terça-feira, 29 de abril de 2008

Terça-feira

Ah, esses professores 1

Alexandre Gallo só faz treino secreto para colocar em campo, no primeiro jogo da decisão, um time que nunca jogou junto. Escala mal, substitui pior ainda e vê um jogo que ninguém viu. Domingo contou com a incompetência do Criciúma e se deu bem. Como aconteceu no turno, quando os adversários – leia-se Avaí e Criciúma– entregaram a rapadura. O Figueirense está a um passo do título, basta enpatar. A vantagem é muito boa porque precisa perder duas vezes, no tempo normal e na prorrogação, para não chegar ao título. Mesmo em casa, a missão do Criciúma é difícil. A exemplo de Gallo, Leandro Machado também não tem muita bala na agulha. E diante de um adversário com tanto vento a favor nos momentos decisivos do campeonato, é difícil mesmo acreditar que o Criciúma consiga a façanha de reverter esse quadro. A não ser que o treinador do Figueirense ignore os avisos de apertar cintos e não fumar e acabe provocando um acidente de conseqüências trágicas.

Ah, esses professores 2

Outro dia, assistindo o documentário sobre o título mundial do Inter em 2006, revi o Adriano Gabiru, autor do gol que deu a vitória sobre o Barcelona. Detestado pela torcida. foi uma surpreendente solução para aquela partida tão importante. Depois saiu escorraçado do Beira Rio, foi emprestado ao Figueirense, em seguida ao Sport, e desapareceu. Com Gabiru como salvação e Fernandão limitado à marcação de um meia de criação do Barça, o técnico Abel Braga mesmo assim se consagrou. Os sortilégios futebolísticos continuam ajudando o Abelão, sempre muito criticado por essas invenções nas escalações e substituições. Sortilégios que não o tem livrado de vestir a touca verde representada por três derrotas para o Juventude só este ano em três jogos, com cinco gols contra, nenhum a favor. O treinador do Internacional, além de não descobrir um jeito de vencer o Ju, do ex-goleiro Zetti, já começa a se desgastar com a torcida e alguns jogadores, caso de Nilmar. Os gremistas estão adorando e pedindo a permanência de Abel.

Ah, esses professores 3

Em compensação Adilson Batista e Dorival Júnior, cujos primeiros passos foram dados no Figueirense, estão em paz com suas torcidas. O Cruzeiro do Adilson não tem como perder o título depois da goleada de 5 a 0 que aplicou domingo justamente em cima do Atlético, situação que pode custar o emprego de um bom treinador como é o Geninho. Na vizinhança temos a vantagem do Coritiba do Dorival, que fez 2 a 0 sobre o Atlético na primeira partida da decisão paranaense. Ney Franco, também profissional de respeito, está igualmente ameaçado e já começa a sofrer pressão muito grande da torcida atleticana.

Ah, esses professores 4

Cuca é reconhecido como bom técnico, mas não conseguiu até hoje ganhar um título que avalise seu trabalho. Morre frequentemente na praia, situação que pode se repetir após a derrota do Botafogo para o Flamengo por 1 a 0. Domingo que vem tem mais no Maracanã, na despedida de Joel Santana e, quem sabe do próprio Cuca, caso o Botafogo repita a dose. Finalmente um dedinho de prosa sobre um conhecido da torcida avaiana, o Paulo Comelli, de meteórica passagem pela Ressacada. Comelli é o técnico do Bahia e está na marca do pênalti depois que seu time levou 3 a 0 do Vitória, embolando o quadrangular final do campeonato baiano. Tranqüilão está o Vanderlei Luxemburgo com o seu Palmeiras. Ganhou a primeira fora de casa, ainda que por 1 a 0 apenas, e tornou quase impossível a tarefa da Ponte Preta de se transformar na grande zebra dos campeonatos regionais.

Futuro

Pelo jeito os empresários de treinadores terão muito trabalho pela frente a partir de domingo. Idem para os dirigentes derrotados porque vêm aí as duas mais organizadas e rentáveis divisões do campeonato brasileiro. Quem não ouvir os apelos imediatistas das torcidas descontentes com fracassos nos regionais e não se render às exigências do momento, poderá arrumar encrenca feia logo adiante em uma competição mais importante.


sábado, 26 de abril de 2008

Sábado/domingo

As cores da decisão

Preto, branco e verde serão as cores dominantes deste domingo no estádio Orlando Scarpelli, palco do primeiro jogo decisivo entre Figueirense e Criciúma. Uma semana depois, no estádio Heriberto Hulse, sai o verde e ao branco e preto será acrescentado o amarelo criciumense. Em Florianópolis só os donos da casa poderão ostentar orgulhosamente as cores do clube, situação que será invertida em Criciúma. Parece um estudo sobre os efeitos das cores no comportamento do torcedor. Não é. Trata-se apenas e tão somente do efeito de uma medida anacrônica, de uma resolução calcada na burrice misturada com teimosia da cartolagem. Ou seja, a torcida visitante pode ir ao estádio, desde que disfarçada e sem cores, mas perfeitamente identificável pelo local que ocupar.

É tudo com os professores

Tremei torcedor do Figueirense. Na véspera da decisão o técnico Alexandre Gallo estuda mudanças no esquema tático. Será que haverá tempo para alguma alteração mais radical ser absorvida pelos jogadores? Como no Figueirense hoje tudo é segredo e o fantasma da espionagem assombra os corredores do Scarpelli, pode ser que uma solução mágica e inovadora suba de repente do vestiário na hora do jogo. No outro lado a preocupação do técnico Leandro Machado é impedir que a eliminação da Copa do Brasil em casa, pelo modesto Vasco da Gama, mexa com os brios do Criciúma. Um resultado desastroso em Florianópolis pode balançar a roseira dos jogadores, até então movidos pelo entusiasmo com a campanha no Estadual e a possibilidade de avanço na competição nacional.

Good news, bad news

O Avaí desde que entrou na fila para a conquista de um título, pela primeira vez passa de uma competição para outra sem operação desmanche. Ao contrário prepara a liberação daqueles jogadores considerados dispensáveis pelo técnico Silas (ou pela parceria, nunca se sabe) e ao mesmo tempo trata de reforçar o grupo para a série B do Brasileiro. A má notícia está no desacerto com o lateral Rodrigo Galo, mais outra prata da casa que alça vôo para fora de Santa Catarina. Sua vaga será preenchida por um reforço cearense, não se sabe a que preço. A diretoria (ou a parceria) certamente vai dizer que o custo-benefício trará vantagens para o clube.

É o fim

Não conheço as entranhas do Clube Náutico Marcílio Dias. Fico com as informações do nosso Diarinho e procuro então interpretar os resultados alcançados até aqui. O esforço solitário do presidente do clube, Marlon Bendini é conseqüência do fracasso no Estadual ou simplesmente desinteresse daqueles que poderiam apoiar o companheiro nessa hora ruim? A foto publicada na edição da sexta-feira do Diarinho, com parte dos refletores ainda no chão, é emblemática e ao mesmo tempo reveladora. Somando a isso a falta de recursos para saldar compromissos com os jogadores do elenco atual, não é preciso bola de cristal para prever um futuro sombrio, incluindo a desistência de participação na série C do Brasileiro.

Ficção

Filme: Tudo Legal Com as Nossas Contas. Cenário único: sessão para exame das contas da administração Delfim Peixoto Filho na Federação Catarinense de Futebol, período abril de 2007 a abril de 2008. Direção: do próprio. Trilha musical: árias da ópera composta também pelo e para o próprio: O Barbudo que Se Vira. Atores: presidentes de clubes e ligas. Roteiro manjado: aprovação por aclamação. Continuam todos juntos e felizes até 2015, quando termina a atual gestão. Produzido pela DPF Produções, Arranjos & Acertos. Em cartaz com exibição exclusiva na sede da FCF, a nova casa de espetáculos de Balneário Camboriú. Certificação: proibido para pessoas sérias e inteligentes.

Realidade

O FIFA aposentando, Wagner Tardelli, mostrou em Porto Alegre com quem andam nossos árbitros. A direção do Paraná promete enviar representação à CBF em protesto contra sua arbitragem no jogo em que o Inter ganhou de 5 a 1, eliminando os paranaenses da Copa do Brasil. A lambança de Tardelli desagradou a gregos e troianos. Muito mais aos gregos, claro.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Quinta-feira

Contradições

Paulo Henrique Bezerra e Luís Orlando de Souza estão jurados (vetados) pelo Figueirense. Célio Amorim fez besteira no jogo de domingo, José Acácio dos Santos foi um dos piores do ano, aquele gordinho, o Edmundo, continua prestigiado pela Federação, apesar dos pesares. Árbitro de fora não pode, mas Wagner Tardelli, o melhor que temos, mesmo com algumas lambanças e descrédito a partir dos incidentes com o técnico do Criciúma, é do Rio de Janeiro. A Comissão de Arbitragem, agora sob nova direção, continua sem autonomia e vai terminar o ano como começou: fazendo bobagem sob a tutela do presidente Delfim Peixoto. Tivesse a postura mantida quando foi árbitro, o pai Bezerra teria muito que falar. Com os Bozzano a gente sabe o que aconteceu, a família Bezerra prefere o silêncio.

Amargo pesadelo

A população de Brusque e Jaraguá do Sul, duas cidades com tradição no futebol catarinense, acordou na segunda-feira encarando a dura realidade da segunda divisão. Junto está o Guarani de Palhoça, experimentando cedo o pesadelo do rebaixamento e pagando o preço justo pela improvisação e falta de estrutura.

Fica Zunino

“Avaí, paixão para toda a vida”, grita um institucional do clube em busca de novos sócios, divulgado pelas emissoras de rádio de Florianópolis. Tem mesmo que ser paixão para toda a vida porque não deve ser fácil assistir o time do coração morrer na praia outra vez. Já são onze temporadas sem uma faixa no peito. E, desgraça das desgraças, tendo que agora torcer desesperadamente pelo Criciúma. Mais um título no Scarpelli e a galera avaiana bota fogo na Ressacada. Aquela faixinha pedindo a permanência do presidente perdedor faz cada vez mais sucesso pelos lados do Estreito.

Vida alheia

Nas decisões de outros estados, Rio e Minas têm equilíbrio entre os finalistas Flamengo e Botafogo, Atlético e Cruzeiro. Os gaúchos verão novamente uma final entre Inter e sua touca verde, o Juventude. Os colorados estão dizendo que o raio não cai duas vezes no mesmo lugar. Só que, no caso em questão, já caiu não duas, mas uma dúzia de vezes. Em São Paulo a Ponte Preta tem as cores da zebra diante do Palmeiras.

Coisas nossas

Para depois não dizerem que é implicância minha, como muitos leitores já escreveram, basta dar uma passada no noticiário do dia a dia do Marcílio Dias. Sem lenço, sem documento, sem planejamento, é assim que o Marinheiro se prepara para representar Santa Catarina em uma competição nacional. Isso que a vaga foi conquistada já em 2007. O Metropolitano parece estar levando mais a sério esse compromisso. Parece.

Questão de gosto

Discordo dos que consideram o Avaí de 2008 o melhor dos últimos tempos. Entendo que a avaliação seja em cima dos times que em onze anos não deram nenhum título ao clube. Assim sendo, prefiro a formação que em 2005 morreu na praia do Fortaleza, desperdiçando a grande chance de colocar o Avaí na série A. Jogava por três resultados, até mesmo derrota por um gol de diferença, mas conseguiu entregar a vaga perdendo por 2 a 0.

Minha colaboração

Errar é humano, persistir no erro é burrice, murmurou o velho pensador filosofando ao ouvido do presidente Delfim Peixoto. Mas, pelo jeito, a nova sede da Federação é blindada contra o bom senso e práticas inteligentes. Caso contrário Delfim, o diretor técnico, ou quem seja o responsável, não insistiria na burrice da resolução que impede a presença de torcida visitante identificada. Passo da crítica à sugestão. Mantendo a insensata medida os homens do presidente – ou o próprio - deveriam pelo menos acrescentar alguma opção de disfarce para o torcedor(a). Que tal Homem Aranha (para escalar os muros dos estádios fugindo do policiamento e da torcida da casa)? Para elas, quem sabe Mulher Maravilha Gostosa (para desviar a atenção dos marmanjos do que acontece em campo)? A gente não critica apenas, senhores da FCF. Também colaboramos com sugestões, para o bem de todos, felicidade geral e paz nos estádios.





terça-feira, 22 de abril de 2008

Terça-feira


E agora Leandro?

O Criciúma, somados os dois turnos, tem a melhor campanha do campeonato e ganhou com méritos fora de casa a condição de finalista. O técnico Leandro Machado, a partir disso, deveria pedir desculpas ao torcedor catarinense por ter declarado que o campeonato estava armado para Avaí e Figueirense, denúncia ignorada completamente pelos generosos auditores do Tribunal de Justiça Desportiva, esta sim, uma instituição que precisa urgentemente recuperar seu rumo para ficar acima de qualquer suspeita.

Doping

Além de garantir presença na decisão do estadual contra o Figueirense, o Criciúma ganhou motivação extra para enfrentar o Vasco no meio de semana pela Copa do Brasil. E, se passar pelos cariocas no Heriberto Hulse – não é missão impossível -, o Tigre chegará aos jogos finais revigorado e com as garras afiadíssimas. Dá para dizer até, favoritíssimo para conquistar o título, embora o Figueirense não tenha um time inferior.

Na moita

Os gaúchos, muito ricos em expressões regionalistas, têm uma que vem muito ao caso: “quieto como guri quando suja a fralda”. Na verdade o termo é outro, meio chulo, mas escrevendo assim, não incomodo o leitor e acho suficiente para identificar a situação do Figueirense depois das trapalhadas da semana passada do time e do seu departamento de futebol. Escondidos em Santo amaro, Grande Florianópolis, Alexandre Gallo e jogadores deverão aumentar a lista de promessas aos santos de plantão nos dois próximos finais de semana e caprichar no planejamento, pois até a oportunidade de fazer a final em casa foi perdida pelo caminho.

Apesar deles

A alagoana Marili dos Santos conseguiu em Florianópolis, na oitava edição da Maratona de Santa Catarina, a vaga para a Olimpíada de Pequim. A Maratona é coisa nossa, criada pela Fesporte na gestão do ilhéu e desportista Pedro Bastos (tradição familiar) junto com o Fórum Internacional de Esportes. Estes dois eventos que dão projeção ao Estado estiveram ameaçados pela falta de visão de pessoas que nada têm a ver com o esporte e que, por injunções políticas, foram despejadas pelo governo Luís Henrique em um segmento onde o conhecimento e o amor à causa são fundamentais.

Genérico

Gostaria de estar entre aqueles entusiasmados com mais um título conquistado pela Cimed na Super Liga de voleibol. Não dá, não tem nada catarina nessa história a não ser o nome da Capital. Ou alguém acredita que aquele povo que foi ao Maracananzinho era torcida nossa e não um bando de gente apenas fantasiada. O técnico e jogadores formam um valoroso grupo de “estrangeiros” que joga em um ginásio emprestado pelo município. E, pior, quando esse projeto deixar de interessar ao laboratório que lhe empresta o nome, babaus time de voleibol “catarinense”.

Presidente surdo

Os fatos não me deixam mentir. Domingo, enquanto nos bastidores a direção do Criciúma gritava sob a chuva que encharcava a Ressacada que não aceitaria a transferência do jogo para o dia seguinte – como manda o regulamento –, o presidente do Avaí, João Zunino, dava entrevistas garantindo que o gramado estava bom e que não havia razão para a transferência. O próprio técnico do Criciúma falava para quem quisesse ouvir que um campo naquelas condições favoreceria o seu time, mais interessado e defender do que atacar.

Reunião de mentirinha

Maior que a segurança do Criciúma ao insistir com a realização do jogo naquelas condições, só a insegurança (ou seria outra coisa?) do árbitro Célio Amorim e a ingenuidade avaiana. Depois de andar por apenas uma parte do gramado, não quis dar nenhuma informação aos repórteres, um deles da Rádio CBN que lhe emprestara um guarda chuva. “Primeiro vou fazer uma reunião no vestiário para depois decidir”, disse Amorim. Reunião no vestiário? Para quê? E com quem? No Avaí ninguém viu ou ouviu nada disso. Deu no que deu.

sábado, 19 de abril de 2008

Sábado/domingo

Decisão

O Avaí ainda não perdeu nas mãos de Silas e vai a campo neste domingo um ponto atrás do Criciúma, que acaba de passar por uma provação no Rio de Janeiro na derrota por 1 a 0 para o Vasco pela Copa do Brasil. Tantas informações em apenas uma frase mostram as variantes deste jogo que vai definir o adversário do Figueirense na decisão do campeonato catarinense. O fato é que os dois times estão em ascensão, o Avaí sob orientação de um técnico que deu “liga” na Ressacada, o Criciúma de cara nova e excelente aproveitamento no returno, quando foi mais regular e mostrou mais consistência. Últimos resultados podem não significar muito porque a goleada avaiana em Chapecó aconteceu sobre um adversário desmotivado e sem nada mais a fazer na competição. O Criciúma perdeu por apenas 1 a 0 em São Januário jogando quase todo o segundo tempo com um a menos e assim mesmo acabou fulminado só nos últimos minutos e por um pênalti tão idiota quanto desnecessário. Ao Leão será vital fazer valer o fator casa cheia para empurrar o time rumo à uma final histórica do campeonato no único clássico de Santa Catarina.. Sem isso será impossível cortar o embalo do Tigre que tem a significativa vantagem do empate.

Começo, meio e fim

Com as barbas de molho desde que foi humilhado em casa pelo Marcílio Dias, perdendo o jogo e a chance de fazer a final no Orlando Scarpelli, o Figueirense trata de se esconder em Santo Amaro e consertar os estragos do caso Tuta. A truculência da gerência do departamento de futebol, aliada à insegurança do técnico Alexandre Gallo e problemas de comunicação, tem comprometido os resultados de campo. Repito o que já escrevi: o desentendimento com Tuta não é um fato isolado. Gallo já teve esse comportamento na sua chegada ao Internacional, quando afastou do time jogadores importantes como Clemer, Yarlei e o capitão Fernandão, ídolo da torcida colorada. E com Tuta a emenda foi pior que o soneto. Apesar de tantas trapalhadas, os dirigentes prometem manter Gallo até o final da temporada. Duvido que isso seja possível caso o Figueirense perca o campeonato.

Mãe é mãe

Guga nunca se recuperou totalmente da lesão que o afastou das quadras, mesmo após as cirurgias. Isso todo mundo sabia. No entanto, a verdade inteira surgiu pela boca da mãe, dona Alice, em uma entrevista à Rádio CBN no meio da semana. Espontânea e ao seu jeito, Alice Kuerten disse textualmente que não gostaria de ver o filho com a mão nos quadris por causa das dores, como ela vem testemunhando ultimamente. Guga até então nunca revelara em suas entrevistas que perdera não só a facilidade para certos movimentos como também sentia dores jogando.

A culpa é do busto

Na falta de uma explicação melhor para o fracasso no campeonato – a única grande façanha foi derrubar o Figueirense – dirigentes e alguns jogadores lembrando fatos passados mostraram que fora do campo são muito criativos. O azar bateu no clube em 2008, coisa daquele busto do marinheiro colocado no estádio Hercílio Luz. Como brincadeira, para aliviar o clima de decepção, vá lá.

Voleibol

Vanderlei Luxemburgo disse que trabalhou o Palmeiras contra três jogadas do São Paulo: a do Alex Silva, a do Adriano e a manchete.

Desgraça pouca

Quando a fase é ruim não dá nem pra jogar amistoso contra times reservas. Dá até goleada, como aconteceu com o Joinville que foi a Curitiba enfrentar um mistão do Atlético Paranaense e apanhou de 5 a 1.

Folha corrida

Tuta marcou cinco gols em cinco jogos pelo Figueirense. Não serve, mesmo com boas chances de repetir o sucesso dos “velhinhos” Cleber, Sérgio Manoel e Edmundo, o melhor de todos. Jogador problema? Só Cleber não tinha essa fama e o histórico de Tuta é conhecido até pelo poste da esquina.

E agora Metrô?

O Metropolitano encerrou sua participação no estadual com vitória sobre a estropiada Chapecoense. Foi o desfecho de uma boa campanha que conduziu à série C o representante de Blumenau. Mas, como participar de uma competição nacional sem ao menos ter um estádio para sediar seus jogos?

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Quinta-feira

Plim plim

Um novo acordo entre o Clube dos 13 e a Rede Globo pode sinalizar alterações na fórmula de disputa do campeonato brasileiro. Como o assunto envolve muito dinheiro e os negociadores da Globo faz tempo sugerem a volta do mata-mata, em substituição aos pontos corridos, veremos quanto tempo Ricardo Teixeira conseguirá resistir. Justo agora quando a CBF começa a dar sinais de que pretende mesmo organizar o maior campeonato do mundo interclubes, com a estruturação da competição em quatro séries, moralizando de vez o sobe e desce entre as divisões. Mas não pensem que só a Globo está interessada na volta do mata-mata. O Clube dos 13 pode deixar Ricardo Teixeira falando sozinho nessa arenga.

Importar é preciso

Há consenso sobre o mau ano da arbitragem catarinense. Então deixemos de frescura, de utilizar subterfúgios e de argumentos que não se sustentam para que a Federação não traga árbitros de fora para apitar os jogos decisivos do campeonato catarinense. Sejamos objetivos: em tese teríamos apenas três em condições de participarem do sorteio – Paulo Henrique Bezerra, Wagner Tardelli e Luis Orlando de Souza. O primeiro está vetado pelo Figueirense, um dos finalistas, o segundo tem apitado no nome e o terceiro não consegue ganhar confiança mesmo sendo o mais regular de 2008. Como a Comissão de Arbitragem não passa de pau mandado do presidente da Federação, não tem como dizer nem sim nem não a qualquer opção. A realidade constrangedora é que árbitros de fora seriam os mais indicados para trabalhar na decisão do nosso campeonato. O resto é demagogia e politicagem rasteira.


Acorda Marcílio

Derrota para o lanterna e rebaixado Brusque, jogador com fratura exposta, pênalti perdido, torcia vaiando. Assim foi o melancólico fim de festa no campeonato para um dos mais tradicionais clubes catarinenses. Do jeito que vai o Marcílio Dias corre sério risco de deixar a cidade sem o seu único representante. Lages, Rio do Sul, Tubarão, Brusque, entre outras, já tiveram participação importante no futebol do Estado e hoje vivem de fantasmas assombrando arquibancadas de velhos estádios que já foram palco para muita história.

Alvíssaras

Estava achando estranhas as ausências do auditor Luciano Hostins nas sessões chaves do Tribunal de Justiça Desportiva, sendo ele um dos mais importantes advogados do ramo, experiente e conhecedor como poucos de legislação esportiva. Com sua eleição agora para a presidência do TJD catarinense, parece que surge uma luz no fim no túnel. Duvido que Luciano, com a parceria de Marcílio Krieger e outros companheiros responsáveis, abram espaço para maracutaias e jogo de interesses tão escrachado e vergonhoso como aconteceu em vários momentos no TJD este ano.

Capital na rabeira

O jornal de esportes O Lance publicou pesquisa de TNS Sports sobre hábitos dos torcedores brasileiros, constatando que Florianópolis, entre as 12 capitais analisadas, é a que possui público que menos assiste aos jogos do Brasileiro: 1,4 por semana. Salvador e Rio lideram com 2,4 jogos/semana. A pesquisa ouviu 6.036 torcedores.

Esconderijo

O departamento de futebol do Figueirense decidiu por isolamento total após a última rodada do returno. Vai alojar seus jogadores em um hotel de Santo Amaro da Imperatriz, na Grande Florianópolis. Se treinando no Orlando Scarpelli e no CT do Cambirela o acesso às informações já era difícil, imaginem com o gerente de futebol Anderson Barros, Gallo e sua turma fora da cidade.

Sem graça

Um futebol sem cor, jogos decisivos sem emoção, sem vibração de torcida, sem rivalidade em campo. É esse o resultado da insistência e da burrice na determinação de não reservar espaço nos estádios para o torcedor visitante e impedir a utilização das cores do clube. E o cadastramento de torcidas organizadas, outra grande bobagem, serviu pra quê? É muita incompetência reunida, é muita resolução sem causa nem efeito, é muita perda de tempo. E é esse tipo de dirigente que se perpetua no poder.










terça-feira, 15 de abril de 2008

Terça-feira

Façanhas e micos

O Avaí conseguiu o melhor resultado da rodada com a goleada de 6 a 0 em cima da Chapecoense. Os avaianos cobraram com juros altos a derrota do turno em Florianópolis, resultado que acabou beneficiando o Figueirense. O Avaí teve a seu favor a expulsão de um adversário no primeiro tempo e a ausência de torcida no Índio Cndá, território que sempre lhe foi hostil. Agora o time 100% de Silas vai para a decisão com o Criciúma ainda em desvantagem de um ponto, mas o jogo é na Ressacada contra uma equipe que pode se desgastar no meio de semana no Rio na partida com o Vasco pela Copa do Brasil. Já o Figueirense não só perdeu a chance de liquidar o campeonato vencendo o returno como ainda terá que disputar a final fora de casa. Tudo isso graças ao Marcílio Dias que aprontou no Orlando Scarpelli a maior surpresa do domingo.

Salvo conduto

O Joinville, junto com a Chapecoense, transformou-se na grande decepção da temporada. O desastre só não teve repercussão maior por causa da surpreendente vitória em Itajaí, diante do Metropolitano, até então a sensação do campeonato. Salvo do rebaixmento e sem calendário, o Joinville terá muito tempo para planejar 2009. Não pode, sob pena de fechar as portas, repetir o fiasco de 2008.

Na UTI

Jaraguá do Sul, Tubarão e Palhoça torcem para seus representantes conseguirem escapar do rebaixamento na última rodada. O Brusque já foi, sobraram duas vagas. Menos mal para estas torcidas que a tal segunda divisão será disputada ainda este ano, fato inédito no futebol brasileiro e excrescência gerada pela genialidade dos cartolas.

O que vem por aí

Novos e velhos auditores do Tribunal de Justiça Desportiva tomaram posse na festa de sábado em Balneário Camboriú. Passados esses momentos de demagogia e salamaleques vamos esperar que o TJD catarinense consiga se recuperar dos vexames de 2008, trocando a suspeita brandura e a falta de respeito para com os torcedores por uma postura mais digna, o mínimo que se exige desta instituição. A seriedade do futebol segue ameaçada enquanto administradores e julgadores mantiverem comportamentos inadequados.

Papo furado

Em seu discurso de posse para o sétimo mandato (prorrogado até 2015), o irremovível presidente da Federação, Delfim Peixoto, prometeu lutar para que Santa Catarina tenha mais representantes na Série A do campeonato brasileiro. Em primeiro lugar isso não é tarefa sua, a não ser que seu objetivo seja alterar oportunísticamente as regras da competição. Cabe apenas aos clubes, dentro das leis do jogo, atingir essa meta. Em segundo, soa como desprestígio aos filiados que disputam as séries B e C, que deveriam receber a mesma atenção e apoio da entidade. Melhor seria prometer primeiro uma arrumação da própria casa, segundo igualdade de tratamento, independente de divisões ou animosidade de torcidas.

Gosto é gosto

Cariocas e paulistas assistem o final de seus campeonatos com enormes diferenças de efeito e organização. No Rio repetem-se enfadonhamente os clássicos, provocando a inevitável vulgarização de espetáculos que deveriam ser preservados por fórmulas inteligentes. Os pequenos acabaram varridos da competição. Em São Paulo a rotina é outra, com o fortalecimento de clubes do interior, caso de Guaratinguetá e Ponte Preta, envolvidos nas semifinais junto aos grandes São Paulo e Palmeiras.

Superstição

Os torcedores do Internacional preparam seus “trabalhinhos” visando espantar a “uruca” que cerca o time diante de certos adversários. O Paraná é o obstáculo do meio de semana pela Copa do Brasil. Depois, se passar pelo Caxias (já venceu o primeiro confronto), os colorados podem dar de cara com o Juventude que disputa a outra semifinal do campeonato gaúcho com o Inter de Santa Maria.

Orfandade

Até começar a padecer com a lesão que minou sua técnica e sua força, Guga consagrou-se como o melhor de todos os tempos no tênis brasileiro. Deixa as quadras sem um herdeiro à sua altura, resultado da omissão e falta de visão dos que mexem com esse esporte.






sábado, 12 de abril de 2008

Sábado/domingo

Prendam o seu Ivo

Nada de multa, muito menos perda de mando de campo. Avaí e Criciúma saíram totalmente absolvidos e ilesos do caso da bomba no estádio Heriberto Hulse. As firulas jurídicas – ou outros misteriosos desígnios - levaram o STJD a julgar o mérito da causa em questão, ao invés da devolução do processo ao TJD catarinense como chegou a ser ventilado pelos entendidos da jurisprudência esportiva. E tinha gente dizendo que no Rio de Janeiro tudo seria diferente. Para completar o serviço agora é dar um jeito de prender o seu Ivo, mutilado pela bomba, e soltar os três inofensivos torcedores detidos em Criciúma. É arriscado deixar livre por aí elemento perigoso como o seu Ivo, mantendo no xilindró pessoas inocentes que só queriam se divertir um pouco aleijando um idoso. E parabéns à Federação Catarinense, seus dirigentes, legisladores, auditores e o escambau. Conseguiram transformar em criminoso a única vítima deste episódio.

Pode tudo

A partir deste incidente ocorrido na arquibancada do estádio de um dos principais clubes de Santa Catarina, liberou geral. Com esse desdobramento a impunidade está definitivamente sedimentada nas praças esportivas do Estado. Há muito que estão desmoralizadas as vistorias, as exigências contidas no Estatuto do Torcedor, a legislação esportiva tudo, enfim, que se pensava estar valendo para o país inteiro no sentido da proteção dos espectadores e valorização do espetáculo.

PDM

No embalo da esculhambação geral que assola o país e deságua no futebol surge mais uma novidade trazida pela cartolagem e que pode dar merda: o Atlético Paranaense divulga em seu site o preço para as transmissões de rádio em seus jogos, dentro e fora de Curitiba: R$ 15 mil por jogo ou então um pacote no valor de apenas de R$ 456 mil. Quem não aceitar as exigências do clube terá permissão para transmitir somente flashes das partidas.

Aladim

Que solução mirabolante será encontrada para confirmar a participação dos representantes catarinense na Série C do campeonato brasileiro? O Metropolitano não tem estádio, o do Marcílio Dias está cheio de problemas, com interdição de parte das arquibancadas e iluminação deficiente. Chamem o gênio da lâmpada, aquele que costuma freqüentar corredores da CBF, das federações e tribunais esportivos. Ele tem jeito pra tudo.

Jogos de risco

Mais uma vez o Avaí se defronta com a Chapecoense em uma partida que pode definir os rumos do campeonato. O retrospecto em jogos decisivos, desde l977, não é nem um pouco favorável aos avaianos, com desastre recente em plena Ressacada. Em Chapecó correm notícias ambíguas, registrando a operação desmanche da Chapecoense e a conseqüente falta de motivação dos seus jogadores, enquanto a torcida local não vê a hora de, em nome da grande rivalidade, mais uma vez tirar um título do Avaí. Fico com a segunda hipótese. Tomara os responsáveis pela organização desta partida estejam precavidos para evitar mais confusões e mais trabalho para o TJD no apagar das luzes.

Feliz aniversário

A Federação Catarinense de Futebol faz 84 anos e por isso tem festa neste sábado, na sede escondidinha de Balneário Camboriú. Delfim de Pádua Peixoto Filho, este abnegado dirigente, é o único cartola do futebol e Santa Catarina que tem muito que comemorar. Começa seu sétimo mandato com encerramento previsto para 2015, prêmio concedido aos seus parceiros estaduais pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira, através de convenientes alterações estatutárias. A Assembléia Geral que reelegeu Delfim Peixoto por aclamação foi conduzida pelo presidente do Figueirense, Norton Bopré. Explicam-se a todo o momento as caneladas recebidas pelo presidente da FCF nas arquibancadas da Ressacada, bem como o amor nutrido pelo torcedor do Avaí ao doutor Delfim. Palmas pra ele. Merece.

Quem te viu

O Joinville, outrora supercampeão catarinense, está fora da Série C do Brasileiro e ameaçado de rebaixamento no Catarinense. Como pôde descer tão fundo um clube que representa uma cidade como Joinville?


quinta-feira, 10 de abril de 2008

Qinta-feira

Esculhambação geral

Depois de muita confusão com intervenção do Ministério Público, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, CREA, vistorias minuciosas e interdição determinada por ordem judicial, o estádio Hercílio Luz, num passe de mágica, se transformou em uma das praças de esporte mais confortáveis e seguras de Santa Catarina. Não só o Marcílio Dias voltou a jogar ali como até o Joinville, punido com a perda de mando de campo em uma partida, resolveu utilizar o Gigantão das Avenidas. Uma varinha mágica deve ter dado um jeito nas arquibancadas, mexido nas cabines de imprensa, melhorado lanchonetes e a qualidade da comida, reformado vestiários e transformado em tapete o castigado gramado marcilista. E atenção maus entendedores. A referência sugere apenas uma alegoria, válida para todas as decisões tomadas ultimamente nos altos escalões da justiça, desportiva ou não, e do futebol catarinense.

As injustiças

Tem três sujeitos presos em Criciúma por causa daquele caso da bomba no estádio Heriberto Hulse. Presos, não julgados e, portanto, ainda sem punição. Enquanto isso a papelada do processo circula nas justiças comum e desportiva. No que se refere aos clubes, por exemplo, o caso terá apreciação no STJD, Rio de Janeiro. Ou volta para o pleno do TJD catarinense. Entre idas e vindas para atender aos ritos jurídicos, incluindo prazos, recursos, mudança na composição do TJD e outros qués-qués, poderemos assistir a continuação dessa palhaçada toda somente após o final do campeonato. Até lá o seu Ivo, com uma das mãos amputadas pela bomba, tem tempo para pensar como é tratado o cidadão brasileiro.

Pão-de-ló de festa

O único que não perde a viagem nessa interminável ridicularia é o presidente da Federação, Delfim Peixoto. Zeloso de seus compromissos com sua entidade e o nosso futebol, ele vai ao Rio de Janeiro assistir o julgamento empurrado para o pleno do STJD. Cuidado com a dengue, Presidente. Ignore o calor, leve camisas de manga comprida e repelente. Siga os conselhos do prefeito César, o da epidemia. Trate de voltar com saúde para acompanhar, com a isenção de sempre, os próximos capítulos deste rumoroso caso e as rodadas finais do campeonato.

Mosquito atleta

Diego Hipólito, o da ginástica, já deixou o hospital onde esteve internado por causa da dengue. Carlão, do vôlei e presidente da Fundação de Esportes de Florianópolis está em observação depois de voltar de uma viagem ao Rio de Janeiro.

Nem tudo é perfeito

Os jogos das duas últimas rodadas do returno do campeonato catarinense serão disputados no mesmo horário, exceção feita a Joinville x Metropolitano, programado para meia hora antes dos demais no estádio do Marcílio que não tem iluminação. Faltou pouco para um elogio ao bom senso. Este jogo tem a ver com a luta do Joinville na fuga do rebaixamento.
Dedicação recompensada

José Neves, presidente da Futebol Brasil Associado, entidade que cuida dos interesses dos clubes a Série B, ganha pelo esforço e dedicação à causa, a módica quantia de R$ 19,2 mil mensais. Fábio Koff, Clube dos 13, Série A, ganha R$ 43 mil.

Daltonismo cerebral

A RBS TV Porto Alegre cumpriu boa pauta ao fazer matéria com divulgação em rede sobre a evolução das torcidas femininas de Grêmio e Internacional. Tudo certo não tivesse a repórter Eduarda Streb comparecido ao estádio gremista com uma vistosa blusa vermelha. Cochilo imperdoável de editoria e reportagem. Doeu mais que nos olhos, acredito eu, de todos os gremistas, assistir aquele vermelho intenso à frente das mulheres tricolores em pleno pórtico do Estádio Olímpico. Quem mora na aldeia e conhece os caboclos sabe o que estou querendo dizer. Imaginem um repórter vestido de azul e branco fazendo matéria no meio da torcida do Figueirense, e vice-versa.

Formulismos

Já aconteceu por aqui vitimando o único clássico catarinense e agora os gaúchos resolveram imitar. Fizeram um campeonato com a possibilidade de não ser disputado um único Grenal. A eliminação do Grêmio antes da semifinal selou a burrice.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Terça-feira

Avaí pode fazer Figueira campeão

Não é delírio, são os números da tabela misturados com a projeção das rodadas finais do returno. O Avaí tem pela frente dois jogos complicados, em Chapecó e na Ressacada contra o próprio Criciúma. São 21 pontos do Tigre contra 20 pontos avaianos. O Figueirense de novo ressuscitado está apenas três pontos atrás do líder. No próximo domingo o Criciúma é favoritíssimo contra o Guarani no Heriberto Hulse. O Figueirense tem moleza com o Marcílio Dias no Scarpelli. A pedreira com boa possibilidade de derrota sobrou para o Avaí diante da Chapecoense no Índio Condá. Mantida a lógica, chegaremos à seguinte situação: Criciúma 24, Avaí 20, Figueirense 21. Sem chance, que ânimo terá o Avaí para derrotar o Criciúma na última rodada? Vitória avaiana combinada com uma vitória do Figueira em Ibirama sobre o Atlético, fará o maior rival campeão do returno - número de vitórias – e, por conseqüência, campeão catarinense de 2008.

Um olho no padre, outro...

Tudo o que está escrito acima poderá não valer um tostão furado a partir de quinta-feira, quando o Superior Tribunal de Justiça Desportiva julgará, no Rio de Janeiro o rumoroso – para não dizer outra coisa – caso que envolve Criciúma e Avaí. Lembram da bomba, da mutilação do torcedor, e que o nosso (dele) tribunal como sempre faz optou pela impunidade de todos os envolvidos? Pois pode estar nas mãos do STJD o futuro do campeonato. Qualquer punição que venham a sofrer Avaí e Criciúma, dois candidatos ao título do returno, dará outros contornos às rodadas decisivas. O Figueirense, é claro, além de se preparar para os dois jogos que lhe faltam acompanhará com muito interesse a semana acariocada.

Tapetão sujo

O comentarista de arbitragem da Rede Globo e Sportv, Renato Marsiglia, disse domingo à noite que os grandes responsáveis pela violência dentro e fora dos gramados são os tribunais esportivos estaduais. Marsiglia, criticando a impunidade que grassa pelos estádios brasileiros, bateu na mesma tecla que o Diarinho e seus colunistas vêm batendo.

É assim

Colhi depoimento de um repórter que buscou junto aos auditores e outros membros do TJD alguma explicação convincente sobre as últimas decisões daquela corte. Um dos entrevistados pouco ou nada sabia a respeito de um dos processos, justamente o mais cabeludo, e senhores da entidade “mater” do futebol catarinense fizeram de tudo para dificultar o trabalho do jornalista. Outro dia tentei falar com um dos auditores, advogado especializado em legislação esportiva e profundo conhecedor de tribunais desta área. Queria saber dele, entre outras coisas, a razão de sua ausência justamente nas sessões que envolveram os processos mais importantes. Pelo que entendi, não era comunicado sobre as sessões, muito menos suas pautas. Deve ter sido esquecimento de algum funcionário do TJD. Ou então a Federação ainda se comunica através de tambores e sinais de fumaça.

Ponta abaixo

O rebaixamento para a divisão especial, nome pomposo da segunda divisão, já tem o Brusque matematicamente garantido. Falta pouco para fecharem a tampa do caixão do futebol de grande tradição em Santa Catarina. É difícil acreditar que a cidade irá muito longe para manter um clube, seja com que nome for, com as exigências de um futebol dito profissional pouco organizado e de estrutura tão precária. A comunidade, por motivos óbvios, se desmobiliza cada vez mais. Joinville, Palhoça, Tubarão e Jaraguá do Sul seguem na mesma trilha.

Ponta acima

Entre os melhores e que resistem bravamente estão os de sempre, agora desfalcados do Joinville que vive uma das piores temporadas de sua curta e gloriosa história. Hoje nem Waldomiro Schutzler e José Elias Giuliari dariam jeito no JEC. As honras da casa ficaram para a dupla da Capital, acompanhada do Criciúma. Só os três ainda têm chances este ano de fazer alguma coisa para alegrar suas torcidas. Pode ser coincidência, mas Figueirense, Avaí e Criciúma são os nossos representantes nas duas principais divisões do campeonato brasileiro.

sábado, 5 de abril de 2008

Sábado/domingo

TJD chapliniano

Reza a lenda que a impunidade campeia no futebol catarinense. Cá entre nós, isso é uma grande injustiça. Basta examinar algumas das últimas decisões do nosso Tribunal de Justiça Desportiva, todas rigorosamente de acordo com a legislação vigente. Comecemos pelas infrações disciplinares cometidas pelos atletas no calor da disputa. Compreensivelmente o TJD coloca o fator emocional em primeiro plano e opta pela brandura em suas decisões. Casos mais sérios, - agressão, jogo violento é coisa pouca - envolvendo briga de torcidas com mutilação de torcedor, sabiamente a bola é passada adiante, quer dizer, para a justiça comum. Interdição de estádios por falta de segurança? Nem pensar. Não há tumulto, incidente grave ou desconforto para o torcedor que motive atitude tão drástica. O cai-cai do Atlético de Ibirama foi considerado fantasia da arbitragem, ilusão de ótica da torcida, e delírio dos jornalistas que cobriram o jogo com o Avaí. Aliás, o Avaí foi beneficiado com um gol a mais, fruto do cai-cai que não houve, segundo o TJD. Nada sério. Afinal um tribunal tão generoso e ciente de suas responsabilidades pode - por que não? – distribuir bônus a quem bem entender. Por fim temos os episódios do último clássico, com indiciamentos sérios de parte do procurador Valdir Zanella. Não se assustem nem se impressionem senhores dirigentes, jogadores e outros envolvidos, com o rigor do doutor Valdir. No último capítulo de mais essa tragicomédia estarão todos salvos, felizes e impunes. Estendo aos torcedores que vão a campo somente para assistir futebol, e aos jornalistas conscientes de seus compromissos, a recomendação que fiz aos árbitros na coluna de quinta-feira: vistam-se de palhaços, bem caracterizados, aqueles com maquiagem vistosa, um narigão vermelho e um sapatão a la Chaplin. Os senhores do tribunal, acostumados a essa pantomima, vão morrer de rir.

Bom exemplo

Acreditem, vem da Federação Carioca de Futebol a indicação de quem nem tudo é podre no reino da Dinamarca. De agora em diante os árbitros e auxiliares sorteados para os jogos decisivos ficarão dois dias concentrados em um hotel da zona oeste do Rio de Janeiro. Estarão, com membros da Comissão de Arbitragem, livres não só de balas perdidas, mas principalmente das pressões de origem conhecida antes das partidas.

Fumaça e fogo

Os Quero-Queros que povoam o Centro de Treinamento da Palhoça e o estádio Orlando Scarpelli detectaram ruídos na comunicação - escalações e mexidas no time - entre o técnico Alexandre Gallo e alguns jogadores. Problema semelhante ao que aconteceu no Beira Rio e que acabou provocando a saía de Gallo do Internacional.

A semente

A campanha pela paz nos estádios de futebol, iniciativa do Sindicato Catarinense das Agências de Propaganda e da Associação Catarinense de Emissoras de Rádio e Televisão poderia ter acontecido junto com o início do campeonato. Fica a idéia com possibilidades de ampliação e lançamento mais cedo em 2009.

Gato escaldado

Um campeonato de segunda divisão com até 14 participantes parece um exagero da Federação e dos próprios interessados. Não custa lembrar a temporada passada quando aconteceram desistências e muitos problemas pela falta de estrutura da maioria dos clubes.

A cartolagem não aprende

Já proibiram as camisas e faixas, querem proibir o acesso aos jogos das torcidas visitantes e agora a bíblia dos insensatos pega para o lado dos jogadores. A CBF quer punir comemorações de gol consideradas desrespeitosas. Empurraram mais uma para os árbitros, cujo critério é que vai definir o que é falta de respeito para com o público e adversário.

Bom senso

A rodada começou com um resultado normal, apesar de o parto ter sido difícil, na vitória do Avaí sobre o Brusque. No sábado mais três jogos, domingo mais dois. Diante da esculhambação ampla, geral e irrestrita em que se transformou nosso campeonato, me permito observar sobre providências que deveriam ser tomadas para unificação das rodadas decisivas. São muitos os interesses em jogo, a Federação e as televisões deveriam pensar nisso. O recomendável são jogos no mesmo dia e horário. Elementar, meus caros dirigentes.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Quinta-feira

Coerência e impunidade

Não sei onde os doutos membros do nosso (dele) Tribunal de Justiça Desportiva têm buscado inspiração para tanta barbaridade. Seguindo a mesma linha de raciocínio desde que o mundo é mundo ou desde que a FCF foi de mala e cuia para o Balneário, o tribunal vai livrando a cara de todo o mundo. O último foi o meia Marquinhos, do Avaí, expulso por jogada violenta, mas absolvido no TJ catarinense. Quem serão os próximos beneficiados pela doçura dos julgadores? A fila vai andando ao sabor da impunidade, para desespero principalmente dos árbitros, cobrados a cada rodada e cujas súmulas acabam no lixo. Sugiro aos chamados “homens de preto” que troquem essa indumentária que os identifica como maior autoridade no gramado pela sugestiva fantasia de palhaço.

Roupa suja

A FIFA quer proibir investimentos com capital externo nos clubes. A idéia é impedir parcerias suspeitas como as que aconteceram no Brasil com Grêmio e Corinthians. A FIFA primeiro deveria arrumar a sua casa, antes de meter o bedelho na dos outros. Mexer em algumas “cláusulas pétreas” do futebol, por exemplo, já seria um bom começo.

Errei

Escrevi outro dia que o Figueirense corre atrás do tetra em 2008. Corrijo: fiz confusão com os três títulos conquistados em 2002/2003/2004 e o campeonato de 2006. Nos intervalos aconteceram as vitórias de Criciúma, em 2005, e da Chapecoense ano passado.

Errei de novo

Acho que me atrapalhei com a enxurrada de e-mails protestando contra a nota em que ironizei a situação do Marcílio Dias por causa da atuação dos seus dirigentes. Além de responder um a um todos os mal entendidos, publiquei trecho do texto de um torcedor que sintetiza a paixão marcilista. Deu tudo certo, inclusive as explicações, só o crédito saiu errado. Ao invés de Flávio Roberto, leia-se Anderson Fernandes. Quase 40 anos de profissão não livram nenhum escriba de alguns tropeços no dia a dia.

Profissionalismo às avessas

Temos dois representantes na série C do Campeonato Brasileiro de 2008. Maravilha, diriam os mais afeitos a fechar os olhos para a realidade, aqueles que gostam de varrer as irregularidades para baixo do tapete. Marcílio Dias e Metropolitano conquistaram suas vagas no campo, ponto a ponto, o que é o correto. Só que O Marinheiro está de cofres raspados, tem um estádio meia boca, sem iluminação e recentemente interditado por obra e graça da justiça comum. Sim, porque Federação e TJD jogam no time aquele que falei acima. O Metropolitano nem estádio tem, jogou parte do estadual em Brusque e agora está em Timbó, em mais uma improvisação aceita pela organização (?) do campeonato. A CBF, bem, a CBF dança conforme a música por ela mesma orquestrada.

Censura

Desde que detonou sua assessoria de imprensa, o Figueirense vai de mal a pior em matéria de comunicação com a mídia e sues próprios torcedores. Os jogadores envolvidos com os incidentes do clássico foram proibidos de falar com os jornalistas, determinação da gerência de futebol, capitaneada com orientação ditatorial por Anderson Barros, hoje a maior autoridade do clube.

Piada de mau gosto

Até a quarta-feira cinco jogadores do Internacional mais o fotógrafo do clube haviam contraído hepatite A, deixando em polvorosa o estádio Beira Rio. Os colorados ainda assim não perderam a chance de cutucar o “inimigo”, lembrando que, fosse no Grêmio, o surto seria da B.

Imperdível

O presidente do Vasco, Eurico Miranda, é um dos convidados do Fórum Internacional de Esportes, que será realizado até sábado no Centro Sul, em Florianópolis. Eurico vai falar sobre os 10 anos da Lei Pelé. Vou para a primeira fila.

Pedrinha

Pequenos detalhes vão dificultar a caminhada do Criciúma rumo à decisão do estadual com o Figueirense: a necessidade de vitória do Cidade Azul – joga em casa contra o vizinho - na sua tentativa desesperada para fugir do rebaixamento. A viagem ao Ceará, para o jogo no meio de semana contra o Icasa, Copa do Brasil, também pode atrapalhar.










quarta-feira, 2 de abril de 2008

Terça-feira

As pedras do caminho

As três rodadas que faltam para o encerramento do returno apontam um roteiro mais fácil a ser percorrido pelo Criciúma, hoje líder com 20 pontos, três a frente do Avaí e cinco do Figueirense. A vitória no clássico encheu de gás o time e renovou as esperanças da torcida avaiana. Se não houver tropeços antes da última rodada a decisão sobre quem enfrentará o Figueirense em uma final poderá acontecer na Ressacada. Cabe lembrar que hoje o Avaí está em desvantagem no saldo de gols (14 a 13) e em número de vitórias (6 a 5). O Criciúma tem um jogo em casa (Guarani) e dois fora (Cidade Azul e Avaí). O Avaí joga em casa com o Brusque, vai a Chapecó e volta para enfrentar o Criciúma na última rodada. O Criciúma tem tudo para ganhar o título do returno, com o Avaí pagando um preço muito alto pela derrota para o Marcílio Dias em Itajaí. Já o Figueirense repete a situação do turno, com chances reduzidas e esperando que o raio caia duas vezes no mesmo lugar.

Chaleira

Ainda que esteja garantido na final do campeonato, a água começou a ferver na cozinha do Figueirense. Não só pelo resultado do clássico, mas também pelo futuro da Figueirense Participações, cujo modelo de gestão vem sendo contestado por um grupo de conselheiros. A viagem à Suíça de Nestor Lodetti, presidente do Conselho Deliberativo, para acompanhar o time de juniores em torneio internacional, está deixando a turma com a pulga atrás da orelha. Mais adiante poderá faltar a isenção necessária a Lodetti pela excessiva proximidade com Norton Bopré, presidente do clube, e o executivo José Carlos Lages, alegam os desconfiados. Já tem gente pedindo a intervenção de Júlio César Gonçalves e Harry Egon Krieger, dois nomes de peso no Conselho.

Paixão I

Torcedores do Marcílio Dias não gostaram da nota que publiquei semana passada, criticando a atuação dos atuais dirigentes e a passividade com que reagem aos problemas criados por eles mesmos. Através de e-mail os descontentes demonstraram sua indignação com o teor das observações. Respondi a cada uma destas manifestações, explicando que fui mal entendido pela ironia utilizada na crítica, mas reitero minhas críticas pela situação delicada vivida pelo Marinheiro. História e tradição não se compram no mercadinho da esquina e, infelizmente, o futebol catarinense está cheio de exemplos de agremiações com portas fechadas sem chance de retorno.

Paixão II

Sintetizando as reações apaixonadas dos descontentes com os atuais administradores do Marcílio, reproduzo o final do texto a mim enviado e assinado pelo jornalista e conselheiro do clube, Flávio Roberto de Oliveira: “Resistência, definição mais perfeita para a tortuosa caminhada de quase um século. Caminhada de amor, de humildade, de coragem. Nessa vida apaixonada de maluco beleza eu é que não experimento, nunca mais saio imune, ileso, ao entrar no Gigante das Avenidas e ver o surrado gramado verde oliva, onze guerrilheiros jogando o futebol marginal, com suas vestes vermelho-azul defendendo os corações que pulsam entre a âncora e os remos do eterno Clube Náutico Marcílio Dias”.

Papo furado

Se os responsáveis pelas vistorias nos estádios catarinenses quiserem levar mais a sério sua missão em 2009, será preciso uma alteração profunda nos critérios estabelecidos atualmente. No caso do Marcílio Dias, por exemplo, só no fim do campeonato entenderam de interditar o estádio Hercílio Luz, agora desinterditado. Do dia pra noite voltou tudo à estaca zero. Depois de removerem o bode (refletores) da sala o Gigantão passou a ser seguro. E as arquibancadas? E o alambrado. E o conforto do torcedor? Cadê banheiros? E um lugar decente para comer? Existe? Antes que me atirem pedras, explico que recorro ao exemplo do Marcílio por estar mais à mão, pelo absurdo ser mais recente. Minhas observações valem para todos os estádios de Santa Catarina e para essas vistorias fajutas que acontecem a cada temporada.