sábado, 3 de maio de 2008

Sábado/domingo

Paranóia

O técnico do Criciúma, Leandro Machado, participou de programas de rádio e tevê durante a semana, um deles da CBN Florianópolis, cidade do seu adversário deste domingo na decisão do campeonato catarinense. No Figueirense, ao contrário, ninguém fala, o time se esconde e Gallo, seu treinador, tem dia e hora marcada para falar. Imaginem se tivessem perdido a primeira partida. Um treininho secreto aqui, uma reunião escondida ali, uma dissimulação acolá, tudo bem. Mas, parece que a teoria da conspiração é que norteia o departamento de futebol do clube.

Favoritismo alvinegro

O Figueirense precisa perder duas vezes – tempo normal e prorrogação - para o Criciúma ser campeão catarinense de 2008. Acho muito difícil a empreitada dos donos da casa, apesar da confiança demonstrada pelo grupo. O regulamento inteligente da Federação, aprovado pelas vaquinhas de presépio que compõem o Conselho Arbitral, não prevê decisão por saldo simples de gols em caso de empate por pontos. O Figueirense tem time para impedir o desastre e viaja favorito para o jogo decisivo.

Anos 70

O Figueirense de hoje lembra muito o início da década de 70, quando o major Ortiga, então presidente do clube e assessor da Secretaria Estadual de Segurança, tempos da ditadura, ameaçava repórteres de dedo em riste. O preparador físico Antônio Clemente, apelido Antônio Cavalo, pelo porte e pela agressividade (uma injustiça com os eqüinos), enquadrado no script da época prometia bater nos jornalistas. A diferença está na utilização de outro tipo de violência, a censura aos meios de comunicação.

Conveniências

A fórmula é simples: quando interessa, como no caso agora da apresentação dos novos uniformes do Figueirense, servimos todos, jornalistas, radialistas e o povo da televisão. Basta montar a boca livre que aparece todo mundo. Minha turma não se respeita mesmo. Eu, tô fora. Não estou em Florianópolis no momento e, se estivesse, não apareceria. Se não sirvo para acompanhar o dia-a-dia do clube, não vou me prestar para atender apenas aos seus interesses.

Tapetão

O departamento jurídico do Cruzeiro tenta reverter junto a Conmebol o resultado de 2 a 1 para o Boca Juniors na rodada da Libertadores. O jogo na Bombonera terminou um minuto antes do seu final no tempo de acréscimo por causa de uma pedra jogada em um dos auxiliares do árbitro uruguaio Jorge Larrionda. Fosse eu dirigente do Cruzeiro recomendaria ao técnico Adilson Batista preocupação única e exclusiva com o jogo de volta no Mineirão. Ou alguém acredita que o regulamento da Libertadores será levado ao pé da letra, revertendo o resultado de Buenos Aires em favor do Cruzeiro?

A maldição da nove

As confusões patrocinadas por Ronaldo Nazário, a última por causa de uma noitada com travestis em um motel do Rio, levantam uma questão curiosa, a sina que pesa sobre os atacantes brasileiros, aqueles que a fama determina o fim da privacidade. Drogas e bebidas são problemas comuns a uma série de nossos jogadores, para ficar apenas no divã tupiniquim. Além de Ronaldo a lista contempla vários outros encrenqueiros famosos e de várias épocas como Reinaldo, ex-Atlético MG, o brigão Almir, o pernambuquinho, César, ex-palmeiras, Edmundo, animal em todos os sentidos e times por onde passa, Adriano, imperando hoje no São Paulo, Albeneir, um exemplo caseiro, Jardel, ex- Grêmio, consumidor confesso de cocaína e, encerrando a lista, se a memória não me trair, o ex-corintiano e comentarista da Globo, Valter Casagrande, em tratamento por causa da dependência de drogas.

Zebras nordestinas

A eliminação de Palmeiras e Juventude da Copa do Brasil diante de adversários teoricamente inferiores (Sport Recife e Corinthians de Alagoas), façanha de duas enormes zebras nordestinas, passa muito peso às decisões regionais do domingo. Tarefa mais fácil creio eu, para o palmeirense Vanderlei Luxemburgo em casa diante da Ponte Preta. Zetti, com o Juventude, terá que mexer muito na cartola para conter o ímpeto do Inter e sua torcida no Beira Rio.

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