a Deborah Secco e frequentava teatros, cinemas e bons shows é "máscara". O negócio é manter as péssimas amizades, aquelas que só querem sugar, verdadeiros parasitas, dar escândalos e fazer palhaçadas mundo afora. E umas trancinhas novas no cabelo de vez em quando. Aquele fogo da vitória, o prazer de ter aquela fera dentro de si, querendo explodir pelo prazer de vencer, pelo amor ao que faz, seja onde for, no Brasil, na Inglaterra, na Alemanha ou nas Ilhas Salomão, é papo de motivador, é um pé no saco que atrasa a hora do pagode.
Por isso a Seleção Brasileira, para mim, é feito água: inodora, incolor e insípida. Um pé no saco.
(publicado no blog de Wianey Carlet)

Futebol, samba, carnaval...e turismo


Conheci o Sabará, se não estou enganado, no final da década de 70, ainda nos tempos do estádio Adolfo Konder, mais tarde transformado no primeiro shopping de Florianópolis, ali na Bocaiúva. O tipo era um ponteirinho do Avaí, meio barro, meio tijolo, mas dava conta do recado. Depois que largou a bola virou craque de um conjunto bem entrosado de samba e pagode. Música também era minha referência da Nega Tide, de quem ouvia falar uma vez por ano, na época do Carnaval. Pois agora, nos conta o Mosquito em seu blog (de onde roubei as fotos) à prova de inseticida, Sabará e Nega Tide são gerentes da Setur, a Secretaria de Turismo de Florianópolis. É fácil entender a escolha do prefeito Dário: a simbiose do futebol, samba e carnaval é tudo que o brasileiro mais adora na vida, por tanto deve capacitar um ex-jogador e uma ex-sambista para a função. Esperto nosso alcaide, não?

domingo, 29 de março de 2009

Quem sabe futebol submarino


Los hermanos argentinos ganham de quatro da Venezuela, os uruguaios batem no líder Paraguai, o Chile encara sem medo o Peru em Lima, a Colômbia mostra que os bolivianos não são de nada e assim a vida segue tranquila rodada a rodada nas eliminatórias para a Copa do ano que vem. Menos para o Brasil. Pelo jeito, sem saber com que jogadores contaremos até lá, continuaremos sofrendo, a nível do mar ou nas alturas. Por pouco escapamos de um fiasco vexatório contra os negrões velocistas do Equador. Tivessem eles mais qualidade e um pingo de pontaria voltaríamos de Quito carregando uma sacola de gols. As desculpas estão em letras maiúsculas na cartilha do Dunga: falta de tempo para treinar (quando tem ele não treina), viagens, cansaço, altitude, o de sempre. O melhor seria tentar explicar, além das convocações esdrúxulas, a razão para tanta apatia em um time teoricamente cheio de bons jogadores, e o sumiço do futebol de Ronaldinho Gaúcho. A insistência na sua escalação e o que isso tem representado para um time medíocre por natureza acenam para uma seleção brasileira escrava da teimosia de um treinador. Sua estampa atual mostra a cara feia de um sujeito mal humorado e refratário a críticas. Ainda assim, chamá-lo apenas de teimoso e intransigente é suavizar a adjetivação que hoje está na boca de qualquer brasileiro que goste de bom futebol. Agora, se jogarmos mal novamente nesta quarta-feira em Porto Alegre, à beira do rio Guaíba e diante do lanterninha Peru, sugiro à CBF que mude o local dos jogos e, claro, o uniforme chamado carinhosamente nos bons tempos de canarinho: usaremos escafandros ou roupas de mergulhador. Quem sabe no fundo do mar nosso futebol melhora. Ou então vamos nos resignar como futuros pentacampeões de pesca submarina.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Fofocona do blog "Holofote"

Adriano entre as convidadas Fabiana Andrade e Patrícia Araújo Foto: Ego, Reprodução

A private party do jogador de futebol Adriano, em sua casa nova no condomínio Mansões, no Rio de Janeiro está dando o que falar! Na verdade, quem está falando dessas coisas por aí são duas moças (uma delas é um ex-moço) que estavam na folia. A modelo Fabiana Andrade e a travesti Patrícia Araújo deram muito pano pra manga! Segundo o Ego, elas afirmam que a festa estava pu-ro-lu-xo! Na lista de canvidados, as meninas da termas Centauros – a mais cara do RJ. Nas bandejas, camisinhas e lubrificantes. E para fechar com chave de ouro: Topless na piscina!
FALA SÉRIO!!! Eu tenho meu pezinho atrás com essa história... Sabe como é, amigo "punk" a gente tem que desconfiar!
Outro ponto da entrevista com as ‘modelos’ que chamou a atenção foi quando as duas falaram em namorados que jogam na seleção.— Havia muito mais homem do que mulher — revelou Patrícia.O travesti ainda afirmou ter um namorado, que não é o Gordonaldo e nem o Adriano, na seleção e que está com ele há quatro meses, apesar dele ser casado. — Ele diz que sou educada e não faço escândalo como outras mulheres. Para ele, sou perfeita — Concluiu ela/ele.
Já o dono da festinha, que já está concentrado em Teresópolis, afirmou que toda a folia não passou de uma comemoração familiar. NOSSA QUE FAMÍLIA MAIS ESTRANHA ESSA...

quarta-feira, 25 de março de 2009

Lei Pelé & empresários

Poucos o conhecem no futebol brasileiro. Vagner Ribeiro possui mais de cem jogadores. Agente Fifa, ele se juntou ao empresário Jota Hawilla para formar a “Traffic Talentos”.

Ele é o empresário da mais recente revelação do futebol a aparecer na mídia, Neymar do Santos. Neymar, 17 anos, ganha R$ 80 mil mensais. Tem contrato até 2014 no Santos. Sua multa rescisória é de 30 milhões de euros, ou, quase R$ 90 milhões. Outro jogador dele é Lulinha, 18 anos, que ganha R$ 70 mil e está no Corinthians. Tem contrato até 2012. A multa rescisória é de R$ 50 milhões.

Keirrison? Jota Hawilla é o dono do passe. Recebeu uma proposta do futebol espanhol de 25 milhões de euros, mas não quis conversa neste momento. Disse que vai esperar pelo menos um ano.

Qual o papel dos clubes de futebol nessa história? São dois:

1) Funcionam como chamarizes para atrair garotos da base que assistem aos seus times e ídolos na TV sonhando um dia chegar lá também. Os talentosos, quase sempre muito pobres e quanto mais pobres melhor porque fica mais fácil negociar com os pais, são capturados precocemente por contratos leoninos pelos empresários, que ficam de espreita. Nem aos treinos eles vão. Muito quente. Permanecem em escritórios refrigerados assistindo a Dvds que chegam do Brasil inteiro. Se deu certo, é claro que rola uma comissãozinha para o remetente...
2) Servem de vitrine para que os jogadores revelados ´mostrem serviço´ e depois sejam negociados ao exterior em transações milionárias.

A famigerada Lei Pelé dá amparo legal a esse panorama.

Alguém aí está preocupado com títulos? Amor da torcida? Lealdade? Fortalecimento dos clubes?

Os clubes, pateticamente, ficam com as dívidas, decorrentes de administrações ruinosas e impunes. Os dez clubes do futebol brasileiro que mais devem somam atualmente débitos de 2,037 bilhões de reais.

Para terminar, observem que as palavras Traffic e tráfico são quase iguais.

(Colaboração do meu amigo e jornalista Marcos Heise com informações do blog do Cosme Rimoli)

terça-feira, 24 de março de 2009

Distração

Enquanto nossos governantes olham pro lado e botam o pé na estrada a procura de mágicos internacionais, bailarinos da Rússia, escolas de administração, congressos mundiais de turismo e outros babados do mundão lá de fora, os portos de Navegantes e Itajaí podem perder rotas de navios por atraso na dragagem. Simplesmente a Secretaria Especial de Portos não pagou o que deve à empresa Consórcio Draga Brasil, responsável pela contratação das duas dragas que executam o serviço no rio Itajaí-Açu e que estão paradas desde a última quinta-feira. Os representantes de armadores e empresas de navios mercantes deram um prazo até dia 10 de abril ao Conselho de Autoridade Portuária de Itajaí para que o problema esteja resolvido. Caso contrário atracarão em outros portos, levando pra longe daqui as importações que verdadeiramente nos trazem dividendos.

Humor do bom na tevê


foto equipe CQC


O cotidiano do esporte e da vida em geral tem duas visões bem humoradas na tevê brasileira, programas feitos com inteligência e leveza, sem aquela grossura e baixaria a que estamos acostumados. Começa segunda-feira, 22 horas, na Bandeirantes, com o CQC, atração comandada pelo carequinha Marcelo Tass. E durante a semana em horários variados no Sport TV tem o Pisando na Bola, voltado para muita gozação com o futebol, mas com espaço livre para outros esportes e seus personagens.. Não percam. Bem melhor, mais saudável e inteligente do que as zorras totais nas escolinhas da vida e praças nossas que acontecem por aí.

sexta-feira, 20 de março de 2009

O programa que incomodou o Ministro

GILMAR MENDES & TV CÂMARA


Por Leandro Fortes em 20/3/2009


Reproduzido do site da CartaCapital, 19/3/2009; título original


"Carta aberta aos jornalistas brasileiros"


No dia 11 de março de 2009, fui convidado pelo jornalista Paulo José Cunha, da TV Câmara, para participar do programa intitulado Comitê de Imprensa, um espaço reconhecidamente plural de discussão da imprensa dentro do Congresso Nacional. A meu lado estava, também convidado, o jornalista Jailton de Carvalho, da sucursal de Brasília de O Globo. O tema do programa, naquele dia, era a reportagem da revista Veja, do fim de semana anterior, com as supostas e "aterradoras" revelações contidas no notebook apreendido pela Polícia Federal na casa do delegado Protógenes Queiroz, referentes à Operação Satiagraha.
Eu, assim como Jailton, já havia participado outras vezes do Comitê de Imprensa, sempre a convite, para tratar de assuntos os mais diversos relativos ao comportamento e à rotina da imprensa em Brasília. Vale dizer que Jailton e eu somos repórteres veteranos na cobertura de assuntos de Polícia Federal, em todo o país. Razão pela qual, inclusive, o jornalista Paulo José Cunha nos convidou a participar do programa. Nesta carta, contudo, falo somente por mim.
Fora da grade
Durante a gravação, aliás, em ambiente muito bem humorado e de absoluta liberdade de expressão, como cabe a um encontro entre velhos amigos jornalistas, discutimos abertamente questões relativas à Operação Satiagraha, à CPI das Escutas Telefônicas Ilegais, às ações contra Protógenes Queiroz e, é claro, ao grampo telefônico – de áudio nunca revelado – envolvendo o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres, do DEM de Goiás. Em particular, discordei da tese de contaminação da Satiagraha por conta da participação de agentes da Abin e citei o fato de estar sendo processado por Gilmar Mendes por ter denunciado, nas páginas da revista CartaCapital, os muitos negócios nebulosos que envolvem o Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), de propriedade do ministro, farto de contratos sem licitação firmados com órgãos públicos e construído com recursos do Banco do Brasil sobre um terreno comprado ao governo do Distrito Federal, à época do governador Joaquim Roriz, com 80% de desconto.
Terminada a gravação, o programa foi colocado no ar, dentro de uma grade de programação pré-agendada, ao mesmo tempo em que foi disponibilizado na internet, na página eletrônica da TV Câmara. Lá, qualquer cidadão pode acessar e ver os debates, como cabe a um serviço público e democrático ligado ao Parlamento brasileiro. O debate daquele dia, realmente, rendeu audiência, tanto que acabou sendo reproduzido em muitos sites da blogosfera.
Qual foi minha surpresa ao ser informado por alguns colegas, na quarta-feira (18/3), exatamente quando completei 43 anos (23 dos quais dedicados ao jornalismo), que o link para o programa havia sido retirado da internet, sem que me fosse dada nenhuma explicação. Aliás, nem a mim, nem aos contribuintes e cidadãos brasileiros.
Apurar o evento, contudo, não foi muito difícil: irritado com o teor do programa, o ministro Gilmar Mendes telefonou ao presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, do PMDB de São Paulo, e pediu a retirada do conteúdo da página da internet e a suspensão da veiculação na grade da TV Câmara. O pedido de Mendes foi prontamente atendido.
Obscurantismo político
Sem levar em conta o ridículo da situação (o programa já havia sido veiculado seis vezes pela TV Câmara, além de visto e baixado por milhares de internautas), esse episódio revela um estado de coisas que transcende, a meu ver, a discussão pura e simples dos limites de atuação do ministro Gilmar Mendes. Diante desta submissão inexplicável do presidente da Câmara dos Deputados e, por extensão, do Poder Legislativo, às vontades do presidente do STF, cabe a todos nós, jornalistas, refletir sobre os nossos próprios limites.
Na semana passada, diante de um questionamento feito por um jornalista do Acre sobre a posição contrária do ministro em relação ao MST, Mendes voltou-se furioso para o repórter e disparou: "Tome cuidado ao fazer esse tipo de pergunta". Como assim? Que perguntas podem ser feitas ao ministro Gilmar Mendes? Até onde, nós, jornalistas, vamos deixar essa situação chegar sem nos pronunciarmos, em termos coletivos, sobre esse crescente cerco às liberdades individuais e de imprensa patrocinados pelo chefe do Poder Judiciário? Onde estão a Fenaj, e ABI e os sindicatos?
Apelo, portanto, que as entidades de classe dos jornalistas, em todo o país, tomem uma posição clara sobre essa situação e, como primeiro movimento, cobrem da Câmara dos Deputados e da TV Câmara uma satisfação sobre esse inusitado ato de censura que fere os direitos de expressão de jornalistas e, tão grave quanto, de acesso a informação pública, por parte dos cidadãos. As eventuais disputas editoriais, acirradas aqui e ali, entre os veículos de comunicação brasileiros não pode servir de obstáculo para a exposição pública de nossa indignação conjunta contra essa atitude execrável levada a cabo dentro do Congresso Nacional, com a aquiescência do presidente da Câmara dos Deputados e da diretoria da TV Câmara que, acredito, seja formada por jornalistas.
Sem mais, faço valer aqui minha posição de total defesa do direito de informar e ser informado sem a ingerência de forças do obscurantismo político brasileiro, apoiadas por quem deveria, por dever de ofício, nos defender. [Brasília, 19 de março de 2009]
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O herdeiro de Clodovil




O meio de campo Jairo, do Figueirense, sentiu na pele esta semana a falta de seriedade e despreparo de quem tem que lidar com um grupo heterogêneo, mas formado por homens feitos e profissionais que ganham a vida com o futebol. Obrigar um jogador a treinar com um mini vestido rosa (foto de Roberto Scola RBS) como punição por uma tarefa mal cumprida não é coisa de um técnico de prestígio e com as responsabilidades assumidas por Roberto Fernandes. Ele tem como missão fazer uma boa campanha na Copa do Brasil e colocar o clube de volta na série A do Brasileiro. Certamente a exposição ao ridículo de seus comandados não é o caminho mais apropriado para recuperar o prestígio de uma agremiação de tradição como é o Figueirense. A não ser que ele esteja pensando em trocar de profissão, quem sabe virar um estilista de moda, ocupando a vaga recém aberta com a morte de Clodovil.

quarta-feira, 18 de março de 2009

O que nós perdemos

O público que lotou o Teatro do Sesi, na noite da terça-feira, em Porto Alegre, esperava uma Liza Minnelli cinematográfica, popular e enérgica. Ela entregou apenas o último, mas que foi quase suficiente para satisfazer os fãs.Aos 63 anos, a diva não economizou fôlego para segurar quase duas horas de espetáculo calcado em hits conhecidos e outros nem tanto em sua primeira visita à Porto Alegre. Nem o pedestal do microfone durou muito tempo, sendo aposentado logo na segunda canção.Dos sucessos de Cabaret (1972) e New York, New York (1977) – os dois filmes mais famosos de Liza – os convidados tiveram Maybe This Time e as respectivas faixas títulos dos longas. De resto, entraram números que já foram contemplados em outras passagens pelo Brasil, como My Own Best Friend, do musical Chicago, e de sua própria discografia, entre elas But the World Goes ´Round, Teach me Tonight e I Would Never Leave You).Teatral sem precisar de cenário, a filha de Judy Garland – que ganhou homenagem na faixa At Palace – mostrou ainda estar em grande forma vocal, caprichando nos agudos e médios, mesmo que o exercício lhe rendesse posteriormente um visível desconforto. Tanto que uma cadeira, que deveria ser evocada apenas no segundo ato, foi puxada pela própria cantora no meio da primeira parte – tudo com muito bom humor, diga-se de passagem.Na volta após um intervalo, armou dueto com seu pianista, John Rodgers, retirou uma faixa do especial para TV Liza with a Z (1972), de seu guru Bob Fosse, e arriscou erroneamente uma versão agitada para a bossa Trevo de Quatro Folhas. Aproveitou ainda para apresentar sua banda, composta por 12 músicos no mais elegante black tie. E encerrou, como não poderia ser diferente, homenageando sua Nova York de coração. (Matéria do jornal Zero Hora)

terça-feira, 17 de março de 2009

Liza Minelli por perto e ninguém me avisou

Como ando meio desligado e faz tempo dei tchau pra terra natal, só agora fiquei sabendo que a cantora Liza Minnelli, minha ídola, minha deusa, tinha apresentação marcada para Porto Alegre na noite desta terça-feira, no majestoso teatro do Sesi. Agora entendi aquele recado meio truncado na minha secretária eletrônica. Era dela. É que Liza já esteve no Brasil, em junho de 2007, quando passou por São Paulo e Rio. Mas antes, bem antes, na década de 70, ela andou por Florianópolis. Os fofoqueiros da época disseram que foi pra encontrar o Luiz Henrique Rosa. Lembram dessa história? Tudo mentira. Ela veio mesmo pra me ver, tanto que esteve no jornal O Estado atrás de mim. Provas? Tenho uma foto do grande mestre e companheiro Orestes Araújo, perdida em algum canto do meu apartamento. Ah, acho que posso contar também com o testemunho da minha amiga e jornalista Elaine Borges. Sei que ela não vai negar fogo nessa hora. Mas, como de qualquer jeito vão me chamar de mentiroso ou delirante, deixa a Liza pra lá e eu aqui com minhas lembranças e saudades.

Filha da lendária Judy Garland e de seu segundo marido, o diretor Vincent Minnelli, Liza consagrou-se como cantora e atriz no inesquecível filme Cabaret, que lhe deu o Oscar em 1972. Liza estreou este novo show na Broadway em dezembro de 2008 em temporada, prevista para duas semanas que precisou se estender por um mês. Aos 62 anos, minha diva tem 35 CDs lançados. Bailarina e atriz de 27 filmes e séries para televisão, Liza foi ganhadora do Oscar, Golden Globe e British Academy Award em 1972 com Cabaret. Em seu repertório desfilam grandes sucessos, como New York, New York, World Goes Round, Maybe this time e o Tributo a Kay Thompson. Liza está mais uma vez no Brasil acompanhada por sua orquestra. E ninguém abre os teatros do CIC ou o Pedro Ivo para uma emergência dessas. Que raiva.

(Tenho aquela cadeira em casa até hoje e não deixo ninguém sentar nela)

segunda-feira, 16 de março de 2009

Sonho meu para Florianópolis


Uma bela competição foi realizada domingo no Parque Ecológico de Florianópolis, construído naquele espaço maravilhoso logo após o túnel Antonieta de Barros, na baía sul. Aproveitando a estrutura e as condições do local os organizadores bolaram uma prova dividida em três partes disputada por equipes formadas por três atletas, com um especialista para cada modalidade. Primeiro foram oito quilômetros de ciclismo pelas grandes alamedas que circundam o lago, onde os participantes na sequência percorreram dois quilômetros de canoagem. A última etapa teve seis quilômetros de corrida. O público que normalmente freqüenta o parque para praticar esportes nas várias quadras multiuso ali existentes, ou simplesmente para caminhar e tomar sol aproveitando o belo visual à beira mar, acompanhou com interesse o desenrolar desta competição inédita na cidade. O resultado não importa. Na verdade eu sonhei com um evento que aconteceu no último final de semana em São Paulo, à beira de uma represa, e onde realmente existe um parque ecológico.

A foto acima (Parque da Juventude em São Paulo) mostra uma outra vertente do meu sonho, que poderia se tornar realidade no bairro onde moro, a Agronômica. Basta dar um bom destino ao espaço da desativada Penitenciária, antes que essa pendenga vire um pesadelo.
Em setembro de 2003, o Parque da Juventude mudou a paisagem na Zona Norte de São Paulo, ao substituir a Casa de Detenção do Carandiru por uma grande área verde. A primeira fase do Parque, entregue em setembro de 2003, incluiu instalações esportivas como pista de skate, dez quadras (onde são praticados esportes como tênis, vôlei, futsal e basquete). Há ainda áreas de descanso, vestiários e pista para caminhada.

Só mais burocracia


O presidente Lula e seu Ministro do Esporte, Orlando Silva, acham que uma carteirinha para identificar o torcedor vai ajudar no combate à violência nos estádios. O que precisa na verdade são órgãos de segurança bem aparelhados, agentes melhor treinados, praças esportivas modernizadas e rigoroso cumprimento do Estatuto do Torcedor. Simples, sem necessidade de filas, "carimborio e papelório" para infernizar ainda mais a já atribulada vida do contribuinte.

Vire o disco, CBN


Quem tem a oportunidade de ouvir a CBN em seus estados vai se deparar com um problema que, embora pequeno, demonstra o desrespeito ao ouvinte como consumidor e acaba por atrapalhar o desenvolvimento de alguns programas de suas afiliadas. Por Francisco Djacyr Silva de Souza*, publicado no boletim eletrônico Caros Ouvintes

É o que acontece, por exemplo, quando em meio a um debate de importância para a cidade, lá vem a CBN com a tal notícia de meia em meia hora que não oportuniza a rede local a concluir o pensamento do programa ou as idéias em meio a uma entrevista ou debate promovidos pela emissora.
O mais grave de todo o processo é que a maioria das notícias tem repetição nas várias edições. Qual é o ouvinte que vai querer ouvir a mesma coisa três ou quatro vezes? Falta produção ao jornalismo da CBN para produzir notícias novas e atuais, ou é mesmo o fazer por fazer sem se preocupar com quem está do outro lado da emissão?
Não duvidamos da qualidade do sistema CBN de rádio, mas achamos que há uma total falta de respeito ao ouvinte tanto no processo de emissões quanto no conteúdo das notícias que saem no tal noticiário de meia e meia hora.
Sabemos que a dinâmica tecnológica da informação permite que os sistemas de jornalismo se reciclem e renovam conteúdos automaticamente, pois as agências de notícias estão produzindo conteúdos a todo momento e o mundo muda sempre a cada hora.
Essa crítica a este modelo de radiojornalismo reside no fato que esta ação se confronta diretamente com a dinâmica do rádio e com o seu valor de milhões de pessoas que o ouvem no seu cotidiano para se informar e conhecer o mundo aprendendo pelo rádio a conhecer a vida.
Outro problema evidenciado por este fato é como a afiliação a redes nacionais é prejudicial ao rádio local, que perde em muito suas características próprias e sua importância no conhecimento da realidade de seus cidadãos. O que interessa para nós, cearenses, saber que há um engarrafamento na Avenida São João? Ou que o rio Tietê transbordou e que é preciso evitar o transporte por suas marginais? Claro que essas notícias são importantes, porém não devem ser dadas de maneira como apenas ouvintes dos locais de emissão estejam ouvindo.
Este problema é o mesmo que vem ocorrendo na televisão e que tem passado para o rádio, que perde espaço para programações locais que falem nossa língua e dá lugar a sotaques, costumes e notícias deslocadas de nossas características culturais e do nosso cotidiano.
Mas o grande problema é que a massa de ouvintes ainda não tem o poder para mudar esse estado de coisas e tem que conviver com essas anomalias de quem usa o rádio apenas com interesses econômicos e nunca sociais.
Seria de bom alvitre que a CBN procurasse desenvolver melhor seu sistema de jornalismo e procurasse de forma democrática e compromissada emitir notícias atuais e adequadas ao cotidiano das pessoas que ouvem rádio e que querem uma comunicação séria, verdadeira e que contribua para sua história de vida e para uma formação pautada na construção de uma cidadania ativa e participativa.
Vale ressaltar que o “Fale Conosco”, apregoado pelas emissões da CBN, funciona apenas como instrumento de marketing da emissora que nunca ou quase nunca responde às dúvidas e reclamações de seus ouvintes, que não têm espaço nas programações para dizer o que pensam nem são tratados como consumidores e pessoas que entendem a história e a importância do rádio como meio de comunicação.

*Mestre em Educação. Professor da Rede Pública e Privada de Ensino. Autor do Livro Preservação do Ambiente um Ação de Cidadania. Desenvolve trabalhos na área de Educação Ambiental, Estrutura e Fundamentos da Educação e Práticas de Ensino em Geografia e vice-presidente da Associação de Ouvintes de Rádio do Ceará.

sábado, 14 de março de 2009

Os dez clubes mais endividados do país

Série de reportagens destaca que clubes gaúchos devem, juntos, R$ 301 milhões. Entre os cinco primeiros estão os quatro grandes do Rio. (Sport TV e Zero Hora)

A dupla Gre-Nal está entre os clubes mais endividados do Brasil. Segundo uma série de reportagens do SporTV News sobre a situação financeira dos clubes brasileiros, o Grêmio aparece na oitava posição e possui uma dívida de R$ 155 milhões. O Inter está em décimo, com R$ 146 milhões de dívidas.
Os dados, com base no balanço dos clubes de 2007, mostram o Flamengo como o maior devedor, beirando os R$ 300 milhões negativos, seguido por Fluminense e Botafogo. De acordo com a reportagem, as dívidas dos clubes em sua maioria são fiscais ou trabalhistas.


A lista dos devedores:


1º) Flamengo – R$ 295 milhões 2º) Fluminense – R$ 288 milhões 3º) Botafogo – R$ 230 milhões 4º) Atlético-MG – R$ 228 milhões 5º) Vasco – R$ 192 milhões 6º) Palmeiras – R$ 185 milhões 7º) Corinthians – R$ 170 milhões 8º) Grêmio – R$ 155 milhões 9º) São Paulo – R$ 148 milhões 10º) Inter – R$ 146 milhões 11º) Santos – R$ 145 milhões 12º) Cruzeiro – R$ 116 milhões

sexta-feira, 13 de março de 2009

Só 10 sedes para o Brasil da Copa

O colunista do "Globo", Renato Maurício Prado, já tinha dado a informação abaixo no programa do Juca Kfouri, CBN EC de quinta-feira à noite, e deu também em sua coluna da sexta-feira no jornal:
"Não foi à toa que a Fifa adiou em dois meses a definição das 12 cidades que deverão ser sedes da Copa do Mundo de 2014, no Brasil — o anúncio aconteceria no próximo dia 20 e agora será em maio.
Relatório técnico da Fifa diz que o Brasil não tem 12 cidades em condições mínimas de abrigar jogos do Mundial. Na maioria delas, faltam condições básicas, como rede hoteleira, de hospitais e de transportes em padrões compatíveis com os exigidos pela entidade máxima do futebol.
A famosa sede do Pantanal, por exemplo, está seriamente ameaçada: nem Cuiabá, nem Campo Grande foram consideradas aptas pelos inspetores da Fifa — que se mostram especialmente incomodados com as mais variadas pressões de políticos para eleger esta ou aquela cidade.
É a primeira vez na história das Copas que a definição das sedes e sub-sedes foi adiada.
E já há quem creia que, diante das dificuldades, o Brasil terá que se contentar com as tradicionais 10 cidades para hospedar as partidas de 2014."
Com essa avaliação pessimista da FIFA sobre as cidades brasileiras, o que não é surpresa, Florianópolis pode bailar em suas pretensões. O que seria lamentável: adeus aeroporto novo, acessos decentes para o sul da Ilha, metrô de superfície, transporte marítimo, manutenção das pontes, transporte coletivo adequado às necessidades da população e tudo o mais que nossos governantes estavam prometendo desde que se falou em Copa do Mundo no Brasil.

quinta-feira, 12 de março de 2009

A foto e os fatos


As boas lembranças no texto do Nei Duclós, escritor, poeta, jornalista e um dos companheiros fundadores do Jornal de Santa Catarina em setembro de 1971


Pontificando com seu rosto largo e sorriso aberto, que sempre foi a marca registrada da sua presença, Mario Medaglia puxa o cordão da equipe original do Jornal de Santa Catarina, lançado em 1971 em Blumenau, e hoje conhecido como Santa e de propriedade da RBS. À direita de Medaglia, que era nosso editor de Esportes, está Sergio Becker, repórter da pesada, e pelo que me lembro, editor do noticiário Nacional e Geral. O segundo à direita é o Diretor de Redação Nestor Fedrizzi, jornalista que fez História ao liderar a imortal Última Hora de Porto Alegre. E na ponta, Cynara Ribeiro, responsável pelo Arquivo e esposa de José Antônio Ribeiro, o Gaguinho, editor-chefe, que aparece como primeiro à esquerda de Medaglia. Na extrema esquerda, eu, redator (clicando na foto você pode ter uma visão mais clara das pessoas e da cena).Atrás de Fedrizzi está o editor de Arte, Renan Ruiz e, quase sem aparecer, atrás de Sérgio Becker está Virson Holderbaum, também redator. Pelo gesto do rosto quase todo encoberto de Virson, é dele a piada que faz todo mundo rir. As outras pessoas, que não identifico o nome, faziam parte do jornal e trabalhavam em outros departamentos, talvez Oficina e Circulação.Esta é uma das fotos que resgatei no mergulho que fiz nos meus arquivos em São Paulo. É histórica, pois mostra quase toda a equipe (faltou Reinoldo, o chefe de reportagem) de um jornal que, ao completar 30 anos em 2001, não citou nenhum dos integrantes desta equipe original. Sim, são todos gaúchos. Fedrizzi e Gaguinho não estão mais neste Lado da vida. O registro é impressionante pela sua raridade e por expor por inteiro uma equipe que estava confinada numa cidade desconhecida e entusiasmada em criar um jornal. Estávamos em plena ditadura Médici. Ríamos com o riso claro dos aventureiros, que deixaram a vida confortável de Porto Alegre para enfrentar o desconhecido. Ok, era apenas um jornal regional, mas para nós era um embate sério e difícil. Tínhamos diferenças entre nós, mas o humor era prioridade.No início, morávamos praticamente todos no mesmo casarão, que chamávamos de mansão, situado ao lado da sede do jornal. A casa era uma extensão da redação. O jornalismo era para valer e ficávamos o dia todo no jornal, pois acumulávamos funções e produzíamos, essa meia dúzia de resistentes, o melhor jornal que poderíamos fazer. É costume dizer "bons tempos". Para mim, são tempos em que semeamos alguma coisa no chão pedregoso da Pátria. Saudades? Não. Mas sim um sentimento de pertencer não apenas às gerações que se atiraram naquela luta, mas a um tempo que não nos deu trégua. Éramos uma porção do jornalismo vocacionado e sério numa fronteira do Brasil profundo.Quando perguntarem como começou certo jornal no Vale do Itajaí, mostrem esta foto. Ela fala por nós.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Craque tem que ser chato?

Riquelme não joga mais pela seleção argentina enquanto Maradona for o treinador. Ele se incomodou com algumas declarações sobre o momento do seu futebol e afirmou que os dois não poderão mais trabalhar juntos. Parece que é imprescindível a condição de chato para o sujeito ser um craque. Vide todos os que conhecemos, para falar apenas nos elevados a esta condição mais recentemente.
Vejam, por exemplo, o Ronaldo já passando dos limites com a inestimável colaboração da mídia fogueteira. Querem o Fenômeno de volta à seleção antes mesmo de ver concluída sua recuperação para jogar no Corinthians. A CBF já reagiu com o diretor Américo Farias respondendo à uma declaração do Ronaldo na Sport TV, quando afirmou ter um inimigo dentro da entidade e que só por isso descartava uma convocação futura. Américo disse que na CBF não existe jogador vetado, o que também não é verdade porque vetados são todos cuja convocação não é confirmada por Dunga. O fato é que craque, na maioria dos casos, é sinônimo de antipatia e maus bofes.

O bom mau humor


O técnico do São Paulo é bom de entrevista


Muricy Ramalho continua imbatível. Só que agora descobriu um jeito novo de dar respostas desaforadas sem ofender, apenas apelando para a ironia. Na entrevista coletiva da terça-feira, no CT do São Paulo, falou aos jornalistas que o cutucavam por causa da irregularidade do time, que havia recebido um telefonema do Náutico pedindo a indicação de um treinador (Roberto Fernandes está vindo para o Figueirense). Muricy brincou com a turma dizendo que pedira aos dirigentes para aguardarem pelo próximo encontro seu com os repórteres, quando colocaria o assunto em discussão e convidaria um dos presentes. “E vou dizer para os jornalistas que o Náutico está pagando muito bem”, encerrou ele, fazendo a turma dar boas risadas.

terça-feira, 10 de março de 2009

Onde há fumaça


Carlão, campeão olimpico em 1992, suprintendente da FME Floripa de 2005 a 2008


O presidente da Câmara Municipal de Florianópolis, vereador Gean Loureiro (PMDB), enviou ao superintendente a Fundação Municipal de Esportes, Édio Manoel Pereira, ofício com 15 questionamentos sobre aspectos administrativos da entidade. Nada de mais não pertencesse Gean à base do governo. A situação é curiosa porque a atitude do presidente da Câmara despertou um movimento da oposição, na pessoa do vereador João Amin (PP), que vai pedir em plenário uma auditoria na Fundação. Que razões teriam levado um vereador governista a exigir explicações, por exemplo, sobre o patrimônio, número de funcionários, situação de dívidas, convênios, contratação de professores, cargos comissionados, pagamentos de diárias, entre outras solicitações constantes do documento? Caso a as exigências não sejam atendidas no prazo de 48 horas, o superintendente terá que ir pessoalmente à Câmara pra prestar os esclarecimentos, o que não invalidará o pedido de auditoria do vereador Amin. Na verdade, a Fundação de Esportes de Florianópolis transformou-se em uma grande caixa preta a partir do momento em que o olímpico Carlão inexplicavelmente assumiu a superintendência daquela entidade no primeiro mandato do prefeito Dário Berger. Desde então nunca mais se soube o que estava sendo feito no esporte da capital. Pelo jeito e pelas consequências da passagem do Carlão – administrou sempre à distância, mais exatamente do Rio de Janeiro, onde mora – a Fundação Municipal de Esportes de Florianópolis está morta e enterrada. E tudo indica que a primeira missão do novo superintendente será a de exumar o cadáver.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Chove chuva

Depois de ler o Caderno 2 do Estadão desta segunda-feira deu pra morrer de inveja dos paulistas, lembrando do que temos e o que somos em matéria de entretenimento. O jornalão de São Paulo traz anúncios de shows do moderno tango argentino, do pianista cubano Gonzalo Rubalcaba junto com o brasileiro Paulo Moura, do guitarrista de blues Buddy Guy e outras atrações musicais que jamais chegarão a Florianópolis. Passarão por cima, caso do bluesman, que fará uma apresentação em Porto Alegre. Nem preciso mencionar detalhes da diversificada programação de cinema e teatro. Claro que a referência ao maior centro econômico e cultural do país deve servir como simples parâmetro para nossos sonhos de consumo raras vezes realizados. Para os leitores deste modesto espaço terem uma idéia do tamanho da minha revolta com a indigência cultural em que vivemos, vou contar um episódio do fim de semana ocorrido no Teatro Ademir Rosa, o conhecido CIC. Foi domingo à noite, durante uma peça teatral. Em cena, a atriz Denise Fraga interrompeu o espetáculo por causa das goteiras que começavam a molhar demais o palco. Um constrangimento sem tamanho para atores e público, todos envergonhados com a precariedade da nossa maior casa de espetáculo que, dizem, será reformada em breve. Mais uma vez, aliás. Enquanto isso o Teatro Pedro Ivo, inaugurado há pouco com pompa e circunstância pelo governo, segue às moscas e sem agenda. Idem o TAC. Quem pode vai a Curitiba, São Paulo ou Porto Alegre, Quem não pode, como os "sem teto" da nossa orquestra sinfônica, fica por aqui cheio de inveja e tristeza pela mediocridade a que somos submetidos pela “inteligenzia” cultural do atual governo.

O boêmio voltou

O trailer de 57 minutos em dois jogos com o gol de cabeça em cima do Palmeiras nos trouxe a esperança de que Ronaldo deixe a noite e a boemia para voltar com força e estilo aos gramados. Descontados os exageros da mídia, é o caminho inverso do que diz a letra de Adelino Moreira para a música “A volta do boêmio”. Suplicantes, pedimos uma nova inscrição para Ronaldo entre os grandes atacantes do futebol mundial. Melhor para os brasileiros, obrigados nas últimas semanas a conviver com retornos sinistros como os de Michel Temer, Sarney e a filha Roseane, Renan Calheiros, e Fernando Collor. Eu prefiro esperar mais um pouco antes de aderir à onda pró Ronaldo e sua volta triunfal. Enquanto isso fico treinando em período integral, dormindo cedo e sem direito a noitadas. Só assim vou aguentar uma semana inteira de babação, até que um capítulo definitivo seja escrito para o encerramento desta interminável novela com repercussão mundial.

sexta-feira, 6 de março de 2009

São Tomé FC

Já escrevi faz tempo sobre minhas dúvidas quanto a uma bem sucedida volta de Ronaldo ao futebol. Desde que começou essa arenga estou pé atrás com a movimentação do ex-Fenômeno, apesar do foguetório em torno da sua contratação pelo Corinthians. E, não me levem a mal, não fiquei sozinho na empreitada. Pelo contrário, ganhei a excelente companhia do jornalista assumidamente corintiano, Juca Kfouri. O time ainda conquistou nos últimos dias o reforço de dois doutores, Tostão e Sócrates, craques da bola e da palavra e iniciados em assuntos da medicina. A opinião de Tostão é que Ronaldo está voltando aos gramados, mas não ao futebol que o consagrou, versão parecida com a de Sócrates que por enquanto vê em campo um personagem, não o jogador. Os três mais este humilde escriba querem ver para crer na completa recuperação de Ronaldo, pois ele mesmo já admitiu que não poderá participar de todas as partidas que seu clube tem pela frente.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Abaixo os aparadores de grama

Meu blog não tem saído do lugar porque ando de saco cheio de escrever. Como se diz na terrinha, “garrei nojo”. É muito assunto ruim, muita sujeira, muita safadeza rondando nossas cabeças. Pensei até em suspender as postagens por uns tempos, mantendo apenas o que escrevo para a coluna do Diarinho, o único jornal catarinense que aporrinha um pouco as "autoridades constituídas". Problema é que nosso governador não nos deixa sossegados e acabo sentindo cócegas nos dedos. Quando resolve falar de Florianópolis como uma das sedes da Copa de 2014, sai de baixo. Parece que não tem outra coisa a fazer na vida. O homem acaba de voltar do Paraguai e Argentina garantindo que temos os votos do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e dos seus pares das outras confederações sul-americanas. E daí? Deixemos de lado questões legais e protocolares para torcer, ilustre governador Luiz Henrique, que a verdade esteja convosco. Afinal de contas, tudo o que não foi feito pela Capital neste tempo todo do seu governo, talvez uma Copa do Mundo consiga fazer por esta população que não agüenta mais ouvir tanta mentira do executivo e dos parlamentares municipais. Especialmente estes, um bando de subservientes. A cidade faz tempo está abandonada, entregue à sanha dos aproveitadores e de administrações incompetentes. A Operação Moeda Verde morreu, mas seus cadáveres insepultos continuam por aí, fedendo e assombrando os cidadãos desta metrópole. Só leio e ouço notícias sobre frivolidades, envolvendo gente mais preocupada com eleições e reeleições do que com o bem estar da comunidade. A Copa parece ser a panacéia para os males da população e as carências da cidade. Pois que seja. Quem sabe no cumprimento de tantas promessas para 2014 poderemos olhar em volta e enxergar mais do que meia dúzia de operários aparando os gramados das nossas avenidas.