domingo, 9 de agosto de 2009

Lá vou eu

Estou de mudança. A partir deste domingo me procurem na bela mansão blogueira construída pelo amigo e companheiro de profissão sem diploma, o César Valente. Na verdade já estou lá, anunciado pelo César com o texto saboroso de sempre e uma foto do tempo em que eu rondava as baianas. Basta ver minha cor e o colarzinho muito do sem vergonha. Ficarei confortavelmente instalado, sem regalias, mas em condições de oferecer muito mais aos amigos, leitores e assemelhados que continuarem me acompanhando vida a fora. Deixarei minhas humildes acomodações onde resisti, por dois anos mais ou menos, à forte tentação de jogar tudo pro alto e parar com a brincadeira. De casa nova ganharei mais motivação para continuar minhas tarefas, além de seguir aprendendo na convivência diária com o César. Convite feito, convite aceito. Afinal, não é todo dia que temos a chance de mudar sem custos e sem sustos para uma casa melhor, mais organizada, mais vistosa, tipo aquelas que causam cobiça nos visitantes e inveja na vizinhança. Pretendo continuar batendo forte, de olho na capital e arredores. Daqui a pouco já estarei instalado no meu novo endereço, www.deolhonacapital.com.br

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Dunga convoca Filipe, ex-Figueira


foto Laio Villar (AP)



Filipe Karminski, lateral esquerdo revelado pelo Figueirense e que atualmente joga pelo La Corunha, na Espanha, acaba de ser convocado por Dunga. Ele vai se incorporar à seleção brasileira que joga um amistoso na Estônia, dia 12. Filipe, catarinense de Jaraguá do Sul, vai substituir Marcelo, do Real Madri, que está machucado. Agora a seleção tem dois laterais esquerdos que foram do Figueirense, Filipe e André Santos. E o Figueira, claro, sem nenhum

Deus é fiel e come pizza



Lembram do Edílson Pereira de Carvalho, aquele árbitro que chefiava a máfia do apito que deixou sob suspeita o Campeonato Brasileiro de 2005? Pois o caso está no Tribunal de Justiça de São Paulo e o placar aponta 2 a 0 para os mafiosos. Ainda falta um voto e, a não ser que um dos desembargadores que já votaram mude de opinião, Edílson, capo di tutti capi, escapará ileso e poderá comemorar a absolvição em uma das boas pizzarias paulistas. Ele só não conseguirá mais entrar em campo para mostrar aos jogadores seus cartões amarelos e vermelhos personalizados com a inscrição Deus é fiel.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Senador Pedro Simon interpela Collor



O bate boca entre os senadores Pedro Simon e Fernando Collor esta semana na tribuna do Senado rendeu um grande mal entendido. Era o que Collor queria, com o intuito de chantagear não só a Simon, mas a todos os que fariam pronunciamentos naquele dia pedindo o afastamento de José Sarney. Os desdobramentos da tentativa de calar a boca de Simon e outros senadores na base da intimidação são conhecidos. Enviada pelo jornalista Lourenço Cazarré, assessor de Pedro Simon, acaba de me chegar às mãos, na íntegra, a nota divulgada pelo senador gaúcho a propósito do incidente e sua decisão de interpelar Fernando Collor para que esclareça suas acusações.



O senador Pedro Simon foi interpelado pelo líder do PMDB no Senado,
Renan Calheiros, na sessão de 3 de agosto último, sobre dois temas: a
importação de carne contaminada de Chernobil e a Portosol. No intuito
de afastar conclusões precipitadas e insinuações maldosas sobre
assuntos desconexos, o senador Pedro Simon esclarece o seguinte:

Chernobil

O acidente nuclear na usina de Chernobil, na Ucrânia, ocorreu em 26 de
abril de 1986. O líder do PMDB no Senado acusa o Governo Sarney de ter
importado carne contaminada pelo pior acidente nuclear da história.
Não tenho conhecimento desse fato, por uma razão simples: eu não era o
Ministro da Agricultura, à época. Exerci o cargo de ministro, por
escolha original do Presidente Tancredo Neves, até 14 de fevereiro de
1986. Ou seja, o acidente de Chernobil ocorreu mais de dois meses após
minha saída do ministério. Não sei se houve importação de carne da
Ucrânia. Se houve, deve ter ocorrido no segundo semestre de 1986 ou
depois.

Portosol

A Portosol é uma instituição comunitária de crédito, sem fins
lucrativos, sediada em Porto Alegre, inspirada num modelo vitorioso: o
Grameen Bank, o primeiro banco do mundo especializado em microcrédito,
idealizado pelo professor bengalês Muhammad Yunus em 1976 visando a
erradicação da pobreza no mundo. Yunus foi agraciado, por sua idéia,
com o Prêmio Nobel da Paz em 2006. A Portosol, inspirado neles, foi
criada em Porto Alegre em 1995, a partir de uma iniciativa do Governo
do Estado e da Prefeitura de Porto Alegre, em conjunto com a Federação
das Associações Empresariais do Rio Grande do Sul (FEDERASUL) e da
Associação dos Jovens Empresários de Porto Alegre (AJE-POA).

A Portosol é uma ONG, qualificada como OSCIP, habilitada ao PNMPO –
Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado. A lei nº 7.679,
de outubro de 1995, autorizou a administração de Porto Alegre à
participação do "Município em Associação Civil Ideal com a finalidade
precípua de, a partir de uma ação facilitadora do acesso ao crédito,
fomentar a constituição e/ou consolidação de pequenos e micro
empreendedores instalados no âmbito do território municipal”. Além da
Prefeitura e do Governo do Estado, a Portosol foi constituída com
participação de recursos do NDES (Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social) e do SEBRAE do Rio Grande do Sul, contando ainda
com fundos da Inter-American Foundation, agência norte-americana de
cooperação internacional, e da GTZ, Sociedade Alemã de Cooperação
Técnica. A Caixa Econômica Federal cedeu espaço em uma de suas
agências, no centro da cidade, para alojar a Portosol.

A Portosol foi a primeira instituição de microcrédito no Brasil
constituída com recursos de órgãos governamentais, passando o
microcrédito a ser considerado como política pública de
desenvolvimento. Seu modelo foi e vem sendo replicado em vários
municípios do Brasil, existindo atualmente no Brasil 120 OSCIPS
(Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) de microcréditos
habilitados ao PNMPO – Programa Nacional de Microcrédito Produtivo
Orientado, programa do Governo Federal abrigado no Ministério do
Trabalho e Emprego. O sucesso deste modelo chegou até mesmo ao Estado
natal do senador Renan Calheiros, Alagoas, onde funcionam duas
instituições similares ao Portosol: o Instituto Ação de
Desenvolvimento para a Cidadania, IADEC, ou ‘Banco do Cidadão’, e a
Associação de Microcrédito e Desenvolvimento Sócio-Econômico de
Alagoas (Instituto de Inclusão Social pelo Crédito).

A Portosol teve, desde sua fundação em 1995, seis presidentes no
Conselho de Administração, composto por nove representantes – dois da
prefeitura, um do governo estadual, um da associação de empresários e
cinco da sociedade civil. O atual presidente, Pedro Armando Volkmann,
é representante da AJE (Associação dos Jovens Empresários). Seu
antecessor, no período 2006-2008, foi Tiago Chanan Simon, meu filho,
indicado como representante do Governo do Estado, à época de diretor
do Departamento de Desenvolvimento Empresarial da SEDAI (Secretaria de
Desenvolvimento e de Assuntos Internacionais). Tiago Simon exerceu sua
atividade de dirigente sem remuneração.

Ao longo de sua existência, a Portosol liberou 112.284 créditos, num
valor total de recursos de R$ 127 milhões de reais, o que representa
um crédito médio de R$ 1.132, segundo informações de seu
diretor-executivo, Cristiano Mross.

A Portosol foi selecionada em 1999 pelo Banco Mundial como uma das 10
iniciativas mais bem sucedidas do Brasil na política de combate à
pobreza. Em 1997 foi agraciada pela Fundação Getúlio Vargas e pela
Fundação Ford com o Prêmio Gestão Pública e Cidadania. No mesmo ano
ganhou da UNESCO o prêmio de Direitos Humanos no Rio Grande do Sul, na
categoria “Formação de Consciência da Cidadania”.

Interpelação (Collor)

Tomei a decisão de interpelar, junto à Corregedoria Parlamentar do
Senado, o senador Fernando Collor, a fim de que explicite os fatos a
que fez ilação na sessão do Senado de segunda-feira, que seriam
‘incômodos” para minha pessoa. O esclarecimento dos fatos é necessário
para o resguardo de minha honra e de minha biografia pessoal e
política.

Pedro Simon, senador

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Proibido para maiores

Acabei depedir emprestada esta ilustração do AMARILDO ao Blog do Noblat

Nunca acreditei em liberdade de imprensa no Brasil. Convivo com essa falácia faz tempo com experiência de trabalho nos dois lados do balcão. A liberdade reclamada e proclamada só existe na medida exata dos interesses dos patrões. Como são geralmente atrelados ao governo de plantão e navegam de acordo com o sopro e a intensidade do vento a favor não há, neste país, a mínima chance de convivermos com a verdade, fruto natural do livre exercício da profissão. A turma do Estadão berra com a censura do Sarney, a Folha esperneou com outros episódios semelhantes protagonizados pela escória que manda e cria as leis. Como já fizeram o Globo e Jornal do Brasil, como já fizeram revistas de circulação nacional e emissoras de rádio e televisão do centro do país. Vejam que nem estou citando exemplos domésticos porque aqui no sul é pior, a censura vem de dentro, nem é necessário um judiciário comprometido intervir. Os militares pelo menos eram sinceros, sem hipocrisia. Não podia e pronto.

Está aí a maior razão para continuarmos assombrados por esses cadávares insepultos como José Sarney, Renan Calheiros e Fernando Color de Mello. Pedro Simon grita fora Sarney. Calheiros pergunta a ele por uma instituição chamada Portosol que agora dizem ser uma importadora de carne dirigida por um filho do senador Simon na época em que ele era Ministro da Agricultura. Os acusadores garantem que a Porto Sol esteve envolvida em negócio escuso com carne de chernobil contaminada.



Como disse, soube há pouco. Nem sei se é verdade, tanta é a lama no ventilador do Senado. Talvez estejam querendo fazer chantagem com Pedro Simon, quem sabe enlamear seu passado. Mas que tudo está cheirando a carne podre, isto sim é verdadeiro e sem censura

domingo, 2 de agosto de 2009

Tem que tirar o fone do gancho

O ouro de Cielo é só dele (foto CBDA)

Os triunfos de César Cielo no Mundial de Natação em Roma são pessoais e intransferíveis. Ele treina nos Estados Unidos com um técnico australiano. Ficasse no Brasil Cielo não teria chegado aonde chegou. Tem sido assim ao longo dos anos nos nossos esportes individuais. Tivemos o exemplo recente e emblemático do Guga, que só apareceu para o mundo como o maior tenista brasileiro de todos os tempos graças ao seu talento e ao esforço de meia dúzia de pessoas muito ligadas a ele. Guga não foi o resultado de projeto, de planejamento e trabalho em cima da modalidade. Pelo contrário, Guga chegou, venceu e foi embora sem deixar rastros. Como ele, Cielo e outros são a repetição do óbvio. Nossos atletas, com as exceções de praxe, vão às quadras, piscinas, tatames e onde mais existir prática esportiva individual, por conta e risco próprios, de familiares e algum mecenas que estiver disposto a ajudar. As empresas privadas, em sua maioria, as universidades, salvo exceções, e o poder público de um modo geral, dão as costas para a prática esportiva.

Por isso César Cielo estava cheio de razão quando se negou a atender um telefonema de Lula depois de ter conquistado ouro nos 100 metros. Parece que foi determinação do seu treinador para evitar que o atleta perdesse, com demagogia de político, a concentração para a prova dos 50 metros que acabou vencendo no dia seguinte. É isso mesmo, tem que tirar o fone do gancho. O incentivo ao esporte nesse país não passa por ministérios e muito menos pela presidência da República. Ali só lembram de Santa Bárbara quando troveja.

Fala o corintiano Juca Kfouri


"Foram surpreendentes os primeiros 10 minutos do Corinthians contra o Avaí, no Pacaembu, mais vazio do que cheio, provável reflexo da ausência de Ronaldo e do desmanche do time campeão da Copa do Brasil.

Ágil, rápido, insinuante e capaz de criar três ótimas chances de gol, as duas primeiras ainda antes do quinto minuto, numa cabeçada de Souza e num toque de Jucilei que Eduardo Martini defendeu.

Como o goleiro catarinense pegou, à queima-roupa, um chute de Bill, em rebote de arremate de Souza, que até jogava bem.

Dos 10 aos 20 minutos, no entanto, o alvinegro permaneceu melhor em campo, mas deixou de levar perigo ao time alviceleste.

Que, enfim, tomou coragem e partiu para cima dos donos da casa, quase marcando com William, em seu primeiro ataque.

Ao acreditar mais que o bicho não era tão feio, o Avaí se abriu e quase levou, por cobertura, um gol de Bill, com a bola batendo no cocoruto do travessão.
A resposta avaiana veio numa bicicleta de William, perigosa.

Fato é que o time do Guga, e do técnico Silas, mesmo sem três de seus principais jogadores (Léo Gago, Ferdinando e Muriqui), passou a jogar de igual para igual com o esforçado, organizado, mas enfraquecido, time de Mano Menezes.

E assim, sem gols, terminou o primeiro tempo, sem gols, e com uma arbitragem curioso, de um mineiro do quadro da Fifa, Ricardo Marques Ribeiro, que marca muito mais falta de ataque do que das defesas.

E com auxiliares especializados em errar impedimentos contra o Avaí.
O Corinthians voltou com Bruno no lugar de Marcinho na lateral-esquerda

A torcida corintiana cantava, mas, no segundo tempo, o time já não encantava.

Na verdade, o jogo caiu num certo clima de marasmo, sem chutes a gol.
Silas também não estava gostando e tirou o centroavante William, ex-Santos, para entrada de outro centroavante, Roberto.
E quase que o Avaí faz gol, numa sucessão de escanteios.

Por falar em escanteios, pouco antes, Boquita foi cobrar um e chutou a bandeirinha -- a não o, que fique claro.
Grotesco!

Não por isso, mas Boquita saiu para entrar Diogo aos 41.

E Felipe, aos 30, precisou evitar um gol de Roberto.
Como Eduardo Martini, em seguida, em bolas de Elias, de Marcelinho e de Souza, em menos de dois minutos."

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Schumassa



Schumacher e Rubinho, Montreal - 2005


Michael Schumacher suspendeu temporariamente sua aposentadoria e volta às pistas para substituir Felipe Massa e assombrar Rubinho Barrichello. O brasileiro, que sonhava se ver livre para sempre do alemão, de quem foi fiel escudeiro na marra durante um bom tempo, agora deve perder o sono e passar noites intranqüilas até a próxima corrida contra Schumacher de novo a bordo de uma Ferrari. O pesadelo para Rubinho, mesmo hoje em outra equipe, começa daqui a três semanas no GP da Europa, em Valência. Lembranças ruins para Barrichello, de 2000 a 2005, período em que foram companheiros na Ferrari ,voltarão a atormentar sua temporada. Foram episódios tão desagradáveis, como aquele em que foi obrigado a entregar uma corrida para Schumacher, que Rubinho chegou a ameaçar publicar um livro contando os "podres" do tempo em que vestiram o macacão vermelho.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Brigando com a notícia

A TV Globo desde sábado e durante todo o fim de semana em seus noticiários decidiu estabelecer um verdadeiro conflito com as informações oficiais sobre o acidente de Felipe Massa. Tudo que chegava ao narrador Galvão Bueno ou à repórter Mariana Becker a pretexto de cautela, creio eu, era imediatamente desmentido ou ignorado pelos dois. Bastava comparar com o que as emissoras de rádio transmitiam. Ninguém estava torcendo pelo pior, queríamos notícias positivas, é claro, mas os boletins médicos emitidos pela equipe que cuida de Massa no hospital eram sistematicamente contrariados sem nenhuma sustentação. Hoje felizmente a situação mudou porque Felipe aos poucos mostra sinais de recuperação. No entanto o piloto brasileiro passou pelo risco de morte, menos para a Globo que insistia em confrontar a notícia oficial com a opinião de um médico brasileiro, gabaritado, até pode ser, mas que não participara do episódio em sua totalidade, pois viajou a Budapeste somente sábado à noite. É comum e muito nociva à atividade jornalística essa intromissão da amizade com a fonte, interferindo no resultado final da informação. Ainda não sabemos se Felipe Massa sairá do hospital com alguma seqüela e mesmo quando chegar a hora será bom aguardar por um pronunciamento isento.

O noticiário ficou um pouco desacreditado pelo envolvimento emocional dos principais personagens. Até Rubinho Barrichelo foi mais técnico e mais eficiente ao falar a respeito do acidente sem misturar amizade com a fidelidade à informação e ao detalhamento correto do acidente, suas causas e efeitos.

Em meio a essa balbúrdia e a tanto ruído na comunicação, até agora não se ouviu nenhum tipo de questionamento ou uma boa explicação sobre como um bólido de altíssima tecnologia deixa uma mola pelo caminho. Afinal, a quebra de uma barra de direção matou Ayrton Senna e um defeito prosaico como o do carro do Rubinho quase provocou outra tragédia brasileira na Fórmula I.

domingo, 26 de julho de 2009

Tribunal aprova a farra

Mesmo com irregularidade constatada, TCU isenta autoridades dos Jogos Pan-Americanos em gastos de R$ 21,5 milhões, aplicados nas solenidades de abertura e encerramento do evento

Por JOSÉ CRUZ, do Correio Braziliense


Dois anos depois de ter sido realizado, revela-se o mais recente escândalo financeiro dos Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro, conforme auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU).  
No terceiro processo que julgou a exorbitância dos gastos naquele evento — cerca de R$ 4 bilhões —, auditores do TCU identificaram que as cerimônias de abertura e enceramento da competição esportiva, ao custo de R$ 21,5 milhões aos cofres públicos, não teve licitação de preços.

Apesar dessa flagrante irregularidade, plenamente identificada pelos auditores do processo, o então ministro relator, Marcos Vinicios Vilaça (aposentado no último dia 30), isentou os acusados de qualquer culpa. Entre eles estão o presidente do Comitê Organizador do Pan, Carlos Arthur Nuzman, e Ricardo Leyser Gonçalves, do Ministério do Esporte. A ordem de Vilaça foi arquivar o processo. 

Ao fugir da exigência legal, o Comitê Organizador do Pan e Parapan-americanos fez duas contratações. Inicialmente, chamou o senhor Scott Givens como consultor. Ele é da Five Currents, empresa dos Estados Unidos, especializada em grandes eventos, entre eles os Jogos de Inverno de Salt Lake City (EUA), em 2002, as Olimpíadas de Atlanta, em 1996, e comemorações dos 50 anos da Disneilândia.
 
Só por essa consultoria, o governo do Estado do Rio de Janeiro pagou R$ 883.350.  
Em seguida, o Comitê Organizador do Pan contratou a brasileira WA Tranze Eventos, Promoções e Publicidade Ltda para executar o projeto das cerimônias do Pan. A abertura, inclusive, ganhou destaque internacional devido a uma vaia do público ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua chegada ao estádio do Maracanã.

O mais estranho nesse processo que o TCU arquivou é que o presidente do Comitê Organizador do Pan e Parapan, Carlos Arthur Nuzman, justificou que fugiu da concorrência para contratar serviços por se tratar de uma "emergência".
 
A explicação, contudo, contrasta com o anúncio do Rio de Janeiro para receber o Pan, feito em 2002, isto é, cinco anos antes.    
Sobre esse argumento, que está no Acórdão 1250/2009, o ministro relator do processo, Marcos Vilaça, reforça as datas extremas:  
"A necessidade de realização das cerimônias e mesmo sua data já eram conhecidas pela administração pública em 2002, quase cinco anos antes do evento, quando foi assinado o Acordo de Obrigações e Responsabilidades com a Organização Desportiva Pan-americana (Odepa)".

Jogo de empurra


A análise que consta no relatório não deixa dúvida de que houve séria irregularidade. A demora para realizar a tal licitação de preços deveu-se à indecisão dos governos municipal e estadual do Rio de Janeiro, bem como o Governo Federal, que se lançaram em um jogo de empurra para decidir quem pagaria a conta.
Na emergência, e apenas a seis meses da abertura do Pan, sobrou para a União desembolsar os R$ 21,5 milhões.
 
Em decorrência, o Comitê Organizador formou um Núcleo de Criação e Gerência das Cerimônias dos Jogos (NCGJ). Mas a iniciativa da equipe liderada por Nuzman não foi bem-sucedida, com afirma o próprio relatório de Marcos Vilaça, quando ressaltou "a inexperiência gerencial do Comitê Organizador do Pan, que, mesmo após dispor da verba federal, demorou demasiadamente em adotar medidas à celebração do convênio (com a WA Tranze Eventos)"
 
Superfaturamento identificado duas vezes
 

O primeiro processo do TCU já concluído, em maio, com indícios de irregularidades nos gastos dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro refere-se ao contrato de R$ 22,4 milhões, entre o Ministério do Esporte e a empresa Fast Engenharia, para a construção de estruturas temporárias na Vila do Pan.
 
O TCU exigiu que Luiz Custódio Orro Freitas, da Fast, e Ricardo Leyser Gonçalves, do Ministério do Esporte, envolvidos na execução do contrato, apresentassem defesa à denúncia de superfaturamento ou devolvessem R$ 2,7 milhões ao Tesouro Nacional. A defesa já foi apresentada.
 
O segundo processo do TCU, em junho, identificou superfaturamento de R$ 2,7 milhões no serviço de hotelaria da Vila Pan-Americana. Nesse documento, mais uma vez Ricardo Leyser Gonçalves, representante do Ministério do Esporte no Comitê Organizador do Pan, é citado como um dos responsáveis pelo ato, ao lado da empresa Consórcio Interamericano.

O perdão oficial

Depois que os envolvidos neste processo apresentaram suas jutificativas, o ministro Marcos Vilaça sentenciou:

"Pelo exposto julgo que as razões de justificativas apresentadas por Ricardo Leyser Gonçalves, do Ministério do Esporte, devem ser acolhidas, afastando-se sua responsabilidade em relação aos atos praticados. Quanto aos gestores do Comitê Organizador, senhores Carlos Arthur Nuzma, André Gustavo Richer e Leonardo Gryner, mesmo reconhecendo que suas condutas foram irregulares, acredito que suas razões de justificativas também possam ser acolhidas, em caráter excepcional, em face do conjunto de circunstâncias atenuantes mencionado anteriormente (no processo).  

sábado, 25 de julho de 2009

Pé frio, quase gelado


A mola solta (no círculo) nocauteou Felipe Massa

A quase tragédia no treino de classificação para o GP da Hungria de Fórmula I teve o envolvimento indireto de Rubens Barrichello, que provou ser mesmo um piloto sujeito a episódios no mínimo grotescos. A mola da suspensão traseira do seu carro se soltou e acabou atingindo a cabeça de Felipe Massa, que vinha logo atrás. Felipe perdeu os sentidos e o controle da sua Ferrari, saiu reto da pista e foi bater forte na proteção de pneus. O próprio Rubinho, depois de ver o companheiro atendido, foi quem passou a informação correta aos repórteres que corriam feito baratas tontas atrás da notícia sobre o estado do piloto brasileiro. Não acredito nessa história de sorte e azar. Para mim trata-se tão somente de competência e incompetência, no caso imperícia ou distração de algum mecânico da equipe Brawn. Um parafuso mal apertado ou colocado de forma incorreta, uma peça por alguma razão fragilizada, seja lá o que for, por pouco não resultou em mais uma tragédia na Fórmula I. E Rubinho com seu carro até então perfeito estava lá, involuntariamente presente à cena do crime, desculpem, do acidente.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Tira o blog do site



Estou morando em outro país e não sabia. Acho que fui abduzido. E quando me dei conta estava ouvindo o presidente, um homem barbudo, de terno bem cortado, com um dedo a menos em uma das mãos. Me informei, dizem que foi acidente de trabalho. O tal presidente, que pelo jeito trabalhou uma vez na vida, falava em uma solenidade, criticando a imprensa do seu país, agora meu também, por condenar as pessoas sem levar em conta suas biografias. Fiquei sabendo então que isso é importante para o judiciário do país em voga. Não adiantam provas cabais dos ilícitos, vale é a pose do sujeito, seu cargo, o quanto ele pode. Parece que tem aí nessa questão da confiança uma história do fio do bigode. Não sei se estou misturando bigodes com barbas.

Enfim, o tal presidente, segundo entendi, defendia um outro que já foi presidente e que ocupa ainda cargo importante, tão importante que chamou a família para ajudá-lo, se não não dava conta. Sabem como é, ta velhinho, anda arrastando os pés. Ouvi que o homem resiste calçar chinelos. Diz, em alto e bom som, que o trabalho “enobrece”, a aposentadoria, no caso dele, “empobrece”. Me contaram que os parentes e sua biografia é que ajudam a mantê-lo na presidência e, se entendi bem, mandando em duas casas legislativas que nesse país tem o apelido de Congresso. Quando o povo quer sacanear manda logo um pejorativo que é pra esculhambar de vez.

Perdi a paciência com a conversa fiada desse tal presidente e procurei bisbilhotar sobre outros assuntos. Dei de cara com uns blogs – coisa moderna que nesse novo país já tem - meio estranhos, com nomes esquisitos. Minha memória não ajuda, mas parece que um se chamava “De Olho no Mosquito”, o outro “Tijoladas na Capital”. Ou “De Olho na Tijolada”, ou quem sabe “O Mosquito na Capital”. Sei lá, importa é que os dois caíram de pau numa senadora, que depois entendi, é companheira daquele presidente que falei lá em cima.

Confesso que não captei a razão de tanta encrenca com biografia, que para mim é coisas séria. A não ser que não tenha ouvido direito e a palavra fosse “geografia”, ou “pornografia”. Ando com problemas de audição, o que só aumenta o imbróglio. Também não encontrei muito sentido na relação entre imprensa e a Constituição, com a senadora – como é mesmo o nome? – no meio. Vi até uma foto dela. Ah, falando em “pornografia” agora lembrei da moça. Ela estava beijando na boca aquele homem bigodudo que um dia parece que garantiu o atual presidente no cargo, apesar de umas fofocas de mensalão, mensaleiros. Recordam do episódio?

Como os dois trabalham no mesmo lugar quem sabe aquele beijão não tenha nada de libidinoso. Foi apenas um jeito carinhoso de agradecer por favores e serviços prestados. Os fofoqueiros de plantão dizem que isso é comum por essas bandas.

Acabei estressado com tanta informação, rádio e a televisão ligados, blogs pra cá, blogs pra lá, jornais na minha frente, todo mundo escrevendo e falando junto, sobre as mesmas coisas. Fui me embora pra Passárgada, cantando aquela marchinha de carnaval, o hit do momento, “Tira o blog do site”. Lá sou amigo do Rei, que é muito mais que Presidente e não quer saber de biografias

terça-feira, 21 de julho de 2009

A terra do não temos


Hoje no Brasil se fala mais da Copa de 2014 do que a do próximo ano na África do Sul. Faremos a competição em casa e há muita preocupação com o quanto se vai gastar e no que. É assunto pertinente e em torno dele ouvi o final de uma entrevista à Rádio CBN domingo pela manhã, sem conseguir identificar o nome do entrevistado. Mas sua opinião naquele momento da conversa era contundente e referia-se à situação dos nossos aeroportos. “Estamos na idade da pedra”, dizia ele. Este é um quesito fundamental para atender não só as exigências da Fifa, mas da própria estrutura do evento e trata-se da nossa realidade, constatação que pode ser feita em viagens para qualquer canto do país. Desconforto provocado por serviços ruins, instalações precárias, mau atendimento e, pior de tudo, insegurança na terra e no ar. Nem é preciso ser muito viajado ou exigente para perceber que está aí o nosso calcanhar de Aquiles para a Copa que pretendemos organizar.
E que Florianópolis, por ter sido excluida como opção de sede, vai demorar um século para ver o aeroporto Hercílio Luz em condições para receber o volume de turistas que esperamos a cada temporada. Não vamos esquecer do gargalo que é o acesso àquela região, mais estreito em dias de jogos do Avaí que, aliás, é quem está prometendo solução para o problema. O máximo que fizeram até agora, além de promessas, foi um puxadinho muito do sem vergonha para embarque e desembarque, na esperança tola de ludibriar a comitiva da Fifa que andou por aqui. É só enganação pra todo o lado o resultado foi que nem chegamos a ter para acrescentarmos à lista do já teve.


sábado, 18 de julho de 2009

De Janer Cristaldo sobre Gabeira

Sexta-feira, Julho 17, 2009


VELHOS, SAFADOS E MENTIROSOS


Escreve Fernando Gabeira na Folha de São Paulo, edição de hoje:“Há uma dezena de deputados dispostos a enfrentar o PMDB, aliados e a combatividade da estrela vermelha. Aliás, voltei ao Salão Verde, pensando nela. A estrela vermelha para mim não tem sentido. Eu a vi nos tanques sérvios que atiravam nos civis e em nós, repórteres. Agarrados à estrela vermelha, perpetraram crimes horrendos sob o título de limpeza étnica”.
Quem o lê, pode até imaginar que o bravo deputado esteve algum dia nalgum front. Ainda há poucos meses, contei como foi a cobertura de Gabeira. Sinto-me obrigado a contar de novo.Guerra da Iugoslávia, 1991, nos dias de independência da Croácia.
Eu trabalhava na editoria de Internacional da Folha de S. Paulo. Gabeira, nosso correspondente responsável pelo Leste europeu mandava suas matérias de Berlim, que isso de cobrir guerras no front é muito arriscado. Por volta das três horas da tarde, começava a enviar seus despachos, a partir do noticiário dos jornais da manhã. Isto é, os jornais haviam sido redigidos ontem, os fatos ocorridos anteontem e o leitor brasileiro os leria amanhã, com pelo menos três dias de atraso. As agências noticiosas, mais ágeis, nos enviavam notícias fresquinhas. A nós, redatores, cabia substituir o lead da reportagem por material mais quente. Lá pelas cinco da tarde, o despacho enviado caíra para o pé do texto. Quando o correspondente informava que os iugoslavos planejavam um ataque, nós já tínhamos os alvos destruídos e os aviões de volta às bases. A cobertura da guerra, em verdade, era feita da redação na Alameda Barão de Limeira, em São Paulo. Que, de certa forma, estava mais próxima dos fatos que o correspondente na Alemanha. O texto todo era redigido na redação. Começávamos a atualizar a matéria pelo lead e Gabeira ia descendo rumo ao pé. Muitas vezes não sobrava sequer uma linha do despacho original. Mas a matéria saía assinada por Fernando Gabeira, "enviado especial". Como era feita esta cobertura? O redator recebia um punhado de despachos, que iam sendo renovados a toda hora pelo boy que os retirava do telex. (Eram ainda os dias do telex). Havia matérias quentes das agências, que tinham seus correspondentes no campo de batalha, reportagens frias que davam o clima local, análises de especialistas e informes sobre a repercussão dos fatos nas diferentes capitais do mundo. Cabia ao redator juntar todos esses relatos e criar uma história coerente. Fossem os textos assinados ou não, os fragmentos aproveitados pelo redator eram todos atribuídos ao “correspondente de guerra”, comodamente instalado em Berlim.A segunda edição do jornal, a que circularia no dia seguinte apenas em São Paulo (na cidade), era fechada lá pela 01h da manhã. Como os redatores da Internacional eram ágeis, o leitor paulistano pelo menos tinha uma visão muito atualizada da guerra, graças ao intrépido correspondente Fernando Gabeira. Ocorre que o texto que chegava ao leitor não era de Gabeira. Era nosso.Gabeira deveria sentir-se muito surpreso se lesse sua matéria publicada, falando de fatos dos quais ele, o suposto autor do texto, nunca ouvira falar. Mas nunca reclamou, como seria de se esperar de um jornalista honesto.Gabeira, se alguém não lembra, é o impoluto deputado que criticou Ziraldo e Jaguar por receberem a bolsa-ditadura, sem se lembrar que ele mesmo a reivindicou, como indenização pelos anos em que passou fumando maconha em Estocolmo. É o mesmo deputado que não hesitou em beneficiar-se da farra das passagens aéreas, para visitar sua filha no Exterior.
Hoje, como se nada tivesse a ver com as falcatruas do Senado, assim finaliza seu artigo:“Não se trata só de um constrangimento ao ver o Senado definido como casa de horrores. Mas o de conviver um grupo de homens idosos, movendo-se com uma desenvoltura criminosa, unindo nos lábios do povo as palavras velho e safado, como se fossem gêmeas que nascem ligadas. Tempo de tormentas”.
Pelo jeito, de tanto assinar artigos que não escrevia, acabou acreditando que esteve no front. “Tanques sérvios que atiravam nos civis e em nós, repórteres”. Heróico, o deputado! Pena que só viu tanques sérvios pela televisão. Vai ver que sentiu-se ameaçado em seu sofá, pelos canhões que avançavam na tela. Ao mesmo tempo, dá a impressão de sequer ter participado das corrupções do Senado, das quais de fato participou. Chama seus colegas de bordel de velhos e safados, como se ele mesmo não fosse velho, safado e mais ainda, mentiroso.Na mesma página, olímpico e indiferente ao mar de acusações que o incriminam, assina um inocente artigo sobre as virtudes do Chrome ou Windows 7 um senador velho, safado, mentiroso e ladrão. José Sarney, o presidente da Casa dos Horrores.
Vai mal a Folha de São Paulo.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Salomé vai precisar de ajudante


João Batista foi o primeiro candidato à bandeja


Inaugurada a bandeja com a degola de João Batista o espírito de Salomé vagueia pelas rodadas do campeonato brasileiro. Depois de Wanderlei Luxemburgo e Muricy Ramalho, rolaram as cabeças de Parreira, Wagner Mancini e Marcio Bittencourt, todos já com seus respectivos substitutos, efetivos ou interinos. Como a fila dos degolados anda depressa e agora tem futebol das quatro séries de terça a domingo, Salomé vai trabalhar muito. Procura-se uma assessora para Salomé, um auxiliar de carrasco e bandejas para reposição.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Palestras motivacionais


Tostão hoje é médico, profissional sério como sempre foi no futebol e fora dele. Por isso li com muita atenção sua coluna, distribuída domingo aos jornais assinantes. Ele escreveu sobre psicologia no esporte e as palestras motivacionais, coisas bem distintas e que não se misturam. Acredito em uma, tenho horror da outra, até por experiências pessoais a que fui submetido em determinados momentos da minha vida profissional. A psicologia tem base, em qualquer dos seus segmentos. Exige estudo, muito estudo e pesquisa constante. Participei de uma das tais palestras. Era um encontro, um congraçamento dos funcionários de uma fundação, atividade carregada de boas intenções e que dispensaria o que fomos convidados a assistir em duas sessões. Me senti ridículo, obrigado a bater no peito, a uivar como um coiote, a socar um pedaço de madeira como um praticante de artes marciais, a ouvir um besteirol interminável ao som, na época, de músicas próprias à trilha sonora utilizada hoje na novela Caminho das Índias. Abandonei a sala irritado, me sentindo vítima de charlatanismo e completamente desmotivado.

Hoje o futebol tem um motivador famoso e muito requisitado, Evandro Motta. Contam que ele deu a mesma palestra no mesmo dia para jogadores do Fluminense e do Paulista de Jundiaí. Esse homem tem desempregado psicólogos nos clubes. Tostão não prega a reserva de mercado, mas lá no fim da sua coluna está escrito o que vale: “Sou contra o exagerado prestígio que muitos treinadores dirigentes e parte da imprensa dão a essas palestras óbvias, algumas vezes ridículas, de motivação. Parecem um show”. Amém, grande Tusta.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Que bela tijolada

Carta dirigida ao meu amigo Mosquito e publicada no seu blog, o "Tijoladas". Não resisti, tive que arrastar na íntegra pro meu espaço, assinando em baixo deste texto do advogado Edison da Silva Jardim Filho. O Mosquito está sendo processado pela senadora Ideli. Mas que grande cara de pau.

Caro Mosquito,

Você deve perseverar no caminho de denunciar os bandidos e as bandalheiras da política catarinense e florianopolitana! Eu sei como é duro querer que o país evolua para práticas públicas civilizadas como as de países do primeiro mundo cultural e intelectual, quando temos um povo indolente, deseducado, desinformado e despolitizado. É como pregar no deserto… Dá uma tristeza, dá um desânimo.

Para mim, Mosquito, e eu já te falei isto pessoalmente, dois políticos eu coloco no patamar mais alto da traição política: um do Brasil e o outro, do Estado de Santa Catarina. O do Brasil, obviamente, é o Lula. Todos poderiam fazer o que todos costumam fazer, menos o Lula!

Era possível ao eleitor brasileiro intuir, na hora de votar, que o Fernando Henrique Cardoso poderia, como aconteceu, trair as suas bandeiras de luta da vida toda; afinal, é filho de general e, pois, oriundo das elites, acostumadas a pensar só no seu umbigo, regateando sempre o destino glorioso que um país tão afortunado fisicamente como o Brasil, pode e deve dar a todos os seus filhos, independentemente da classe social a que pertençam.

Era possível ao eleitor brasileiro intuir, na hora de votar, que o Fernando Collor de Melo desse no que deu; afinal, vinha de onde veio: o Estado de Alagoas e o nordeste dos coronéis armados, e tinha a origem política que teve: as oligarquias mais atrasadas e, pois, reacionárias do Brasil.

Era possível ao eleitor brasileiro intuir, na hora de vibrar com o feito da redemocratização, que o Tancredo Neves, se viesse a governar o Brasil, seria o mesmo fracasso que foi o José Sarney; afinal, na época em que se cassava parlamentar como se legisla, hoje, por medida provisória, ou seja, aos borbotões, ele, com um discurso grandiloqüente contra a Revolução de 64, nunca foi incomodado pelos generais, da mesma forma como o Senhor Diretas, o eterno guru do PMDB: Ulisses Guimarães. Está aí uma coisa que sempre me intrigou…

Agora, o Lula, não! Nenhum eleitor, nem que fosse o vidente mais clarividente, poderia imaginar que o Lula fosse trair o seu passado glorioso de lutas as mais corajosas e legítimas, uma vez realizado o seu sonho de anos a fio, de chegar à presidência da República Federativa do Brasil.

E o político de Santa Catarina que cravou de forma indelével o seu nome na altura máxima do anti-panteão dos maiores traidores da vontade popular, surpreendentemente, foi uma mulher. Eu sou dos que acham que as mulheres são mais virtuosas do que os homens, e vem daí a sua relutância de fazer política no Brasil de hoje, um lugar reservado- e isto é de domínio geral- à realização dos mais baixos instintos de selvageria predatória, em todos os sentidos. Mas quando a mulher opta por fazer política de maneira dissimulada, é pior, mil vezes pior do que os homens. É o caso da Senadora Ideli Salvati!

Causa estupefação em quem acompanhou a sua atuação como líder sindical, militante do PT e Deputada Estadual, acompanhá-la no exercício do atual mandato de Senadora da República. Arrostou e vem arrostando a ética e a moral ao impedir a instalação de todas as CPIs para investigar as bandalheiras do Governo Lula, através de um discurso que transparecia e transparece, visivelmente, indignação fingida, típica dos hitlers e mussolinis, embora milhões de quilômetros longe do brilhantismo e oratória deles. Defendeu todos os mensaleiros de todos os mensalões do amoral- imoral é pouco- Governo Lula. Beijou e beija o José Sarney de todas as formas… Suspeita de corrupção no caso de desvio endêmico, no Governo Lula, de dinheiro público para as ONG’s ligadas ao PT, não se defendeu convincentemente; ao contrário, tudo fez e faz para esvaziar a CPI das ONG’s. Engoliu e engole todos os sapos, até os mais indigestos que a imaginação humana possa conceber, sempre em nome da governabilidade para fazer mutretas. Age, com uma fidelidade canina, dentro das lindes largas do novo figurino ético e moral traçado pelo seu chefe-todo-poderoso. Só faltou pedir desculpas públicas ao Jorge Bornhausen. Pediu, e eu sei em que episódio!

Tudo o que você falou no seu blog é pouco diante da indignação que deveria inundar a cidadania catarinense pela colossal fraude eleitoral de que foi vítima, perpetrada pela Senadora Ideli Salvati com descaramento tão cavalar que é impossível de vir a ser igualado por algum outro político destas infelizes plagas.

Atualmente, no Brasil, ocorre um fenômeno ímpar, pois eu acredito ser impossível que se repita em qualquer país verdadeiramente democrático do mundo: os políticos não admitem ser criticados no mesmo grau de virulência com que afrontam a soberania popular; o que, no mínimo, é uma hipocrisia desmesurada: defende honra quem a tem, é o que deveria vigorar e a Justiça garantir.

A Senadora Ideli Salvati, tal qual o Presidente Lula, cometeu e comete, a todo o instante, crime de lesa-pátria, por desmoralizar o sistema de representação popular e, por conseqüência, o regime democrático, tão penosamente restabelecido no Brasil.

Um forte abraço.

Edison da Silva Jardim Filho - Advogado Criminalista em Florianópolis - SC

segunda-feira, 6 de julho de 2009

A cartolagem vacinou o futebol


Máscara para andar no Metrô de Buenos Aires

Até as 18 horas desta segunda-feira o jogo de ida entre Estudiantes e Cruzeiro pela final da Libertadores estava mantido para a Argentina. Mesmo com o país sendo considerado área de risco pelas autoridades sanitárias por causa da gripe suína nada havia sido feito para mudar o local da partida. Volto ao tema da postagem abaixo relembrando que o México já sofreu com isso e teve o seu representante afastado da competição quando ainda não estava caracterizada a pandemia, o que só aconteceu em 10 de junho. Agora, muito mais do que antes, há necessidade de providências radicais em relação ao esporte, como as tomadas pela presidente Kristina Kirchner e autoridades do governo argentino para outras áreas. As férias de julho para cerca de 10 milhões de estudantes foram estendidas e os espetáculos teatrais suspensos por 10 dias. Estranho que medidas de precaução semelhantes não foram tomadas em relação ao futebol. Ainda no domingo Huracan e Velez Sarsfield jogaram a final do Torneio Clausura com estádio lotado. Os dirigentes do Cruzeiro diante da omissão de quem cuida da saúde resolveram encaminhar um documento à CBF, pedindo a intervenção do presidente Ricardo Teixeira. Como é que persiste esta contradição entre o que dizem e recomendam governantes do Brasil e da Argentina? E porque os mexicanos mereceram tratamento diferenciado? Talvez eu tenha que atualizar esta postagem daqui a pouco, mas o assunto já era para estar resolvido desde que Cruzeiro e Estudiantes se credenciaram como finalistas da Libertadores. O próprio governo brasileiro que há dez dias recomendou o cancelamento de viagens turísticas, inclusive para o Chile, deixou de lado os cuidados manifestados anteriormente e não falou uma vírgula sobre o problema. A mídia brasileira também não deu muita atenção, apesar de os números oficiais registrarem 60 mortos pela gripe entre os argentinos. Os dados não oficiais ninguém conhece, imagina-se.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Um time mascarado


Os excluídos mexicanos transformaram a máscara em adereço da moda

O Cruzeiro tem que viajar semana que vem a Buenos Aires para o jogo de ida da final da Libertadores contra o Estudiantes, marcado para quarta-feira. A Argentina está em estado de emergência, recém decretado, por causa da gripe suína. O clube brasileiro, zelando pelos seus direitos e pela saúde da delegação, poderia reivindicar a mudança do local desta partida. Mas o presidente do Cruzeiro, Zezé Perrela, espertamente diz que prefere aguardar o posicionamento da Confederação Sul Americana. Como bom cartola, Zezé deve estar agindo por baixo do lenço para não aparecer na linha de frente, embora já esteja contaminado pelo vírus da malandragem que acomete a maioria dos dirigentes. O futebol mexicano, país onde começou a gripe, pela mesma razão teve que abandonar a Libertadores. Pelo sim, pelo não, confirmada a viagem do Cruzeiro seria uma contradição a tudo o que tem sido dito e feito pelo governo brasileiro nos últimos dias, provocando inclusive o cancelamento de viagens turísticas e de negócios ao Chile e à Argentina. E estaria sacramentado um tratamento diferenciado entre México e Argentina, restando aos componentes da delegação do Cruzeiro e aos jornalistas incumbidos da cobertura do jogo solicitar farta distribuição de máscaras anti-gripe.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Fifa condena comemoração dos jogadores brasileiros

Festa após o título da Copa das Confederações, com orações em campo e mensagens na camiseta, provoca polêmica, segundo matéria assinada por Jamil Chade e publicada hoje no Estadão.


É uma parte apenas do enfoque de um texto anterior a este sobre o mesmo assunto que postei abaixo


A comemoração da seleção pelo título da Copa das Confederações e o comportamento dos jogadores brasileiros após a vitória sobre os Estados Unidos causam polêmica na Europa.
A queixa é de que o time brasileiro estaria usando o futebol como palco para a religião.
A Fifa confirmou ao Estado que mandou um alerta à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pedindo moderação na atitude dos jogadores mais religiosos, mas indicou que por enquanto não puniria os atletas, já que a manifestação ocorreu após o apito final.

Ao virar o jogo contra os EUA, os jogadores da seleção fizeram uma roda no centro do campo e rezaram.
A Associação Dinamarquesa de Futebol é uma das que não estão satisfeitas com a Fifa e quer posição mais firme.
Pede punições para evitar que isso volte a ocorrer.

Com centenas de jogadores africanos, vários países europeus temem que a falta de uma punição por parte da Fifa abra caminho para extremismos religiosos e que o comportamento dos brasileiros seja repetido por muçulmanos que estão em vários clubes europeus hoje.

Tanto a Fifa quanto os europeus concordam que não querem que o futebol se transforme em um palco para disputas religiosas, um tema sensível em várias partes do mundo.
Mas, por enquanto, a Fifa não ousa punir a seleção brasileira.

"A religião não tem lugar no futebol", afirmou Jim Stjerne Hansen, diretor da Associação Dinamarquesa.
Para ele, a oração promovida pelos brasileiros em campo foi "exagerada". "Misturar religião e esporte daquela maneira foi quase criar um evento religioso em si. Da mesma forma que não podemos deixar a política entrar no futebol, a religião também precisa ficar fora", disse o dirigente ao jornal Politiken, da Dinamarca.

Ao Estado, a entidade confirmou que espera que a Fifa tome "providências" e que busca apoio de outras associações.

As regras da Fifa de fato impedem mensagens políticas ou religiosas em campo.
A entidade prevê punições em casos de descumprimento.
Por enquanto, a Fifa não tomou nenhuma decisão e insiste que a manifestação religiosa apenas ocorreu após a partida.
Essa não é a primeira vez que o tema causa polêmica.
Ao fim da Copa de 2002, a comemoração do pentacampeonato brasileiro foi repleta de mensagens religiosas.

A Fifa mostrou seu desagrado na época.
Mas disse que não teria como impedir a equipe que acabara de se sagrar campeã do mundo de comemorar à sua maneira.
A entidade diz que está "monitorando" a situação.
E confirma que "alertou a CBF sobre os procedimentos referentes ao assunto".
A Fifa alega que, no caso da final da Copa das Confederações, o ato dos brasileiros de se reunir para rezar ocorreu só após o apito final.
E as leis apenas falam da situação em jogo.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a CBF informou que não recebeu nenhuma queixa da Fifa e, por isso, não vai comentar o assunto.

TEMA RECORRENTE

Nos últimos anos, o tema da religião no futebol ganhou uma nova dimensão.
Frank Ribery, artilheiro francês, provocou polêmica há poucas semanas ao ser flagrado por uma câmera rezando pelos costumes muçulmanos.
Recentemente, dois jogadores bósnios do time norueguês Sandefjord comemoraram um gol se ajoelhando e rezando da forma tradicional muçulmana.
Um outro jogador do mesmo time não se conteve e fez gestos vulgares aos dois atletas.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Eles amam Jesus

E Jesus os ama


Já escrevi sobre isso e volto ao assunto porque não entendo como é que os patrocinadores de clubes e da seleção brasileira assistem sem protestar o comportamento atípico dos nossos jogadores. Pior, eles contam com a omissão dos dirigentes, justo os que deveriam zelar pelo cumprimento dos contratos que, em última análise, garantem a folha de pagamento em dia. Hoje quem marca um gol, corre para a torcida e tira a camisa para comemorar mostrando, infalivelmente, saudações de toda ordem a Jesus. É procedimento comum nos estádios brasileiros. Acontece também na saída do campo, no intervalo e no fim do jogo, quando é hábito trocar camisas com o adversário. Tudo bem não fosse a etapa seguinte, quando o jogador permanece sem camisa no gramado para dar entrevistas. E tome imagem de televisão em cima do nada, ou no máximo na camisa substituta, invariavelmente aquela do Jesus & Cia. A seleção acabou contaminada por essa desobediência contratual. Lúcio, logo ele, o capitão do time, e Kaká o craque da Copa das Confederações, foram os primeiros a tirar o uniforme da CBF para mostrar sua devoção a Jesus, no que acabaram seguidos por alguns companheiros. É uma atitude nada profissional, mas que pelo jeito não incomoda os donos da bola, ou do dinheiro.

Um voto no lixo, o meu


Busquei nos arquivos o flagrante do momento em que eu votava na senadora Ideli



Ideli Salvatti subiu no palanque nesta terça-feira para defender José Sarney. O palanque a que me refiro é o plenário do Senado da República, uma casa legislativa que a senadora transformou em reduto das suas atividades eleitoreiras. Aquele local deveria merecer o respeito dos que estão lá para nos representar, coisa que todo mundo sabe, não acontece. Eu votei nessa mulher. Nessa não, votei naquela professora batalhadora que subia em caminhões para em alto e bom som gritar e lutar por sua classe. Ela continua gritando, histericamente, mas agora apenas pelos seus objetivos pessoais e pelos interesses do seu partido, cuja sigla nem me atrevo a escrever. Ideli, tudo indica, cometerá a ousadia de se candidatar ao governo do estado em 2010. Pensando bem, nem chega a ser uma grande ousadia, pois a missão não é tão espinhosa assim. Afinal de contas, otários e/ou iludidos como eu existem aos montes por toda Santa Catarina, gente que não sentirá um pingo de arrependimento se o seu voto for parar na lata do lixo. Como o meu.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Os argentinos estão tremendo


A imagem que inspirou os jornalistas do OLÉ. Somos nós o próximo adversário deles nas eliminatórias


"Após a virada contra os Estados Unidos e o título da Copa das Confederações, sobra respeito por parte dos argentinos em relação à Seleção Brasileira. Pelo menos a julgar pelo tratamento da imprensa nesta segunda-feira.

O sempre provocador Olé coloca em sua capa a foto dos jogadores brasileiros ajoelhados após a conquista e faz um trocadilho na manchete: "Oremos". O texto destaca a dificuldade do confronto com o time de Dunga pelas Eliminatórias, em setembro, e enumera as qualidades e os feitos brasileiros na temporada:

"O Brasil de Dunga, o burro que não para de ganhar, é uma equipe tática. Não se envergonha de cortar com falta a saída do rival como parte de seu sistema, nem de jogar no contra-ataque, como fez como visitante na altitude de Quito ou no belicoso Centenário. (...) Uma certeza: se deres espaço a eles, te passarão pelo multiprocessador. (...) Sobram armas letais: os volantes pressionando, Kaká lançado, Robinho driblando, os laterais atacando, Luís Fabiano definindo... Só a enumeração já assusta. (...) Em 2009, está invicto. Ganhou 93% dos pontos e tem sete vitórias consecutivas. É o líder das Eliminatórias e já ganhou na África do Sul".

Por sua vez, o Clarín diz que a seleção americana se assustou. Sob o título "Brasil, sempre Brasil", o jornal faz coro aos elogios:

"O 3 a 2 permitiu ao Brasil saber que pode mudar seu destino em 90 minutos sem um futebol colorido, mas com coração e técnica. Permitiu também, claro, desfrutar de uma nova vitória talvez no momento mais alentador desde que Dunga é o treinador. Porque caminha primeiro rumo à África do do Sul e, claro, porque o próximo episódio será em setembro, contra a Argentina". (do clic RBS)

domingo, 28 de junho de 2009

Oremos, pois

São Lúcio, protetor do torcedor brasileiro, comemora o gol do título

Assistir à seleção brasileira dos tempos atuais, seja em que competição for, é um exercício de paciência e um teste de equilíbrio emocional para qualquer cristão que se disponha a ficar em frente à tevê, antes e depois dos jogos. Dunga acena com resultados, contra os quais não há argumentos, embora o título conquistado domingo não represente a realidade do melhor futebol, nem nosso nem dos adversários. Tanto que Kaká, na coletiva após a vitória sobre os Estados Unidos, alertou para que imprensa e torcida não sejam tomadas de euforia, referindo-se, claro, à Copa do ano que vem. O jogador sabe que precisamos melhorar muito e no íntimo ele pensa também o quanto devemos mudar em termos táticos e individuais. Até lá rezemos para que os santos de plantão iluminem Dunga nas suas escolhas.

É melhor entrar pelos fundos


Foi preciso que um jornalista argentino, participante do Encontro Catarinense de Turismo, viesse aqui meter o dedo na ferida para alertar sobre um problema grave que, embora em baixo do nariz de autoridades de todos os setores, ninguém toma providências. O cidadão falou que primeiro precisamos preservar o que temos e depois partir para projetos mais ambiciosos. Óbvio. Mais óbvio ainda foi o comentário sobre a precariedade do terminal rodoviário de Florianópolis, um caos que se arrasta por temporadas. E aqui falo eu, freqüentador assíduo daquele local onde meu barbeiro trabalhou durante muitos anos. O estacionamento tem mais buracos no asfalto do que vagas, a polícia militar desapareceu, à noite marginais e drogados agem à vontade sem nenhuma repressão e os serviços oferecidos envergonham qualquer cidadão menos exigente. À noite tudo é muito perigoso. Os carros ficam abandonados, seus proprietários sem proteção e as áreas que deveriam ser utilizadas apenas para embarque e desembarque ficam completamente tomadas e sem controle. É arriscado tirar dinheiro dos caixas eletrônicos ou mesmo manusear qualquer quantia para a compra de passagens. Nem é bom lembrar a situação dos banheiros, dá nojo. Dizem que o Deter é o órgão responsável pela administração daquele local, mas pelo estado atual da rodoviária, seu superintendente não tem tempo para sair da sala e ver o que se passa. E do jeito que deixaram o aeroporto, com aquele puxadinho para trânsito de quem chega e quem saí, é melhor que os turistas tentem outros acessos à cidade.

sábado, 27 de junho de 2009

A CBF perde mais uma

O jornalista Juca Kfouri continua batendo forte no presidente da CBF, Ricardo Teixeira. E mais uma vez levou vantagem nesse embate, agora em ação indenizatória impetrada pelo cartola mor do futebol brasileiro.


"Leia uma decisão, em laranja abaixo, de lavar a alma:"

ESTADO DO RIO DE JANEIRO PODER JUDICIÁRIO COMARCA DA CAPITAL REGIONAL

BARRA DA TIJUCA JUÍZO DA 4a VARA CÍVEL

Processo nº 2007.209.007825-2

S E N T E N Ç A: CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL ajuizou ação indenizatória de rito ordinário em face de JOSÉ CARLOS AMARAL KFOURI (nome profissional JUCA KFOURI), alegando que o Réu, conhecido e experiente jornalista, mantém no site "uol esporte" o "Blog do Juca", no qual veicula suas opiniões acerca de diversos assuntos ligados ao esporte nacional, tendo no dia 26 de maio de 2007 publicada nota intitulada Navalha na bola, com o seguinte texto:
"Não bastasse o Senador Delcídio Amaral, agora um peixe ainda maior cai na rede da onda causada pela "Operação Navalha": o Presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Amaral e Calheiros receberam da CBF, em 2002, R$ 100 mil reais cada um para suas campanhas eleitorais. E foram os grandes responsáveis pela aproximação de Ricardo Terra Teixeira com o Presidente Lula, que não gostava do cartola e não fazia nenhuma questão de esconder. A "bancada da bola" é mesmo uma bola. Não há escândalo no país que atinja seus membros. Quando tem empreiteira no meio, então..."
Tal nota lançada no blog teve como pano de fundo doação feita pela CBF ao Senador Renan Calheiros.
Para a Autora da ação...Fica claro que o Réu tenta relacionar a CBF à empreiteira Gautama, alvo da "operação navalha" da Polícia Federal, insinuando para os leitores que a Autora teria doado, de forma irregular, dinheiro para a campanha eleitoral do Senador Renan Calheiros.
Esqueceu-se o Réu de esclarecer que doações de campanha são legais e passam pelo crivo da Justiça Eleitoral.
Quis o Réu com essas insinuações colocar em dúvida a reputação da Autora e causar-lhe toda a sorte de problemas institucionais.
Desta forma, postula a Autora a condenação do Réu ao pagamento de indenização por danos morais.
A petição inicial veio instruída com o texto questionado.
Citado, o Réu ofereceu contestação, afirmando inicialmente que o pedido formulado nesta ação é infundado, tratando-se de mais uma investida da CBF e de seu presidente Ricardo Teixeira no intuito de intimidá-lo.
Existem diversas ações ajuizadas pela CBF e por Ricardo Teixeira em face do Réu, que tem combatido em sua carreira com determinação todo e qualquer fato que se relacione à corrupção, suborno e outras mazelas que infelizmente também atingem o mundo do esporte.
O interesse do Réu é fazer prevalecer, não só no esporte, mas em toda a sociedade, o compromisso sério com a ética e com os interesses da população.
E é sabido que há anos o Réu incomoda a direção da CBF em razão de sua atuação crítica e corajosa.
Sobre o caso dos autos, aduziu o Réu não ter ofendido a Autora.
Não há qualquer ofensa no relato objetivo de um fato verdadeiro.
As doações foram feitas e o Senador Renan Calheiros caiu na rede da Operação Navalha, que visou desmantelar o esquema de fraudes em licitações de dimensões impressionantes, supostamente comandado pela empreiteira Gautama, levando à prisão várias autoridades.
Descobriu-se que o Senador Delcídio Amaral recebeu R$24.000,00 da referida empreiteira, havendo sido citado o nome do Senador Renan Calheiros na referida investigação realizada pela Polícia Federal.
No texto jornalístico publicado no seu blog, o Réu se limitou a mencionar o fato de que a CBF doou R$100.000,00 à campanha dos referidos Senadores.
Não foi afirmado nem sugerido que a doação fosse ilegal ou que o dinheiro doado teria origem ilegal.
Tais ilações decorrem de interpretação fantasiosa.
Fato é que a CBF, entidade máxima do futebol brasileiro, que exerce função de nítida natureza e interesse públicos, realizou doação vultosa à campanha dos Senadores cujos nomes estiveram envolvidos em investigação de fraude.
A menção a tal fato, cuja veracidade é incontroversa, atende ao interesse público de livre circulação de informações.
Pretendeu o Réu única e exclusivamente chamar a atenção do público leitor acerca da forma como a CBF administra suas verbas e o próprio futebol brasileiro que, como é sabido, envolve cifras milionárias.
Salienta o Réu ter agido no exercício regular da atividade de imprensa, não podendo responder por interpretações fantasiosas.
Lembrou o Réu que a CBF e o presidente Ricardo Teixeira tiveram suas condutas examinadas por duas Comissões Parlamentares de Inquérito instauradas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal sobre irregularidades na administração do futebol brasileiro.
O futebol é patrimônio cultural imaterial, merecendo proteção contra aqueles que nele enxergam apenas possibilidades de lucros desmedidos.
E como resultado de tais CPI's, foram requeridos inúmeros indiciamentos e providências de natureza fiscal e penal.
Logo, o comentário feito pelo Réu bem demonstra sua opinião acerca da forma como a CBF administra o futebol brasileiro e seu vultoso orçamento, consubstanciando, portanto, lícito e legítimo exercício de crítica jornalística.
A Autora manifestou-se em réplica, destacando que o Réu empreende cruzada pessoal contra a CBF e seu atual presidente, em seu blog, em seus pronunciamentos na televisão e na Rádio CBN.
Nenhuma outra prova foi produzida.


Feito o relatório, passo a DECIDIR.


É cediço que a pessoa jurídica pode sofrer dano moral (Súmula 227 do STJ), mas isto não ocorreu, com certeza, no caso sub examen.
Não é preciso grande esforço para se concluir que o Réu não ofendeu de qualquer modo a honra objetiva da Confederação Brasileira de Futebol.
Com uma simples e rápida leitura do texto jornalístico questionado se verifica que a única menção feita à CBF diz respeito às doações de cem mil reais que a entidade máxima do nosso futebol realizou em benefício das campanhas eleitorais dos Senadores Delcídio Amaral e Renan Calheiros.
Apenas isso.
E essas doações não foram contestadas pela Autora.
Aconteceram de fato.
Portanto, como pode a Autora pretender responsabilizar o jornalista pela divulgação de fatos reais?
Esta investida da CBF beira a litigância de má-fé, isto sim!
Já soa estranho a qualquer um o fato de ter a CBF doado dinheiro para as campanhas eleitorais de dois Senadores. A CBF é uma associação de direito privado, de caráter desportivo, dirigente do futebol brasileiro.
Embora se trate de entidade privada, a CBF é responsável pelos destinos do futebol brasileiro, e o futebol não tem dono.
O futebol não é da CBF e de seus dirigentes, tão-somente.
O futebol é de todos nós, é do Brasil e é do mundo.
O futebol é uma maravilha, uma bela criação dos ingleses!
E futebol é coisa séria, desperta sentimentos agudos, paixões.
É a rivalidade sadia que o homem inventou para expressar sua virilidade.
É a guerra do bem, que não destrói, só constrói, que não deixa mortos e feridos.
Esporte completo, sinônimo de saúde, habilidade e força.
Repito: não tem dono!
E é por conta dessa força e dessa magia que o futebol movimenta muito dinheiro, gerando riqueza.
Pouco importa a natureza jurídica da Autora, de entidade privada, pois dita associação lida com um patrimônio do povo brasileiro.
O futebol brasileiro é o maior produto de exportação deste país.
Logo, deve ser gerido com seriedade e austeridade, administrado com transparência, como se fosse uma instituição pública.
Seus recursos devem ser empregados em prol do desporto e em ações sociais, como fazem diversos clubes neste país.
Nesse contexto, fica realmente difícil compreender o sentido dessas doações de vultosas quantias a determinados políticos.
E não interessa a este debate se as doações foram feitas sem violação da lei.
Não é este o cerne da discussão.
Sendo assim, foi a própria CBF que, com a sua conduta, deu margem à veiculação da notícia e aos comentários críticos feitos pelo jornalista Juca Kfouri em seu blog.
Aliás, o Réu revelou que foram instauradas CPI's em Brasília no intuito de se apurar desvios e irregularidades na administração do futebol brasileiro, com o exame de atos praticados pela CBF, que resultaram em indiciamentos e na adoção de diversas providências de natureza fiscal e penal em face dos envolvidos, não tendo a Autora negado a ocorrência de tais fatos em seu pronunciamento acerca da contestação.
Cumpre acrescentar que o Réu não afirmou em sua nota que tais doações seriam ilegais ou que o dinheiro doado teria origem ilícita.
A nota jornalística em apreço não contém ataque à instituição demandante.
Não se extrai de seu conteúdo a intenção deliberada do Réu de denegrir gratuitamente a imagem e a credibilidade da CBF.
Há sim, nas entrelinhas, uma veemente crítica à administração da entidade, baseada em fatos reais.
O Réu não pode ser responsabilizado pelo relato de fato verdadeiro, incontroverso, por sua manifestação no exercício legítimo de informação e crítica jornalística.
Existe um interesse social pela notícia.
Se é certo que devemos repudiar e combater todo e qualquer abuso de jornalistas que violam a liberdade e a honra de terceiros, de outro lado existe a necessidade de se preservar uma imprensa livre para a manutenção da democracia.
A imprensa exerce papel fundamental na vida de um país livre e democrático, e é através dela, do jornalismo investigativo, que muitos ilícitos praticados vêm à tona.
Não vislumbra este Juízo no texto de autoria do Réu, desvio ou excesso na informação veiculada, de modo a caracterizar um comportamento ofensivo, que atente contra a honra objetiva da entidade máxima do futebol brasileiro.
Em tais circunstâncias, JULGO IMPROCEDENTE o pedido formulado na inicial, resolvendo o mérito na forma do artigo 269, inciso I do CPC. Face à sucumbência, condeno a Autora ao pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios que arbitro em R$8.000,00 (oito mil reais). P.R.I.

Rio de Janeiro, 23 de junho de 2009.

Carlos Alfredo Flores da Cunha

JUIZ DE DIREITO

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Ricardão proíbe falar mal dos sul-africanos


O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, disse esta semana que a África do Sul está surpreendendo o mundo com a estrutura apresentada para fazer uma grande Copa ano que vem. Teixeira falou isso para livrar a cara do Brasil em razão das declarações do presidente da Federação Paraense de Futebol, Antônio Carlos Nunes Lima, chefe da delegação brasileira na Copa das Confederações, que deu uma esculhambada legal no país sede do próximo Mundial. O paraense, muito sincero, afirmou que não levaria sua família para a Copa de 2010 porque “às 6 da tarde parece que há um toque de recolher no país. Como vamos comemorar nossas vitórias?”, perguntou o simplório cartola. Contrariado com o fato, Ricardo Teixeira botou todo mundo de prontidão para falar bem dos africanos, inclusive os jogadores. Bem feito, seu Ricardo. Quem mandou fazer agradinhos com o nosso dinheiro. Afinal, quem paga estas viagens mordômicas dos seus eleitores somos nós.

Entendi o arrepio do cabelo do Dunga


Foi só falar bem do time brasileiro por causa daquele meio tempo arrasador contra a Itália que a decepção voltou. A partida contra a África do Sul deu sono no primeiro tempo e irritou a quem a assistia até o chute salvador do Daniel Alves. Estou começando a acreditar que aquele cabelo arrepiado do Dunga é de tanto susto que o homem toma na beira do campo. Só pode ser isso. Nunca vi uma seleção oscilar tanto como a nossa. E o homem fica ali parado, sem mexer no time a não ser para trocar seis por meia dúzia. Como jogamos muito mal contra a África do Sul, os americanos que se cuidem neste domingo. Pelo menos essa tem sido a rotina brasileira, fazer o bem-me-quer-mal-me-quer com o seu futebol. Um dia dá banho, no outro dá vexame. Melhor para o Dunga que, entre chuvas e trovoadas pode chegar enxuto a mais um título.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

O dia do touro

A torcedora americana vibrou com a chifrada que seu time deu nos espanhois

A seleção espanhola entrou em campo para o jogo com os Estados Unidos pensando na final com o Brasil. Quando seus jogadores se deram conta não só estavam derrotados como fora da decisão da Copa das Confederações. E os brasileiros só entram em campo nesta quinta à tarde e também podem perder para a África do Sul. Quer dizer, a marra espanhola atropelou os fatos duas vezes e volta pra casa, quem sabe, com o terceiro lugar. Enquanto isso Dunga e sua troupe devem estar com as barbas de molho, pensando na prancheta do Joel Santana. Que espécie de desenhos ele deve estar traçando para seus jogadores? Que tipo de surpresa os donos da casa podem aprontar? A meu ver nenhuma. Mas, como já me enganei em uma semifinal, pois apostei de olhos fechados na Espanha – o mais puro sangue dos cavalos paraguaios – não vou adiantar palpite. Falando em bicho, que chifrada levaram nossos amigos, invictos e favoritíssimos para disputarem a final com o Brasil. Cala-te boca.

Sonho e pesadelo


Foto do Sambaqui na rede (Celso Martins)

Dois assuntos me aporrinharam nos últimos dias. O diploma e o que fizeram com o cenário importante da história do jornalismo catarinense. Passei por cima do primeiro, tem muita gente escrevendo bem, contra e a favor, sobre a decisão do ministro Gilmar Mendes e seus parceiros. Mas não posso ignorar o segundo, por se tratar de grande parte da minha vida como jornalista. Revolta saber que o acervo do jornal O Estado, contendo registros significativos e históricos da nossa imprensa, está jogado no lixo.


Em 1971 saí da Zero Hora em Porto Alegre direto para Blumenau para trabalhar na fundação do Jornal de Santa Catarina. Fiquei lá nove meses, e logo depois de parir as primeiras edições do “Santa”, como o chamávamos carinhosamente, não resisti aos encantos de Florianópolis e me mudei literalmente de mala e cuia para os altos da Felipe Schmitt, primeira sede do “mais antigo” depois da Conselheiro Mafra. Trazido pelo Marcílio Medeiros Filho, cheguei a trabalhar ali uma semana antes da troca de endereço para começarmos o off set de O Estado. Foi em maio de 1972.


Não estou escrevendo para falar de mim, mas para situar o leitor. E para dizer, com muito orgulho, que minha vida profissional foi feita praticamente toda em Santa Catarina. Excluo apenas o período de quatro anos para conseguir o diploma cursando jornalismo na PUC, coisa que o STF não acha importante, e os primeiros passos de um “foca” desajeitado e sonhador nas redações da sucursal de O Estado de São Paulo e Zero Hora. Foi aqui, nessa terra, que me fiz profissionalmente.


E trabalhando durante muitos anos em O Estado, o melhor jornal de Santa Catarina enquanto teve fôlego. Era um diário realmente estadual, com sucursais e correspondentes em todo o canto e que atingia às regiões extremas pode se dizer, “no tempo das diligências”. Era duro colocar a edição do dia em Dionísio Cerqueira, por exemplo. Mas O Estado chegava lá, atualizado e em tempo de ser lido na mesma data estampada na capa.


Hoje não posso mais ler o jornal. Pior, fico sabendo através do César Valente, do Celso Martins e do Canga, que a história de O Estado foi pro lixo. Fiquei triste e revoltado, ao ponto de passar a noite assombrado por um pesadelo. Estávamos, César eu, a olhar por um janelão de vidro no piso superior de um prédio não identificado. De repente, lá em baixo, de terno, chapéu enterrado na cabeça e sem olhar para os lados, muito menos para cima, passou José Matusalém Comelli. Instintivamente e sem dizer palavra, César e eu viramos de costas para a cena.


Tinha pensado em outro título para esta postagem, mais próximo das novelas policiais. Ficaria muito pesado, soaria desrespeitoso. Optei pelo saudosismo cheio de boas lembranças, motivo de orgulho para uma geração que passou pelo jornal, nos seus bons e maus tempos, recordações que não espantam a tristeza de quem sabe por que O Estado virou um monte de papel velho jogado ao chão. E não culpem os vândalos.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Tapemos os ouvidos



A Fifa deveria proibir nos estádios aquelas cornetas sul-africanas chamadas de vuvuzelas. O barulho é insuportável e provoca prejuízos bastante abrangentes, como um apito do árbitro que pode não ser ouvido, poluição sonora nas transmissões de rádio e tevê e instruções dos treinadores impossíveis de serem passadas adiante. Como a entidade que comanda o futebol no mundo faz mais política do que administração, tudo indica que teremos que comprar tampões para os ouvidos na Copa do ano que vem. Outra insubordinação sul-africana é a utilização do telão paralela ao desenvolvimento do jogo. Parece que a idade afetou a audição e a visão dos senhores da Fifa que não ouvem as vuvuzelas nem enxergam os telões.

Devagar com o andor


Falta bem pouco para a seleção brasileira mostrar a verdadeira cara do nosso futebol. Ramires é o novo xodó da mídia sempre apressada que acompanha de perto o circo montado na África do Sul. Dunga resistiu, mas acabou se rendendo ao futebol dinâmico e corajoso do ex-joinvilense. Agora é o jogador que precisa resistir ao deslumbramento que pode vir, provocado pela avalanche de adjetivos verbalizados nos microfones e páginas de esporte. Basta Ramires olhar para o lado. Pertinho dele está o Robinho, exemplo bem acabado do que faz a contaminação pelos elogios para quem a imunidade chegou tarde ou nem aconteceu. Vamos ver nesta quinta-feira, contra a África do Sul, se Ramires confirma as expectativas que aumentaram muito em torno do seu futebol alegre, mas também muito eficiente.

Os galpões multiuso

Leitor amigo manda dizer que foi ver os Globbe Trotters, os malabaristas do basquete, na Arena de São José. Bom espetáculo, arena lotada, mas precisando de algumas providências: na área VIP (R$ 60,00) a visão fica prejudicada pelo excesso de cadeiras e falta de fiscalização. Com o piso no mesmo nível, se o ocupante da frente for um pouco alto ou cabeção, o de trás não vê nada. Pior, os mal educados "de última hora" vão colocando suas cadeiras onde querem e aí vira um problema sério. E o pior: os americanos chiaram com o piso da quadra. Não se pode jogar basquete ou qualquer outra modalidade em piso de cimento. Tem que ser de um material especial que ameniza o impacto. Depois que inventaram as tais das arenas multiuso deu nisso. Os oportunistas de plantão empurram goela abaixo da população verdadeiros galpões sem o mínimo cuidado técnico e completamente fora dos padrões exigidos para competições ou shows de alto nível.

Terapia do coice


Coitado do Bruno Perone nas mãos do técnico Roberto Fernandes e da direção do Figueirense, odiado pela torcida e enxovalhado pela imprensa. É um garoto, prata da casa, sofrendo as agruras que o futebol reserva aos que não caem nas graças dos donos da bola. Com um pouco de sensibilidade o técnico poderia ter evitado aquela situação constrangedora para o jogador, vaiado pelo estádio inteiro na hora em que foi escolhido para entrar em campo no segundo tempo da partida contra o Paraná. Voltando atrás em sua decisão, Roberto Fernandes fez a emenda pior que o soneto. E depois de tudo, usar a mídia para pedir apoio ao Bruno é querer tapar o sol com a peneira. O estrago é irrecuperável e só há uma solução: negociar o atleta antes que nem isso possa evitar que ele encerre precocemente a carreira. Esse mutirão desmoralizante superou aquele caricatural personagem criado pelo Luís Fernando Veríssimo, o Analista de Bagé, adepto da “terapia do joelhaço” no tratamento dos seus pacientes mais renitentes.

domingo, 21 de junho de 2009

Quem acredita em milagre?



Está certo que futebol é um esporte que permite grandes zebras ao contrário, por exemplo, do vôlei e do basquete, onde os melhores invariavelmente se dão bem. Mas quem acredita que Brasil e Espanha não farão a final da Copa das Confederações? A prancheta do Joel Santana terá que operar um milagre para que a África do Sul possa derrotar o Brasil em uma das semifinais. No outro jogo o raio terá que cair duas vezes no mesmo lugar. Só assim os Estados Unidos, classificados porque passaram pelo Egito e contaram com os três a zero do Brasil sobre a Itália, ganharão da Espanha e disputarão o título.

Ramires é o cara


Ramires, revelado pelo Joinville em 2004 (globo.com)


A vitória fácil do Brasil sobre a Itália foi resultado de um primeiro tempo impecável do time comandado por Dunga. No segundo, com o assunto resolvido, a turma relaxou e abriu espaço para algumas estripulias italianas que não derem em nada. Um nome do jogo? Aquele negrinho magrelo que atende pelo nome de Ramires e que outro dia foi desdenhado pelo treinador brasileiro que alegou não poder convocá-lo porque ele joga na mesma posição de Kaká. Dunga disse isso com todos os efes e erres e em alto e bom som. Tanto que na época provocou comentários azedos de boa parte da crônica esportiva do centro do país. O que será que mudou? Quem assistiu ao jogo contra a Itália e viu Kaká e Ramires em campo não entendeu a mudança radical de comportamento do técnico. André Santos na lateral esquerda foi outra alteração necessária e que acabou acontecendo por causa das más atuações de Kleber. Ainda falta resolver principalmente a falta de efeito positivo das pedaladas de Robinho que não tem acrescentado nada aos contra ataques do Brasil. Essa empreitada é complicada, mas Dunga está lá para isso. E quando ele deixa de ser turrão acerta em cheio.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

O Dunga está certo

Meu Brasil brasileiro vai a campo neste domingo para calar a boca dos críticos, ou seja, para jogar um futebol de primeira, derrotar a Itália com pompa, circunstância e, se possível, goleando. Dunga vai provar ao mundo a coerência de suas convicções: o titular da lateral esquerda tem que ser o Kleber, Gilberto Silva é um dos melhores volantes do planeta bola, Felipe Melo foi a descoberta do século, Elano está no time porque é bom pra chuchu (aquele troço insosso), o ataque titular deve ser este que está aí e que Kaká se escreve com dois kas e acento na última sílaba para evitar eventuais confusões com palavras que têm outro significado. Então vamos ao jogo.

Degola na Ressacada


Jogo para derrubar treinador o deste sábado na Ressacada entre Avaí e Fluminense. Façam suas apostas. Silas ou Parreira.

Que fase!


E o São Paulo, hein? Eliminado do campeonato paulista, da Libertadores e capengando no brasileiro. Imaginem o humor do Mucicy Ramalho e daquele baixinho que diz que é médico, mas não larga os microfones. Outro que está com a corda no pescoço e trepado no banquinho é Wanderlei Luxemburgo.

Tango e samba

É a melô dos finalistas da Libertadores. O uruguaio Nacional fará uma semifinal contra o Estudiantes argentino. Na outra veremos Grêmio e Cruzeiro. Não tenho palpite para o duelo brasileiro, mas acredito no Estudiantes.

Na estante


Porque não desisto – futebol, dinheiro e política. É mais um livro do jornalista Juca Kfouri, que será lançado terça-feira na Livraria Cultura em São Paulo. O prefácio é de Tostão e Juca analisa os temas atuais do esporte brasileiro, incluindo a realização no Brasil da Copa de 2014. E adianta uma indagação: por que tanto interesse para trazer para cá os Jogos Olímpicos?

O vice do vice


O piloto com maior número de segundos lugares na Fórmula I é o italiano Ricardo Patrese. De acordo com as estatísticas, adivinhem que é o segundo colocado: ele mesmo, Rubens Barrichelo. Esta maldade me foi passada, claro, por um ex- torcedor do alemão Schumacher e hoje fã de carteirinha do inglês Jenson Button.

De calça na mão, bunda de fora



Apesar da instabilidade da seleção brasileira, os italianos podem neste domingo chorar a eliminação da Azurra da Copa das Confederações. O Brasil tem seis pontos contra três do Egito e três da Itália. Os egípcios enfrentarão o fraco time dos Estados Unidos, zerado em pontos, enquanto a Itália terá que se ver conosco. Uma foto muito significativa de um jogador italiano perdendo o calção durante a partida contra o Egito, publicada pela Gazeta Dello Sport, dá bem a medida da situação difícil vivida pelos gringos. E o jogador egípcio parece ter gostado do que viu. Ah, esses italianos, românticos, impulsivos...surpreendentes, enfim

quinta-feira, 18 de junho de 2009

A vaca a caminho do brejo


Ou o choro de perdedor


Foi assim que Lula cretinamente se manifestou sobre os protestos contra a reeleição no Irã do presidente...Aquele maluco, como é mesmo o nome dele? Não importa, todo mundo sabe de quem estou falando. Pois parece que o Tite resolveu imitar nosso presidente. Sua entrevista lamurienta após a derrota para o Corinthians foi lamentável. Um time cheio de jogadores experientes como tem o Internacional não pode tomar os gols que tomou. No primeiro a bola cruzou a área cheia de jogadores colorados até cair no pé do pequeno Jorge Henrique. No segundo o zagueiro Índio ficou sozinho com Ronaldo que, mesmo com aquele peso todo, ganhou na corrida do defensor e ainda deu um drible de quebrar cadeira antes de chutar pra rede. Claro que o árbitro paranense Hebert Roberto Lopes não é flor que se cheire em matéria de qualidade. E no mais é tão pusilânime quanto a maioria dos que apitam por aí. "In dubio" pró time da casa. Mas, por favor Tite, vá escalar e orientar melhor seu time. E pense bem antes de colocar em campo com a camisa do Inter um atacante como o Leandrão. Quem tem na mão um time como tem o Tite e não consegue fazê-lo jogar, é o fim. Aí quando os dirigentes do clube se derem conta do treinador que contrataram para o ano do centenário a vaca estará no brejo, com a corda e o balde. Senhores, campeonato regional é diferente do Brasileiro, Copa do Brasil, Libertadores, etc, etc...

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Porque e o que perdemos



Lima, lateral esquerdo, 18 anos, revelação do Criciúma, está indo para o Internacional. É mais um garoto que deixamos escapar para cobrir os buracos da incompetência e administrações falidas. Desprezamos o futuro, valorizamos o passado, aquele de pior resultado e que nos traz os caixeiros viajantes, beijadores de distintivos um dia aqui, outro acolá. E assim vamos montando nossos times, repletos de jogadores caros, próximos da aposentadoria, de nenhum retorno para o clube. Ou então apenas para o bolso dos mercadores de atletas que agem sob o manto da parceria que tem um lado só e que não deixa legado algum. Não é necessário procurar muita explicação para nossos atuais fracassos nas competições nacionais.

Mulher de malandro

É o que parecem alguns repórteres que acompanham a seleção brasileira e participam das entrevistas coletivas. Como gostam de apanhar de um sujeito mal humorado, sem o mínimo de polimento ou preparo para ocupar um cargo tão importante como o de Dunga. Que ele tenha lá seus fetiches com determinados jogadores, problema é dele. Mas então que agüente com humildade como manda o figurino das boas maneiras e que os jornalistas se dêem ao respeito. Num e noutro caso fica tudo como dantes.

A casa tremeu

O deslize de um assessor de imprensa ao chamar de mentiroso um companheiro de profissão que tentara entrevistar o presidente Zunino, do Avaí, mostrou sem maquiagem a ambigüidade da postura de quem deveria zelar pelo bom ambiente do clube em momento tão delicado. Dirigentes, comissão técnica, jogadores, todos pedem tranqüilidade para que o time possa melhorar conseguir sua primeira vitória. Só que são estes os primeiros a balançar a roseira.

Pilatos na FCF

Mal começou e a segunda divisão já deu xabu com o WO do Navegantes em Concórdia. Sem jogadores e com o ônibus quebrado o clube mostrou a fragilidade da sua estrutura para enfrentar uma competição. Claro que a Federação lavará as mãos, como faz sempre que os problemas resultantes da sua desorganização começam a aparecer. Ou será que a repetição destas confusões todo ano é culpa do Espírito Santo?

Pega na mentira

Foi um dos auxiliares que avisou o árbitro sobre o pênalti cometido pelo defensor egípcio. Assim a Fifa em nota oficial respondeu à indagação do Egito sobre o lance do final do jogo. Quer dizer, o sujeito do outro lado do campo, com um monte de jogadores à sua frente, deve ter olhos de lince. E se fosse o contrário, pênalti contra o Brasil, qual seria o procedimento da arbitragem e da Fifa?

Responsabilidade

Com o Marcílio Dias fora da série C, sobrou o Criciúma, com um pontinho apenas, para salvar o moral do futebol catarinense na terceira divisão. A não ser que o milagre dos peixes aconteça para o Marinheiro.

Uma seleção furiosa

A Espanha fez picadinho da Nova Zelândia na primeira rodada deste grupo na Copa das Confederações. Coisa que seleção brasileira poderia imitar quando pega um adversário mais fraco. Mas aí tem o cansaço, o fuso horário, o desgaste das viagens e das competições paralelas. Como se as outras equipes, incluindo a própria Espanha, não estivessem participando também das eliminatórias para a Copa do Mundo.

Uma torcida complacente

O brasileiro gosta de bola como ninguém. E não dá desculpa para não ir ao estádio, apesar do preço dos ingressos, do desconforto, da violência, dos maus tratos, dos horários absurdos determinados pela televisão e, muitas vezes do mau futebol apresentado por essas estrelas endinheiradas e cansadas.

País rico é assim

O Maracanã, reformado trocentas vezes, passará novamente por maquiagem para a Copa de 2014, brincadeira que pode custar aos cofres do governo do Rio de Janeiro a bagatela de R$ 1 bilhão. E os caras de pau não ficam nem vermelhos quando admitem estas cifras.

Me engana

A candidatura do Rio de Janeiro para a Olimpíada de 2016 foi a que teve a pior avaliação do Comitê Olímpico Internacional. No entanto o povo não desiste e conta com o apoio do presidente Lula para convencer os membros do COI que o Rio é uma cidade maravilhosamente olímpica. Do festerê com o nosso dinheiro nos Jogos Pan Americanos ninguém lembra, nem mesmo o Lula, que prometeu ir à Copenhague na Dinamarca, dia 2 de outubro, quando o Comitê Olímpico anunciará a cidade escolhida. As concorrentes são Madri, Tóquio e Chicago, uma barbadinha para nós, ricos e organizadíssimos.




segunda-feira, 15 de junho de 2009

Replay salvou o Brasil



"No grito", a Seleção espantou a zebra e venceu o Egito por 4 a 3, nesta segunda-feira, em Bloemfontein, na estréia na Copa das Confederações. O gol da vitória saiu nos minutos finais, em pênalti corretamente marcado após pressão dos brasileiros. (Lancepress)

A Seleção Brasileira chegou a fazer 3 a 1 e jogar em ritmo de treino, mas cedeu o empate por 3 a 3 para o Egito. A vitória só saiu aos 45min do segundo tempo, graças a um pênalti convertido por Kaká. A Seleção escapou por muito pouco de um vexame maior. (Alen Chahad-Renato Pazikas – Terra)

Em uma estréia marcada por panes defensivas em série, o Brasil começou a campanha na Copa das Confederações com uma suada vitória por 4 a 3 sobre o Egito. O time de Dunga se salvou com um pênalti polêmico nos minutos finais. (do Uol)
Nada a comentar, acrescentando apenas que o árbitro só marcou o pênalti depois de ver o replay no telão do estádio. Ela havia marcado escanteio na bola desviada pelo jogador egípcio. Os dois lados dessa polêmica nas palavras do Dunga e dos dirigentes da seleção do Egito:

Vitorioso, o técnico Dunga desdenhou da reclamação dos rivais. "Isso é um problema do Egito, não é um problema nosso. Se vocês deixarem o Brasil treinar desde maio, como o Egito fez, veriam uma partida totalmente diferente", respondeu o treinador brasileiro, saindo do foco do debate.

"O árbitro viu que o jogador não tinha nenhuma marca no rosto e teve a percepção de que tinha colocado a mão na bola", emendou Dunga.

Depois do jogo, a comissão técnica do Egito avisou que a federação do país formalizará uma reclamação junto à Fifa.

"Ele (árbitro) apitou um escanteio. A decisão do pênalti veio de fora, três minutos depois, com o quarto oficial que estava vendo pela TV. O Egito perguntará à Fifa quais são as regras. Queremos isso claro. Nossa federação vai reclamar", declarou Chawki Gharib, auxiliar técnico egípcio. Noticiário do (Uol)


Hora de arrumar a casa

Os jogadores, técnico, dirigentes e parceiros do Avaí precisam parar com aquele nhenhenhém de vestiário após resultados ruins e encarar a realidade porque o time é lanterna do Campeonato Brasileiro e corre o sério risco de voltar à segunda divisão. Nenhuma equipe fica seis rodadas sem vencer por acaso. Não adianta reclamar da falta de sorte, de erros de arbitragem e de oportunidades de gols perdidas. Não serve também alegar que o time joga bem e perde, que os jogadores se esforçam, que a bola bate na trave e não entra, enfim, todas as desculpas nessa hora acabam soando esfarrapadas. A torcida quer entender a razão da insistência com alguns jogadores, da improvisação nas laterais, da ausência de bons reservas para algumas posições, das opções estranhas de Silas por jogadores da parceria em detrimento de valores da casa. Há urgência na qualificação do time e se as correções não vierem logo, babaus série A.

O cachorro e o poste

Para completar a turbulência na domingueira do Avaí, a tentativa óbvia e necessária de ouvir o presidente do clube, João Nilson Zunino, foi rechaçada pela assessoria de imprensa. Um repórter da rádio CBN chegou a ser interpelado grosseiramente pelo assessor Gastão Dubois. O próprio presidente Zunino, ao ser questionado, mostrou irritação com o trabalho normal dos jornalistas. É o poste fazendo xixi no cachorro.

Idem para o Figueirense

Tudo isso que está escrito aí em cima vale para o Figueirense, perigosamente próximo dos últimos colocados da série B. Depois de uma boa arrancada o time mostrou que estava enganando e que, a exemplo do Avaí precisa de arrumação urgente, dentro e fora de campo, com ou sem Roberto Fernandes.

A piada do domingo

Marcelo Souza Néri, que apitou o jogo do Avaí com o Baruerí, e o catarinense Célio Amorim, árbitro em Porto Alegre de Internacional e Vitória, foram os nomes da rodada, com erros grosseiros e prejudiciais aos quatro times em questão. Tem mais, mas fico apenas neste registro, exceção segundo o coordenador de arbitragem da CBF, Sérgio Corrêa, ao responder no domingo às críticas sobre as arbitragens do Brasileirão, especialmente nas séries A e B. Bem humorado esse senhor Sérgio.

Aproveitamento zero

As derrotas do Criciúma para o Brasil em Pelotas, e do Marcílio Dias para o Marília em Itajaí, somadas às do Avaí e do Figueirense, fechou um final de semana desastroso para o futebol catarinense. Caso a sequência negativa não seja interrompida, o futuro será tenebroso. Um voltando à segunda divisão, outro caindo para a terceira, e dois rebaixados para a quarta divisão. Que horror!

A realidade

Por enquanto a situação é administrável para os dois times da capital e o Criciúma até pode se recuperar em cima do Marcílio Dias. É cedo, no caso das duas divisões por pontos corridos. Em seis rodadas da série A a diferença é de três pontos da zona intermediária para os quatro primeiros, mesma quadro para a parte de baixo da tabela. Na série B o Figueirense também precisa apressar o passo porque desceu muito na classificação, embora a distância em relação aos adversários acima e abaixo ainda não seja assustadora.