sábado, 28 de junho de 2008

Sábado/domingo

Credibilidade pelo ralo

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva acaba de dar um chute na já quase inexistente credibilidade dos nossos tribunais esportivos espalhados pelo país. Reduziu de doze para cinco partidas a pena imposta a André Luís, zagueiro do Botafogo, principal responsável por aquela confusão no Estádio dos Aflitos em Recife. Quando escrevo aqui quase toda a semana que a justiça desportiva é agente ativo na impunidade e violência que se alastram pelo futebol brasileiro, tem gente que torce o nariz. Fazer o quê? Os fatos não me desmentem, pelo contrário, confirmam as razões para tanta desconfiança nas instituições que têm por princípio e obrigação zelar pelo cumprimento das leis esportivas.

Dodói

O Fluminense vive o maior sufoco de sua história desde que foi rebaixado para a terceira divisão do Brasileiro. A goleada e a atuação pífia no primeiro jogo da decisão da Libertadores só não se transformaram em desastre total por causa de um gol no segundo tempo, lenitivo para a agonia vivida em Quito diante da arrasadora LDU. Só o atacante Dodô não entendeu o recado transmitido pelo adversário equatoriano. Até quarta-feira, data do segundo jogo seguirá reclamando da reserva, tentando impor a Renato Gaúcho sua escalação. O técnico do Fluminense está prestes a sucumbir diante do chantagista Dodô, ainda mais porque Washington teve sua lesão agravada.

Ufanismo

Aliás, quem considerou o Fluminense franco favorito nesse confronto esqueceu que a seleção do Equador, surpresa na eliminatória sul-americana para a Copa, tem seis jogadores da LDU, três deles titulares. E tudo aquilo que se sabia sobre as virtudes do time equatoriano – jogadas pela direita com Guerrón, por exemplo - não foram levadas em conta por Renato Gaúcho & cia.

Cartolices

Parece aqueles empréstimos em que na hora de devolver o sujeito fica devendo muito mais do que devia. Falo do Juventus de Jaraguá que tomou emprestado o time do Joinville para disputar a segunda divisão. Passada a competição, bolsos vazios, mais dívidas na praça, nenhum time para o futuro e um favorzinho a pagar, sabe-se lá quando e como.

Janela indiscreta

Está próxima a abertura para contratações e negócios, a tal janela de julho que, segundo afirmam, vai mudar a cara de muitos times no Campeonato Brasileiro, principalmente na série A. Vários clubes se anteciparam vendendo mais do que precisam e fragilizaram suas equipes. Alguns resultados nas sete primeiras rodadas são muito expressivos. Caso do Internacional, por exemplo, que já negociou Fernandão, Yarlei e por último o zagueiro Sidnei, de apenas 18 anos, revelado em casa. O Figueirense também já se desfez de bons jogadores como os zagueiros Édson e Felipe Santana. Não é por acaso que tem a defesa mais vazada. Sem reposição no mesmo nível a classificação que já não é boa pode piorar e os resultados de campo tornam-se, além de imutáveis, indesmentíveis.

Chucrute e paella

Não tem zebra na final da Eurocopa entre Alemanha e Espanha. O bicho não vingou e a decisão será mesmo entre duas das melhores seleções que se apresentaram no torneio.

Pela causa

Os espanhóis abraçaram sua seleção que está próxima e quebrar o jejum de títulos, apesar da qualidade do adversário. Os números confirmam o entusiasmo dos torcedores que acompanham à distância a Euro: na semifinal contra a Rússia foram 17 milhões de telespectadores para 72% de aparelhos ligados e sintonizados na partida.

Falta ele

Pelo sotaque dominante hoje entre os que mandam no Figueirense só falta trazer a estátua do Cristo Redentor para o Orlando Scarpelli. Braços abertos sobre Florianópolis, cantariam os torcedores no estádio, numa adaptação da letra daquele sambinha bossanovista.

Beabá

Por sinal seria bom que a turma fizesse a lição de casa. Quem sabe esses aprendizes e maus alunos consigam adquirir conhecimentos elementares da boa comunicação. É preciso não esquecer nunca que negar o acesso à informação é estimular a fofoca, a especulação, em última análise, a desinformação.








quinta-feira, 26 de junho de 2008

Quinta-feira

Boa educação

As comemorações pelos 50 anos da conquista da Copa de 58 incluem uma visita a Brasília de um grupo de jogadores campeões para os tradicionais salamaleques palacianos. O curioso nesse périplo é que um dos participantes das homenagens aos brasileiros é o sueco Kurt Hamrim, centro avante daquele time goleado por 5 a 2 na final com o Brasil. Da agenda dos homenageados consta gentil convite para um jantar na embaixada da Suécia.

Má educação

O time do Ceará abusou do anti-jogo na tentativa de evitar uma derrota para o Avaí na Ressacada terça-feira. Orientados por Lula Pereira um treinador que ainda vive na idade da pedra, e com a conivência de uma arbitragem frouxa, os jogadores cearenses se revezaram nas faltas violentas sobre os adversários mais habilidosos, casos de Válber e Marquinhos, tanto que o primeiro nem voltou do intervalo para o segundo tempo. Foi uma ação criminosa e que deveria merecer punição de acordo. Desde, é claro que a Comissão de Arbitragem da CBF servisse para alguma coisa e que nossos tribunais desportivos agissem em defesa do futebol e suas leis.

Toma lá dá cá

Assim como a pancadaria corre solta na maioria dos jogos da série B do Brasileiro, a série A continua convivendo com um deslavado protecionismo ao Flamengo. Lembram ano passado, quando mudaram a tabela para esperar o Mengo arrumar o time? E agora, como explicar que nas seis primeiras rodadas os cariocas jogaram cinco partidas em casa? E aquele juizinho maroto que não deu um pênalti escandaloso cometido na frente dele pelo zagueiro Fábio Luciano sobre um atacante do Ipatinga? Dá pra entender, era jogo fora de casa e o Flamengo não podia voltar traumatizado para o Rio de Janeiro. Ponham na conta dos erros naturais de arbitragem, diriam os céticos.

Fogo amigo

Da série “Contando ninguém acredita”. As festas juninas em Maceió, onde estou acompanhando as Olimpíadas Universitárias Brasileiras, têm fogueira de todo o jeito e tamanho. Cada um faz a sua na frente de casa, no meio da rua, nas calçadas, em frente a estabelecimentos comerciais, na orla, no centro da cidade, na periferia. Vale tudo para comemorar São João e outros menos votados. Só não contava ver um braseiro na esquina de um posto de gasolina.

Falta de vergonha

O Ministério do Esporte e o Comitê Olímpico Brasileiro acabam de receber uma generosa contribuição do governo Lula: R$ 85 milhões para serem gastos apenas com o projeto da Olimpíada 2016, cuja sede está sendo reivindicada pelo Rio de Janeiro para dois anos após outro delírio tupiniquim, a Copa do Mundo. Com o que já foi gasto no Pan-americano e que o Tribunal de Contas da União segue empurrando para baixo do tapete, boa parte dos problemas de educação, saúde e segurança estariam solucionados na outrora Cidade Maravilhosa. E eles não ficam nem vermelhos.

Dois pra cá, três pra lá

Os dirigentes do Figueirense têm caprichado em ações para consumo externo na tentativa inteligente de ampliar e sacramentar a imagem do clube junto ao grande mercado futebolístico. Uma das últimas investidas envolve o Clube dos Treze com a recente homenagem ao seu presidente Fábio Koff. Em compensação falta acompanhar melhor as atividades do futebol, maior produto e xodó da torcida. A comunicação a cargo de uns tempos pra cá do gerentão Anderson Barros é uma calamidade. Talvez o objetivo deste esconde-esconde seja justamente blindar as trapalhadas nas contratações e trocas de treinadores.

Abstinência

Atleta pode tomar Viagra ou Cialis? De acordo com o Comitê Internacional Antidoping, não. Algumas substâncias que compõem estes dois medicamentos “energisadores” estão relacionadas entre as proibidas para consumo de atletas porque dilatam os vasos e ajudam no desempenho também fora da cama.

Kaká x Felipão

Assis, irmão e empresário do Ronaldinho Gaúcho, está tratando do destino e futuro do jogador. Milan e Chelsea brigam para ficar com o brasileiro na próxima temporada européia. Por enquanto o endereço do dentuço está mais para pizzaria do que pubs londrinos.





terça-feira, 24 de junho de 2008

Terça-feira

Diz-me com quem andas

As notas estão pipocando em colunas de vários jornais brasileiros, todos encampando críticas pesadas ao trabalho de Dunga na seleção brasileira. Até o colunista político Cláudio Humberto decidiu investir nesse mercado de Ibope garantido. Em sua coluna de domingo o ex-collorido (lembram dele?) garantiu que o Ministro do Esporte, Orlando Silva, ouviu o que Ricardo Teixeira pensa de Dunga, mas não se atreve a reproduzir o esculacho. Mais adiante, em outra nota, Cláudio Humberto volta à carga para comentar que a solução do problema passa por um amigo do presidente da CBF, J. Hawilla, dono da empresa que paga os salários de Wanderley Luxemburgo no Palmeiras. Como se vê, os assuntos de interesse do futebol brasileiro, particularmente da nossa seleção, estão em boas mãos e muito bem encaminhados.

Massacre

Dunga está acostumado a apanhar. De 1990 até a Copa de 1994 o atual treinador da seleção brasileira conviveu como jogador não só com críticas cruéis, mas também com o rótulo do fracasso denominado “Era Dunga”. Deu a volta por cima com o título da Copa disputada nos Estados Unidos, quando comandou um time desacreditado, cheio de “queridinhos” e dengosos. Resta saber se Dunga terá tempo e forças para suportar e superar o peso de tantas contestações ao seu trabalho. A mídia de Rio e São Paulo não pensa em outra coisa a não ser em derrubá-lo.

Quem fica?

Sai Dunga. Entra quem? Todas as indicações convergem para o nome de Wanderley Luxemburgo, que já passou pela seleção e não emplacou. Quem sabe agora, mais experiente, menos egocêntrico, seja ele o salvador da pátria.

Ambigüidades

Grêmio lá em cima, dividindo a liderança do Brasileiro com Cruzeiro e Flamengo. Inter lá em baixo, encostado na zona de rebaixamento, com quatro derrotas em quatro jogos fora de casa. Celso Roth, de vilão a quase herói sob os olhares desconfiados da torcida gremista, filosofando na base do é bom demais para ser verdade. Tite está assumindo o Inter, trabalhando para uma torcida decepcionada e, ao mesmo tempo com a pulga atrás da orelha. Afinal, o novo técnico tem a marca do Grêmio, onde fez nome na profissão. E o Grenal do próximo domingo é no Estádio Olímpico.

Ameaças

O Figueirense não toma jeito, toma muitos gols, sofrimento para sua torcida, perigo para o recém contratado Guilherme Macuglia. A recuperação pode começar na próxima rodada contra os mineiros do Atlético, outro que anda aos trancos e barrancos. Macuglia pode derrubar o Gallo do poleiro, ou ele mesmo cair sob o peso de outro mau resultado. O ex-Figueira Adilson Batista começou o serviço com o Cruzeiro. Apesar das declarações otimistas após a partida no Mineirão, um outro ex pode terminar a empreitada e instalar o pânico no Orlando Scarpelli.

Nas alturas

É cedo, mas o torcedor avaiano começa a acreditar em um futuro promissor para o seu time. Por isso a Ressacada hoje à noite deve ter público de decisão. Depois da goleada sobre o América em Natal, seqüência de outro resultado expressivo em casa diante do Vila Nova na rodada anterior, dá pra imaginar como anda o ambiente pelos lados do aeroporto de Florianópolis. Quem tiver vôo programado para a noite desta terça-feira vai sofrer com o movimento para o jogo contra o Ceará.

É Massa

O que vão escrever aqueles jornalistas italianos que já tinham até listado os prováveis substitutos de Felipe Massa na Ferrari?

Eurozebras

O futebol encantador de Holanda e Portugal sucumbiu diante da surpresa russa e da objetiva Alemanha. A envelhecida França ficou pelo caminho enquanto a Itália bem que tentou, mas a Espanha apenas prolongou a agonia do adversário até a decisão por pênaltis. A surpreendente Turquia também está nas semifinais para decepção dos croatas e do seu futebol vistoso. As apostas indicam uma final entre Alemanha e Espanha. Os torcedores alemães, antes mesmo de encarar os turcos na semifinal, estão comemorando o título desta Eurocopa. Depois de tantas zebras e decepções, quem garante? Ainda mais porque os russos estão chegando.






sábado, 21 de junho de 2008

Sábado/domingo

A voz da arquibancada

O que fazer com Dunga? Ricardo Teixeira sabe muito bem, tanto que já começou a agir. Conhecido por não demitir treinadores, o presidente da CBF prefere manter a corda esticar até quase rebentar. É um jogo de altíssimo risco assumido por ele que tem como método minar as forças da vitima até alcançar seu objetivo. O primeiro passo já foi dado com a convocação de Ronaldinho Gaúcho para a Olimpíada sem o conhecimento de Dunga e provavelmente de toda a comissão técnica. A notícia estampada nos jornais da sexta-feira acrescenta ainda um plano de treinamento e recuperação do jogador supervisionado pelo preparador físico da seleção, Paulo Paixão. A idéia era levar Ronaldinho para a Granja Comary, prontamente rejeitada pelo irmão Assis e pelo jogador. Deram preferência a Porto Alegre, onde têm muitos interesses, inclusive fora do futebol. Dunga ficou à margem do processo, como vai ficar de outras ações do presidente Teixeira. É o jeito nada ético que o homem tem de se livrar dos indesejáveis Não cabe outra interpretação. Ricardo Teixeira deve ter se incomodado com a gritaria no Mineirão durante o jogo contra a Argentina. E resolveu aquecer a frigideira.

I’m sorry

Os alemães anteciparam a despedida de Felipão da seleção portuguesa, o que não estava nos planos do brasileiro. Ele tinha prometido no mínimo colocar seu time entre os quatro melhores da Eurocopa, mas não contava enfrentar a pragmática Alemanha já nas quartas de final. Agora o Chelsea espera por Luís Felipe, cujas enigmáticas e polêmicas declarações certamente vão quebrar a fleuma e a sobriedade dos ingleses. Sem contar sua inquietação à beira do gramado.

E os nossos?

Seguidamente leio nos jornais e ouço nas rádios anúncios de clubes cariocas, Flamengo e Vasco, especialmente, convocando a garotada para os tradicionais peneirões. Isso acontece em várias regiões de Santa Catarina, algumas incluindo a dupla Grenal e não vejo a contrapartida. Isto é, clubes catarinenses fazendo o mesmo para atrair a meninada.

Quem pode, pode

Daqui a pouco chega a tal janela para contratações, período em que quem está forte pode enfraquecer, quem esta fraco fica fortalecido. O primeiro caso é o mais comum hoje no futebol brasileiro, que perde seus melhores jogadores para euros e dólares. Assunto, aliás, que já virou cartilha entre nós jornalistas, mas que cai no vazio na medida em que ninguém faz nada para evitar o êxodo. Ficamos satisfeitos apenas em repatriar os mais próximos da aposentadoria. Vamos acabar invertendo a corrente especializando-nos em grandes formadores de times de máster.

A voz da razão

O treinador português, José Mourinho, de contrato firmado com a Inter de Milão, estava mos camarotes do Mineirão quarta-feira assistindo Brasil x Argentina. De onde mandou o seguinte recado para os brasileiros: “Não tentem europeizar seu futebol. Vocês têm de sobra o que nos falta, talento. No Brasil se levanta uma pedra e lá aparece um craque.”

Nepotismo

Betina, levantadora da Brasil Telecom, foi para o Rexona, time treinado por Bernardinho. Bruninho, filho dele e namorado da Betina, é levantador da seleção brasileira e também pupilo do pai.

Diz que fui por aí

O Ministro do Esporte, Orlando Silva, disse que vinha a Florianópolis para uma audiência pública para tratar da Copa de 2014. Não veio nem avisou sobre o cancelamento da visita. E tem gente que se entusiasma com a movimentação desse povo.

Nem pensar

Falam em Zico como substituto de Dunga. Se entendi bem, Zico não quer saber do futebol brasileiro, muito menos da CBF, Por razoes óbvias, sua opção é trabalhar fora do país, de preferência na Europa.

Me engana

Adilson Batista manda dizer da Toca da Raposa que não considera o jogo contra o Figueirense como três pontos contabilizados a favor do Cruzeiro. Normal, embora ache difícil a humildade do Adilson virar realidade no gramado. Simplesmente porque é complicado acreditar que da noite para o dia Guilherme Macuglia tenha encontrado a fonte do sucesso, incluindo um enfrentamento equilibrado no Mineirão.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Quinta-feira

Sem futuro

Todo mundo sabe, não é fácil ser dirigente de clube hoje em dia. Se tiver dinheiro compra, se não tiver vende. E a vida segue com nossos times passando por seguidas operações de desmanche e a nossa seleção aprontando vexames. A desculpa está pronta e na ponta da língua. Não podemos competir com os mercados compradores. Enquanto isso autoridades e cartolas assistem passivamente, sem nenhuma reação, a saída de nossos craques, presentes e futuros. O perigo é que a fonte está secando, como deixa antever o atual grupo comandado por Dunga. A preocupação hoje é arrancar o ouro dos tolos com projetos mirabolantes envolvendo políticos deslumbrados com os holofotes proporcionados por uma Copa do Mundo ou uma Olimpíada. As dívidas do Pan-Americano e suas obras faraônicas estão aí para o povo pagar. O futebol segue na esteira da improvisação, falta de planejamento e providências pontuais por parte da CBF e federações estaduais, sem nenhum cuidado com o futuro. O que assistimos hoje na seleção brasileira nada mais é do que o resultado da ação danosa da cartolagem que, com as exceções e praxe, pensa mais no próprio bolso, em interesses pessoais e nas mordomias proporcionadas pelo esporte em todos os seus segmentos. A abnegação demonstrada pelo apego aos cargos dá nojo e aponta para um futuro trágico.

Lágrimas de crocodilo

O lateral César Prates, que invoca Deus a todo o momento, chorou na conquista do Estadual e fez juras de amor ao clube. Está deixando o Figueirense pela segunda vez em meio a um Campeonato Brasileiro, agora atendendo chamado do Atlético Mineiro e do técnico Alexandre Gallo, o rei da lambança por onde passa. Dá pra entender o verdadeiro motivo de sua ausência quando o time mais precisava dele.

Conversa boba

Aquela carinha de bom moço do evangélico Kaká não me engana. Suas declarações no programa Bom Amigo só agradaram ao ufanista Galvão Bueno. Quem viu percebeu o constrangimento de alguns verdadeiros jornalistas que compunham a bancada da última segunda-feira. Agora a culpa por sua não liberação para a Olimpíada é do Milan, na Copa América foi sua necessidade imperiosa de tirar férias.

Que luxo

O novo técnico do Barcelona, Pepe Guardiola, surpreendeu a imprensa esportiva comunicando que não contará com o camaronês Etoo, o português Deco e o brasileiro Ronaldinho Gaúcho para a próxima temporada. Falou com todas as letras como se o clube estivesse mandando embora três pernas de pau. Ronaldinho, ao que tudo indica, pode se transferir com mala e cuia para o Chelsea do Felipão. Chimarrão é certo que ele vai tomar no clube inglês. De quebra, quem sabe, recupera seu futebol brilhante.

Sem mais para o momento

Na falta de uma assessoria de imprensa e de um jornalista que saiba redigir um texto convencional, a diretoria do Figueirense tem apelado para a comunicação formal, ou seja, ofícios assinados pelo presidente Norton Bopré. Como aconteceu com a informação sobre o evento desta quinta-feira, 20 oras no Orlando Scarpelli, quando será inaugurado o novo espaço do Memorial do clube. A solenidade faz parte das comemorações dos 87 anos do Figueirense e chegou à imprensa através da linguagem pomposa e cheia de rococós. Curioso que isso aconteça justo em um dos clubes do sul do Brasil que mais avançou administrativamente.

Causa e efeito

Ao mesmo tempo em que procura fazer uma boa campanha na serie B com o objetivo de, quem sabe, voltar à elite do futebol brasileiro, o Criciúma se desfaz de seus principais jogadores, na média de um por semana. Como vai alcançar o sucesso desejado sem um bom time são coisas que a nossa vã filosofia não alcança.

Maresia

O Avaí, acobertado por sua parceria, continua tratando como descartáveis os chamados crias da casa. Enquanto despreza e manda embora o lateral Rodrigo Galo, contrata Michel para a posição, pego três vezes no antidoping por uso de maconha. Galo não é o primeiro nem será o último jogador revelado na base trocado por “estrangeiros” que chegam à Ressacada a peso de ouro, muito ouro.
















terça-feira, 17 de junho de 2008

Terça-feira

Tempo perdido

Pior do que a apresentação da seleção brasileira e a derrota para o Paraguai é constatar o desperdício de tempo de Dunga. Desde que assumiu há dois anos o técnico nunca se preocupou com o futuro (cadê nosso time olímpico?), assunto que trata com desdém como demonstrou na entrevista coletiva após o fiasco em Assunção. Sua insistência nesta eliminatória com jogadores que não estarão na Copa do Mundo na África do Sul é irritante. Ao invés da renovação prefere, por exemplo, teimar com Mineiro, Josué, Gilberto Silva para o meio campo e alguns menos qualificados em outros setores. Deu até para entender a derrota para a Venezuela, amistoso bom para experiências, desde que elas sejam aproveitadas mais adiante. Aí vem um jogo oficial, valendo vaga para a Copa, e Dunga escala um time covarde para jogar uma partida quem nada tem a ver com a cara do futebol brasileiro. É muito mais parecido com o Dunga, sujeito mal humorado, casmurro, rabugento, que parece acordar brigado com o mundo. Não faço parte da troupe que bate por bater, que critica no rastro do preconceito e da intolerância pelo simples fato de Dunga não pertencer ao eixo. Fora do Rio e São Paulo não existe competência na visão caolha desta mídia. Só que o atual treinador da seleção brasileira segue atirando pérola aos porcos, construindo jogo a jogo o cadafalso para o seu enforcamento. Só falta chutar o banquinho para vê-lo de língua de fora pendurado no vazio de um fracasso que a torcida brasileira, coberta de razão, não aceita porque tem vergonha de ver seu time em campo. Já estão dizendo por aí que a nossa seleção está caindo de novo no colo do Luxemburgo.

O gordo e o magro

O rechonchudo Cabañas virou carrasco dos brasileiros com cinco gols no Santos e Flamengo pela Libertadores, mais o baile na seleção. Fez um gol, deu outro para o magrela Roque Santa Cruz, chutou bolas na trave e descadeirou nossos zagueiros. Sem esquecer que o Brasil jogou contra dez todo o segundo tempo.

Pão de queijo

Que Argentina é essa que vem por aí? Aquela do empate com o Equador aos 48 do segundo tempo? Se for essa, o prazo de validade de Dunga estará automaticamente prorrogado. Duvido muito que no jogo desta quarta-feira em Belo Horizonte “los hermanos” repitam contra o Brasil a mediocridade dominical de Buenos Aires. Tomara os ares mineiros e os fluídos de suas santas cidades façam bem ao time e inspirem Dunga, principalmente devolvendo o talento aos que o tem, além de enxertar bom senso nos que insistem em desprezá-lo.

Tal pai, tal filho

De um outro jeito e por outras razões Dunga repete a última passagem de Parreira pela seleção. Aceita sem discutir as imposições de Ricardo Teixeira para atender interesses da CBF que pouco têm a ver com futebol. Enquanto outras seleções procuram amistosos contra equipes de qualidade, a nossa vai para os Estados Unidos jogar em gramados improvisados para ganhar ridiculamente do Canadá e perder pela primeira vez na história para a Venezuela. Passados alguns anos dá para entender as razões da curta passagem do Felipão no comando do Brasil. Ele ficou o tempo exato em que a corda esticada agüentaria sem rebentar.

Engarrafamento

Os problemas de trânsito em dias de jogo do Avaí na Ressacada estão repercutindo nacionalmente. O comentarista de economia da rádio CBN, Carlos Alberto Sardenberg, descreveu no programa em rede que comanda ao meio dia o tempo perdido na última sexta-feira a caminho do aeroporto quando ficou mais de uma hora parado no final da partida entre Avaí e Vila Nova.

Caseiras

Figueirense e Avaí em situações diversas fizeram o tal dever de casa. Enquanto um detonou os mineiros do Vila Nova o outro acalmou a torcida derrotando os reservas do recém sagrado campeão da Copa do Brasil. Já o Criciúma continua preocupando com tropeços dentro e fora de casa. Por enquanto o Campeonato Brasileiro tem servido apenas para tirar o sono do torcedor catarinense. Falta conferir que dores de cabeça nos darão Marcílio Dias e Metropolitano na série C.









domingo, 15 de junho de 2008

Sábado/domingo

Guarânia

A grande interrogação colocada por nós jornalistas após a derrota brasileira para a Venezuela é sobre o comportamento da seleção no estádio Defensores del Chaco neste domingo contra o Paraguai. Vejo como muito salutar logo de cara um jogo fora de casa e contra um adversário difícil nesta volta às eliminatórias da Copa. Fosse o contrário, um adversário moleza, no Maracanã, poderíamos continuar trilhando o caminho mais fácil do oba-oba e da enganação. O bom é conferir nossas virtudes e defeitos contra quem realmente tem condições de nos fazer dançar. Mesmo com eventual tropeço ainda haverá tempo de sobra para acertar o passo. É secundária a discussão sobre quem joga, quem não joga. A não ser pela ausência de Kaká o Brasil não tem o que lamentar, pois o time pode enfrentar qualquer palco sem sair do ritmo.

Frevo

Outra interrogação surgiu com a decisão da Copa do Brasil e a vitória do Sport. Com que disposição o time campeão dirigido por Nelsinho Batista vai encarar a partida contra o Figueirense? Viajar a Florianópolis depois do desgaste de uma decisão tão próxima e das comemorações que se seguiram pode facilitar a vida de Guilherme Macuglia (com a cabeça a prêmio) e seus comandados, ansiosos por uma recuperação. O ritmo agitado dos pernambucanos pode mudar, a não ser que a motivação pela conquista diante do Corinthians garanta superação no Orlando Scarpelli.

Marcha fúnebre

Os dirigentes costumam enterrar os técnicos quando seus times fracassam. Como agora inventaram os tais treinos secretos fica complicado definir responsabilidades. Não há como saber se essa inovação serve para enganar adversários ou esconder as bobagens feitas pelos donos dos clubes.

Samba

A torcida do Fluminense divide euforia com preocupação vendo o time na ponta de baixo da tabela do Campeonato Brasileiro enquanto aguarda a decisão da Libertadores contra os equatorianos da LDU. Renato Gaúcho vai ter que aprender outra música para entoar nas Laranjeiras caso o seu time não ganhe a Libertadores e faça fiasco no Brasileiro.

Bom de bico

Zico está desempregado, mas continua ligado no futebol e dado seus pitacos até na seleção brasileira. Recomenda, por exemplo, que o grupo de Dunga tenha a participação do meia Alex, seu jogador na Turquia. É um meia armador de muita visão de jogo e ao mesmo tempo um grande atacante, sinaliza o Galinho.

Pizzaria Tapetão

Mais uma vez a justiça desportiva aliviou punições aos indisciplinados, como aconteceu no processo envolvendo os incidentes do jogo entre Náutico e Botafogo. O zagueiro André Luis, pivô da confusão, foi o único realmente punido. Federação Pernambucana e Náutico receberam penas brandas. As agressões cometidas pelo policiamento passaram em branco para seus superiores que, estava na cara, não assumiriam o despreparo da tropa.

Gente boa

Alexandre Gallo por onde passa arranja inimigos. Deixou o Sport na mão e foi para o Inter. Saiu execrado pela torcida colorada e um grupo de jogadores. No Figueirense repetiu tudo o que havia feito em Porto Alegre, brigando com a imprensa, dirigentes e criando um clima para sua demissão. Agora no Atlético continua importunando seu ex-clube insistindo na contratação de reforços que pertencem ao elenco do Figueira.

Gastança

Só o Comitê Organizador que vai trabalhar para que o Rio de Janeiro seja a sede da Olimpíada de 2016 vai custar R$ 80 milhões aos cofres públicos. Estamos ricos.

Sem pressa

O meia brasileiro Anderson que joga no futebol inglês respondeu com inteligência às pressões dos repórteres na concentração da seleção brasileira. Todos queriam ouvi-lo sobre o fato de ter sido substituído no treino de quinta-feira. “Calma gente, tenho só vinte anos e muito tempo para virar titular da seleção”. São os exageros de alguns empunhadores de microfone na busca incansável por chifre em cabeça de cavalo.

Vizinho

A direção do Internacional gastou duas semanas para encontrar o substituto de Abel Braga. Contratou Tite, que mora ao lado do Beira Rio e vai a pé para seu novo local de trabalho.





quinta-feira, 12 de junho de 2008

Quinta-feira

Pompa e circunstância

O departamento de jornalismo da faculdade Estácio de Sá convidou autoridades e dirigentes esportivos para discussão com alguns jornalistas do projeto que tem Florianópolis como uma das sedes da Copa do Mundo de 2014. Os maiores envolvidos, Prefeitura, Governo do Estado e Figueirense, mostraram total desinteresse e mandaram representantes para o encontro. Mas no dia seguinte os ausentes da véspera estavam todos na Secretaria de Cultura, Turismo e Esporte para o lançamento da logomarca do projeto. É o vale tudo do ano eleitoral.

Oportunistas

Não é por outro motivo que o Ministério do Esporte reservou passagens para o Ministro Orlando Silva e sua corte, anunciando uma provável visita à Florianópolis. Uma forcinha para a vereadora Ângela Albino, provável candidata do PC do B à prefeitura da Capital. Governador, Secretários, Prefeitos e assemelhados já preparam recepção, discursos e salamaleques. Desconfio cada vez mais desse projeto da Copa Ou alguém acredita em obras emergenciais no aeroporto Hercílio Luz, criação do metrô de superfície e do porto turístico?

Sem rumo

As soluções anunciadas pelos dirigentes do Figueirense para acalmar o ambiente tumultuado depois da goleada para o Flamengo dão bem a medida da desestabilização do departamento de futebol do clube. As prometidas medidas enérgicas e saneadoras foram adiadas paa depois do jogo contra o Sport neste sábado. Uma simples vitória sobre os pernambucanos vai colocar o time em condições para o restante do Campeonato Brasileiro? Os problemas são muito sérios e merecem providências claras, atitudes transparentes, bem ao contrário do comportamento atual nos gabinetes e vestiário. Pedir a uma emissora de rádio de Florianópolis gravações de declarações de jogadores que criticaram o esquema tático do time é o fim.

Escárnio

Aquele vereador de Florianópolis que não gosta de parques, local de lazer e prática de esportes, está de volta para atacar novamente projetos que não rendam bons dividendos para o seu bolso. Além de permanecer solto desde a Operação Moeda Verde, recuperou seus bens considerados indisponíveis como carrões importados, lancha, imóveis, tudo adquirido, claro, com o salário da Câmara Municipal. E, pior que tudo isso, conseguiu recuperar também judicialmente, o seu mandato.

Convite para enterro

Enquanto isso população e desportistas de Florianópolis assistem várias cidades do Estado festejando o sucesso de seus projetos. Blumenau tem atualmente com o handebol feminino, bi-campeão da Copa do Brasil, a grande vitrine para sua campeoníssima Fundação Municipal. Capinzal, no meio oeste, vai hospedar a seleção feminina desta modalidade que vai ao Mundial e à Olimpíada. Caçador revela com o futsal feminino uma equipe campeã de todas as competições que disputou. Brusque tem a sua Arena e o seu voleibol feminino. Jaraguá do Sul sustenta um futsal masculino super campeão e dispõe também local para grandes eventos A delegação catarinense que vai aos Jogos Universitários Brasileiros na próxima semana em Maceió tem uma representação mínima da Capital cuja Fundação Municipal de Esportes tem (ou tinha?) o campeão olímpico Carlão como presidente. E daí? O esporte de Florianópolis está mortinho. Só falta enterrar.

Parceria?

O Joinville vai jogar com a camisa do Juventus de Jaraguá. Não entendi o objetivo deste arranjo, não consigo alcançar o que ganha o Joinville hospedando-se na cidade vizinha, nem que utilidade terá esse acerto para o Juventus. Difícil explicar o momento vivido por um clube que já foi um dos mais importantes de Santa Catarina representando a cidade economicamente mais forte do Estado.

Quem assume?

É cada vez maior e mais virulenta a campanha da mídia do Rio e de São Paulo para tirar Dunga da seleção. Quem seria o substituto ideal? Leão, Parreira, Luxenburgo, Abel, Autuori, Caio Júnior, Mano Menezes, Cuca, Geninho, Falcão, Zico, Renato Gaúcho, Caio Júnior, Adilson Batista, Muricy, Dorival Júnior, Antônio Lopes, Tite, Celso Roth. Escolham, é fácil.







terça-feira, 10 de junho de 2008

Terça-feira

A eterna insatisfação

A seleção brasileira perdeu para a Venezuela pela primeira vez na história e o mundo desabou sobre a cabeça de Dunga. Claro que foi uma exibição pífia e diante de um adversário sem a menor credibilidade técnica. Só que desta vez acho injustas as críticas ao nosso treinador. Afinal de contas, ele fez o que o bom senso manda a estas alturas do campeonato, ou seja, aproveitar amistosos para experiências e conhecimento de alguns jogadores convocados. E como avaliar a capacidade dos reservas se eles não entrarem em campo? Se Dunga chama um monte de gente e deixa todo mundo no banco, pau nele. Se resolver botar a turma pra correr, pau nele também. Que culpa tem técnico se os eleitos para testes não corresponderam?

O técnico fantasma

Paulo Bonamigo, dispensado pelo Paraná, é a última vítima do campeonato brasileiro. Não há escolha, sobra sempre para o treinador, Até mesmo quando o time faz boa campanha, caso do Grêmio, onde a torcida não pode nem mesmo ouvir o nome de Celso Roth anunciado nos alto falantes do Estádio Olímpico. A vaia é inevitável e por essa razão o locutor oficial do clube tem omitido o nome dele ao divulgar a escalação do time.

O abacaxi

O Rio Grande do Sul é dividido entre gremistas e colorados, uma realidade diferenciada no mapa esportivo brasileiro. Esta rivalidade extremada impede, por exemplo, que o desempregado Tite seja contratado pelo Internacional. Torcida e dirigentes acham-no “Grêmio demais” para trabalhar no Beira Rio. É sério o problema do Inter pois Abel só avisou em cima da hora que iria para o Catar. Muricy e Paulo Autuori estão empregados, Cuca e Geninho assumindo no Santos e Botafogo.

Os ameaçados

Tivesse um pouco de amor próprio Guilherme Macuglia deixaria o Figueirense depois da goleada de sábado para o Flamengo. Não pelo resultado, acidente de trabalho que acontece a cada rodada, mas pelo comportamento desrespeitoso de alguns dirigentes e jogadores. No Avaí, Silas não consegue evitar que seu time jogue na lata do lixo pontos preciosos que certamente farão falta mais adiante. A dupla da Capital está se dando mal com a realidade do Campeonato Brasileiro, bem diferente do Estadual. Vale o mesmo para o Criciúma, de Gelson Silva, que agora resolveu perder em casa também.

O inusitado

O presidente da Federação Pernambucana, Carlos Alberto Oliveira, anda injuriado com as críticas feitas ao futebol do seu Estado, principalmente depois dos incidentes da partida com o Botafogo. Mas, pensar o quê depois do que se viu domingo, na Ilha do Retiro, quando Luciano Henrique comemorou o primeiro gol do Sport cumprimentando um policial à beira do gramado? O PM respondeu sorridente e com um efusivo aperto de mão, tudo registrado em fotos e imagens de tevê. Só faltou sair aos pulos junto com o jogador. Esta surpreendente manifestação que parece ser de desagravo ao policiamento induz ao raciocínio lógico de que não há mesmo segurança para visitantes no Estádio dos Aflitos, interditado preventivamente pelo STJD.

A regra não é clara

O lance em que Tiago, goleiro do Vasco, fez defesa em dois tempos, terminou em punição e no gol da vitória do Cruzeiro. A explicação para a decisão do árbitro Wilson de Souza Mendonça está na regra 12 do futebol, muito clara para os entendidos em arbitragem, bastante confusa para jornalistas e torcedores. Na parte que me toca acho que desta vez o árbitro tinha razão ao marcar tiro livre indireto contra o Vasco, cujo goleiro de fato infringiu a regra.

A opção errada

Faz tempo a boa comunicação foi deixada de lado no Figueirense, importante nesse momento difícil do time. Isso passou a acontecer por uma decisão arbitrária até hoje não se sabe de quem e que provocou o afastamento do responsável pela montagem de uma assessoria de imprensa competente e profissional, o jornalista J.B Telles. O resultado é desastroso, tudo é segredo, não há informação confiável ou merecedora de atenção e o que é jogado no site do clube caberia muito melhor em uma lixeira.












sábado, 7 de junho de 2008

Sábado/domingo

Com louvor

Renato Gaúcho e Mano Menezes estão próximos de duas grandes vitórias pessoais na difícil profissão que abraçaram. Um pode ganhar a Libertadores, o outro a Copa do Brasil. Como jogador Renato só não teve participações significativas pela seleção brasileira, resultado do seu temperamento instável que o direcionou muitas vezes para reações explosivas e para a indisciplina. Apesar de tudo, nos clubes por onde andou, esse ex-padeiro em Bento Gonçalves sempre foi um campeão. E como técnico já deu o título da Copa do Brasil ao Fluminense com um time montado pacientemente por ele, e remontado durante o campeonato carioca para a Libertadores. Mano saiu do interior do Rio Grande do Sul para se revelar no Grêmio como um dos bons treinadores da nova geração, abraçando agora o grande desafio de dirigir o Corinthians na segunda divisão. Os dois derrubaram as barreiras impostas pelo preconceito e pela desconfiança, passaram por todos os testes e não têm mais nada a provar para a exigente mídia esportiva brasileira. Mesmo que não confirmem as previsões de favoritismo para as duas competições em que seus times estão envolvidos.

Tipo exportação

Corinthians e Fluminense utilizam com sucesso na série B do Brasileiro e na Copa do Brasil jogadores revelados pelo Figueirense, embora não sejam produtos das suas divisões de base. Carlos Alberto é um ala moderno, de muito fôlego, que defende bem e aparece sempre no apoio. Na zaga o destaque é Chicão, técnico, vigoroso, que sabe sair jogando, vai ao ataque e até marca gols. O Flu tem Cícero, um coringa para Renato.

Tipo importação

Além dos “catarinas” supra citados o Corinthians conta com a raça e a técnica do argentino Herrera e do uruguaio Acosta. O Fluminense apostou em outro argentino, o Dario Conca, desprezado por todos os treinadores que passaram pelo Vasco enquanto lá esteve.

O gato vai comer

Que dinheiro é esse que o Marcílio Dias pretende gastar perdulariamente no projeto de construção de sua arena ou centro de treinamento? Seja lá o que for, é muita desfaçatez anunciar previsão de gastos de R$ 90 mil para uma festa do clube que vive franciscanamente, sem recursos para investimentos básicos, tipo montar um time para representar bem a cidade e o Estado na série C do Campeonato Brasileiro. Só empresário trouxa vai cair nessa esparrela e colaborar com a esbórnia em que acaba se transformando uma coisa séria como deveria ser o Fundesporte, origem dos R$ 270 mil que serão repassados ao Marcílio.

Tesouro à vista

O Ministro do Esporte Orlando Silva, o governador Sérgio Cabral, o prefeito César Maia e o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Artur Nuzmann, estão exultantes com a escolha do Rio de Janeiro para candidata finalista a sede da Olimpíada de 2016. Sentimento dividido com parte da mídia, que gosta de soltar o foguete e correr atrás da varinha que vai bater no fim do arco íris onde encontrará um pote cheio de ouro. O Tribunal de Contas da União precisa divulgar logo o relatório que tem pronto sobre os últimos Jogos Pan-americanos. Seria interessante, também, uma vistoria séria nos equipamentos construídos para este evento para sabermos o estado em que se encontram, quem os está administrando e com que finalidade.

O primeiro pato

O Náutico não pode jogar no Estádio dos Aflitos até o dia 11, quando o STJD julgará os incidentes que envolveram jogadores do Botafogo, Bebeto de Freitas, presidente do clube carioca e o policiamento. O auditor Paulo Schmitt pegou pesado com os pernambucanos e teve atendido seu pedido de interdição preventiva pelo presidente do Tribunal, Rubens Approbato. Tomara a casa não desabe apenas sobre a cabeça do Náutico e seus torcedores. Tem muito mais gente envolvida no episódio para essa corda arrebentar, como sempre, apenas no lado mais fraco, no caso um clube que não tem o peso político do Botafogo.

Dura lex

A tranqüilidade futura do Campeonato Brasileiro em todas as suas séries e a credibilidade da justiça desportiva dependem da decisão do STJD dia 11.











quinta-feira, 5 de junho de 2008

Quinta-feira

Outra versão

Tudo de ruim que acontece hoje no futebol brasileiro é culpa da lei Pelé. Fábio Koff, presidente do Clube dos 13, desmentiu essa tese defendida principalmente por dirigentes de clubes, em entrevista ao jornal gaúcho Zero Hora. Koff garante que a legislação esportiva brasileira é avançada e coloca no banco dos réus quem, no seu modo de ver, são os verdadeiros responsáveis por nossas mazelas futebolísticas. “A Lei Pelé prevê cinco anos e não três para contratos. A CBF é que não aceita registrar contratos mais longos”. Bem entendido, Ricardo Teixeira e parceiros contrariam a lei. Continua Koff: “O Governo queria mudar a lei de transferências fixando em 21 anos a idade mínima. Os clubes é que não aceitaram, mantendo o limite em 18 anos”. Querem vender mais cedo, é a conclusão lógica de Fábio Koff, absolvendo a Lei Pelé.

Faltou dizer

De todo o que li, vi e ouvi sobre a confusão no Estádio dos Aflitos em Recife, não apareceu nenhuma referência aos maiores responsáveis por esse estado de violência e anarquia que se instalou nos gramados brasileiros, além do jogador do Botafogo, da Polícia Militar e do árbitro: nossos tribunais esportivos, frouxos, acomodadores e tendenciosos. Com as exceções de praxe, claro.

Coração de mãe

O lateral Rodrigo Galo não quer mais saber do Avaí. É mais uma cria da casa maltratada e marginalizada por conta da falta de visão de dirigentes e parceiros, mais interessados em negócios do que fazer bem ao clube que dizem ajudar. Dona Sheila, mãe do jogador, falou em alto e bom som que seu filho está magoado pelas pressões e ameaças para prorrogação de contrato e anunciou o fim das negociações com os insensíveis trapalhões avaianos.

O dia do fico

O plebiscito determinou: saem o presidente do Conselho Deliberativo e prefeito da cidade, Marco Tebaldi, mais 84 conselheiros, ficam o atual presidente do Joinville, Adelir Alves, e suas promessas de reestruturação completa do clube. É ver para crer. Muita política com pouco futebol dá nessa mixórdia. O fato é que o estrago está feito e é grande.

O mundo dos professores

Paulo Autuori permanece no Catar, agora acompanhado também por Abel Braga. Zico deixa o futebol turco para assumir o Manchester City, cargo que pertencia ao sueco Sven-Goran Eriksson, que vai para a seleção mexicana que, por sua vez, teria Wanderley Luxemburgo, mantido pelo Palmeiras. O Inter perdeu Abel, descartou Autuori, quer Muricy Ramalho que, pelo menos por enquanto não sai do São Paulo. Parreira não aceitou convite dos gaúchos, está de férias até 2009. Dorival Júnior, indicado por Abel para substituí-lo, não foi sequer cogitado pelo Inter. O Felipão segue cobiçado, Ney Franco desempregado e Cuca, tentando o primeiro título da sua carreira, agora com o Santos. Como a dinâmica dos acontecimentos envolvendo essa turma é intensa, metade do que escrevi acima pode mudar de um dia para o outro. Ufa!!!

Sem pressa

A CBF aguarda pelos relatórios sobre os estádios que serão utilizados por Metropolitano e Marcílio Dias na série C. O Sesi em Blumenau não pôde ser utilizado no campeonato estadual e o estádio Hercílio Luz, em Itajaí, a gente sabe em que condições se encontra.

Inimigo amigo

O Corinthians já pagou pelo aluguel do Morumbi praticamente o mesmo valor gasto pelo São Paulo com a contratação de Adriano, sem computar a final da Copa do Brasil. Isso é o que dá não ter casa própria e viver como inquilino. Enquanto a torcida e os cofres do clube padecem, os adversários agradecem.

Pessimismo

O assunto na mídia esportiva de Florianópolis e entre os torcedores do Figueirense é um só: a ameaça de rebaixamento. Em apenas quatro rodadas acho precipitadas avaliações, para cima ou para baixo, levando-se em conta, ainda, que esse filme já foi visto várias vezes no Orlando Scarpelli. A não ser que o trailer esteja indicando uma nova versão não entendida pela direção do clube e da Figueirense Paticipações, principais responsáveis pela montagem do elenco que hoje tanto exaspera jornalistas e torcida.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Terça-feira

Piada de mau gosto

A participação catarinense em quatro rodadas nas duas séries do Brasileiro é decepcionante. E mais que isso, é preocupante em relação ao futuro na competição. Prova, também, que o sucesso no campeonato regional não é indicativo de bons resultados em competições nacionais. Parece óbvio, mas nem sempre os dirigentes têm essa perspectiva para executar um planejamento adequado. O Avaí saiu do estadual apontado como o único entre os nossos com um time pronto para encarar o desafio da série B. Está mostrando que a realidade é outra. O Criciúma segue o mesmo caminho e até já trocou de treinador. No Figueirense da série A, onde o mistério é prioridade absoluta, a única coisa que não dá para esconder é a fragilidade do grupo, situação detectada por Alexandre Gallo e que Guilherme Macuglia resolveu encarar. O certo é que, ninguém ganha jogo, título, ou escapa do rebaixamento, imitando o pernambucano Íbis, rotulado de o pior time do mundo e presente nos noticiários esportivos apenas como piada para o país inteiro rir.

Caos

A Comissão de Arbitragem da CBF precisa reunir seus pupilos em uma grande teleconferência nacional para arrumar a casa. Quem, como eu, tem a chance de bisbilhotar vários jogos do Campeonato Brasileiro durante a semana, sente que a arbitragem brasileira vai de mal a pior. Com todos os descontos que possam ser dados em função dos tais lances de televisão – só vê quem está à frente de um monitor e tem o replay para conferir – é constrangedor o saldo de erros crassos a cada rodada. O pecado maior é a diferença de critérios para lances comuns de jogo, ou mesmo os mais discutidos, como carrinhos, faltas dentro da área, cartões amarelos e expulsões. A confusão em Recife, por exemplo, não pode ser creditada apenas ao destempero da polícia e do zagueiro do Botafogo. O árbitro Wilson Celeme, na verdade, foi um dos responsáveis pelo caso de polícia em que se transformou aquela partida.

Irresponsabilidade

Wilson de Souza Mendonça, árbitro Fifa, coisa e tal, foi outro personagem negativo do final de semana, no jogo da série B entre América de Natal e Ponte Preta. O gramado do estádio Machadão não tinha condições, com alagamentos por todo o canto por causa da chuva torrencial que caíra pouco antes da partida e que continuou depois. O Wilsão passeou pelo gramado de pés descalços, com uma bola na mão – porque no gramado ela não rolava – e, contrariando o bom senso, além de colocar em risco a integridade física dos jogadores, mandou os times entrarem em campo. Merece uma geladeira das boas, o que duvido que aconteça, ou então ser jogado no pantanal onde a partida foi disputada.

Já vai tarde

Dois milhões de dólares por um contrato de dez meses levaram Abel Braga do Inter para o Al Jazira, do Catar. A torcida colorada agradece penhoradamente a generosidade dos xeiques dos Emirados Árabes.

Pecado mortal

É praxe nos programas esportivos das nossas tevês a reprodução apenas dos gols, com omissão, na maioria das vezes, de detalhes importantes de uma partida que acabaram influenciando no resultado. Exemplo: no empate de sábado no Beira Rio, entre Inter e Sport, um zagueiro do time da casa foi expulso logo no início do segundo tempo e mais tarde o goleiro Renan defendeu um pênalti. Nada disso mereceu registro em texto ou imagens, coisa corriqueira nos noticiários, deixando o torcedor sem uma informação fundamental.

Nem um nem outro

Enquanto a Comissão Técnica da seleção brasileira se ocupa demasiadamente com futricas envolvendo Kaká e suas ausências nas convocações, continuamos sem um time confiável para as eliminatórias e a Copa de 2010. O que dizer então da Olimpíada de Pequim, da qual estamos distantes apenas dois meses?

Apostas

Fluminense ou Boca Juniors, Corinthians ou Sport? Eu não arrisco palpite. Os argentinos estão vivíssimos, há equilíbrio entre pernambucanos e paulistas. Pena é que as decisões de Libertadores e Copa do Brasil foram marcadas para o mesmo dia e horário. Força da televisão, prejuízo para os torcedores.