sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Quinta-feira

O crime vai virar pó

É revoltante acompanhar o desdobramento da tragédia de domingo na Fonte Nova, quando morreram sete pessoas. Descobriu-se, por exemplo, que o pedido feito pelo Ministério Público baiano de implosão do estádio, ficou dois anos engavetado no judiciário. O ex-jogador Bobô, presidente da fundação que administra aquela praça esportiva, deu inúmeras entrevistas afirmando que os laudos não se referiam a algum problema sério de estrutura, contrariando, na maior cara de pau, tudo o que fora dito e escrito até então. O governador da Bahia, Jaques Wagner, eximiu-se de responsabilidade alegando que não sabia de nada. Mas encontrou um jeito rápido de varrer tudo para baixo do tapete, informando que vai implodir a Fonte Nova e que um novo estádio, com capacidade para 60 mil pessoas, será construído no local.

Pilatos

Em Santa Catarina a Associação dos Cronistas Esportivos – Acesc – faz parte da Comissão e Vistoria e, por conseqüência, tem responsabilidade na liberação de estádios para o campeonato. O que se vê, na maioria deles, na parte que nos toca, são pardieiros chamados de cabines, com muita sujeira, fiações expostas, ambientes sem porta, com cadeiras quebradas, mesas ou bancadas mambembes (quando há) e banheiros imundos. O quadro se repete ano a ano, em alguns dos estádios mais importantes, com o aval da entidade que deveria zelar pelas boas condições de trabalho dos jornalistas. E claro, com a omissão e conivência dos próprios clubes e da Federação Catarinense, que já castigam o torcedor em doses cavalares por conta de praças esportivas desconfortáveis e inseguras. Nada que incomode a quem gosta de assistir os jogos da porta dos vestiários da arbitragem, junto à mesa de delegados ou, quando existem, de camarotes refrescados e bem servidos de mordomias etílico-gastronômicas.

Polenta x pão de queijo

O futebol gaúcho, através da serrana Caxias, sempre esteve bem representado no campeonato brasileiro com a força do Caxias e do Juventude, mais a dupla Grenal. Agora são os mineiros que sobem, mantendo Cruzeiro e Atlético na série A acompanhados do Ipatinga, clube de apenas dez anos e que acaba de ganhar sua vaga na elite.

Dunga olímpico

O rabugento treinador da seleção volta à cena dia 9 de dezembro, com a sua seleção olímpica enfrentando o time de craques do campeonato brasileiro. Dunga surpreendeu fazendo uma convocação abrangente, incluindo jogadores da série B.

Ladeira abaixo

Bojan, 17 anos, prata da casa, é o novo xodó dos espanhóis do Barcelona. Terça-feira Ronaldinho Gaúcho assistiu do banco as peripécias do talentoso garoto ao lado do argentino Messi no jogo contra o Lyon.

Roteiro conhecido

O Avaí terminou o ano com água pelo queixo e acabou de novo morrendo afogado na série B. Com o defunto ainda fresco mandou embora o superintendente que pediu mais autonomia em relação aos parceiros da LSA, torrando uma etapa importante do que poderia ser o início de um bom planejamento para 2008.

Purificação

A contaminação de clubes e seleções européias, asiáticas e africanas por jogadores estrangeiros – principalmente brasileiros - começa a mexer com os velhinhos da FIFA e seu presidente, Jospeph Blatter. Uma das medidas em estudo é limitar em cinco o número de estrangeiros por time. Entre os maiores obstáculos às pretensões da FIFA estão a facilidade de nacionalização dos jogadores contratados a peso de ouro e o nariz torcido principalmente dos clubes europeus.

Verdade

Fernando Calazans, colunista de O Globo, destaca em seu espaço uma prática comum em jogos do campeonato brasileiro, o rodízio de faltas que pára os bons jogadores e prejudica o espetáculo. Calazans acusa os árbitros de omissos e incompetentes por não punirem os agressores que, na maioria das vezes, “fingem que não vêem, apesar de alertados pela Comissão de Arbitragem”. O jornalista carioca ainda faz um “mea culpa” ampliando suas críticas contundentes à maioria da imprensa esportiva, que cala e consente. Assino em baixo.










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