sábado, 30 de junho de 2007

Sábado

Seleção I

Renovação é a única palavra que não cabe para o grupo escolhido por Dunga para disputar a Copa América. Levando em conta os preparativos e a estréia desastrosa contra um time misto do México, cabem melhor expressões como mediocridade, convocações equivocadas, erros de avaliação, apostas sem futuro e, pior, esquema tático ineficiente. A idéia inicial, vendida pela corte do Rei Ricardo, era a de formar uma nova equipe visando a Copa do Mundo, parte da mudança para vingar já nas eliminatórias. Por enquanto o que se vê é um choro interminável pelas ausências de Ronaldinho, Kaká e Zé Roberto e a velha desculpa da falta de tempo para treinamento.

Seleção II

O zagueiro Alex, pesado, lento e sempre mal colocado, encabeça a lista das decepções brasileiras. A cena do segundo tempo, em que ele persegue o mexicano Castilho, do meio campo até a área do Brasil, só não foi mais patética porque o atacante adversário não marcou o terceiro gol. Junto com Alex afundaram Diego, Wagner Love, Mineiro e o goleiro Doni, este a grande invenção do Dunga. Felizmente o caneludo Afonso não marcou aquele gol de sem pulo. Com a mídia fogueteira sempre a postos, seria escolhido o craque do jogo e a maior revelação brasileira dos últimos tempos. É superação contra o Chile, amanhã, ou voltar para casa com o rabo entre as pernas.

Elefante branco

Em matéria de desperdício o presidente venezuelano, Hugo Chaves, empata com nossos governantes e dirigentes esportivos. Vejam o caso do Estádio Chamay, sede do Brasil na Copa América, com 43 mil lugares. Foi construído especialmente para esta competição em Puerto Ordaz, uma cidade sem time de futebol.

Onde está o dinheiro

Na lista de jogadoras brasileiras convocadas para a o futebol feminino do Pan, sete estão jogando fora do país, distribuídas por Espanha, França, Suécia e Áustria. São as mulheres começando a percorrer o mesmo caminho dos homens em busca de euros e dólares.

Ameaça

O Figueirense perdeu para o Atlético MG, empatou com o Juventude e São Paulo, completando três jogos sem vitória. Agora vem o Cruzeiro, terça-feira, no Scarpelli, no meio da Voz do Brasil. Derrota? Nem pensar, a chapa pode esquentar. Lá é assim, escreveu não leu, o pau comeu.

Sobe e desce

No vai e vem do presidente Boliviano, Evo Morales, a FIFA começa a roer a corda. De cara proibiu jogos acima de 2.500 metros, flagelo para qualquer adversário que não seja andino. O conselho formado por velhinhos encastelados e que não tiram a bunda da cadeira para conhecer a realidade do futebol mundial, já chegou aos três mil. Morales quer mais.

Mais um

Na trilha do sucesso do Figueirense, com a “Figueirense Participações”, o Grêmio está saindo com a “Grêmio Empreendimentos”. Esta empresa vai gerir a construção da arena gremista e será dirigida por Paulo Odone, atual presidente do clube que deve deixar o cargo para Túlio Macedo, candidato natural à sucessão.

Fortuna

O meia Perdigão rodou pelo futebol catarinense, foi parar no Internacional, ganhando 52 mil mensais e acabou campeão do mundo. Agora vai para o Vasco, chamado por Celso Roth. Se for pelo mesmo salário, palmas para o empresário que, depois de tirar o jogador do ostracismo e quase aposentadoria, colocando-o no Inter, convence Eurico Miranda a pagar tudo isso.

Só Jesus salva

A Argentina começou a Copa América apresentando seu cartão de visitas com a goleada de 4 a 1 sobre os Estados Unidos, para delírio da torcida venezuelana e o presidente Chaves. Não consigo imaginar nossa seleção enfrentando os argentinos em uma final, mas se isso acontecer, que Deus nos ajude e o milagre da multiplicação de talentos se apresente para o time do Dunga.

Lugar errado

Renato Augusto, Lucas e Alexandre Pato deveriam estar em qual seleção? Correspondências com a resposta devem ser enviadas para Puerto La Cruz, Venezuela, onde Rei Ricardo e sua corte estão provisoriamente instalados.



quinta-feira, 28 de junho de 2007

Quinta-feira

O canto do Galo

Estão noticiando como grande novidade a fala do Zico no programa Bem Amigos da Sportv sobre o chilique do Ronaldo na Copa da França. Até parece que Zico revelou um segredo que muda o destino do planeta quando, na verdade, ele apenas colocou os fatos em ordem cronológica. Disse o que todo mundo já sabia e, de novo mesmo, apenas a mágoa e o arrependimento por ter aceitado o convite do Rei Ricardo para fazer parte da corte como coordenador técnico da seleção.

Finalmente

O Criciúma segue na liderança e mandando bala na série B do Brasileirão, enquanto o Avaí consegue dar uma respirada e tomar fôlego até enfrentar o novo jogo em casa, amanhã contra o Ipatinga. Falta o estropiado Figueirense passar pelo São Paulo hoje no Scarpelli. Desta vez Mário Sérgio não tem o que inventar, basta colocar o time em campo.


Enganação

O Metropolitano captou recursos do Fundesporte (R$ 96 mil) utilizados para a viagem à Suíça e Áustria com uma delegação de 39 pessoas, entre atletas, comissão técnica, dirigentes e convidados. O passeio, disfarçado de excursão para colocar jogadores na vitrine e disputa de um torneio com clubes da segunda divisão suíça, pelo jeito deu em nada. Ou quase nada, porque o turismo deve ter rendido ao menos boas imagens fotográficas e muitos souvenirs. Na volta a Blumenau os dirigentes, sem nenhuma cerimônia e na maior cara de pau, simplesmente anunciaram o fechamento do clube até o início de 2008. Isso é que se chama viagem proveitosa e boa aplicação do fundo criado para financiar projetos de incentivo ao esporte.

Milagre

Falando em recursos, em Joinville não há dinheiro para o futebol. No entanto a Arena acaba de ser reinaugurada e com sua capacidade ampliada para 22 mil torcedores. Vale perguntar, diante da pobreza franciscana dos clubes catarinenses em geral: quem pagou essa conta?

Nudez premiada

Ana Paula Oliveira vai ganhar R$ 580 mil da Playboy, valor do cachê mais comissão por edição vendida. Os circunspetos senhores da corte do Rei Ricardo não querem falar sobre o assunto, muito menos explicar como fica a situação da auxiliar de arbitragem junto à CBF e à FIFA. Talvez estejam esperando a revista na bancas para avaliar a qualidade do produto.

Decisão infeliz

É grande a bronca em Porto Alegre com a direção do Internacional por ter limitado em dois mil o número de ingressos para a torcida do Grêmio no Grenal do último domingo. Compareceram apenas 900 gremistas e, como haverá réplica no returno, um dos maiores clássicos do futebol brasileiro corre o risco de se transformar em jogo de uma só torcida.

Profissionalismo

Não era dia de jogo, mas 30 mil pessoas compareceram ao estádio Camp Nou, do Barcelona, na apresentação do craque francês, Thierry Henry, recentemente contratado. Natural para um clube que tem mais de 100 mil associados e faz parte de um futebol de organização impecável.

Amadorismo

O atacante Newmar segue sua via crucis como jogador do Coríntians por causa de uma liminar que o impede de se transferir para outra equipe. O caso ganhou terça-feira mais um capítulo na Justiça do Trabalho onde o advogado do jogador tentou sem sucesso cassar o documento corintiano. Depois de quase um ano afastado dos gramados por causa de uma contusão, Newmar continua impedido de exercer sua profissão, preso a uma prorrogação de contrato.

Inércia

Pato, o talentoso atacante do Internacional, foi negociado com o Chelsea da Inglaterra por 25 milhões de euros (R$ 65,6 milhões). Nossos legisladores e autoridades da área esportiva nada fazem para amenizar o êxodo de craques brasileiros. Enquanto isso a qualidade técnica do nosso futebol despenca a níveis próximos aos do pernambucano Íbis, durante muito tempo considerado o pior time do mundo. Os clubes brasileiros, cada vez mais desvalidos pela concorrência milionária, apelam para a importação de jogadores com documentação de aposentadoria encaminhada.


terça-feira, 26 de junho de 2007

Terça-feira

Lamas

Um dos maiores profissionais do foto-jornalismo brasileiro, Olívio Lamas, morreu aos 58 anos sábado, em Garopaba, à beira da Lagoa de Ibiraquera, onde morava. Coroado com os prêmios “Esso” e “Vladmir Herzog dos Direitos Humanos”, os dois maiores lauréis da imprensa brasileira Lamas, além de fotógrafo competente, era um companheirão para todas as horas. Tolerância zero em matéria de safadezas, profissionais ou não, ele deixou sua marca nos jornais Zero Hora, O Globo e Jornal do Brasil, além de incontáveis atividades longe das redações. Como estou fora de Santa Catarina no momento, não pude acompanhar as últimas homenagens ao amigo. Ficam meus votos de pesar aos filhos e à Elizabeth, sua mulher, junto com a repulsa pelas demonstrações explícitas de demagogia e oportunismo, minutos antes do seu sepultamento. Não nos livramos da politicalha nem na hora da morte.

Nós no Brasileiro

Ocupamos os extremos da tabela na série B, com o Criciúma lá em cima, na liderança, e o Avaí ladeira abaixo, segurando a lanterna com apenas quatro pontos. O Figueirense, aos trancos e barrancos vai se mantendo nas posições intermediárias, mas precisa de bons resultados diante de São Paulo e Cruzeiro, próximos adversários em casa. A arrogância do técnico Mário Sérgio começa a provocar os primeiros efeitos negativos, no Orlando Scarpelli e nas viagens do time. Talvez a ausência do assessor de imprensa titular, JB Telles, a serviço da CBF na Venezuela, seja uma das razões para essas alterações de humor e de comportamento.

Trocadalhos

O Grêmio, vitorioso no Grenal, transferiu para o Inter os problemas de um time irregular, além de consolar sua torcida pela derrota na Libertadores. Trocadilhando, os gremistas cantaram de Gallo no Beira Rio, deixando torcedores do Inter à beira de um ataque de nervos e seu treinador próximo do olho da rua.

Plim Plim

Parece que a Globo resolveu desdenhar não só a Copa América, mas também seus milhões de telespectadores. Revista Veja desta semana revela que o insuportável trio Galvão Bueno, Falcão e Arnaldo César Coelho ficará no Brasil, transmitindo os jogos trancados em um estúdio, à frente de um aparelho de televisão.

Efeito Riquelme

O sexto título na Libertadores, conquistado nos jogos finais contra o Grêmio, deu um glorioso empurrão na carreira política do presidente do Boca Juniors, Maurício Macri, que acaba de ser eleito prefeito de Buenos Aires. Político de centro-direita, Macri obteve 60% dos votos em 75% de urnas apuradas.

Nudez castigada

Depois daquele fatídico jogo entre Botafogo e Figueirense, no Maracanã, a auxiliar Ana Paula de Oliveira mudou radicalmente o rumo de sua vida e de sua carreira. Perdeu a confiança dos machões e machistas que controlam (?) a arbitragem brasileira, tirou a roupa para a edição de julho da Playboy e ficou sem as credenciais da FIFA.

Discurso velho

A Copa América ainda nem começou e Dunga já repete o lero lero dos técnicos que assumem a seleção lamentando a falta de tempo para treinamentos. Além de soar como uma desculpa antecipada diante da possibilidade de eventuais maus resultados, a fala de Dunga repete Parreira e outros tantos que ocuparam o cargo. A função de um treinador a frente de qualquer equipe, especialmente a seleção, não é só distribuir camisas, mas encontrar soluções para superar dificuldades criadas pela desorganização do futebol brasileiro.

Vida nova

Tomara que a nova velha Arena ajude o Joinville a tomar um rumo na vida. Embora só estádio bonito não leve um clube a lugar nenhum, principalmente ao saneamento de suas finanças e à formação de um bom time.

Precipitação

Todos os anos repetem-se as análises apressadas nas duas séries do Brasileiro. Claro que há motivos para preocupação com o desempenho de algumas equipes, mas é muito cedo para apontar favoritos ao título ou candidatos ao rebaixamento.




sábado, 23 de junho de 2007

Sábado



Cinquentona

Qualquer número ou estatística é motivo de comemoração nesse país de prosperidade, segundo o Guidômetro do ministro Mântega, de aeroportos e calheiros. Pois eu também quero comemorar, mas a coluna de número 50. Cheguei até ela graças às influências do meu amigo César, meu incentivador da hora, à confiança da Samara, dona da casa, e à paciência do meu editor, o santista Carneiro. Tks.

Futuro

Tudo indica que a parceria do Avaí com a Traffic e LA Sports terá o mesmo destino da CSA com o Figueirense. Não tem dado certo essa intermediação de jogadores misturada com os interesses do clube. No Figueirense a solução foi desvincular uma coisa da outra através da criação de uma empresa. O Avaí ainda não achou o caminho e não pode demorar muito sob pena de inviabilizar projetos atuais e futuros. O fantasma da série C continua assombrando a Ressacada.

Cortina de fumaça

A política adotada pelo Figueirense de esconter tudo da imprensa, a partir dos treinamentos, começa a distorcer a imagem do clube. O sotaque carioca, do banco até a administração, distancia cada vez mais o Figueirense da mídia e do seu torcedor. É uma postura de soberba, muito antipática e que tem levado assuntos internos do clube para conversas de café onde quem conta um conto sempre aumenta um ponto. A transparência seria o melhor antídoto, com o que não concordam algumas eminências pardas instaladas no Scarpelli.

Day after

Fico em Porto Alegre por um tempo, aonde cheguei no dia seguinte à derrota do Grêmio para o Boca Juniors. São impressionantes os efeitos da rivalidade entre gremistas e colorados. Meio da tarde vi um monomotor sobrevoando a cidade arrastando uma faixa com a brincadeira dos secadores da noite anterior: “Eles morreram pelo Boca”. E domingo já tem Grenal no Beira Rio, com o Grêmio que sobrou da Libertadores, e o Inter revigorado pelos últimos resultados no Brasileiro.

Castigo

Dirigentes, torcedores e jogadores do Grêmio usaram e abusaram do “imortal” e do “épico”. Bobagens que, sustentadas e ampliadas pelo ufanismo da mídia, ajudaram a dourar a pilula e a criar mais uma lenda no futebol gaúcho e brasileiro. Não fosse assim, não estariam falando agora na troca de quatro a cinco jogadores.

Guerra e paz

Infelizmente para o futebol os preparativos para o clássico gaúcho começaram com o extra-campo, envolvendo número de ingressos para a torcida visitante e o espaço a ela destinado no estádio do Inter. A estimativa é de 47 mil colorados contra dois mil gremistas, números da polêmica com ameaças de retaliações futuras. Foi preciso intervenção do sindicato dos jogadores com participação dos capitães dos dois times, Iarley pelo Inter e Sandro Goiano pelo Grêmio. A irracionalidade de meia dúzia de imbecis é a praga do momento nos estádios brasileiros, ameaçando a segurança e o sossego de quem compra ingresso para assistir apenas futebol.

Confiança

O novo treinador do Joinville, Guilherme Macuglia, não está levando a sério as denúncias de que o time teria utilizado três jogadores irregulares no quadrangular contra Próspera (o denunciante), Camboriuense (terceiro interessado) e Videira. No julgamento pelo pleno do TJD deu Joinville 3 a 2. Pelo jeito Macuglia, recém contratado, não acredita em reversão da absolvição no STJD, o que levaria o JEC à divisão de acesso e o técnico ao arrependimento.

Expectativa

A seleção do Dunga que vai jogar na Venezuela está dividindo, como sempre, os jornalistas brasileiros, principalmente os que acompanham mais de perto a movimentação iniciada na Granja Comary, em Teresópolis. Mesmo com as ausências de Ronaldinho, Kaká, e Zé Roberdo, que esnobaram a Copas América, mais os lesionados de última hora, há esperança de sucesso. O time não é tão fraco, como querem os pessismistas, e tem condições inclusive de ganhar o título, garantem alguns experts de jornal, rádio e tevê, adoradores da camisa amarela.











quinta-feira, 21 de junho de 2007

Quinta-feira



Filme antigo

Acompanho diariamente os programas esportivos de rádio e tevê direto da Granja Comary onde a seleção brasileira faz sua preparação para a Copa América. A CBF, tudo indica, não aprendeu a lição da Copa da Alemanha, quando escancarou as portas da concentração e transformou o trabalho da Comissão Técnica e dos jogadores em um espetáculo circense. Excesso de exposição com entrevistas a toda hora, invasões de gramado, vestiários e hotéis, e falta total de privacidade, prejudicaram visivelmente a preparação de Parreira e seus comandados. Deu no que deu.

Novos tempos

Gozado é que até a rigidez do Dunga arrefeceu. Ele já deu a entender, em várias entrevistas, que o capitão do time agora deve ter um estilo diferente do seu. O ex-jogador e agora técnico prefere uma versão light, oposta daquela que conhecemos na Copa dos Estados Unidos.

Esconde-esconde

Alguém sabe que a Federação Catarinense de Futebol organiza um campeonato estadual para as divisões de base? Pois ele existe, liderado pelo Figueirense nos juvenis e pelo Atlético de Ibirama nos juniores. Tudo muito bem escondidinho que é para ninguém ficar sabendo. Aliás, não entendo porque os gramados ficam vazios e sem nenhum atrativo para o torcedor antes dos jogos entre os profissionais. As preliminares tem hoje outro significado, nada a ver com futebol.

Teimosia

A dispensa de Zé Teodoro dá seqüência a um ciclo com números impressionantes no Avaí. Do início de 2006 até aqui passaram sete treinadores pelo clube sem que o time dê a resposta em campo. A situação do presidente avaiano, João Nilson Zunino, começa a ficar parecida com a de Renan Calheiros no Senado. Ambos resistem à idéia da renúncia.

Replay

O Joinville vive problemas semelhantes aos do Avaí e com mais gravidade. Acaba de afastar o fantasma do rebaixamento (se não houver punição no TJD), mantendo-se na divisão principal do futebol catarinense, mas ainda assim demitindo outro treinador. A bola da vez foi Barbieri, responsabilizado não se sabe exatamente por qual das trapalhadas patrocinadas por seus dirigentes nos últimos tempos.

Diferença

Tivesse o Figueirense passado pela metade das turbulências de Avaí, Joinville e outros menos votados, o estádio Orlando Scarpelli estaria no chão. A goleada sofrida sábado diante do Atlético, a tentativa de gandaia de Ramon no hotel em Belo Horizonte, e o surgimento do novo “gato”, o zagueiro Michel Schmoller, pelo menos por enquanto não trouxeram grandes prejuízos ao clube. Aparentemente está tudo sob controle.

Qual é?

A única coisa que continua fora de ordem e sem explicação convincente é o comportamento do técnico Mário Sérgio. Ele mantém sua pose de soberba e não comparece a nenhum tipo de programa esportivo em Florianópolis. Para quem conhece os dois lados do balcão (foi comentarista de tevê) e tem a vivência do Mário no futebol, a postura deveria ser outra. Ele jamais trataria jornalistas de São Paulo ou Rio de Janeiro com o desdém reservado à mídia tupiniquim.

Presentão

Aquela belezoca travestida de bandeirinha, a Ana Paula de Oliveira, resolveu jogar (ou tirar) a toalha e abandonar a arbitragem. Depois dos problemas por causa dos erros no jogo entre Botafogo e Figueirense ela foi discriminatoriamente punida pela CBF. Decidiu então, com apoio da zelosa mamãe, trocar os gramados da quarta divisão paulista, onde estava exilada, pelas páginas da Playboy de julho. Mês do meu aniversário.

Free way

Homens da Polícia Rodoviária Federal foram incumbidos de escoltar torcedores argentinos no trajeto Uruguaiana/Porto Alegre – 1.300 km ida e volta – por causa da decisão da Libertadores entre Grêmio e Boca Juniors. Nossos policiais viraram babás de argentinos.

Elementar

Carlos Alberto e Michel Schmoller, os “gatos” da hora, são exemplos contundentes de como alguns pais, por conta própria ou mal orientados, pensam o futuro profissional de seus filhos.









terça-feira, 19 de junho de 2007

Terça-feira



Excelência

Durante a realização das Olimpíadas Brasileiras Jubs 2007 em Blumenau o prefeito João Paulo Kleinubing recebeu da FISU, entidade internacional universitária o caderno de encargos para a Universíade 2013 (este ano será em Bangkok) e, do Comitê Olímpico Brasileiro, o documento para os Jogos Escolares Brasileiros em 2007. Dirigentes das duas instituições ficaram impressionados com a estrutura da cidade e sua vocação para o esporte. Imbatível em matéria de equipamento esportivo Blumenau ainda tem pela frente projetos para a reforma total do Galegão, a construção de uma pista sintética para o atletismo e a cobertura total do estádio do Sesi.

Xô Zé

Quatro derrotas em seis jogos, a última delas em casa, penúltimo lugar na série B e uma frase infeliz, derrubaram o técnico Zé Teodoro. O ex-técnico do Avaí disse após o jogo com o Remo no sábado que o projeto não priorizava a subida para a série A este ano. “Estamos trabalhando a longo e médio prazo”, disse ele. Deu pro Zé, como se treinador fosse o único e grande problema avaiano.

Bom samaritano

Mário Sérgio é um sujeito inteligente e, como tal, precisa mudar seu discurso de pós-jogo. Enche o saco a arenga do mea culpa a cada derrota. Essas demonstrações de altruísmo devem ficar no limite do bom senso, caso contrário soam piegas e cabotinas.

Mau aluno

O Avaí não aprendeu a lição pelos erros cometidos com Eric Lovely, aquele suíço amigo do Ronaldinho Gaúcho que trouxe para a Ressacada quase 50 jogadores. Foram tantas as contratações que o técnico Lula Pereira não conseguia lembrar de todas nos treinamentos e na hora de botar o time em campo. Essa nova parceria é genuinamente brasileira, mas segue o mesmo rumo da estrangeira.

Inutilidade

Serviu pra quê mesmo esse torneiozinho encerrado domingo? Pra manter o Joinville na divisão especial e movimentar Camboriuense, Videira e Próspera. Na seqüência tem a trepidante segunda divisão, disputada por alguns clubes nascidos unicamente para satisfazer os interesses eleitoreiros do presidente da Federação e cujo campeão será o décimo segundo participante da elite catarinense. Enquanto isso a Chapecoense, campeã estadual, continua esquecida e de férias em uma estação de águas no oeste.

Turrão

Robinho foi campeão espanhol pelo Real Madri e se incorpora à seleção esta semana. Dunga e a corte do Rei Ricardo fizeram muito barulho por nada nesses primeiros dias de exames médicos e rodas de bobo na concentração de Teresópolis.

Evento

Vem aí a sexta edição do Fórum Internacional de Esportes, de 26 a 29 de junho no Centro Sul, em Florianópolis. Exceção de alguns pangarés discutindo o sexo dos anjos tem gente boa e bons assuntos. João Pedro Paes Leme, da Rede Globo, Rio, vai nos representar, falando da relação mídia x esporte e, claro, Pan 2007, mais uma pitadinha sobre Olimpíadas China 2008.

Caseiros

É tão antigo quanto o futebol decisões de arbitragem favorecerem times da casa, principalmente diante dos chamados grandes. O Náutico e o Inter, no Maracanã, e o América, em Recife, foram as vítimas da rodada do final de semana, com pênaltis não marcados ou jogadores expulsos no primeiro tempo. Flamengo, Botafogo e Sport agradecem penhoradamente.

Aviário

O goleiro Júlio César, do Botafogo, aumentou sua criação de frangos com a falha de domingo permitindo o gol de empate do Sport no Maracanã. Menos mal que o time reagiu e fez 3 a 1 porque a torcida ainda não esqueceu a expulsão contra o Flamengo no campeonato carioca e a eliminação da Copa do Brasil graças ao peru diante do Figueirense.

Sem luxo

O Santos começa uma nova caminhada no campeonato brasileiro sem o craque Zé Roberto, Kleber e Maldonado nas seleções de Brasil e Chile, e nestes dias também com a ausência no banco do Wanderlei Luxemburgo, operado do apêndice. O primeiro passo foi dado domingo em Caxias, na vitória sobre o Juventude, quem diria, sob o comando do Serginho Chulapa, auxiliar do Luxa.

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Sábado

Caixa 2, 3, 4...

Tinha a informação sobre o valor total do Fundesporte, mas achei os números tão absurdos que, em dúvida, resolvi não mencionar na coluna de quinta-feira quando tratei do assunto. As fontes confirmaram que a dinheirama chega a R$ 90 milhões. Cultura e Turismo estão um pouco abaixo, próximas dos R$ 70 milhões cada.

Tango

Os gremistas querem o couro do árbitro uruguaio Jorge Larrionda por causa do impedimento triplo no primeiro gol do Boca Juniors no jogo da quarta-feira. Irregularidade indiscutível, responsabilidade idem: o lance era do auxiliar. O ideal seria a Confederação Sul Americana optar por arbitragem européia quando houver confrontos entre times brasileiros, uruguaios e argentinos.

Olimpíada Universitária

Mesa do café em um hotel de Blumenau, cercado de professores e técnicos de algumas modalidades pergunto: “Por que uma universidade como a UFSC, com 22 mil alunos, não consegue ter equipes de ponta no esporte de alto rendimento”? Resposta em coro de um ex-Federal e de um treinador: “Hoje só tem doutor com pastinha em baixo do braço na educação física. Ninguém mais quer saber de trabalho de campo”. Simples assim?

Quem lucra?

Com o fracasso no basquete, o Joinville no fundo do poço e a crise no Bolshoi, a transferência do voleibol da Unisul para Joinville poderia ser uma boa notícia. Poderia. As experiências com esses projetos passageiros não são boas, não deixam frutos. Florianópolis e São José sabem do que estou falando. E Brusque acaba de adotar o time feminino da Brasil Telecom. É muito dinheiro para satisfazer o marketing de quem investe. E só. Esvaziado o interesse do investidor o circo recolhe a lona e muda de lugar.

Pero Vaz

O Metropolitano resolveu inovar em se tratando de viagem à Europa de um clube de futebol profissional. Além de conciliarem negócio com turismo, os cartolas elegeram como jornalista da delegação o meia Cairo. O jogador é o responsável pelo relato sobre as andanças da delegação blumenauense na Suíça e Áustria. Pelo jeito o dinheiro do Fundesporte não foi suficiente para cobrir as despesas com um repórter. Ou o que viajou entre os 39 não está capacitado para a missão.

Playboy

Ainda não entendi a invasão de mulheres como apresentadoras dos programas esportivos de televisão, curiosamente todas loiras. Bem maquiadas, claro, vestidas como se fossem para a balada, elas fazem cara e pose de modelo o tempo inteiro, incluindo o pezinho de sapato bicudo virado para um lado. Em alguns momentos chega a ser hilária essa parceria com alguns conhecidos brucutus do jornalismo esportivo. Não que eu prefira as meninas vestidas de meiões, chuteiras e bermudões tipo surfista. Só acho que o trampolim para contratos com revistas masculinas ficou meio deslocado.

Casa de ferreiro

Anderson Migliorini é o jovem vice-campeão da Olimpíada Universitária no decatlo, uma das provas que mais exige do competidor no atletismo masculino. Migliorini é de Timbó, estuda com bolsa na Uniasselvi, instituição com unidades em Blumenau e Indaial e treina para o salto com vara, uma das dez modalidades do decatlo, com um bambu. A vara especial para esta prova custa perto de R$ 5 mil. Enquanto isso o dinheiro para ajudar campeões como Anderson segue desviado para outros fins.

A balança

Um Figueirense com muitas virtudes pode ganhar do Atlético em Minas, o Avaí cheio de defeitos precisa derrotar o Remo em casa e o Joinville em crise permanente tem a obrigação de passar pelo Próspera em Criciúma. Não sei do Criciúma que jogou ontem em Ipatinga. É o fim de semana do futebol catarinense e seus desafios em campo. Tomara dê tudo certo.

Atualíssimo

“Jogos de futebol também são decididos por falta de caráter. Não se faz literatura, política e futebol com bons sentimentos”. (Nelson Rodrigues)









quinta-feira, 14 de junho de 2007

Quinta-feira

Fundesporte I

O Sistema Estadual de Incentivo à Cultura, Turismo e Esporte – SEITEC - foi criado pela lei 13.336 de 8 de março de 2005 com objetivo de estimular o financiamento de projetos culturais, turísticos e esportivos. Pelo menos é o que está escrito no Artigo 1º desta lei que, em seu Artigo 3º fala da instituição dos fundos de incentivos em suas respectivas áreas, onde então aparece o Fundesporte. Os recursos para a formação deste fundo têm origem, por exemplo, na arrecadação de ICMS e tributação de atividades lotéricas, entre outras, como “8% da modalidade bingo”, ao que me consta atividade irregular.

Fundesporte II

Situado o leitor vamos ao que interessa. Como explicar o repasse de R$ de 96 mil para custear viagem à Europa de um clube de futebol profissional? Trata-se do Metropolitano, de Blumenau, que viajou segunda-feira à Suíça e Áustria para disputar amistosos e arrumar dinheiro com a negociação de alguns de seus jogadores. A delegação tem 39 pessoas: 21 atletas, mais sete na comissão técnica, e o grupo dos 11 formado por diretores e convidados. A turma teve direito à despedida oficial, pomposa e solene, para apresentação do uniforme com a logomarca do governo estadual.

Fundesporte III

A viagem de turismo e negócios do Metropolitano é apenas a pontinha de um novelo grande e polpudo. Este fundo é administrado pelo Secretário de Cultura, Turismo e Esporte, Gilmar Knaesel, e o diretor geral da Fesporte, Cacá Pavanello. E basta prestar atenção em algumas chamadas de eventos esportivos nas rádios e tevês para se ter uma idéia de como o Fundesporte é gerido. Daqui a pouco estão financiando torneio de bola de gude e rinha de galo, atendendo interesses meramente eleitoreiros. Sei que tem membros do Conselho Estadual de Desportos de olho nesta movimentação financeira, incomodados com os rumos de recursos que deveriam dar sustentação a projetos sérios e jamais financiar campanhas eleitorais.

Gastança

A torneira aberta dos cofres públicos em Santa Catarina é pouca perto do que acontece pelo país. Vejam o Pan-americano, por exemplo, com orçamento estourado em quatro vezes. A Globo, em um de seus telejornais, mostrou a suntuosidade dos equipamentos esportivos onde até as torneiras levam a logomarca do evento. Não dou cinco anos para a Globo voltar lá e “denunciar” o estado de abandono destas instalações construídas especialmente para o Pan Rio.

Protesto andino

Depois de nacionalizar o gás, o bravo presidente boliviano, Evo Morales, parece não ter nada muito importante com o que se ocupar. Agora resolveu promover uma “peladinha” a 5.500 metros de altitude para demonstrar à FIFA que é possível jogar futebol nas alturas sem maiores prejuízos. É um protesto contra a entidade que não quer mais ver ninguém submetido ao suplício de jogos acima de 2.500 metros nas competições internacionais.

Bombonera do sul

Dirigentes e torcedores do Criciúma pegaram pra cristo os clubes de Florianópolis e sua gente. Jogo de Figueirense ou Avaí no Heriberto Hulse virou conflito de grandes proporções a merecer intervenção diplomática. É desconhecida a origem desse ressentimento que não tem reciprocidade na Ressacada ou Scarpelli.

Fogo amigo

Técnico de seleção brasileira antes de pensar em estratégias para enfrentar os adversários tem que esquentar a cabeça com graves questões domésticas. Primeiro são as lesões de alguns convocados, depois vem a pressão da mídia e, agora, um fato novo, o desinteresse de jogadores importantes em atender o chamado para a Copa América. Kaká, Ronaldinho e Zé Roberto abriram um precedente gravíssimo de só jogarem pela seleção quando acharem conveniente.

Mudança

Minha amiga e companheira de muitas jornadas, Claudia Sanz, passou para o outro lado do balcão. Depois de onze anos de redação e reportagem trocou a editoria de esportes do Diário Catarinense pela assessoria de imprensa da Fesporte. Boa sorte, Claudinha.




terça-feira, 12 de junho de 2007

Terça-feira

Jogo pra pato

O estádio Beira Rio, em Porto Alegre, foi palco de um jogo mais próximo do pólo aquático do que do futebol, graças à irresponsabilidade do árbitro Luís Antônio dos Santos. Ele deu condições para o gramado completamente alagado depois de uma tempestade que desabou antes e durante a partida. O bom senso exigia que o jogo fosse transferido para a noite de segunda-feira. Nesse cenário, o gol da vitória do Inter sobre o Santos só poderia ser marcado por Alexandre Pato e o árbitro, que gosta tanto de água, e não zela pela integridade física dos jogadores, merece como punição isolamento em uma ilha por um bom tempo.

O pior

O mineiro Alicio Pena Júnior apitou domingo no Scarpelli e aprontou de novo, junto com um dos seus auxiliares. Alicio, protagonista daquele episódio no Maracanã, quando expulsou Abedi por comemorar um gol homenageando o filho, marcou errado uma bola na mão, falta cobrada por Chicão no segundo gol do Figueira. No segundo tempo viu um pênalti em cima do lateral André Santos no quarto gol e expulsou o atacante Souza, do Flamengo, na troca de agressões com o zagueiro adversário Vinicius. Deveria ter expulsado os dois. O auxiliar em frente às arquibancadas não se deu bem com marcação de impedimentos, apesar de ter anulado corretamente um gol do Flamengo. Menos mal que o Figueirense jogou bem mais e ganharia mesmo sem falhas de arbitragem. Quatro a zero foi pouco.

Competência

Impressionados com a estrutura montada em Blumenau para a Olimpíada Universitária Brasileira, dirigentes da Federação Universitária Internacional de Esportes ofereceram para a cidade o mundial de futsal universitário, marcado para outubro de 2008. O COB já ofereceu ao prefeito João Paulo Kleinubing o caderno de encargos para os Jogos Escolares Brasileiros do ano que vem.

Mercado da bola

O Metropolitano viaja nesta terça-feira para a Europa onde não só jogará amistosos em troca de alguns euros como também aproveitará a passagem por Suíça e Áustria para negociar jogadores. O zagueiro Rafael e o atacante Gil são as principais atrações blumenauenses e vão para a vitrine como uma tentativa de ajudar o clube a sair do vermelho. Um grupo de empresários da cidade começou uma aproximação com o Metropolitano, mas recuou diante da falta de um projeto e da situação financeira. Talvez na volta do tour europeu as conversações sejam reiniciadas. No futebol de Blumenau não é só macaco velho que não mete a mão em cumbuca.

Namoro ou amizade?

O Avaí segue de mal a pior na série B e muito próximo da zona de rebaixamento. A derrota sábado para o Criciúma está dentro da normalidade, mas a seqüência de maus resultados é que deixa o torcedor preocupado. Esse namoro com a série C, iniciado em 2006, não agrada nem um pouco os avaianos que encaram como uma tragédia a possibilidade desse casamento com a terceira divisão. Problema é que, em seis rodadas, o dote do Avaí se resume a quatro pontos e, pelo menos por enquanto não pode aspirar coisa melhor.

A rivalidade

Nesta quarta-feira tem Brasil x Argentina, Grêmio x Boca Juniors. Passar incólume pela Bombonera, local do primeiro jogo, seria um bom começo para os gremistas, mas não a garantia de um final feliz em Porto Alegre. Os argentinos do Boca, cinco vezes campeão da Libertadores, sabem como ninguém decidir fora de casa.

Modernidade

O técnico Mário Sérgio segue criativo. Contra o Flamengo mandou a campo uma nova formação do Figueirense e ganhou fácil. Mudando a cada jogo com bons resultados, Mário parece confirmar a filosofia de campo do técnico argentino Carlos Billardo: “tática de futebol é como máquina fotográfica, a cada três meses surge um modelo novo e o anterior fica obsoleto”.

Veneno

“Se é para trazer jogador que não custa nada, mas também não joga nada, não precisa parceria”. Comentário de Lauro Búrigo, ex-treinador e hoje radialista, sobre o atual momento do Avaí.











sexta-feira, 8 de junho de 2007

Sábado

CHANCE PERDIDA

Guga e a mãe, Alice Kuerten, estão em viagem para a França onde, se os aeroportos permitirem, o tenista catarinense será homenageado domingo pelos 10 anos do primeiro título em Roland Garros. Guga está encerrando uma carreira vitoriosa, construída graças ao seu talento, apoio da família e alguns amigos, entre eles Carlinhos Alves, pai da Maria Fernanda. A exemplo de Gustavo Kuerten, o sucesso da Nanda Alves é resultado do seu esforço pessoal combinado com o acompanhamento familiar. Guga e Nanda não deixarão sucessores porque nosso tênis não se sustenta em projetos, vive dos abnegados de sempre e sente, como a maioria dos esportes no Brasil, a falta de incentivo e planejamento das entidades oficiais.

CALENDÁRIO

A comissão técnica do Figueirense mal terá tempo para lamber as feridas e recuperar a auto-estima de seus jogadores. Vem aí o Flamengo na seqüência dura de jogos pelo Campeonato Brasileiro, junto com a Copa Sul-Americana, onde o primeiro adversário será o São Paulo. O grupo é jovem, capaz de suportar rotina de treinos e jogos, intercalados com viagens semanais e estadas prolongadas em aeroportos, hoje a grande esculhambação geral da nação, entre tantas. O nível das competições a seguir é outro, bem acima do difícil mata-mata da Copa do Brasil.

DERROTA É VITÓRIA

A fórmula da Copa do Brasil e da segunda fase da Libertadores é boa mas o regulamento é esdrúxulo por causa do peso dobrado para o gol marcado fora de casa. Tem time levando sapatada, saindo de campo derrotado, mas podendo comemorar classificação e até título. Sou das antigas quando o que valia mesmo simplesmente era a vitória, com saldo de gols ou pênaltis como critérios para desempate.

EDUCAÇÃO

Na entrega de medalhas logo após o jogo, doutor Delfim Peixoto armou a carranca, sem ao menos cumprimentar por gesto ou palavra os campeões da Copa do Brasil, mostrando a verdadeira cara da administração do futebol catarinense.

BANDIDAGEM

Sempre há, entre os descontentes por uma derrota do seu time preferido, aquela turma que prima pela falta de educação. Cria confusão nos estádios, não respeita a torcida adversária, apedreja ônibus dos jogadores rivais, como aconteceu com o do Fluminense, e por aí vai. Nem a segurança do clube carioca e da PM agüentou os marginais infiltrados entre os torcedores. Levado a sério, o Estatuto do Torcedor traria problemas graves para o Figueirense.

GEOGRAFIA DA BOLA

Grêmio na final da Libertadores contra o poderoso Boca Juniors, Inter campeão da Recopa com goleada sobre os mexicanos do Pachuca, Fluminense campeão da Copa do Brasil. Os paulistas por enquanto estão fora deste novo traçado do mapa futebolístico brasileiro.

GALINHA DO VIZINHO

A torcida do Avaí comemorou como se fosse a conquista de um título pelas ruas de Florianópolis a derrota do Figueirense na Copa do Brasil. Compreensível pelo tamanho da rivalidade, única no Estado, mas é bom voltar à realidade neste sábado, no confronto difícil no Heriberto Hulse diante do Criciúma. Preocupa o fato de Zé Teodoro ainda não ter um time definido a esta altura do campeonato, como também a demora da parceria em definir o rumo da equipe avaiana.

ONDE, QUANDO?

O quadrangular tapa-buraco com Joinville, Vieira, Próspera e Camboriuense, segue apenas enchendo o calendário, sem entusiasmar e, naturalmente, com a divulgação que merece. Enquanto isso a Chapecoense, campeã estadual, continua parada, aprimorando seu retiro em uma estação de águas próxima a Chapecó.

ATÉ QUANDO?

Depois que os treinadores brasileiros aderiram a essa bobagem de mistério com treinos e escalações, diminuiu o tesão do torcedor que não tem mais assunto para aquele gostoso papo de boteco. Os burocratas do futebol estão em maioria esmagadora e não aceitam contestações. Eles estão certos, o povo da arquibancada, que os sustenta, é que está errado.

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Quinta-feira

NA TRAVE
Rivais inconciliáveis, irmãos na desgraça. O Figueirense acabou lembrando o Avaí, que em 2002 deixou escapar a grande oportunidade de chegar à série A quando jogou por três resultados diante do Fortaleza: vitória ou empate por qualquer placar e até derrota por um gol. Perdeu por 2 a 0. O Figueira trouxe para o Orlando Scarpelli a oportuidade de conquistar um título inédito, situação que tão cedo não vai se repetir. Jogou com casa cheia por vitória simples ou empate de zero a zero. Perdeu com um gol sofrido a três minutos de jogo e fez a felicidade de avaianos e criciumenses, que mantiveram o ineditismo de um título nacional.
QUE FASE !

Avaianos de todos os quadrantes querem terminar logo a semana, se possível com um resultado positivo diante do Criciúma no sábado. Além da insegurança pelo início ruim na série B, os torcedores azurras ainda são obrigados a acompanhar a boa fase do maior rival. Sem esquecer o flagelo diário com o entra e sai de jogadores, gerando cada vez mais desconfiança com a parceria que ainda não disse a que veio.

ANIMAL

Julgado no STJD pela expulsão devido a uma entrada violenta no zagueiro Miranda, do São Paulo, Edmundo pegou apenas dois jogos de suspensão. A desculpa dos julgadores para a pena leve para quem tem um currículo tão pesado é a folha de bons serviços prestados pelo atleta ao futebol brasileiro. Tenho a impressão que a turma do tribunal se atrapalhou e confundiu a folha corrida do Edmundo.

ÁGUA E VINHO

Abel Braga e Renato Gaúcho são treinadores únicos no futebol brasileiro por suas identificações com torcidas e clubes visceralmente inimigos. Abel, campeão da Libertadores e do Mundo pelo Inter, não admite trabalhar no Grêmio, onde Renato também se consagrou, mas como jogador, e que igualmente nem pensa em um dia treinar o rival. Declarações sinceras e politicamente incorretas.

ESTRANGEIRISMO

Está certo que Dunga mudou o time em nove posições de um jogo para o outro e que o desentrosamento seria uma conseqüência natural. Nada disso justifica a mediocridade da apresentação brasileira terça-feira diante da Turquia, preocupante na medida em que a relação para a Copa América acrescentou poucos nomes. Tem “estrangeiro” demais nesta seleção e “brasileiro” de menos.

DESENCONTROS

Os canelaços e trombadas do centro avante Afonso não são as únicas esquisitices deste grupo do Dunga. Fernando do Bordeaux, não joga o que o técnico quer que ele jogue. Dispensados para férias, Ronaldinho e Kaká foram chamados apenas para fortalecer o time contra a Inglaterra e não porque a equipe precisava de uma estrutura para receber os novos, como argumentou Dunga. As criticas pesadas contra o treinador já começaram na chamada grande mídia esportiva, mas o clima deve pesar mais ainda na Venezuela, a não ser que os resultados derrubem todos os prognósticos.

NA MÉDIA

Grande parte do jornalismo esportivo tem colocado panos quentes sobre os erros de arbitragem nas duas séries do campeonato brasileiro. Insisto no assunto porque isso ainda vai dar bode. Segunda-feira assisti o Bezerra Filho na partida entre Inter e Náutico e a dez minutos do primeiro tempo deixou de expulsar Iarley por falta violenta. Amarelou. Na seqüência do jogo permitiu a indisciplina, expulsou mal um jogador do Inter e outro do Náutico e acabou enterrando sua arbitragem com o número exagerado de cartões amarelos, quase uma dúzia. Ou seja, Paulo Henrique apenas confirmou o mau momento do apito brasileiro.

CURIÓ

A rivalidade, um dos ingredientes mais positivos no futebol, cria seus personagens ao longo do tempo. Florianópolis não foge a regra e tem, do lado do Avaí, o radialista Miguel Livramento, hoje integrante da equipe RBS de esportes. Engraçado na sua autenticidade de torcedor assumido, feroz nas suas críticas ao próprio clube e aos adversários, Miguel não tem sido o mesmo nos últimos dias, quase emudecido pelo oba-oba que tomou conta do noticiário e da cidade. Sua infelicidade é flagrante e seu desconforto para emitir opiniões é indisfarçável. Passarinho na muda não canta e Miguelzinho, como bom passarinheiro que é, conhece melhor que ninguém esse ditado.




terça-feira, 5 de junho de 2007

Terça-feira

O SONHO

O Figueirense entra em campo nesta quarta-feira com uma mão na taça e outra segurando a faixa. Falta pouco para a conquista da Copa do Brasil e, para mim, o tricolor (o Figueira deixou de ser alvinegro faz tempo) do Estreito já pode reservar um espaço na sala de troféus e pensar na foto com a faixa no peito. Só o Sobrenatural de Almeida, criação do Nelson Rodrigues, pode tirar esse título inédito do Orlando Scarpelli. O time do Mário Sérgio é favorito, sim. Renato Gaúcho e seu Fluminense precisarão de um futebol não jogado até aqui na competição para superar um adversário no embalo de resultados convincentes e com o apoio do torcedor enlouquecido pela perspectiva de uma festa que sepultará as agruras do início da temporada.

O PESADELO

Do lado de cá das pontes o sofrimento avaiano não tem limites. Depois do fracasso no estadual e um início titubeante na série B do Brasileiro, o pior que poderia acontecer é o sucesso do maior rival na Copa do Brasil. Essa gangorra, na maioria das vezes, é salutar para o futebol porque motiva quem está por baixo, empurra o derrotado para a reação. Desde que isso não aconteça na base do desespero, na tentativa de alcançar resultados positivos a qualquer custo. O Avaí e seus dirigentes não têm mais tempo para errar. Ou faz companhia para o “inimigo” na série A de 2008, ou distribui tampões de ouvido para sua torcida não sofrer com o martírio das comemorações do lado de lá.

FALTA DE VERGONHA

O céu sobre o Orlando Scarpelli ficará carregado. Vai chover oportunista antes e durante o jogo do Figueira contra o Fluminense. Depois, depende do resultado. A fauna é grande, começando pelos altos escalões dos governos estadual, e municipal, passando pelos legislativos. Gente que nunca chegou perto de praças esportivas estará misturada às sanguessugas de sempre, a dirigentes e torcedores, mostrando a cara para câmeras e microfones. Como já acontece com os projetos do Figueirense para habilitar Florianópolis como uma das sub sedes para a Copa de 2014. Enquanto isso os verdadeiros desportistas seguem de chapéu na mão e a espera de uma política consistente para o esporte catarinense, ao invés de ações eleitoreiras que só servem para abrigar os apaniguados.

SOPRADORES

Já abordei o tema em outras colunas, mas a cada rodada das duas séries do Brasileiro repetem-se as barbaridades com a arbitragem e segue o baile com a mesma música. Os derrotados reclamam, os vencedores ficam bem quietinhos, mas nessa toada, o beneficiado de hoje pode ser a vítima de amanhã. Até que a Comissão de Arbitragem da CBF deixe de fazer jogo de cena com medidas de vitrine. É preciso corrigir a incompetência e impedir a arbitrariedade. Só para a burrice não há remédio. Tem jogador sendo expulso por faltas comuns de jogo ou recebendo cartão amarelo na comemoração do gol. “Excessos”, alegam os senhores de preto, como aconteceu com o coitado do vascaíno Abedi, ao homenagear o filho depois de fazer 1 a 0 no Fluminense. O abuso e a falta de critério com o cartão amarelo levam a expulsões como a de Vitor, do Goiás, a 10 minutos do segundo tempo contra o Figueirense que perdia por 1 a 0. O Paraná perdeu para o São Paulo com dois erros graves de arbitragem, um pênalti que não houve e um gol mal anulado. E isso se repete a cada rodada. Os bandidos continuam em campo, apitando ou matando o adversário a pancada.

FRASES

Para os jogadores do Figueirense lerem no vestiário antes da decisão com o Fluminense: “O futebol não lembra perdedores”. (Luiz Cubilla, técnico uruguaio)

SURPRESA

Lílian de Fátima Pinto, mulher do ex-diretor geral da Fesporte, Edmar de Oliveira Pinto, o Edinho, é a nova diretora de desportos. Edinho, só para lembrar, levou um pé na bunda quando começava um bom trabalho na instituição e acabou substituído por Cacá Pavanello, atual chefão da casa.

sábado, 2 de junho de 2007

Sábado

LEITURA CORRETA

Aparentemente é um amontoado de jogadores, do meio campo pra trás, com um solitário atacante lá na frente, perdido entre os zagueiros. É mais ou menos como o Figueirense começou a ser analisado na Copa do Brasil até chegar às finais contra o Fluminense, a última vítima da “tática do bolinho”. Assim alguns setores da mídia trataram durante algum tempo este quase campeão, creditando o sucesso catarinense a uma combinação de retranca com muita sorte, desenvolvida em uma competição esvaziada pela ausência de alguns grandes clubes brasileiros. A tradução correta, no entanto, é completamente diferente: trata-se de uma boa mistura, a experiência do Mário Sérgio, um treinador inteligente, com a juventude e vitalidade de um time que deixa seus adversários no segundo tempo à beira da exaustão. E quase que um planejamento equivocado para o estadual e uma apendicite acabam com esse projeto vitorioso.

ESTREPOLIAS

Como boa notícia não é notícia, a CBF não se cansa de alimentar as pautas esportivas com suas trapalhadas. A mais nova, certamente a penúltima, é a licença de Kaká e Ronaldinho, solicitada solenemente através de carta encaminhada ao Rei Ricardo e companheiros de corte, incluindo o técnico Dunga. E deu no que deu, um amontoado de mal entendidos e caras emburradas. Os dois jogadores não disputarão a Copa América, objetivo do pedido, mas não sem antes causar uma grande turbulência nos dias que antecederam os amistosos contra Inglaterra e Turquia.

PRESTÍGIO

Aquele erro que vitimou o Atlético Mineiro (pênalti contra o Botafogo não marcado) na Copa Brasil parece que não deixou vestígios em Carlos Simon. Depois de uma pequena geladeira da CBF, como árbitro FIFA ele acaba de ser indicado pela Commebol para apitar na Copa América na Venezuela. É a segunda para Simon, que já tem dois mundiais no currículo.

AFUNDAÇÕES

A equipe de natação de Joinville desfalcou a representação de Santa Catarina nos Jogos Abertos Brasileiros, encerrados quarta-feira, em Praia Grande, no litoral paulista. O Estado foi vice-campeão na classificação geral, perdendo para São Paulo, possivelmente pela pontuação que poderíamos conquistar com os nadadores. Esses atletas não viajaram porque a Fundação Municipal de Joinville não fez o repasse das bolsas. Está aí parte da bronca com os investimentos considerados equivocados, um deles no basquete masculino.

COMPARAÇÃO

A segunda divisão do campeonato gaúcho é formada por 16 clubes divididos em duas chaves e garante calendário cheio na temporada. Ao final de uma disputa com fórmula simples e transparente, sobem para a divisão especial apenas os dois primeiros colocados. Em Santa Catarina inventaram um quadrangular tapa-buraco, enquanto a maioria dos clubes, incluindo o campeão estadual, fica sem atividade, a espera de um santo milagreiro. Ou de uma administração mais competente.

CARDÁPIO

Ainda que o Figueirense entre em campo neste sábado com um time reserva para enfrentar o Goiás pelo Brasileiro, imagino bom público no Orlando Scarpelli. A lotação ficará para quarta-feira, na decisão da Copa do Brasil, mas o torcedor vai no embalo da proximidade de um título nacional. Hoje degusta um aperitivo, o prato principal será o Fluminense.

CHAPA QUENTE

Em Porto Alegre, onde estou há alguns dias, acompanho de perto o sobe e desce dos dois principais clubes do Rio Grande do Sul e o reflexo desta gangorra sobre suas torcidas. A do Grêmio vive uma lua de mel com o time, campeão gaúcho e quase finalista da Libertadores. A do Inter, jamais imaginou ascensão e queda tão próximas. É duro campeões sul-americanos e mundiais, encarar um sétimo lugar no campeonato gaúcho, eliminação precoce da Libertadores e quatro derrotas consecutivas, três no Brasileiro e uma na Recopa Sul-Americana. O técnico Alexandre Gallo está de malas prontas. So falta comprar a passagem.