quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Quinta-feira

Circulando

O presidente interino (ele assina assim) da Comissão de Arbitragem da CBF encaminhou circular a quem interessar possa além dos árbitros, com determinações que têm como objetivo estancar as barbaridades observadas a cada rodada dos Brasileirões, A, B e C. Sérgio Corrêa da Silva é o nome do moço, bem intencionado, se vê pelo teor do documento. Como não acredito em autoridade exercida através de papéis e o inferno está cheio de bons moços, fica o dito pelo não dito. As maldades têm origem no despreparo de quem apita e por causa da omissão de quem os dirige exigindo, portanto, medidas muito além de simples recomendações, praxe desde que o mundo é mundo. Ou desde quando Armando Marques institucionalizou o chilique na CBF.

Na contramão

O presidente do Grêmio, Paulo Odone Ribeiro, chamou a imprensa para divulgar detalhes da negociação de Carlos Eduardo, vendido para o Hoffenheim, segunda divisão da Alemanha. Trata-se de procedimento incomum para um dirigente de clube, acostumados que estamos à nova ordem, a partir da implantação da Lei da Mordaça na maioria das agremiações brasileiras. Se treinamento virou segredo de estado, imaginem compra e venda de jogadores.

O público e o privado

Pelo que tenho lido, visto e ouvido, essa movimentação para trazer a Copa de 2014 para o Brasil ainda vai dar muito pano pra manga, para ficar no popular. Começa pela ampliação automática do mandato de Ricardo Teixeira na CBF, assim que a FIFA confirmar o Mundial no país. Providencial alteração de estatuto promovida pelo maior interessado, o Rei Ricardo. O que está gerando mais discussão, no entanto, são os investimentos necessários em construção e reformas de estádios, serviços e infra-estrutura. Recursos que não dispomos hoje para necessidades básicas e urgentes como educação e saúde. Segurança e transportes vêm a seguir, na companhia de outras carências para as quais não há CPMF que chegue.

Que momento!

Não será fácil para dirigentes, conselheiros e torcedores a comemoração dos 84 anos do Avaí. A campanha ruim na série B do Brasileiro com ameaça de rebaixamento deixa todos na Ressacada com os nervos à flor da pele. A programação divulgada pela assessoria de imprensa do clube é grande, mas a apreensão pela proximidade da tragédia é maior ainda. Cadê ânimo para lembrar história e tradição sedimentadas nesse tempo todo de vida?

Filho de peixe, peixinho

Sabem aquela história de que papagaio come milho e periquito leva a fama pela sujeira que fica? Foi isso que passou matéria da ESPN Brasil sobre o time que representou Balneário Camboriú na divisão de acesso. A Federação Catarinense de Futebol, grande albergue de aventureiros, abrigou a picaretagem de alguns paulistas que da noite para o dia inventaram um clube com o nome do município. O noticiário, claro, misturou alhos com bugalhos e a conta e o calote foram cobrados de quem não devia. E vem mais por aí já que o próximo presidente da FCF é cria da casa e reza pela cartilha do doutor Delfim.

Tempo perdido

Guga veio, viu e venceu. E, apesar do seu sucesso, perdemos a grande oportunidade de produzir novos grandes tenistas. Hoje o país e o Estado estão limitados a esforços pontuais, como o do Instituto do Tênis, em Itajaí, e do Instituto Guga Kuerten, em Florianópolis. O IGK promove torneio esta semana, na sede da Federação Catarinense de Tênis, com envolvimento de 48 crianças na faixa etária de 9 a 14 anos. É pouco para quem teve em quadra o maior tenista brasileiro de todos os tempos.

Dia do Fico

Com juras de amor ao clube e à cidade, Mário Sérgio garante que não vai para o Corinthians. Fica em Florianópolis e no Figueirense em agradecimento ao apoio que recebeu quando estava fora do mercado e quando teve problemas de saúde após uma operação de apêndice. Quanto ao seu relacionamento com a imprensa, nada disse e nada lhe foi perguntado.

Sina

Na primeira fase do Mundial Sub-17 o Brasil só ganhou da Nova Zelândia e Coréia do Norte e perdeu para a Inglaterra. Ontem confirmou o fiasco ao ser eliminado por Gana. A base do futebol brasileiro vai bem nos clubes e muito mal nos times organizados pela CBF. Por que será?







terça-feira, 28 de agosto de 2007

Terça-feira

Ensino à distância

Os árbitros brasileiros seguem desamparados, sem ter a quem pedir orientações ou socorro para os cavacos do ofício. O gaúcho Carlos Simon, no programa “Bem Amigos”, da Sportv, não respondeu se alguma vez este ano foi convocado para uma reunião com os responsáveis pela Comissão de Arbitragem, que passa por sua segunda diretoria depois do Armando Marques. A não ser pelos testes físicos e teóricos, aplicados pelas federações com orientação à distância da tal Comissão, nada mais se faz para dar suporte aos nossos amados homens do apito. Não há nem um processo seletivo para separar o joio do trigo. O resultado aparece a cada rodada dos Brasileirões, como no último final de semana. Do Oiapoque ao Chui aconteceram erros de todo o tipo, dando razão aqueles destemperados que, à beira dos gramados, perdem a compostura e acabam nos tribunais como únicos vilões e merecedores de punição.

Previsível

Mário Sérgio descobriu que a responsabilidade pela estiagem do Figueirense que já dura cinco jogos é da imprensa. Na entrevista coletiva após a derrota para o Palmeiras destilou veneno contra os jornalistas de Florianópolis, acusando-os de torcerem contra o time que dirige. O treinador poderia ser mais original em seu comportamento e dar menos bandeira para seu desprezo contra a turma da casa. Quem sabe ele volta para São Paulo para treinar o Corinthians no lugar de Carpegiani. Seus queridinhos paulistas não falam em outra coisa desde domingo.

O gordo e o magro

“Ronalducho” para os brasileiros, “El Gordo” na Espanha. Apelidos como esses fizeram parte do calvário vivido pelo atacante Ronaldo antes de sua transferência para o Milan. Parece mentira, mas depois desse tempo todo servindo para chacota, foram os médicos do clube italiano que descobriram o motivo para o brasileiro ter dificuldade em perder peso. Ele sofre de hipotiroidismo, disfunção glandular que vinha empurrando o “Fenômeno” para uma aposentadoria precoce. Cinco quilos e meio mais magro, Ronaldo agora é alvo de outra brincadeira: “ele parece um modelo”, diz o técnico do Milan, Carlo Ancelotti, o que mais apostou na recuperação do jogador.

Chatos

As transmissões das corridas de Fórmula I se transformaram em belos exercícios de adivinhação. É infernal acompanhar pela tevê o papo dos sabichões que não se dão conta da nossa “ignorância”. Como se fôssemos experts, ouvimos o tempo inteiro comentários intermináveis sobre aquelas engenhocas que nós, simples mortais, só conhecemos de ver passar por breves instantes na telinha. Identificação de carros e pilotos como orientação para o telespectador não consta do manual de transmissão. E tome bobagem para segurar a audiência e a torcida pelo brasileiro Felipe Massa.

Cemitério de elefantes

Demorou bem menos do que eu pensava a preocupação com os equipamentos esportivos construídos para os Jogos Pan-Americanos no Rio de Janeiro. Jogaram o estádio João Havelange, o Engenhão, no colo do Botafogo, que ainda nem sabe como vai lidar com aquilo tudo. Agora vem a confissão de dirigentes esportivos do Rio, admitindo a incapacidade econômico-financeira do Estado para administrar arenas multiuso, parque aquático e outros brinquedinhos caros e sofisticados. Nas primeiras licitações não apareceram interessados.

Dramalhão

A vida da bandeirinha Ana Paula daria um bom roteiro para aqueles antigos filmões mexicanos produzidos pela Pelmex. A moça tem se especializado em aparecer na mídia não por suas qualidades na profissão que escolheu, mas pelo viés da polêmica e exposição excessiva a câmeras e microfones. Depois que os machões da CBF a execraram por causa das fotos para a revista Playboy, ela descobriu que o que mais ama na vida é trabalhar no futebol. E lacrimeja arrependida pedindo para voltar, como fez outro dia em programa da TV Globo. Ana Paula de boba não tem nada, sabe até onde o choro é livre e recompensado.

A Copa é deles

O Figueirense que trate de tocar a sua vida e seus projetos para um novo estádio. Se depender de governo e políticos vai pagar um mico por semana, como vem acontecendo nessas reuniões no Rio de Janeiro visando a Copa de 2014.












sábado, 25 de agosto de 2007

Sábado

Copa do B

Vem aí a Copa Santa Catarina, classificatória para a Recopa Sul, competição que reunirá os campeões catarinense, gaúcho e paranaense. Um enxe-linguíça de calendário que por aqui ainda não definiu número de participantes, embora a Federação já tenha divulgado a tabela. Certeza mesmo só para a presença de Figueirense, Avaí e Joinville, todos B, mais a Chapecoense.

Falta pouco

Estamos a uma semana do final da operação desmanche 2007 no futebol brasileiro. No final do mês termina o prazo para a saída dos nossos jogadores para o exterior. Até lá torcedores cruzarão os dedos para que não apareça nenhum empresário com euros e dólares atrás dos seus ídolos. Já os dirigentes deixarão sapatinhos na janela esperando por um Papai Noel de meio de ano.

Provocação

Dunga mantém a rotina dos treinadores da seleção, provocando polêmica pelo país inteiro e insuflando as paixões regionais. Tem um tanto de implicância dos que não gostam de seus métodos, mas uma boa porção de bizarrices de um homem turrão. A volta do Afonso e a opção por Doni ao invés de Rogério Ceni, para ficar apenas nisso, são preferências injustificáveis. O amistoso contra a Argélia deixou uma lição e uma advertência, depois que Ronaldinho e Kaká entraram no segundo tempo e mudaram a cara do time.

Convicção

Nessa trajetória até outubro, quando começa a eliminatória para a Copa do Mundo, não há muito tempo para indefinições. Por enquanto são muitos os escolhidos, poucos os eleitos: Júlio César, Maicon, Lúcio, Juan, Kaká, Ronaldinho e Robinho, sete apenas, são unanimidade. É pouco, quase nada.

Impressão

A passagem do Figueirense por São Paulo merece dois registros, ambos com a marca do seu treinador. A boa postura do time em campo, deixando escapar por pouco a classificação, e a presença do Mário Sérgio à tarde, no dia do jogo, no programa Arena, da Sportv. Simpático, bem falante, distribuindo sorrisos, como faz sempre que sai de Florianópolis, Mário apenas confirmou a impressão que tenho sobre sua aversão pela crônica esportiva da cidade onde ele vive e trabalha. E onde não ri, limita entrevistas e acesso aos treinos, e não participa de programas de rádio ou televisão. Para quem durante 15 anos esteve do outro lado do balcão, é lamentável.

Evidências

Nossos principais times e mais bem colocados na tabela do Brasileirão são dirigidos por treinadores formados futebolisticamente no sul. Cuca, pelo Botafogo, Celso Roth no Vasco, Renato Gaúcho no Fluminense, Paulo Bonamigo no Goiás e Carpegiani, tirando o Corinthians do atoleiro, são as realidades não reconhecidas pelo ranço carioca (principalmente) e paulista.

E agora?

Discussão interessante acontece no Rio Grande do Sul, onde a Brigada Militar (a PM de lá) não faz mais policiamento interno nos estádios. Essa bronca agora ficou por conta dos clubes e seus seguranças. Os “brigadianos”, como eles chamam, trabalham somente na parte externa das praças esportivas e arredores. Dentro, só pagando. Como, aliás, já acontece em Santa Catarina, onde os clubes têm desconto no borderô da taxa de policiamento em dias de jogos. O primeiro teste terminou em pancadaria, à tarde, num Grenal no Beira Rio pelo estadual de juniores. A confusão foi contida e o jogo começou só depois do socorro da BM.

Baixaria

Em entrevista a uma tevê italiana finalmente o zagueiro italiano Materazzi revelou, com todas as letras, a frase que tirou Zidane do sério na última Copa e provocou aquela cabeçada: “depois de segurá-lo em uma falta ele perguntou se queria sua camisa. Respondi que preferia a puta da irmã dele”.

Recomendo

Para os coleguinhas da mídia esportiva, simpáticos ou não à cartolagem, leitura do livro “Jogo Duro”, biografia de Jean-Marie Faustin Godefroid Havelange, escrita pelo jornalista mineiro Ernesto Rodrigues. “João Havelange foi o primeiro a ler esta biografia. E não gostou de tudo que leu...”, escreveu Ernesto nas duas primeiras linhas do prefácio. São mais de 400 páginas, estou no início, mas é muito bom.





quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Quinta-feira

Pérolas aos porcos

Independente do resultado da Copa América e do amistoso de ontem, a seleção brasileira e o trabalho de Dunga continuam a mexer com os nervos da mídia do eixo Rio-São Paulo. Nos programas esportivos de rádio e tevê e na leitura de jornais dá para perceber a antipatia nutrida contra o treinador, sentimento ampliado quando Ronaldinho Gaúcho e Kaká esquentam o banco de reservas. E com a seleção em campo o comportamento dos jornalistas não muda, seja em amistosos ou competições oficiais. Não foi diferente ontem contra a Argélia, quando Dunga fez as experiências que julgou necessárias, escalando um time em cada tempo. Ruim pra ele é que os castigados que entraram no segundo tempo foram os principais responsáveis pela vitória.

Fundesporte

O colega César Valente, da coluna “De Olho na Capital” e adjacências, descobriu mais uma generosidade do Fundo para o Incentivo ao Esporte, desta vez beneficiando um piloto da Stock Car Light, Eduardo Berlanda, filho do secretário regional de Curitibanos, Nilso José Berlanda. O incentivo ao rapaz, último colocado nessa categoria do automobilismo brasileiro, custou R$ 250 mil. E tem gente no Conselho Estadual de Desportos, um dos gestores do Fundo, que ficou com os nervos a flor da pele depois que registrei aqui a contribuição de R$ 96 mil ao Metropolitano, clube de futebol profissional de Blumenau, para uma viagem de turismo à Europa. O que incomoda é que projetos sérios e bem mais importantes, com captação de recursos garantida, estão na fila e não conseguem a liberação da turma que tem a chave do cofre.

Choradeira

Já tem município reclamando da classificação por medalhas, novo critério adotado pela Fesporte para seus principais eventos. Os descontentes querem implantar um sistema híbrido, com pontos e bonificação especial por medalhas conquistadas, sugestão que já circulou pelo Conselho Estadual de Desportos, mas acabou reprovada. A queixa contra o critério atual é que beneficiaria as modalidades individuais, em prejuízo das coletivas. Gozado é que na hora de se fazer representar e ouvir no Conselho, não aparece ninguém.

Dois pesos...

Mano Menezes, do Grêmio, já foi expulso três vezes este ano. Renato Gaúcho afirmou que o Flu tem sido roubado neste Brasileirão. Joel Santana foi flagrado pelos microfones de ambiente, à beira do gramado, incitando seus jogadores a baterem nos adversários, no jogo entre Flamengo e Santos. Muricy Ramalho, do São Paulo, tornou público suas suspeitas em relação ao caso do botafoguense Dodô. Foram todos absolvidos no STJD. O técnico do Avaí, Alfredo Sampaio, não pode trabalhar direito, punido por de 60 dias, e ameaça ir embora se o clube não conseguir efeito suspensivo.

Segredos de alcova

O vocalista da banda Marron 5, Adam Lavigne, namorou a belíssima tenista russa, Maria Sharapova. Nada demais não tivesse o músico declarado à revista Exile que Maria é ruim de sexo. Adam queria ouvir na cama os gemidos que ela emite na quadra a cada rebatida.

Negócios do além

Cláudio Duarte dirigiu o Juventude em quatro partidas, com três derrotas e um empate. Deixou Caxias inesperadamente sexta-feira à noite, véspera do jogo contra o Corinthians. Os maus resultados teriam provocado sua demissão, coisa comum no futebol brasileiro. Nada disso. Ele saiu por causa do “guru” Pin, enviado ao vestiário por uma empresa prestes a fechar um negócio de R$ 50 milhões com o clube.

Vale tudo

A divisão de acesso, organizada (?) pela Federação Catarinense, não para de produzir assunto e piada. A última envolve o Ferroviário, de Capivari de Baixo. O time do sul foi a campo no último domingo para enfrentar o Próspera, com apenas 11 jogadores. No segundo tempo o lateral Peteca saiu machucado e a solução foi a entrada em campo de Edson Criciúma, o treinador do time. O clube garante que ele estava regularmente inscrito.

Versão oficial

Mário Sérgio finalmente apareceu em um programa de tevê. Foi na RBS, atendendo convite de Cacau Menezes. JB Telles, assessor de imprensa do Figueirense, explicou que Cacau foi o primeiro jornalista a fazer esse convite quando Mário chegou a Florianópolis.


terça-feira, 21 de agosto de 2007

Terça-feira

Tiro pela culatra

A CBF, sem o menor pudor, decidiu beneficiar escandalosamente o Flamengo, permitindo a participação de jogadores contratados após a data dos jogos que agora estão sento atualizados. Ora, foi o clube que pediu para não jogar fora do Maracanã durante o Pan, ao contrário de Botafogo, Vasco e Fluminense, cumpridores da tabela em outros locais. A explicação é que as partidas que ficaram para trás não são atrasadas e sim reprogramadas. Com tudo isso o Flamengo continua na zona de rebaixamento, pressionado pela tentativa de recuperação e prejudicado pela fragilidade do time. Em se tratando de futebol carioca tudo é possível.

Ola jurídica

Passou a comédia Dodô, vem aí a novela Marcão, o vaidoso zagueiro do Inter pego no exame antidoping por causa de um remédio contra a queda de cabelo. Os advogados do clube gaúcho preparam a defesa do jogador confiando que o STJD tenha o mesmo comportamento em relação ao caso do atacante botafoguense. Só se o Internacional conseguir incluir alguns torcedores entre os que forem julgar este processo.


Choradeira inútil

Muitas reclamações e nenhuma providência. Tem sido esse o comportamento dos clubes que a cada rodada do campeonato brasileiro desmancham-se em lágrimas por causa dos erros de arbitragem. A não ser por uma carta enviada pelo Botafogo à CBF ninguém fez mais nada. E o início do returno foi pródigo naqueles erros grotescos que não precisam da televisão para serem detectados. Parece que o corporativismo do Clube dos 13 só serve para negociar quotas de patrocínio e tevê.

Os piores

De volta ao Inter o técnico Abel Braga revelou seu verdadeiro motivo para a adoção de treinos secretos: fazer birra para a imprensa. Abel não é o único, tem mais gente pelo país segregando jornalistas, em uma sala ou por trás dos portões dos centros de treinamento, o mais distante possível de onde os fatos estão acontecendo. Alguns jogadores têm se aproveitado da “organização” para fugir das entrevistas. Os prejudicados são o bom jornalismo e os torcedores, privados da informação correta.

Os melhores

O jornal O Globo fez sua seleção do turno do Brasileirão com três cariocas, três paulistas, um goiano, dois mineiros, um paranaense e um gaúcho: Rogério Ceni (SP; Paulo Baier (GO), Thiago Silva (Flu), Juninho (Bota), e Jorge Wagner (SP); William (Cor), Thiago Neves (Flu), Wagner (Cruz) e Diego Souza (Gre); Araújo (Cruz) e Josiel (PR). Será que o Dunga gostou desse time sem volantes?

Punição burra

O meia Zé Roberto foi afastado do Botafogo por indisciplina e continua treinando a parte. Enquanto isso o time parou de vencer e Cuca pediu á diretoria a reintegração do jogador. O resultado para esse tipo de punição é sempre o mesmo com prejuízos para a equipe e a volta do rebelde como herói ou salvador a pátria.

Inimigo em casa

Só o vice-administrativo do Figueirense, Luis Fernando Philippi, fez sua parte na reunião que a CBF convocou para tratar da Copa de 2014. Carlão, superintendente da Fundação Municipal de Florianópolis e Joceli de Souza, gerente da Secretaria de Cultura, Turismo e Esporte, chegaram atrasados, como se tivessem viajado para tratar de uma quermesse de igreja. Com parceiros desse quilate, ninguém precisa de concorrência forte na luta por uma sede da Copa. Além do que a FIFA já definiu vistorias em cinco das doze cidades necessárias: Rio, São Paulo, Brasília, Porto Alegre e Belo Horizonte. As demais terão que fazer apresentações especiais em uma próxima reunião. Com seus representantes chegando a tempo para não deixar os parceiros falando sozinhos.

Brasileiros

A passos miúdos, o Figueirense se mantém próximo da zona de rebaixamento e, ao mesmo tempo com boas chances de figurar na faixa intermediária da tabela, menos por seus méritos, mais pelo equilíbrio da competição. Do outro lado das pontes o Avaí segue puxado para baixo e, se não ganhar do Vitória hoje, em casa, sobe no cadafalso. O Joinville da série C empatou na Arena e complicou o que estava fácil.










sábado, 18 de agosto de 2007

Sábado

Passado

Repórter setorista era aquele sujeito que acompanhava o dia a dia dos clubes, assistia treinamentos, fuçava os bastidores, questionava dirigente, corria 24 horas atrás da informação, sempre tentando evitar bola nas costas de algum concorrente. Um porteiro, roupeiro, massagista, desde que devidamente recompensados podiam ser boas e insuspeitas fontes. Era de lei escutar atrás das portas, burlar a vigilância da cartolagem, conquistar a confiança da boleirada, nada que implicasse em algum tipo de comprometimento, o chamado “rabo preso”. Trocar figurinhas com algum companheiro de outro veículo? Nem morto. Hoje a formalidade decretada pelas assessorias de imprensa – necessárias, mas com função distorcida –, igualou os noticiários de rádio e as matérias de jornais. Os treinos secretos, a blindagem, a mentira como regra de conduta, a pouca maleabilidade e a antipatia de alguns treinadores, somados à falta de criatividade dos dirigentes, matariam de tédio ou provocariam a demissão de qualquer bom jornalista esportivo daqueles tempos.

Presente

O Figueirense parece organizado, mas seu relacionamento com o torcedor e a imprensa está suficientemente desgastado para provocar um vazio cada vez maior nas arquibancadas do estádio Orlando Scarpelli. Jogo de Copa Sul-Americana contra o São Paulo, líder do Brasileirão, não pode ter um público de apenas 8 mil torcedores. O clube precisa reavaliar o sotaque de seus atuais porta-vozes e trocar a assepsia do noticiário oficial por uma relação natural e amistosa com torcida e imprensa. E acabar também com o tratamento diferenciado dispensado por alguns de seus representantes a jornalistas do Rio e São Paulo.

Inércia + incompetência =

Na Capital do Estado, dirigentes municipais e universitários assistem passivamente o esporte da região despencar no contexto estadual. Inclua-se aí, principalmente o Carlão, ex-atleta olímpico, hoje na direção da Fundação Municipal de Esportes, e um prefeito enrolado em operações sobejamente conhecidas. Florianópolis aos poucos acaba com suas áreas verdes, não tem parques nem equipamentos esportivos e os novos espaços públicos, como os aterros da baía sul, estão entregues ao mato e à bandidagem. O primeiro aterro, entrada da cidade, tem vários monstrengos em cima: um merdódromo, uma rodoviária, um centro de eventos, horroroso e até hoje sob suspeição, garagens de ônibus, camelódromos e um sambódromo para ser utilizado três dias ao ano. Tudo de frente para o mar.

Enquanto isso

O estádio do Sesi, em Blumenau, está em obras para a implantação de uma pista sintética de atletismo, a segunda em Santa Catarina. A primeira, hoje em péssimo estado e abandonada pelos responsáveis, foi construída com dinheiro público em Itajaí, na época sob os auspícios da Univali e da Prefeitura. O espaço é pouco para um detalhamento maior de razões aqui expostas, mas nesse vai da valsa é fato concreto que tão cedo ninguém vai quebrar a hegemonia blumenauense no esporte de Santa Catarina.

Espelho meu, espelho meu

O presidente da Federação Catarinense, doutor Delfim, gosta muito de exaltar atos corriqueiros, elevando-os à condição de verdadeiras façanhas. Ao protagonizar esse exercício quase diário do “Eu me amo, eu sou o bom”, esquece, por exemplo, de fiasqueira da divisão de acesso, cheia de clubes irregulares, participantes de hoje, eleitores de amanhã, e de um campeonato estadual de juvenis e juniores disputado em segredo, em campos secundários ou centros de treinamento. Justo uma competição com divisões de base, futuro do nosso futebol, que poderia (ou deveria), por exemplo, ser incluída como preliminares de jogos das duas séries do Brasileirão. Menos confete, mais organização e competência fariam um bem danado ao futebol catarinense.

Andorinha

O engenheiro Luis Fernando Philipi, vice-administrativo do Figueirense, participou da reunião realizada ontem pela CBF no Rio de Janeiro para tratar de Copa do Mundo. O governo de SC mandou só gente do andar de baixo, e ainda assim, atrasados.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Quinta-feira

Barrigas de aluguel

Agosto mês do desgosto para os clubes brasileiros e seus torcedores. Ninguém escapa à tal lei de mercado que nos últimos anos tem regulado a negociação de jogadores em favor de moedas mais fortes. Europa, Ásia e América do Norte ano a ano se locupletam com a nossa diversificada incubadora. A produção catarinense acaba de ser descoberta valendo principalmente para atletas recém formados. A última vítima é o Avaí que perdeu o goleiro Thiago para o português Belenense. Antes, Figueirense e Criciúma já tinham contribuído com sua cota de nenéns de grande valia. O líder e poderoso São Paulo está perdendo Josué e Alex Silva, titularíssimos de Muricy Ramalho. Esta ação predadora enfraquece clubes já combalidos, desqualifica os times e empobrece sobremaneira nossas competições. O país inteiro espera ansiosamente pelo dia 31 quando acontecerá o fechamento de mercado. Em setembro, com as três series do Brasileirão em suas fases decisivas, poderemos avaliar o tamanho do estrago e seus efeitos no rendimento dos que hoje estão na frente da tabela.

Cassino Brasil

Enquanto isso o país do jogo proibido e das loterias ganha mais uma, a Timemania, agora com regulamentação devidamente assinada pelo presidente Lula. A intenção é ajudar os clubes que aderirem à jogatina a saldar suas dívidas com a União, incluindo ai INSS, Receita Federal, FGTS e assemelhados. Nada de estudos, projetos ou alguma legislação que impeça a morte lenta da nossa galinha dos ovos de ouro.

Bom de papo, pro ar

O híbrido Marco Aurélio Cunha, misto de médico, cartola e palpiteiro, esteve em Florianópolis com o São Paulo. Entrevistado em programa esportivo da TV Barriga Verde, desfiou teses otimistas sobre clubes catarinenses. Com bom trânsito em Florianópolis, mas passagem indelével pela Ressacada e Scarpelli, garantiu que o Avaí hoje é um dos clubes no país de maior atrativo para investidores, ao lado do Remo e do Ceará. Com maiores possibilidades para o Avaí, disse ele, por causa da localização do Estado, patati, patatá. Ele jura que não, mas parece conversa de quem está preparando aposentadoria na Ilha.

Famiglia

O levantador Ricardinho chutou o pau da barraca na entrevista coletiva que concedeu em Maringá, onde mora. Além de críticas ferozes ao treinador Bernardinho, responsável único por sua dispensa do grupo do Pan, revelou-se magoado com seus companheiros de seleção, sugerindo que não existe mais a tal família do voleibol masculino. Este foi o segundo corte sofrido por Ricardinho. O primeiro aconteceu em 2002, com Radamés Latari, hoje técnico da Cimed Florianópolis. Ao contrário do que disse o jogador, Radamés afirmou que ele sabe muito bem os motivos daquela dispensa. Razões extra-quadra, falou o técnico, evitando explicitar a encrenca.

Maus conselhos

O ex-presidente do Grêmio, José Alberto Guerreiro, esteve ameaçado de expulsão do quadro social do clube pela Comissão de Ética do Conselho Deliberativo. O processo foi arquivado até que a justiça comum julgue seu possível envolvimento em negócios irregulares com a ISL, ex-parceira do Grêmio. Bom exemplo do Conselho gremista, que está encarando um problema grave e não o deixou intra-muros como acontece na maioria dos clubes brasileiros. Os conselheiros avaianos, por exemplo, têm o hábito de se omitir com relação aos graves acontecimentos que infelicitam a vida do clube e de sua torcida. Em nome de amizades ou interesses pessoais empurram tudo pra baixo do tapete.

Volta às aulas

Não adianta punir os maus árbitros e auxiliares somente com o afastamento por algumas rodadas. Tem que chamar esses incorrigíveis, incluindo alguns do quadro da FIFA, e fazê-los voltar aos bancos escolares, para aulas de português e muita reciclagem naquilo que eles pensam que sabem. É difícil porque a Comissão de Arbitragem da CBF não ajuda. Armando Marques era do ramo, mas chiliquento. Seu substituto, Edson Rezende, nunca disse a que veio e saiu pela porta dos fundos. Sérgio Corrêa, o atual titular, é um Conceição, ninguém sabe, ninguém viu.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Terça-feira

Brasileiros

O Figueirense começou cheio de aspirações na série A e terminou o turno em décimo quarto lugar. Na segunda divisão, apesar de duas derrotas consecutivas o Criciúma garantiu a liderança enquanto o Avaí namora firme a zona de rebaixamento. Na terceirona sobrou só o Joinville como representante catarinense, mas já com uma boa estréia na segunda fase graças ao empate nos confins do Mato Grosso. Sinal de alerta para o Figueirense cujas atenções agora serão divididas com o São Paulo no início da Copa Sul Americana. E alerta máximo para o Avaí que segue aos trancos e barrancos, limitado apenas a fugir da terceira divisão.

O de sempre

No encerramento do turno do Brasileirão aconteceram em penca aqueles lances sobre os quais venho escrevendo há semanas envolvendo erros grotescos de arbitragem. Jogo violento, indisciplina, faltas, simulações, pênaltis, reclamações, cartões mal aplicados, tudo passa impunemente. O impedimento no gol de empate do Figueirense contra o Botafogo foi um escândalo, idem para o pênalti cometido por Felipe Santana. Reciclagem é pouco para o atual quadro de árbitros da CBF, o pior dos últimos tempos.

Os poderosos

Faz tempo se discute excesso de autoridade no futebol com foco nos árbitros e treinadores. Os exemplos estão aí todo o dia, a cada rodada, com as súmulas e relatórios – a maioria de redação sofrível e sem embasamento – de uma só versão representando sentença condenatória para os acusados. Os treinadores, por seu turno, não dão satisfações a ninguém, agem como senhores da verdade e de soluções mágicas. Sugerem contratações, escalam, substituem, inventam treinos secretos, se duvidar até mesmo para a direção do clube.

Olho nele

A volta de Abel Braga para o Inter deixou a torcida satisfeita, muito mais pela saída de Alexandre Gallo. Lembrando passado recente e dos tais poderes ilimitados um experiente conselheiro colorado advertiu os dirigentes do clube, pedindo que o retorno de Abel seja monitorado. Ele não esquece a preferência do treinador por jogadores tipo Gabiru, em detrimento de Alexandre Pato, como aconteceu durante a Libertadores deste ano.

O poderoso

Com o presidente do Criciúma, Moacir Fernandes, que não costuma mandar recado quando pretende expor suas idéias, isso não funciona. Após a segunda derrota consecutiva do time na série B e a aproximação do Coritiba da liderança, Fernandes disse que vai cobrar providências pelas más atuações do zagueiro Felipe. Sai ele ou o treinador Gelson Silva, ameaçou logo após o jogo contra o Santa Cruz em Recife.

Tem pra todos

Lula não está levando vaia sozinho. Pelo contrário, está muito bem acompanhado pelo prefeito do Rio, César Maia, e pelo Ministro do Esporte, Orlando Silva, contemplados no vaiódromo desta vez instalado no estádio João Havelange, o Engenhão, durante a solenidade de abertura dos Jogos Parapan.

Avalistas

O caderno de encargos entregue à FIFA com os compromissos brasileiros na solicitação de sede para a Copa do Mundo de 2014 contém as assinaturas, entre outras, do ex-Ministro da Defesa, Waldir Pires, e do presidente do Senado, Renan Calheiros.

Gato na tuba

Uma agência internacional de controle e fiscalização das atividades anti-doping, a Wada, quer maiores detalhes sobre o julgamento que absolveu o atacante Dodô, do Botafogo. Os representantes desta instituição alegam ter recebido do STJD brasileiro informações muito superficiais sobre o processo que primeiro condenou e depois absolveu o atleta.

Forças estranhas

Já começou o tititi garantindo que Corinthians e Flamengo não serão rebaixados. Menos por seus méritos, mais por estranhas coincidências que tendem a se repetir a cada partida destes dois times de muita tradição e grandes torcidas.

Delírio

Mano Menezes, Cuca, Renato Gaúcho, Muricy Ramalho e Joel Santana estão na mira dos tribunais, por expulsões do banco ou declarações colocando árbitros e membros da corte do Rei Ricardo sob suspeição. Treinadores de alguns dos maiores clubes brasileiros, eles devem estar sofrendo de alguma febre misteriosa. Não há do que reclamar nem motivos para suspeitas.




sábado, 11 de agosto de 2007

Sábado

Plumas e paetês

Não sei por que (mas desconfio) a gauchada caiu de boca no assunto “homossexualismo no futebol”, tão logo a polêmica se instalou a partir da denúncia de discriminação do jogador Richarlyson, do São Paulo. Uma rádio de Porto Alegre chegou a montar um programa especial de debates, convidando jornalistas, dirigentes e uma “biba” da cidade, especialista na terminologia e no assunto em foco. Prova de que o tabu persiste nos meios esportivos, principalmente no futebol, o jornal Zero Hora não conseguiu ouvir os principais jogadores de Grêmio e Internacional. Apenas o experiente Tuta, atacante gremista, balbuciou algumas frases. A maioria pulou fora dizendo que não tinha nada a comentar. Um ex-dirigente do Grêmio revelou que na sua época foi obrigado a negociar dois atletas depois que estes manifestaram sua opção sexual, transformando o clima nos vestiários.

Replay

Mesmo correndo o risco de ser chato e repetitivo não dá para deixar de falar sobre as arbitragens do campeonato brasileiro. Principalmente por causa da rotina de erros grotescos que se estabeleceu envolvendo alguns dos principais nomes do apito nosso de cada dia. Carlos Eugênio Simon e Leonardo Gaciba, os gaúchos da Fifa, são hoje os freqüentadores mais assíduos do muro de lamentações. Simon tem sido o mais visado, da última vez na quarta-feira, no Maracanã, quando não viu à sua frente, uma falta sobre um jogador do Botafogo que determinou o segundo gol do São Paulo. Gaciba errou duas vezes em seqüência, também no Maracanã, quando marcou um pênalti contra o Palmeiras em tranco fora da área e, após a cobrança, deixou passar uma falta sobre o atacante do Fluminense. O grave, tanto na parte disciplinar como na técnica, é que são falhas perceptíveis a olho nu, sem a necessidade de repetição na tevê.

Baladeiros

A noite de Florianópolis exerce um fascínio incontrolável sobre a boleirada de fora contratada por Avaí e Figueirense. Com a inestimável colaboração dos meninos da casa, marmanjos e donos de seus narizes não resistem ao canto das sereias e terminam por embrenhar-se em atividades incompatíveis com o exercício da profissão. A cartolagem não tem mãos a medir na tentativa de evitar o roteiro noturno de seus atletas e os torcedores é que acabam de ressaca tantas são as decepções com os que deveriam suar a camisa em campo e não pelas casas noturnas da Capital.

Cantada

As edições da Playboy com a bandeirinha Ana Paula Oliveira esgotaram mas suas estórias, não. Ela mesma, depois que virou atração internacional, conta algumas e a última foi passada a um jornalista do argentino Clarin. Na cobrança de um escanteio, ouviu um galanteio do jogador e um pedido para troca de telefones para combinarem uma saída. “Não incomoda, cobra logo esse escanteio”, respondeu Ana Paula.

É do povo

Ronaldo Nazário, denunciado por gordo um ano depois da Copa pelo Rei Ricardo Teixeira, não quer polêmica com o presidente da CBF. Mas já mandou seu recado dizendo que a seleção não é dele e sim dos torcedores. “Eles é que podem dizer se me querem de volta”.

Crime

O equatoriano Reasco, lateral direito do São Paulo, foi colocado fora de combate com um pontapé no jogo de quarta-feira por Luciano Almeida, aquele que atuou no Criciúma. A deslealdade do botafoguense não mereceu nem advertência verbal e provocou fratura de tíbia no adversário que não joga mais este ano.

Perigo à vista

Ainda é cedo para sacramentar campeões nas duas séries do brasileiro. Mas está passando da hora para evitar o que seria um desastre para o futebol catarinense, no caso o rebaixamento de Figueirense e Avaí. Menos traumática no primeiro caso, embora decepcionante, a queda para a série B é mais fácil de ser revertida, ao contrário da série C. É um longo caminho de volta, difícil de ser ultrapassado, como tentou a Chapecoense, como espera conseguir o Joinville.

Atualidade

“Me falaram certa vez que todo mundo nasce flamenguista...Talvez seja verdade. Explicaria o fato de recém-nascidos chorarem tanto”. Do livreto “Humor no mundo do futebol”.





quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Quinta-feira


Pobres e perdulários

O Ministro do Esporte, Orlando Silva, em entrevista ao programa Roda Viva, segunda-feira à noite na TV Cultura, defendeu a realização da Copa de 2014 no Brasil. Argumentou que um evento desse porte melhora a auto-estima do brasileiro, como aconteceu no Pan-Americano, a cadeia produtiva e a infra-estrutura do país serão beneficiadas. Em nenhum momento da entrevista Orlando Silva falou em números, em custos, nem identificou a origem dos recursos. E ainda acenou com a possibilidade de o Brasil sediar também uma Olimpíada. Enquanto a população não tem suas necessidades básicas atendidas, nossos governantes insistem em ações político-eleitoreiras. Depois dos quase quatro bilhões gastos com o Pan, sem nenhum benefício paralelo a não ser manifestações de orgulho pátrio, como vamos entender a construção de arenas gigantescas para atender a Copa? Só o nordeste seria contemplado com quatro, sem contar as reformas e adaptações necessárias em equipamentos já existentes. A retórica de convencimento exercida por um Ministro do PC do B é insustentável em uma nação com tantas prioridades a serem viabilizadas. A saúde, por exemplo, até hoje não viu a cor do dinheiro da CPMF.

Me engana

O doutor Delfim, presidente da Federação, falou ao jornal O Esporte, de Tubarão, em matéria sob o título “O Poderoso Chefão”. Entre tantas pérolas, evoca para sua administração o sucesso dos clubes catarinenses no campeonato brasileiro, acha normal ficar 23 anos na presidência da FCF, discorre com naturalidade sobre suas duas aposentadorias – Universidade Federal e Assembléia – tem orgulho de construir uma sede em Balneário Camboriú, e diz que não amealhou desafetos, a não ser o ex-árbitro Dalmo Bozzano.

Bom e barato

O Criciúma faz boa campanha na série B do campeonato brasileiro depois de perder o título do estadual para a Chapecoense que acaba de ser eliminada da série C. Manteve o treinador perdedor, Gelson Silva que, recuperado, levou ao time à liderança, mesmo perdendo Clodoaldo, Fernandinho, Everaldo e Rudinei. As próximas perdas podem ser Luís Adriano e Eliseu, estão chegando Basílio e Edmilson. Até aqui os titulares e substitutos foram recrutados em clubes catarinenses, o grande mérito desta logística implantada no Criciúma.

Tipo exportação

Chegou também a vez dos treinadores carimbarem passaporte. Ivo Wortman, Tite, Pintado, Toninho Cerezo, Wagner Mancini, Hélio dos Anjos, Jorvan Vieira (Arábia), Parreira (África do Sul), Zico (Turquia) e Adilson Batista (Japão) estão fora, mostrando a capacidade do técnico brasileiro.

Na panela

O Inter foi buscar Gallo no Sport, desestabilizou o adversário e deixou mal o treinador com boa parte da torcida pernambucana. Uma derrota para o Palmeiras na quinta-feira pode obrigar o clube gaúcho a buscar outro técnico. O nome de Geninho já circula no Beira Rio. Ele substituiu Gallo no Sport, hoje em recuperação no brasileiro.

Seleção

Dunga chamou Ronaldinho e Kaká, uma obviedade, confirmou Júlio Batista, o grande vencedor do grupo que disputou a Copa América, e deixou fora o meia Anderson, o que teve menos chance na Venezuela. Pela frente amistosos com Argélia e México e a seguir a hora da verdade, com o início das eliminatórias para a Copa do Mundo.

Vassoura nova

A Comissão de Arbitragem muda de novo, saindo Edson Rezende para a entrada de Sérgio Correia. Quem sai alega sempre motivos particulares, versão que não merece crédito tantos são os problemas envolvendo as arbitragens a cada rodada do brasileiro.

Terceira divisão

O Avaí tem 40 jogadores, mas o técnico Alfredo Sampaio não consegue montar um time. Segue ladeira abaixo, rumo à série C, para desespero da torcida que não agüenta tanto vexame e não sabe mais a quem vaiar na Ressacada.

Matemática do tapetão

A série B tem dois líderes, um de direito, o Criciúma, com 36 pontos, e um de fato, o Marília, que estaria com 38 não tivesse perdido seis no TJD.




terça-feira, 7 de agosto de 2007

Terça-feira

Sem choro

Figueirense e Vasco saíram de campo reclamando muito do mineiro Clever Gonçalves. Foi realmente uma arbitragem ruim, com prejuízo para os dois lados, uma rotina nas rodadas do campeonato brasileiro. Aconteceu em São Januário, Maracanã, Olímpico, Mineirão, série A, série B. Vi de tudo um pouco neste final de semana. A má fase da arbitragem brasileira é fato. O jeito é garantir a vitória quando as chances aparecerem, o que não aconteceu com o Figueirense no Rio de Janeiro.

Mordaça

O futebol do Figueirense vai razoavelmente bem garantindo, por enquanto, o que se espera do representante catarinense, uma boa participação na série A. Como não tem craques, o time faz do empenho e do jogo coletivo suas maiores virtudes. Em compensação o relacionamento com a torcida e imprensa vai de mal a pior. Parece que tem alguém no clube determinado a garantir o “troféu antipatia”. São injustificáveis os maus bofes e a lei do silêncio em um vestiário onde a comissão técnica é comandada por um homem experiente e que já foi comentarista de rádio e tevê.

Mediocridade

São visíveis os sinais do mal que faz ao futebol brasileiro essa sangria desvairada. Primeiro saiam os craques confirmados. Agora estão levando as promessas, as revelações. Ficam os repatriados, as sobras do exterior, os que não interessam ao mercado dos eurodólares. Os clubes seguem desprotegidos, ninguém é poupado e o conformismo toma conta da mídia, dos dirigentes e dos legisladores. Ninguém esboça a mínima reação. Vão matar a galinha dos ovos e ouro, secar a fonte, até bater o desespero diante do número crescente de espetáculos (?) ruins como os jogos a que temos assistido.

Para onde vamos

O campeonato brasileiro é hoje um diversificado painel da pobreza franciscana do nosso futebol. Ufanismos a parte, o caminho é conhecido e os reflexos já aparecem em jogadores da seleção brasileira. Há depoimentos de jornalistas que ouviram frases estarrecedoras ditas por alguns de nossos craques na informalidade de um bate-papo. Coisas tipo: “estou com a vida feita, conta recheada de dólares”, não sei o que estou fazendo aqui”. O “aqui” é a seleção, antigamente objetivo de qualquer jogador. Hoje a busca pela camisa amarela vale no tempo necessário para a garantia de uma bela conta bancária. Que o digam Kaká e Ronaldinho Gaúcho.

Caras de pau

O futebol feminino é um exemplo pronto e acabado de omissão. Só é reconhecido e recebe atenção quando ganha títulos, medalhas e suas equipes são destaques aqui e lá fora. Vejam, por exemplo, o caso da lageana Maicon. Cada vez que vai à sua cidade expõe a pobreza da família. Mas os políticos da terra, sem o mínimo constrangimento, estão lá para homenageá-la. Oferecem ajuda, plano de saúde, assistências de toda ordem. Basta ela virar as costas ou arrefecer a repercussão das conquistas para bater a amnésia nos oportunistas de sempre.

Discriminação

Os 1.300 atletas portadores de necessidades especiais que participarão dos Jogos Para-Pan não estarão protegidos por nenhum plano de saúde durante a competição. Ao contrário do que aconteceu no Pan-Americano, a empresa privada que assistiu aos queridinhos do COB não teve o contrato ampliado. Isso levará a turma do Para-Pan para as filas do Sistema Único de Saúde, popularmente conhecido como SUS.

Baixo nível

O flagra dos microfones no técnico Joel Santana mandando dar “porrada” nos jogadores do Santos que tocavam a bola a 44 minutos do segundo tempo mostrou a cara atual do Flamengo. Na zona do rebaixamento, sem time à altura da sua camisa, é candidato sério à série B em 2008. A não ser que faça uma campanha fora do comum no returno. Aquele expediente de esperar a liberação do Maracanã, deixando a equipe quatro jogos atrás, está na cara, foi uma grande bola fora.

Corporativismo

Depois do jogo Wanderlei Luxemburgo surpreendeu a todos no vestiário ao concordar com seu companheiro de profissão. Um papelão de dois profissionais que ainda não foram apresentados a uma cartilha de bons modos.



sábado, 4 de agosto de 2007

Sábado

Lulismo esportivo

Como todo bom cartola brasileiro o Rei Ricardo vive dizendo e fazendo bobagem. Agora a trapalhada verbal do presidente da CBF envolve a seleção brasileira que disputou a Copa da Alemanha. Assumiu, um ano depois, que a concentração brasileira era um circo, que alguns jogadores saiam para a noite e voltavam turbinados, e que Ronaldo estava gordo. Triste, além de constatar a omissão total da Comissão Técnica comandada por Parreira, é a confirmação de que aquele bando de jornalistas que acompanha a seleção repetiu na Alemanha o presidente Lula do nosso dia a dia. Com exceção dos questionamentos sobre peso do Ronaldão, ninguém viu nada, ninguém sabia de nada.

Lulismo aéreo

Para reflexão no fim de semana. “A vida do presidente Lula é um eterno palanque. O que não está no palanque não existe”. Conclusão de Lúcia Hipólito, comentarista da rádio CBN, sobre as últimas declarações de Lula, afirmando que crise aérea nunca foi assunto das cinco campanhas eleitorais das quais participou.

Descrédito

Absolvido por cinco votos a três no Tribunal Pleno do STJD da acusação de doping, Dodô volta ao Botafogo abrindo um grave precedente. Não há justificativa convincente para este reforma da sentença que havia condenado por unanimidade o jogador a 120 dias de suspensão, pois não estava em julgamento o eventual dolo do atleta, mas o que determina a lei pela presença no antidoping de substância proibida. Dizem as más línguas que três dos oito auditores deveriam se julgar impedidos por serem conselheiros do Botafogo. Com esse conhecido atrelamento a interesses clubísticos, os homens sérios têm pouco a fazer nos tribunais esportivos de todo o país.

Desinformação

"A avaliação física feita no atleta recomenda uma preparação em tempo superior ao previsto inicialmente, o que impossibilitaria o aproveitamento imediato do atleta". Eufemismo utilizado pelo gerente de futebol do Figueirense, Anderson Barros, para justificar a não contratação do volante Tiago Alves, que estava em Portugal. O técnico Mário Sérgio foi quem colocou os pingos nos is, encerrando este episódio cheio de informações desencontradas. Disse aos jornalistas, em português claro e verdadeiro, que o jogador não seria contratado por causa de uma lesão que demandaria tempo demais para cura. E a primeira informação divulgada pelo gerentão dava conta de problemas na documentação.

Perguntar não ofende

Um novo contratado chegou ao Figueirense. Trata-se do atacante argentino Frontini, 25 anos, dispensado do América de Natal por deficiência técnica. Uma boa deixa para aquele inesquecível personagem do comediante Chico Anísio: é mentira, Terta?

Rabo de cavalo

A disseminação do segredo nos assuntos mais corriqueiros dos clubes brasileiros está contaminando e fazendo crescer para baixo a divulgação das suas atividades, além de desacreditar as assessorias de imprensa. Esconde-se desde informações banais, como relação de quem concentra ou viaja passando por treinamentos, valores de negociações até formação do time, tudo transformado em segredo de Estado. O resultado são especulações e informações desencontradas passadas ao torcedor, cada vez mais distante da realidade de seus clubes, mas sempre cobrado a apoiar.

Revoada

Perdigão foi vendido ao Vasco e Alexandre Pato acaba de ser negociado com o Milan. Ficou no Inter uma última ave, o Gallo, justamente a única detestada pela torcida.

Sem fronteiras

Governo do Estado manda convite para almoço-homenagem a atletas catarinenses que participaram dos Jogos Pan-Americanos. No Rio Grande do Sul devem estar fazendo a mesma coisa. Repete-se aquela mixórdia pré-Pan com atletas cataúchos e vice-versa.

Obviedade

Analisando as dificuldades encontradas pelo time na série B do campeonato brasileiro, o superintendente de futebol do Avaí disse que faltou planejamento ao clube, lembrando que de janeiro até aqui foram contratados 58 jogadores. E acabam de chegar mais três para “reforçar o grupo”.







quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Quinta-feira

SOS Mengo

Alguém tem dúvida de que a CBF está ajudando o Flamengo? Permitindo que o clube fique quatro jogos atrasados – sua diretoria exigiu esperar o fim do Pan para só jogar no Maracanã – será possível utilizar, a partir deste domingo, reforços contratados no exterior. É um tratamento escancaradamente diferenciado. Entretanto, o feitiço pode virar contra o feiticeiro, caso o time não agüente a pressão para recuperar o tempo perdido com bons resultados.

Balanço

Na avaliação do Comitê Olímpico Brasileiros houve uma evolução do nosso esporte com a conquista de mais medalhas neste Pan em relação ao anterior. A matemática está correta, mas é preciso avaliar, também, o que ganhamos e a quem superamos. Os atletas da pequena ilha de Fidel, isolada por grandes potências, continua à nossa frente. Como é que um país rico e imenso como o nosso ainda não conseguiu suplantar os cubanos, a não ser na modalidade vaia? A Olimpíada de 2008 e os Mundiais vêm aí para esclarecer estas e outras dúvidas.

Contrastes

O caderno de economia do jornal O Globo publicou matéria interessante esta semana, abordando os desvios de prioridades nos investimentos públicos. A Cidade de Deus, conglomerado populacional muito pobre, a apenas dois quilômetros da suntuosa Vila Pan-Americana, tem índices de desidratação infantil e de desenvolvimento humano bem piores do que muitas cidades nordestinas. Números que impressionam diante do que se gastou para a realização dos Jogos no Rio, perto de R$ 4 bilhões.

Operação desmanche

Tudo isso ganha contornos ainda mais indesejáveis com o que leio e ouço no noticiário pós-Pan sobre o aproveitamento futuro de locais de competição recém reformados ou construídos. O estádio Engenhão, por exemplo, pode ficar sob tutela do Botafogo por 20 anos, único candidato na licitação aberta. Logo o Botafogo que, apesar da sóbria administração do seu presidente Bebeto de Freitas, mal dá conta do seu quintal. E o que dizer das intenções do governador Sérgio Cabral e do prefeito do Rio, César Maia, dispostos a transformar em shoppings, casas de shows e estacionamentos, áreas do Maracananzinho, estádio Célio de Barros (atletismo), parques Júlio Delamare e Maria Lenk (natação) e, pasmem, o velódromo construído especialmente para a ocasião com madeira importada.

Carta de más intenções

O Brasil vai mal de saúde, educação, segurança, a carga tributária é monstruosa, relaxamos com o saneamento básico, a corrupção virou epidemia e ainda assim gastamos os tubos para fazer o Pan no Rio. Pior, queremos uma Copa do Mundo em 2014 e uma Olimpíada dois anos depois. O governador Sérgio Cabral não para de surfar nas ondas do esporte e até já inventou uma carta de intenções para ser encaminhada ao Comitê Olímpico Internacional.

Alquimistas

Há quem goste e leia o “mago” Paulo Coelho, há quem idolatre Romário e quem se disponha a beijar os pés (só?) da belíssima modelo Gisele Bundgen. São os nossos “embaixadores” escalados pelo Rei Ricardo no pleito da CBF junto à FIFA para garantir a Copa de 2014 no Brasil. A união do esporte com a cultura deveria render boa química, mas ninguém entendeu essa jogada.

Peteca

“Saber lidar com pepinos, tudo o que entra sai, tudo o que sobe desce”. Imagino o esporte praticado nos seus momentos de lazer pelo autor destas expressões, uma autoridade do governo Lula que, por essas e outras estripulias, já foi convidado a voar em outra freguesia.

Futuro

Faz tempo disse para um amigo torcedor do Avaí que a atual diretoria, sob o comando do presidente João Nilson Zunino, estava levando seu clube para um buraco do qual seria difícil sair. Meu amigo discordou injuriado, sugerindo que eu mudasse de profissão e abrisse uma tendinha com bola de cristal, búzios e cartas. Zero de conquistas, contas e passivos trabalhistas e a colocação do time neste brasileiro não me deixam mentir.

Gaúcho, amaaado...

Hoje tem Figueirense contra o Grêmio em Florianópolis, certeza de que aquele corinho original e criativo vai funcionar como nunca nas arquibancadas do estádio Orlando Scarpelli.