terça-feira, 31 de julho de 2007

Terça-feira

Sedex

O vaiódromo itinerante do Pan mudou de lugar sábado, instalando-se no Maracananzinho, onde foi disputada a final do voleibol masculino. Ao perceberem o locutor oficial anunciando a ausência dos jogadores cubanos no pódio, os torcedores logo fizeram ouvir sua ignorância através da vaia. Nessa hora misturam-se histeria nacionalista e desconhecimento. Este bando de desinformados precisa se ilustrar um pouco. Assim ficarão sabendo que, infelizmente, existem razões além do esporte que impediram o comparecimento dos atletas de Cuba à premiação. A reprovação manifestada pelo torcedor deve isto sim, ser remetida pelo correio a alguma autoridade cubana, junto com as medalhas de bronze.

Cuba libre

Vamos ao roteiro, antes do episódio do Rio: tudo começou em 1971 com seis abandonos, chegando ao seu ápice em Winnipeg-1999, com 13 desertores incentivados pelas ofertas profissionais e também por organizações anticastristas baseadas em Miami (EUA). Durante estes Jogos no Rio as tentações de países capitalistas cooptaram dois boxeadores (o bicampeão olímpico Guillermo Rigondeaux e o campeão mundial Erislandy Lara), um jogador de handebol (Rafael D'Acosta) e um técnico de ginástica artística (Lázaro Lamelas). O número não é tão grande se comparado com edições anteriores do Pan.

Rubro negras

O Flamengo demitiu Ney Franco e trouxe de volta Joel Santana, sempre a postos com sua prancheta para substituir treinadores demitidos. A dúvida que fica nesta troca é se Joel continua sendo um técnico de ocasião, para atender um SOS, ou evoluiu ao ponto de se transformar em um profissional moderno, enquadrando-se em projetos e planejamentos. Se é que o Flamengo os tem.

Bagunça

Desistências de Videira e Balneário Camboriú, calotes em hotéis, comissões técnicas e treinadores, e clubes punidos por utilização irregular de jogadores. São alguns dos ingredientes que recheiam de confusões essa divisão de acesso servida pela Federação ao torcedor catarinense.

Selvageria

O Estádio Olímpico, em Porto Alegre, foi palco sábado de muita violência, sob olhar complacente do árbitro catarinense Paulo Henrique de Godoy Bezerra. Gritou muito, como sempre, repetiu os exageros no gestual, mas não puniu nem com advertência a atuação desclassificante de dois jogadores gremistas. Tcheco chutou o rosto de Alex Mineiro que, com nariz e maxilar quebrados, saiu do campo direto para o aeroporto em uma UTI móvel. Evandro perdeu um dente e teve outros três fraturados, graças a uma cotovelada de Gavilan. Tudo isso aconteceu no primeiro tempo do jogo entre Grêmio e Atlético Paranaense. Bezerra e seus auxiliares não viram nada.

Impunidade

Aliás, a arbitragem pintou e bordou na rodada do final de semana no campeonato brasileiro. Graças aos jogos pagos pela tevê pude ver diversos confrontos pelas duas séries e constatar a falta de critérios dos árbitros, em alguns casos até omissões diante de lances de muita violência. Fica tudo por isso mesmo e na próxima rodada lá estarão os de sempre, sorteados repetidamente como se nada tivesse acontecido. Parece até que temos uma ANAC no comando da arbitragem brasileira.

Brasileiros

O Joinville, classificado para a segunda fase da série C, salvou a honra do futebol catarinense no final de semana. A Chapecoense colheu o que plantou e foi prematuramente eliminada. Na série B o Criciúma quebrou o salto em Santo André, levou um tombo, mas ainda segurou um empate. Já o Avaí não respeitou os mais de três mil corajosos torcedores que enfrentaram o frio de sábado na Ressacada e jogou um futebol ridículo para empatar sem gols com os velhinhos (o mais novo tem 29 anos) do Santa Cruz.

Futebol da paz

No confronto entre dois treinadores brasileiros, a seleção do Iraque (Jorvan Vieira) derrotou a Arábia Saudita (Hélio dos Anjos) por 1 a 0 e conquistou a Copa da Ásia. Em Bagdá o povo saiu às ruas para comemorar sem bombas o título inédito.

sábado, 28 de julho de 2007

Sábado

Salto alto

Os jogadores do Criciúma vestiram Prada no jogo de ontem à noite contra o Santo André, na casa do adversário, e botaram fora uma vitória que estava no bolso – ou na bolsa – até mais da metade do segundo tempo. Com 3 a 1 a favor e o domínio do jogo, a turma relaxou mas não pôde gozar, tantos foram os gols perdidos. O velho Sandro Gaúcho, mostrando que ainda funciona, saiu do banco de reservas para comandar a reação paulista até o empate em 3 a 3, aos 42 minutos.

Palavras ao vento

O Ministro do Esporte, Orlando Silva, empolgado com a medalha de ouro do futebol feminino no Pan, prometeu ajudar a modalidade com a organização de competições fortes no país. Falando de um assunto que não lhe compete, mas sim à CBF, o Ministro mostrou a face oportunista do político brasileiro, sempre presente nessas ocasiões. Quem quiser mesmo ajudar o esporte deve lutar, em primeiro lugar e em todos os níveis, pela desvinculação de algumas injunções políticas a que hoje está sujeito. O resto é demagogia e conversa jogada fora.

César Vaia

As vaias que passearam pelas arenas do Pan e começaram no Maracanã, com o presidente Lula, chegaram aos cubanos, argentinos e norte-americanos. No caso dos cubanos, fruto de uma rivalidade esportiva. Ideologias a parte, devíamos é aplaudi-los. No mais, creditemos à nossa reconhecida falta de educação esportiva. Quanto ao ocorrido no Maracanã, pendurem na conta do compreensível descontentamento popular, acrescentando uma pitada de participação do prefeito do Rio, César Maia. No seu blog, o batom na cueca: um anúncio da venda de camisetas por R$ 19,90 com os dizeres “Eu vaiei Lula no Pan”.

Deserção

Entre os muitos assuntos inexplicavelmente ignorados pela grande mídia está a debandada dos voluntários que trabalham no Pan, convocados pelo Comitê Olímpico Brasileiro. Mais de duas mil moças e rapazes não agüentaram o excesso de trabalho, desorganização de alguns setores e alimentação imprópria, a base de sanduíche frio e sucos quentes. Os organizadores se defendem argumentando que os números, em torno de 15%, são aceitáveis.

Currículo

Leitor que se identifica como Upiara Boschi acrescenta à nota que escrevi sobre Oscar, o do basquete, sua parceria com Paulo Maluf em candidatura ao Senado.

Bagdá futebolística

A decisão da Copa da Ásia de seleções terá a participação de dois corajosos treinadores brasileiros: Hélio dos Anjos pela Arábia Saudita e Jorvan Vieira com o Iraque.

O de sempre

Voltando aos assuntos domésticos registro, sem surpresa, a desistência do Balneário Camboriú Futebol Clube da divisão de acesso. Seus jogadores já foram despejados do hotel e os dirigentes que ficaram vendem bens pessoais para saldar dívidas. Em competição organizada (?) pela Federação Catarinense do doutor Delfim não se pode esperar outra coisa. A invenção de clubes e eleitores a cada temporada só pode ter esse desfecho.

Burras cheias

O Clube dos 13 está divulgando alguns números sobre a receita de seus filiados com a venda do direito de imagem. Inter e Grêmio, por exemplo, receberão em 2008, cada um, R$ 1,6 milhão mês, por jogos nos campeonatos gaúcho e brasileiro.

Brasileiros

Na série A o Figueirense tem que reverter a expectativa deixada pelas últimas apresentações, duas derrotas e um empate. O jogo será domingo, em Brasília, contra um Fluminense igualmente de altos e baixos. Sem reposição à altura para os que foram vendidos ou estão fora momentaneamente será difícil manter a regularidade. O Avaí na série B também vai atrás e recuperação, neste sábado contra o Santa Cruz em casa. O primeiro e difícil objetivo é fugir do rebaixamento.





quinta-feira, 26 de julho de 2007

Quinta-feira

Mário? Que Mário?

O técnico do Figueirense entornou o caldo antes e depois do jogo de quarta-feira no Scarpelli. Com declarações agressivas e cheias de recados para as arquibancadas e jornalistas, Mário Sérgio parecia o treinador de um clube de grande torcida, pressionado por uma seqüência infindável de maus resultados. Esse, na verdade, deveria ser o clima do outro lado, pelo menos no vestiário. Mas não, Carpeggiani e seus jogadores passavam tranqüilidade e confiança na recuperação do Corinthians. Que Mário é esse que apareceu em Florianópolis? Cadê aquele ex-jogador bom de ginga e boa praça? Onde foi parar o bom comentarista de televisão, cheio de experiência e conhecimento?


Napoleão e o esporte I

Em meados do século 18, durante a guerra franco-prussiana, Napoleão precisava mandar uma mensagem para soldados postados atrás das linhas inimigas. Chamou um tenente e lhe entregou um cavalo, uma pistola e uma espada, instrumentos para sua defesa no cumprimento da missão. No caminho o cavalo levou um tiro, o tenente enfrentou os inimigos com as armas que dispunha, depois caminhou, atravessou um rio a nado e, por último, correu para entregar a mensagem em tempo. Reza a lenda que assim nasceu o pentatlo moderno, com hipismo, esgrima, tiro, natação e corrida, pela sua origem praticado no início somente por militares.

Napoleão e o esporte II

Pois chegamos ao lugar mais alto do pódio com esse esporte nos Jogos Pan-Americano. Foi nosso primeiro ouro, depois de uma prata nos Jogos de 2003 em Santo Domingo, resultado alcançado por uma americana naturalizada brasileira. O ouro do Rio é brasileiríssimo, conquista de uma menina chamada Yana Marques, do interior de Pernambuco, uma loirinha dentuça e de aspecto frágil. Praticando cinco modalidades tão distintas, três delas com altíssimo grau de requinte e dificuldade, como hipismo, esgrima e tiro a Yana, para mim, é o grande destaque individual deste Pan-Americano.

Pés de barro

O ex-basqueteiro Oscar tem aparecido fazendo gracinhas na tevê e bobagens nos locais de competição do Pan. Como aconteceu na arena da ginástica artística, quando vaiou e torceu aos gritos pelo erro adversário. Oscar, um ídolo do esporte brasileiro, nunca soube se comportar como tal. Sempre foi um mangolão abobado e sem a compostura de um grande atleta.

Briga de egos

O voleibol masculino do Brasil podia passar sem os problemas criados pelo técnico Bernardinho e o levantador Ricardinho. Eventuais prejuízos na competição nunca afetarão um ou outro, apenas o esporte.

Modismo inconveniente

Quais os objetivos a serem alcançados com treinamentos secretos, a mais nova praga do futebol brasileiro? Pelo rendimento dos times que adotaram essa prática não se chega a lugar nenhum. De prático mesmo só tem acontecido o impedimento de a imprensa realizar o seu trabalho.

Meio hino

Cantar o hino nacional sempre emociona atletas e espectadores. No Pan isso não tem acontecido porque o nosso ultrapassa os quatro minutos e o regulamento da competição não aceita. A solução encontrada pelo cerimonial foi editar as estrofes para encurtar o tempo. Só faltou divulgar a medida para evitar o espanto e o constrangimento de pódios e arquibancadas.

Brasileiros

Estamos bem representados na série B graças ao Criciúma, líder com 32 pontos, seis a mais que o segundo colocado. Já o Avaí, depois da vitória sobre o São Caetano voltou à sua realidade. Não pela derrota para a Portuguesa, mas pelo futebol ridículo apresentado.

Aeroporto 2007

Clubes e jornalistas em viagem pelo país por causa do campeonato brasileiro começaram a encarar os problemas criados com o caos aéreo. Caso não aconteça logo uma solução a CBF será obrigada a remanejar alguns jogos, senão rodadas inteiras. O lado bom de toda essa confusão, perdoem o otimismo fora de hora, é a retenção dos políticos em Brasília.

Gatos

Tem algo de muito estranho e mal cheiroso nesses episódios de jogadores com idade alterada. Todos têm uma só origem, as divisões de base do Figueirense, sugerindo que o clube é conivente com a situação ou não está suficientemente organizado como apregoam. Prefiro acreditar que as irregularidades envolvem também outros clubes de Santa Catarina. O que seria compreensível em um futebol dirigido por uma federação que empurra tudo pra baixo do tapete e não fiscaliza nada.

Novela corintiana

O Conselho Deliberativo do Corinthians votou pelo fim da parceria com a MSI. A torcida poderia respirar aliviada não fosse a decisão do iraniano Kia Joorabchian, prometendo cobrar US$ 25 milhões por quebra unilateral de contrato e investimentos em contratações. No clube ninguém está levando a sério esta ameaça uma vez que Kia e sócios estão em lugar incerto e não sabido, e com pedidos de prisão expedidos no Brasil pelo Ministério Público.















terça-feira, 24 de julho de 2007

Terça-feira

Pingo nos is

De nada adiantaram as evidências do sucateamento da saúde e da educação, das péssimas condições sociais do país, da corrupção desenfreada, da impunidade e do acobertamento de políticos e empresários criminosos. Precisou uma solenidade do esporte, a abertura oficial dos Jogos Pan-Americanos, com uma vaia de 90 mil pessoas, para mostrar o verdadeiro sentimento do povo brasileiro em relação ao governo. Agora uma segunda tragédia aérea em dez meses levanta uma sujeirada que as autoridades insistem em varrer para baixo do tapete, com muita mentira, omissão e incompetência. Pena que o esporte, através do noticiário do Pan, tenha ajudado a diluir um pouco a indignação que toma conta da população.

Queda livre

Não é preciso ser adepto do futebol bonito e cheio de técnica para ficar horrorizado com a mediocridade que assola os jogos do campeonato brasileiro. Impressiona a quantidade dos lances tipo peladas de fundo de quintal, como aconteceram nos jogos entre Corinthians e Náutico, Grêmio e Flamengo, entre outros da rodada do fim de semana. A realidade é assustadora, com grandes clubes na zona de rebaixamento ou fazendo papelão diante de adversários menos credenciados. O equilíbrio com qualidade é louvável e anima o torcedor, mas o nivelamento por baixo, tira o público dos estádios e traz perspectivas desanimadoras em relação ao futuro até das nossas seleções.

Talento em baixa

Escrevi acima “nossas seleções” porque a base do futebol brasileiro dá os primeiros sinais de que não passaremos impunemente por um presente de tanta desorganização. A seleção sub-20 teve uma participação vergonhosa no Mundial, eliminada com três derrotas, enquanto a equipe sub-17 não passou da primeira fase no Pan-Americano. Nosso futuro está sedo preparado assim, sem nenhum planejamento e com total desprezo pela seriedade administrativa. A não ser pelo trabalho isolado e a visão de alguns dirigentes de clubes, levados pela necessidade, o futuro do futebol brasileiro está irremediavelmente comprometido. Os jogadores que vivem hoje no exterior têm prazo de validade vencendo e sem perspectivas de substitutos à altura.

Professor Pardal

Na coluna de sábado abordei as invencionices de alguns técnicos, tomando como exemplo Alexandre Gallo, do Internacional, e Mário Sérgio, do Figueirense, Coincidência ou não, o fato é que seus times foram derrotados no final de semana, conseqüência de escolhas bastante discutíveis e estratégias equivocadas. No Inter a paciência dos dirigentes parece estar no limite, enquanto no Figueirense a peneira continua tapando o sol.

Máscara

O comportamento do ex-jogador e ex-comentarista de rádio e televisão, agora treinador, Mário Sérgio, segue merecendo reparos. Com o respaldo de um e outro dirigente – espero que não da assessoria de imprensa – o tratamento dispensado aos jornalistas catarinenses beira a falta de respeito. O que não acontece quando o técnico passa por outros estados, principalmente São Paulo e Rio Grande do Sul, onde a postura e a linguagem do Mário mudam.

Dodói

Que fantástica a recuperação do meia Pedrinho, hoje no Santos. Passou por Vasco e Palmeiras integrando com freqüência o “time do chinelinho”, tantas foram as lesões. Chamado por Wanderlei Luxemburgo, transformou-se em um dos melhores jogadores do grupo com 43 jogos consecutivos sem departamento médico. Mostrou sua boa forma atual enfrentando com desenvoltura 90 minutos diante do Figueirense.

Dia de São Nunca

Meu companheiro de espaço, o Aldo Pires, traz denúncia da Camboriuense contra a Federação Catarinense de Futebol e seu presidente, doutor Delfim Peixoto, por suposto “engavetamento” de um protesto contra o Joinville, que teria utilizado jogador irregular na disputa da divisão especial. O resultado deste julgamento poderia colocar a Camboriuense na primeira divisão em 2008 na vaga do Jec. Sabem quando o documento vai aparecer no TJD?

Zorra total

O Figueirense voltou a Florianópolis de ônibus, depois de jogar com o Santos na Vila Belmiro. Vôo da TAM levaria mais tempo do que a viagem por terra. Como o previsto, a esculhambação aérea chegou ao campeonato brasileiro.

sábado, 21 de julho de 2007

Sábado

Boa leitura

Li na coluna do Wianey Carlet, na Zero Hora gaúcha, e recomendo ao Mário Sérgio, técnico do Figueirense, adepto como Gallo, treinador do Inter, de mudanças no time e no esquema tático a cada jogo. “Este quase sempre é atalho para grandes frustrações. Esportes coletivos apoiam-se, essencialmente, no poder do conjunto. Não se conhece uma só equipe de futebol que tenha se tornado campeã por efeito deste bailado de propostas táticas e estratégicas.”

Objetivos

O Santos que o Figueirense vai enfrentar amanhã, na Vila Belmiro, tem um treinador que foi obrigado a buscar soluções para desfalques sofridos no meio da competição. Mário Sérgio não ficou atrás de Wanderlei Luxemburgo e também lidou com problemas de toda ordem para manter uma equipe equilibrada e, no mínimo, longe da zona de rebaixamento. A diferença está nas ambições de cada um.

Pés no chão

A insegurança do nosso transporte aéreo começa a afetar a rotina dos clubes que andam pra lá e pra cá nas três séries do campeonato brasileiro. No sul a preferência agora é por ônibus, ao que se sabe opção já utilizada por Figueirense, Criciúma, Caxias (RS) e Chapecoense. Grêmio e Caxias por detalhe não repetiram no fatídico vôo da TAM a tragédia de maio de 1949, quando um acidente aéreo matou a delegação italiana do Torino, que acabara de disputar um amistoso em Lisboa.

Inimigos a bordo

A propósito, para um governo que tem Valdir Pires, Marco Aurélio Garcia e Marta Suplicy como assessores, e instituições como Anac e Infraero, qualquer oposição é refresco.

Verso e reverso

Depois da merecida festa dos atletas brasileiros na contagem das medalhas conquistadas nos Jogos Pan-Americanos, a contabilidade será outra. Os questionamentos começaram antes do evento, mas diluíram-se com o ufanismo da mídia. Encerrado o Pan talvez alguém tenha curiosidade de saber as razões de gastos estimados inicialmente em R$ 500 milhões estarem próximos dos R$ 4 bilhões.

Reflexão

Claro que atleta tem mais é que fazer festa com qualquer medalha. Só quem está lá competindo sabe o tamanho da encrenca pela falta de apoio traduzida na inexistência de uma política para desenvolvimento do esporte. Portanto, antes de comprarmos a idéia de que evoluímos muito, é bom lembrar que gastamos o que não temos para fazer esse evento no Rio e ficar à frente apenas de países da América do Sul e outros menos votados. Isso é obrigação. Façanha seria superarmos, pelo menos, Cuba e Canadá.

Perguntinha

Pode um clube disputar uma competição oficial com um novo nome enquanto os registros oficiais mantêm a denominação antiga? A dúvida envolve o recém criado Clube Atlético Tubarão, mais conhecido como Cidade Azul. Como sexta foi feriado em Balneário Camboriú, sede da Federação Catarinense, qualquer dia a reposta aparece. Enquanto isso segue, sem contestações, o campeonato da divisão de acesso. Aliás, já tentei falar com o ouvidor da FCF e não consegui. Deduzo que ele é surdo.

Do leitor

O botafoguense e marcilista, Reinaldo Tolentino de Souza, como ele se apresenta, informa através de e-mail que tem acompanhado de perto a movimentação do Marinheiro e as propostas contidas no Projeto Espinafre. Resume tudo com uma frase contundente, depois de detalhar o que viu e ouviu na última reunião do clube: “Como marcilista desde que estava envolto na placenta da minha mãe, acho que o Marcílio será novamente uma grande decepção”.

Sem fronteiras

Engraçado mesmo é a disputa entre catarinenses e gaúchos pela “paternidade” de alguns atletas presentes ao Pan. Catarinense radicado no Rio Grande do Sul passa a ser gaúcho, e vice-versa.

Hipocrisia

Chegou a Timemania, sancionada pelo presidente Lula, e com previsão de arrecadação de R$ 500 milhões ano. Oitenta clubes serão beneficiados por mais uma loteria, entre tantas já existentes, em um país onde o jogo é proibido.













quinta-feira, 19 de julho de 2007

Quinta-feira

Criminosos à solta

Acordei ontem sem vontade de escrever sobre esporte e com aquela sensação de impotência que toma conta do cidadão diante de algumas situações como a do acidente de avião que matou 200 pessoas em São Paulo. Essa é mais uma tragédia anunciada, e não será a última. Pelo menos enquanto persistirem a criminosa incompetência e omissão das autoridades brasileiras. Civis e militares do setor aéreo seguem enganando a população com ações e declarações mentirosas. Ninguém é responsabilizado por nada, ninguém vai preso e o presidente Lula ainda faz beicinho, magoado com as vaias no Maracanã.

A peste

Nenhum segmento da sociedade brasileira escapa às conseqüências nefastas produzidas por lideranças políticas sem nenhum comprometimento com o bem estar da população. O esporte é alcançado sem dó por interesses direcionados somente a resultados político-partidários. Como testemunham leitores através de e-mails em apoio às notas que escrevi sobre a atuação do Conselho Estadual de Desportos, órgão (des) regulador do esporte catarinense. No futebol o presidente da CBF, Rei Ricardo, acaba de ser reeleito por aclamação para um sexto mandato. Devidamente avalizado por um séqüito de presidentes de federações e de clubes, todos unidos por um mesmo ideal que pouco ou nada tem a ver com administrar seriamente nosso esporte preferido. Para o bem de todos e felicidade geral da nação o atleta brasileiro continua salvando a pele da cartolagem, no futebol ou em outros esportes menos votados.

Inércia

Um dos piores resultados é registrado ano a ano pelos clubes brasileiros, depenados impiedosamente de seus principais valores, a maioria deles crias da casa. Desprotegidos, perdem seus craques para os eurodólares porque nossa legislação esportiva é permissiva e omissa. Até hoje ninguém sequer cogitou da criação de uma lei protetora, suficiente ao menos para minimizar o estrago e o empobrecimento técnico do nosso futebol. Escondem-se todos, políticos e legisladores, sob o manto da esfarrapada desculpa do “direito de ir e vir” ou da “liberdade de escolha” do local de trabalho. Os dirigentes de clubes se justificam escolhendo o caminho mais cômodo – ou inevitável -, o da necessidade de fazer caixa.

Cardápio indigesto

Desde o final da Copa América e na chegada da delegação ao Brasil jogadores e integrantes da comissão técnica da seleção brasileira adotaram o discurso de Zagalo para defender o chefe. “Vocês vão ter que engolir o Dunga”, repetem todos solidários com o treinador.

Na moda

Antes da resposta um sorrisinho irônico. É a primeira evidência de que o entrevistado não vai reagir com tranqüilidade a perguntas consideradas incômodas. Na seqüência acontecem respostas desaforadas e/ou debochadas, como se os entrevistadores façam parte de um bando de ignorantes e despreparados. Tem sido essa a rotina de várias entrevistas coletivas de pós jogo com treinadores de clubes ou seleções.

Malandragem

Há mecanismos de toda a ordem criados espertamente por aqueles que pretendem se perpetuar como dirigentes de entidades esportivas. O Rei Ricardo, por exemplo, reeleito para o sexto mandato de cinco anos na CBF, pode ficar mais dois anos. Para isso basta que em outubro o Brasil seja confirmado como sede da Copa do Mundo de 2014. Aqui na terrinha o doutor Delfim promoveu alterações no estatuto da Federação Catarinense para garantir que ninguém lhe remova da presidência, cargo que é seu há 23 anos.

A corte se renova

Fábio Nogueira tem graduação em comércio exterior pela Univali e pós graduação em gestão esportiva. Apresento aos leitores o mais novo vice da CBF, homem da região sul indicado pelo triunvirato Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul. Fábio era vice na Federação Catarinense representando o litoral e deve estar sendo preparado pelo doutor Delfim como seu sucessor. Para quando, só Delfim e Deus sabem.











terça-feira, 17 de julho de 2007

Terça-feira

E agora?

A vitória do time de Dunga na Copa América, graças a um expressivo resultado diante da arrogância e da empáfia argentina, está provocando uma grande discussão no jornalismo esportivo. Era evidente o descontentamento com os métodos e conceitos do treinador brasileiro. Incluo-me entre os contrários, no mínimo por desconfiança. Após o título conquistado domingo, mais que tudo, ficaram evidentes as questões regionais, divididas entre um grupo que reúne cariocas e paulistas, e outro que podemos chamar de “sulistas”. Estes últimos gravitaram sempre entre o muro e a defesa intransigente das posturas técnico-táticas assumidas por Dunga. Os do “eixo” Rio-Sampa radicalizaram até no cabelo espetado do treinador. A melhor leitura, no entanto, pelo que pude deduzir de inúmeras opiniões emitidas após a consagradora vitória de domingo, fica mesmo no terreno do regionalismo exacerbado. Como a seleção brasileira tem pela frente, até o final do ano, um amistoso em agosto, dois em setembro, e eliminatórias para a Copa do Mundo a partir de outubro, muita água vai correr por baixo dessa ponte. E muita gente vai morrer afogada.

Vaia é vaia

Outra questão que invadiu o final de semana e chegou à segunda-feira, sem prazo para terminar, foi a vaia ao presidente Lula na abertura dos Jogos Pan-Americanos. Um Maracanã lotado ignorou o solene e a beleza da festa para atazanar Lula e comitiva. As versões navegam entre orquestração do prefeito César Maia e o descontentamento da classe média carioca. De qualquer forma, vale pensar sobre os níveis de popularidade do presidente revelados pelos institutos de pesquisa que parecem não refletir o sentimento do povo.

O preço de um pódio

Enquanto as redes brasileiras de televisão fazem mais celebração do que jornalismo acompanhando o Pan, tem gente virando a moeda para revelar histórias que a Globo não conta. Como, por exemplo, o caso de Diogo Silva, lutador de taekwondo primeira medalha de ouro do Brasil nestes jogos. Como muitos de nossos atletas, ele deixou a infância miserável e as drogas em uma comunidade violenta de Campinas (SP) atraído pelo esporte, mas hoje é obrigado a conviver com a falta de apoio, denunciada logo após receber sua medalha. Contou que pediu reforço aos R$ 600 que recebe da Confederação de sua modalidade e não levou. Para competir no circuito europeu lançou mão dos R$ 5 mil de suas economias, enquanto outro atleta da equipe, Márcio Wenceslau, vendia o carro para acompanhá-lo.

Vício de origem

Governantes e dirigentes esportivos de Santa Catarina precisam repensar as funções e a formação do Conselho Estadual de Desportos. Entre outras coisas para evitar decisões como a anistia à ginástica artística, uma ilegalidade e um desrespeito total à legislação esportiva, pela qual o Conselho deveria zelar. Com 21 membros, o órgão criado para estimular e estabelecer políticas para o esporte, além de ser sustentado pelo dinheiro público vive hoje contaminado pela política e interesses eleitoreiros, razão principal para a decisão esdrúxula na sua última reunião. Gente séria, de capacidade e muita história esportiva, não deveria estar lá para, uma vez por mês, apenas discutir o sexo dos anjos ou rasgar regulamentos aprovados pelo próprio Conselho.

Brasileiros I

Na série A o time do Figueirense mantém regularidade e sustenta as arengas de Mário Sérgio, cujo perfil está bem mais próximo de um treinador da seleção argentina do que de um clube médio brasileiro.

Brasileiros II

O Avaí precisa evitar a volta à zona do rebaixamento da série B. Para isso deve pontuar nos próximos dois jogos, ambos fora de casa, contra São Caetano e Portuguesa. Já o Criciúma pode lamber as feridas da derrota para a Ponte com duas partidas seguidas no Heriberto Hulse, Vitória e Ituano, missão bem mais fácil do que a dos avaianos.

sábado, 14 de julho de 2007

Sábado

A verdadeira pesquisa

A popularidade de Lula passou por um duro teste no cerimonial de abertura dos Jogos Pan-Americanos. O público que lotou o Maracanã vaiou bastante o presidente a cada aparição sua ou menção ao seu nome. Parece que os índices de popularidade apontados pelos institutos de pesquisa não combinam com o sentimento do povo.
Recomendo

Leitura da entrevista dos jornalistas Juca Kfouri e José Trajano, concedida à revista “Caros Amigos”, denunciando o outro lado dos Jogos Pan-Americanos, assunto até hoje limitado a alguns grandes jornais. As tevês seguem caladas e na corrente do oba-oba. Quem sabe mais tarde, depois do Pan, a reboque de alguma operação da Polícia Federal (que tal “Medalha de Ouro”?) tratem do problema. Tem nepotismo explícito, envolvendo o presidente do Comitê Olímpico, Carlos Nuzman, na contratação de empresas de parentes ou pessoas próximas, gastos estratosféricos, ultrapassando a R$ 3 bilhões, dados superestimados no lucro com turismo, a chantagem do fato consumado sofrida pelo governo federal, entre outros delitos de todo o tipo e tamanho. Sem contar que, terminado o evento, conviveremos com verdadeiros elefantes brancos.

Por baixo do pano

A ginástica olímpica, por não ter disputado os Jogos Abertos de 2006 com o número mínimo de oito equipes, estaria fora da competição deste ano em Jaraguá do Sul. Estaria, porque o Conselho Estadual de Desportos e a Fesporte acabam de rasgar o regulamento anistiando a GO. O argumento utilizado foi o de que é difícil, em qualquer lugar do país, reunir 10 equipes para uma competição. Ora, então mudem o regulamento, adaptando-o às especificidades de cada modalidade, ao invés de jogá-lo no lixo. O tênis e o triatlo femininos, em situação idêntica, podem reivindicar o mesmo tratamento. Claro que o fato de Jaraguá ser a cidade do atual diretor geral da Fesporte, é mera coincidência e não deve ter contribuído em nada para a decisão do Conselho.

Doping da vaidade

Chás e remédios contendo inibidores de apetite, e cremes contra celulite, são os novos vilões na suposta dopagem de atletas, homens e mulheres. Afastados das competições após o “positivo” nos exames antidoping, os infratores têm responsabilizado a panacéia farmacêutica pela presença das substâncias proibidas. O Botafogo com Dodô e o vôlei feminino do Pan, com Jaqueline, são as vítimas mais recentes. Tem alguma coisa errada com o controle de dopagem e a orientação dos responsáveis pelas equipes, incluindo a área médica.

Dá-lhe Argentina

Na segunda-feira não terei informações mais detalhadas sobre a decisão da Copa América. Simplesmente porque pretendo ignorar a partida entre Brasil e Argentina. E ficarei satisfeito com um eventual foguetório dos hermanos comemorando o título. Vou torcer para isso. No caso de vitória brasileira, o que acho difícil, teremos que conviver com uma nova “era Dunga” na seleção. Cruzes. Individualizar conceitos em favor de uma liderança na equipe é uma coisa. Transformar isso em opção coletiva para a formação de um time de brucutus é uma tragédia.

Espinafre vencido

“Replay de uma balela que se comenta a cada início de temporada”. Está escrito na matéria do Diarinho com informações sobre a reunião para apresentação do projeto Marcílio Dias 2008. Não é surpresa a falta de propostas consistentes. É um filme muito antigo e repetido a cada ano por vários clubes brasileiros na tentativa de sensibilizar não se sabe quem. Torcedor não é bobo e empresário em tempos bicudos não embarca mais em canoa furada. Aliás, vejo muita semelhança entre o que se passa em Florianópolis, na Ressacada, e no estádio Hercílio Luz, em Itajaí.

Fiasco conveniente

A Comissão Técnica da seleção brasileira sub-20 acaba de fazer um grande favor aos clubes que tiveram jogadores convocados, criando condições para que eles voltem mais cedo ao país. Com o vexame no Mundial do Canadá, além de vermos equipes reforçadas para a seqüência do Brasileirão, aumenta nossa esperança de que aconteça uma reformulação no comando das seleções de base.

Lavanderia

Custou mas a verdade veio a tona com o pedido de prisão de dirigentes do Corínthians e da antiga parceira MSI, entre eles o jordaniano Kia Joorabichian.

A casa fornece

O Avaí ontem ganhou do Paulista pó 2 a 0 na Ressacada com o técnico Alfredo Sampaio, por impedimento de alguns titulares, usando sete jogadores da base. O goleiro, a zaga inteira e mais um volante começaram o jogo. No segundo tempo entrou mais um, encerrando a participação da fornada avaiana nesta vitória. O que prova, no mínimo, que falta um bocado de planejamento na maioria dos nossos clubes. Seus dirigentes preferem gastar fortunas com parcerias suspeitas e jogadores desconhecidos que correm o país, grande parte deles com prazo de validade vencido.

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Quinta-feira

A bronca eterna

Por mais que faça o time do Dunga não vai agradar. Ainda que ganhe a Copa América em cima da Argentina, disparada a melhor equipe da competição, a seleção brasileira seguirá provocando cizânia pelo país inteiro. Um pouco pelas escolhas do treinador – Afonso, Fernando e os goleiros, para ficar nesses -, outro tanto pela natural impertinência dos jornalistas misturada às preferências e expectativas regionais. Disso o futebol brasileiro não se livrará nunca.

Novos companheiros

A bandeirinha Ana Paula de Oliveira aquece a garganta dando entrevistas depois que posou para a Playboy para ganhar perto de R$ 400 mil. Talvez preparando a nova profissão que pretende abraçar caso a CBF decida afastá-la definitivamente dos gramados. Tem propostas para trabalhar como comentarista de arbitragem, possivelmente ao lado ou como concorrente de Romário, cujo primeiro teste aconteceu na Globo durante o jogo entre Brasil e Uruguai.

Espinafre

A curiosidade é grande com o projeto que a área de marketing do Marcílio Dias pretende apresentar hoje à noite. Torcedores e jornalistas esperam propostas concretas que possam alavancar um futuro diferente para o Marinheiro a partir de 2008. O contrário será trocar seis por meia dúzia.

Mordomo

O presidente do Avaí, João Nilson Zunino, devia parar de se esconder atrás de desculpas esfarrapadas para justificar os problemas do clube e do time. Desde que assumiu, Zunino tem acumulado apenas fracassos, para desespero do seu sofrido torcedor, apavorado com a possibilidade cada vez mais real de rebaixamento. Para o dirigente avaiano a culpa é da imprensa.

O bode

O presidente do Real Madri, Ramon Calderon, está muito feliz com a conquista do título espanhol. Ao ponto de dizer, com todas as letras que, um dos motivos para a melhoria do time e do ambiente nos vestiários, foi a venda de Ronaldo para o futebol italiano. “Ele não estava disposto a colaborar trabalhando duro com os companheiros”, justificou Calderon.

Água no queixo

O Figueirense precisa muito da vitória sobre o Paraná hoje à noite em Curitiba. A irregularidade fora de casa pode trazer instabilidade ao time, embora Mário Sérgio tenha como atenuante os constantes desfalques por conta de lesões e cartões. Problema é que o torcedor do Figueirense não tem muita paciência e os empresários estão batendo à porta do clube atrás de jogadores importantes.

Lona furada

Já começaram as reclamações e polêmicas no campeonato de acesso, competição que vai classificar o décimo segundo participante da divisão principal de Santa Catarina ano que vem. Tudo por conta de estádios sem condições e acusações de inscrição irregular de jogadores. A Federação e seu departamento técnico com a palavra.

Mau jornalismo

Nem tudo o que se ouve e lê sobre a seleção brasileira e seu treinador é questionado no cara a cara das entrevistas. Ao invés de repórteres e comentaristas, Dunga acaba se deparando com tietes e bajuladores. Foi, por exemplo, o comportamento de dois narradores, Luciano do Valle pela Band, e Galvão Bueno na Globo, logo após o jogo de terça. Os críticos de cabine iniciaram o papo do pós jogo cumprimentado Dunga pelo nascimento do terceiro filho, seguindo pelo caminho fácil do elogio e do oba-oba. Sobre o jogo e as dificuldades do time, nada.

Fenômeno

Não me inscrevo entre os fãs ardorosos da Fórmula I e perco pouco do meu tempo dominical a frente da televisão assistindo corridas. O suficiente para acompanhar o jovem fantástico piloto inglês, Lewis Hamilton. É o líder da temporada, fez pódio nas nove provas disputadas, ganhando duas e, como estreante na categoria, já derrubou todos os mitos nascidos e criados na Fórmula I.

Hermanos

A imprensa argentina reagiu com ironia e irritação (medo?) à classificação brasileira para a final da Copa América. Os principais jornais fizeram coro para dizer que o Brasil foi beneficiado pela sorte e pelo árbitro Oscar Ruiz, que não mandou voltar o último pênalti defendido por Doni adiantado.









terça-feira, 10 de julho de 2007

Terça-feira

Zangado

Nem mesmo a goleada de 6 a 1 sobre o Chile mudou o comportamento ranzinza do Dunga. Logo após o jogo, na entrevista coletiva, destratou um repórter por causa de uma pergunta que não lhe agradou. O time jogou bem, vai enfrentar o Uruguai hoje com mais segurança, mas nada impede que as convicções de Dunga sejam colocadas em cheque. Ele não aceita críticas que podem ter muito mais valor quando acontecem também após vitórias. Ainda que sejam motivadas por pitadas de regionalismo ou alguma implicância contra posições assumidas pelo treinador.

Ressaca

Claro que uma vitória como a de sábado deveria entusiasmar. Aos incautos, porém, é bom lembrar que cinco jogadores chilenos tomaram um porre e promoveram um quebra-quebra no hotel, madrugada de quinta para sexta-feira. Entre eles estava o glorioso palmeirense Valdívia, um dos melhores do Chile e que só entrou no segundo tempo.

Incoerências

A cobertura da Copa América tem jornalistas por todos os cantos, mas por preguiça ou falta de atenção, escapam detalhes importantes da falta de critério das arbitragens e dos dirigentes. Os casos mais evidentes são registrados na aplicação dos cartões, hoje um dos problemas mais sérios talvez da arbitragem mundial. Faltas comuns de jogo são punidas com cartão amarelo enquanto outras infrações, quase criminosas, passam em branco sem ao menos uma advertência verbal. Outra coisa: como é que a Confederação Sul-Americana escalou o árbitro uruguaio Jorge Larrionda para o jogo Brasil x Chile com o Uruguai podendo ser nosso próximo adversário?

Aviário

A galinha nem botou o ovo ainda e não se fala em outra coisa a não ser em uma final da Copa América entre Brasil e Argentina. Claro que a possibilidade é grande, mas Uruguai e México não foram avisados que não precisam entrar em campo. Estão como perus, morrendo na véspera.

Deslumbramento fatal

Jogador de futebol ao ganhar o primeiro troco razoável corre para uma revendedora e compra um carro importado, geralmente muito potente. É uma espécie de deslumbramento que mata geralmente jovens ou, pela má aplicação do dinheiro, transforma carreiras promissoras em rotundo fracasso. Para o atacante Alemão, do Palmeiras aconteceu o pior. Ele estava no Rio recuperando-se de uma lesão e foi passear em alta velocidade com a família em um desses caminhonetões. Morreu na capotagem levando o cunhado junto. Não foi o primeiro nem será o último.

Irresponsabilidade

Estamos disputando o Brasileiro da série A praticamente de domingo a domingo, exceção feita às trapalhadas da CBF, como deixar o Flamengo com dois jogos a menos. Não se justifica, portanto, jogar nas condições em que foram realizadas as partidas do Inter contra o Figueirense e do Náutico contra o Palmeiras. Gramados alagados por enxurradas e pouco público nas arquibancadas formavam um quadro desolador. E o domingo sem futebol, a não ser pela Copa América.

Brasileirões

O Figueirense sem cinco titulares até que não foi mal no Beira Rio, apesar da derrota. Pagou pelo medo do primeiro tempo, quando jogou muito recuado. O Avaí empatou em Fortaleza jogo que podia ter vencido e hoje tem pela frente em Brasília o Gama do Cavalo, que levou um coice em Criciúma, onde perdeu de goleada. E hoje, em casa de novo, contra o vice-líder Coritiba é jogo de seis pontos. Na série C deu a lógica, com o Joinville ganhando em casa e a Chapecoense perdendo fora.

Censura no ar

O doublé de piloto e comentarista da Globo, Luciano Burti, sentiu sábado a força e o caráter do narrador Galvão Bueno. Ao vivo e a cores, durante a transmissão do treino para o GP da Inglaterra de Fórmula I, Luciano tentava explicar a última maracutaia da categoria, envolvendo suposta venda de projetos da Ferrari para a McLaren por um ex-funcionário da escuderia italiana. Galvão cortou abruptamente o raciocínio do companheiro sentenciando: “esse assunto está vencido”. E nada mais foi dito nem foi perguntado.

sábado, 7 de julho de 2007

Sábado

Professor Pardal

Basta uma passada por alguns dos principais clubes brasileiros e chegaremos a uma triste conclusão: o conceito do defensivismo, no país onde se joga o futebol mais criativo do planeta, está dominando as pranchetas dos nossos destemidos treinadores. A praga, é claro, já alcançou a seleção e Dunga não abre mão de um meio de campo povoado por volantões. Pior é que o Brasil pode se dar bem na Copa América, pois ganhar do Chile de novo não será difícil e Uruguai ou Venezuela é que estarão no caminho antes de uma provável final contra a Argentina. Assim sendo, as invenções do Dunga estão próximas do sucesso, para infortúnio de todos e infelicidade geral da nação. Escrevi na quinta-feira que nosso treinador não esquece a Copa de 94, tese confirmada em suas entrevistas publicadas ontem. “Não é a receita para o sucesso, mas o espírito daquela Copa deve estar presente aqui”, sacramentou ele. Então, que venha o Chile.

Decepção

Além de tudo o que já foi dito e escrito sobre convocações e escalações, o que mais impressiona em Dunga é sua insistência em negar o óbvio. Nosso voleibol, por exemplo, continua hoje com times demolidores nos dois naipes e seus treinadores, jogo após jogo, apontam defeitos e ainda exigem melhor desempenho de seus atletas. Dunga, ao contrário, mantém o discurso, não reconhece os equívocos e, pior, com mau humor e declarações desaforadas, tenta convencer que está tudo bem.

CLT

Patrão não gosta de reclamação de empregado. Muito menos quando se trata de salário atrasado. Até parece que a legislação trabalhista é pra inglês ver. E cumprir. Clube de futebol é campeão no descumprimento da lei e a cartolagem só se dá por vencida quando um jogador rompe a barreira e, sem medo de ser infeliz, bota a boca no trombone. Ou quando o assunto vai para os tribunais. Cláudio Luiz, zagueiro do Criciúma, fez isso esta semana e provocou uma reunião emergencial da diretoria com o grupo. Como o clube é líder da série B devendo um mês de salários e alguns prêmios, parece que pagar as contas em dia virou um mero detalhe.

Fartura

O Avaí tem tanto jogador, mas tanto jogador que, mesmo com um time inteiro fora de ação por cartões e lesões, ainda sobram mais dois e gente no banco para levar a Fortaleza onde joga hoje. O resultado é que talvez não seja proporcional a essa opulência. Pelo menos por enquanto a zona de rebaixamento é uma ameaça concreta.

Pavor

Joinville em casa, contra o Caxias, e Chapecoense em Apucarana contra o Roma, começam a grande jornada representando Santa Catarina na série C do Brasileiro. É a competição mais difícil do nosso futebol, disputada por clubes com poucos recursos e elencos formados com a rapa do tacho. É por isso que quem está fora não quer entrar e quem está dentro quer sair rapidinho para nunca mais voltar.

Estranho

A Chapecoense viajou ao interior do Paraná desfalcada de seis titulares. Como é que tem tanta gente fora de ação se o time não joga desde a final do Catarinense? Das duas uma: o descanso da pré-temporada em uma estação de águas teve efeito contrário ou os treinos foram no campo do Arranca Toco Futebol Clube, habitat de Quero-Quero e Coruja Buraqueira.

Contrastes

O Figueirense está em Porto Alegre para enfrentar o Inter no Beira-Rio, palco de grandes vitórias catarinenses. Hoje em sexto lugar, o time de Mário Sérgio soube como poucos enfrentar a maratona de duas competições paralelas, Copa do Brasil e Brasileiro. O time não tem craque, mas usufrui de um grupo homogêneo, cheio de garotos e bem utilizado pelo treinador. Destoa no atual momento do Figueirense o comportamento do seu departamento de futebol e da comissão técnica, nas vozes do gerente Anderson Barros e do técnico Mário Sérgio. O tratamento desrespeitoso, arrogante e cheio de segredos dispensado aos jornalistas da Capital já passou dos limites.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Quinta-feira


Más companhias

A quem interessar possa. Ao Avaí, por exemplo, atualmente abraçado com LA e Traffic. As parcerias estão arrumando mais encrencas do que soluções para alguns clubes brasileiros. O Grêmio, depois da MSI, anda as voltas com dívidas, prestação de contas e expulsão, isso mesmo, expulsão de conselheiros. O Flamengo, com essa mesma empresa, está perdendo o goleiro Bruno, cogitado para a seleção brasileira pela festiva crônica carioca. Nilmar, revelado pelo Internacional, não consegue exercer a profissão no Coríntians ou no francês Lyon por causa de um contrato mal arranjado. O Figueirense, em menor grau, também não gostou da experiência com a CSR (César Sampaio/Rivaldo) e mudou de rumo. Resumo da ópera: aceitar parceiros tipo os que andam dando sopa pó aí tem sido o mesmo que dormir com o inimigo.

Canastrões

Por causa de 45 minutos de mau futebol, Dunga resolveu afastar do time os habilidosos Diego e Anderson. O treinador brasileiro, como solução, optou por um meio de campo à sua imagem e semelhança. Parece que bateu o banzo no nosso técnico, saudoso da Copa de 94 e do time que tinha ele mais Mauro Silva, Mazinho e Zinho. Não se pode esquecer, no entanto, que aquela formação que chegou ao título tinha na frente dois jogadores em alta, Bebeto e Romário, além da sustentação de uma zaga eficiente. Ou seja, o filme que hoje Dunga tenta reprisar, tinha excelentes atores e bons coadjuvantes. Daí a diferença para a projeção classe B que estamos assistindo nesta Copa América.

Casa da sogra

Não gosto desta terminologia para comparações depreciativas. As sogrinhas não merecem. Mas, vá lá. O leitor entende melhor assim porque a expressão está consagrada. O nariz de cera vale para explicar a verdadeira esculhambação promovida pela CBF no campeonato brasileiro. Antecipação ou adiamento de jogos a cada rodada, mudanças de horários e, superação total, jogos à tarde em dia útil, como aconteceu ontem. Faz tempo o Estatuto do Torcedor foi jogado na lata de lixo. E os dirigentes nem aí. Pelo contrário, o cordão de bajuladores e defensores da corte do Rei Ricardo cada vez aumenta mais.

Falta planejamento

Os dirigentes de clubes vivem se queixando da vida. Como se a CBF, a chamada entidade maior do futebol brasileiro, não tivesse nada a ver com o assunto. O calendário está a disposição de todos com bastante antecedência, prevendo datas para os campeonatos estaduais, Copa do Brasil, Sul-americana, Libertadores, Brasileiro, Copa América, Mundial sub-20, eliminatórias para a Copa, enfim, tudo em consonância com as atividades previstas para uma temporada inteira, quando não até duas ou três. Tudo isso é ignorado solenemente pela corte e pela cartolagem de um modo geral. O resultado são clubes esfacelados em meio à competição por causa da tal janela para negociações com o exterior, datas jogadas fora e espetáculos cada vez mais pobres. Assim sendo o torcedor fica em casa, seguro, fazendo economia, e longe deste circo mambembe.

Arrogância

O Figueirense derrotou o Cruzeiro, quebrou a série de três jogos sem vitória e chegou ao quinto lugar. Sábado se vencer o Inter no Beira Rio, estádio onde costuma se dar bem, melhora ainda mais sua posição na tabela. Nada disso alivia o humor de Mário Sérgio, um poço de má vontade para com a imprensa da Capital. Aliás, pelo depoimento dos companheiros que são obrigados a freqüentar o vestiário no pós jogo, vitória ou derrota não mudam o comportamento do treinador. Nem parece que ele já freqüentou o outro lado do balcão, como jogador e jornalista.

Vôo rasteiro

Os aeroportos já começaram a atrapalhar a vida dos clubes nas duas séries do Brasileirão. O Figueirense trocou o avião por ônibus na viagem de 470 km a Porto Alegre amanhã.

Professor

Nelson Rodrigues, o genial técnico da seleção brasileira sub-20, tirou Pato do time a 25 minuitos do segundo tempo, o time perdeu força ofensiva e a Coréia quase empatou o jogo.



terça-feira, 3 de julho de 2007

Terça-feira


Os dois anões

Já aconteceu com Zagalo, Felipão, Parreira e se repete com Dunga, que mais parece o outro anão, o Zangado. Os treinadores da seleção brasileira, sem exceção, tratam a mídia como inimiga e não aceitam perguntas que os deixem contra a parede. Querem só mamão com açúcar, tipo bola quicando pra marcar o gol. Ora, assim até eu. Claro que há vários tipos de repórteres, perspicazes, malas, inteligentes, burros, implicantes, puxa-sacos, os que não perguntam, defendem teses, tem pra todo gosto. Dunga ainda não entendeu isso, basta prestar atenção nas coletivas, que não são entrevistas, são um embate. O assessor de imprensa da CBF precisa intervir urgentemente – como já fez no tempo do Felipão – antes que as relações da mídia com a Comissão Técnica, Dunga especialmente, azedem de vez.

Maionese e ketchup

O tempero, o molho desta seleção, chama-se Robinho. E ninguém mais. Dunga conseguiu reunir para esta Copa América o supra sumo da mediocridade, a começar pelos goleiros. Passada a fase dos amistosos, terminou a lua de mel, principalmente com a mídia. Mesmo levando em conta as ausências anunciadas de Kaká e Ronaldinho e, de última hora, a de Zé Roberto, é triste ver nossa seleção tropeçando diante de meio time reserva do México e, não fosse o Robinho, quem sabe derrotada pelo Chile. E barbas de molho torcedor brasileiro, vem aí o temível Equador.

Goela abaixo

Foi constrangedora a prensa do Pavão Bueno sobre Falcão, para que o comentarista murista revelasse as imposições que sofreu quando foi treinador da seleção brasileira. Bueno, pero no mucho, chegou a falar, em alto e bom som, durante a transmissão de domingo, em “ordens do patrão”, entenda-se como o Rei Ricardo. Falcão, fiel aos seus princípios de não emitir opinião, apesar de ser comentarista da rede de televisão mais poderosa do país, não roeu a corda. Passou o tempo todo sem confessar que foi obrigado a fazer algumas convocações, a pretexto de renovação, como acontece agora. Como o Brasil acabou ganhando de 3 a 0, ficou o dito pelo não dito e foram todos comemorar a façanha de uma única andorinha fazendo verão.

Mapa da mina

Mesmo sofrendo com desfalques importantes, o Figueirense precisa hoje contra o Cruzeiro, em casa, desmanchar a impressão de irregularidade que tomou conta do time de Mário Sério neste Brasileirão. Problema é que do outro lado tem um time em ascensão dirigido por Dorival Jùnior, conhecedor como ninguém da aldeia e dos caboclos que vai enfrentar. A facilidade para os donos da casa, se é que ela vai existir na partida, está na fragilidade de uma zaga desfalcada por lesões, cartões, convocação de Luisão, venda de Gladtsone e escalação de dois juniores. Talvez seja por aí o caminho da recuperação do Figueirense.

Duas pontas

O Criciúma continua líder e o Avaí tenta subir depois de duas vitórias consecutivas. Os dois ganham boa folga, mas voltam a campo para uma maratona estabelecida por essa tabela maluca da série B. No caso do Avaí vamos ver se a torcida pode mesmo confiar na recuperação do time sob as ordens de Alfredo Sampaio. Ressacada de novo só daqui a quinze dias, contra o Paulista. Antes dois jogos em seguida fora de Florianópolis, contra Fortaleza e Gama.

O gato comeu

Que fim levou o processo envolvendo o Joinville pela utilização irregular de jogadores naquele quadrangular Mandrake inventado pela Federação?

Frases

“Futebol deveria ser sempre uma festa para a gente ir com a melhor roupa” Do tempo em que Falcão jogava e falava bem.

Aladim

Os chilenos, apesar de furiosos com a derrota para o medíocre time brasileiro, conseguiram brincar com as estripulias de Robinho: “o gênio brasileiro finalmente saiu da lâmpada”, crivou a manchete de um jornal de Santiago.

Penetras

O que tem de papagaio de pirata nas cerimônias da tocha olímpica, é uma glória. Aparecem desde inexpressivos ex-atletas até cartolas e políticos sempre a postos atrás de uma câmera.