sábado, 28 de abril de 2007

Sábado

OESTE CONTRA O SUL

Quem conhece um pouco Chapecó tem noção do que representa a possibilidade de um título no futebol. Chegando à cidade por estes dias que antecedem a final com o Criciúma dá para imaginar o sentimento que tomou conta da população. Nos altos da avenida Getúlio Vargas, lá está o monumento ao Desbravador, maculado em sua autenticidade pela bandeira da Chapecoense, fincada aos seus pés por iniciativa da Fundação Municipal de Esportes e da Prefeitura, com auxílio do Corpo de Bombeiros. São os preparativos finais para o primeiro combate do Oeste contra o inimigo que vem do Sul, vestido de amarelo e preto com um Tigre no seu estandarte.

VANTAGEM

Com a absolvição no TJD, conseguindo mandar em casa a primeira partida, a Chapecoense já fez um a zero. O envolvimento da torcida é muito grande e jogar fora do Índio Condá, caso vingasse a punição, representaria praticamente entregar a faixa de campeão para o Criciúma. Pena que os veículos de comunicação ainda não tenham conseguido passar ao ouvinte, telespectador, leitor, o clima que tomou conta daquela região.

DOIS PESOS
Enquanto isso o Criciúma esperneia como pode para anular a decisão do TJD, diferente da que foi aplicada à Chapecoense. Dizer que o jurídico de um trabalhou melhor que o do outro é uma explicação muito simplista. E, cá entre nós, bastante suspeita.
ZONA
Prefeito de Florianópolis, Dário Berger, e comitiva, entregaram quinta-feira ao presidente da CBF, Ricardo Teixeira, uma cópia da legislação que permite a mudança de zoneamento para construção do novo estádio do Figueirense. Presentes à solenidade o alto clero do clube e, naturalmente, o presidente da FCF.

CADÊ O DINHEIRO?

O gato comeu, cantaria a Gal Gosta. A Fundação Municipal de Esportes de Blumenau ainda não recebeu os mais de 1 milhão de reais captados junto a 16 empresas para obras finais no Parque Ramiro Ruediger e reformas no Galegão. São recursos do Fundesporte que já deveriam estar nos cofres blumenauenses desde o final do ano passado.

FILME ANTIGO

E muito chato. O Avaí anuncia sua enésima reformulação, a apenas 15 dias da estréia no campeonato brasileiro, sem que se conheça um projeto consistente e inovador. Vem por aí aquela arenga de sempre com muita promessa que o torcedor já sabe de trás pra frente. Anúncio de parceria, nova comissão técnica, novo treinador, mais jogadores e o risco iminente de outro fracasso. Só que desta vez uma decepção no campeonato brasileiro pode custar muito caro para os avaianos.

QUE FEIO

Tenho acompanhado nas páginas do Diarinho um noticiário absolutamente maluco sobre o Marcílio Dias. Outro dia o atual presidente do clube, Marlon Bendini, correu para a imprensa e desmentiu o estado de insolvência do Marinheiro que estaria inclusive devendo salários para os jogadores. Mais recentemente li que o ex-presidente, Carlos Crispim, alheio a tantos problemas do clube que dirigiu, reuniu companheiros em Navegantes para uma galinhada, comemorando uma possível candidatura na eleição municipal do ano que vem. A notícia mais recente confirma tudo o que fora desmentido por dirigentes com um agravante: o atual presidente não atende telefonemas dos credores, entre eles do Tonho Gil e seu filho, que formaram uma das comissões técnicas. E ano que vem, tudo como dantes.

CÉU DE BRIGADEIRO

Tudo azul pelos lados do Orlando Scarpelli em se tratando de Copa do Brasil. A eliminação do Coríntians pelo Náutico está agitando os bastidores do Figueirense. O raciocínio baseia-se na hipótese de que o clube pernambucano é mais fácil de ser derrotado, ainda mais levando em conta o fato de o jogo decisivo ser em casa. Daí para as semifinais é um pulo. O otimismo não é fora de propósito pois o Figueirense já superou situações bem piores.

ESPERANÇA
Em Blumenau garantem que não é simples promessa. A pista sintética para o atletismo sai no complexo esportivo do Sesi. E este ano ainda.

quinta-feira, 26 de abril de 2007

Quinta-feira


QUEREMOS PISTA 1

O governador Luiz Henrique recebeu esta semana uma carta do presidente da Federação Catarinense de Atletismo, Walmor Battistotti Filho, com relatos das mazelas deste esporte no Estado. Entre vários assuntos o documento trata das conseqüências nefastas para o nosso atletismo causadas pela a falta de uma pista sintética, o que impede, por exemplo, a realização em Santa Catarina de qualquer grande evento nacional ou internacional, a não ser em provas de rua. A única pista existente foi construída em Itajaí e, abandonada, atualmente serve apenas para treinamentos. Quando interessou aos políticos do PFL, à Prefeitura do município e à Univali, o dinheiro apareceu. Com pompa, circunstância e muita pressa os convênios foram assinados e, na ansiedade oportunista de sua inauguração, os problemas graves não demoraram muito a aparecer.

QUEREMOS PISTA 2

Hoje a pista tem um defeito grave à altura dos 200 metros, onde o terreno cedeu, os suportes de alumínio foram roubados duas vezes e as benfeitorias – salas e arquibancadas - se encontram totalmente depredadas. O que custou na época cerca de R$ 3 milhões agora precisa de no mínimo R$ 800 mil para reformas; O Governo do Estado não dará jeito nisso porque não tem interesse e certamente vamos penar mais algum tempo sem esse investimento obrigatório. A não ser que Blumenau com ajuda da iniciativa privada apareça com o paliativo, graças ao envolvimento da cidade com o esporte. Mas, e os outros municípios que trabalham forte na modalidade? E o que já foi investido em Itajaí?

IMPUNIDADE

Absolvida pelo TJD a reincidente Chapecoense poderá jogar domingo em seu estádio o primeiro confronto da decisão catarinense. O Criciúma ainda luta na justiça para conseguir um efeito suspensivo da perda do mando de campo. Tem gente, inclusive jornalistas protestando contra o que chamam de punição fora de tempo. Dirigentes dos dois clubes chegaram a ameaçar com decisões extremas, tipo "melar o campeonato". Ora, a lei existe, as penas estão previstas nos códigos, não há motivo para postergações. O contrário é incentivo à desordem e desrespeito à legislação esportiva. Caso, por sinal, da Chapecoense, que não pode reclamar de nada, tantos foram os incidentes no Índio Condá sem que até hoje o clube tenha sido punido.

NA BOLA

A Chapecoense montou um bom time, fez um returno brilhante e pode ganhar o título obedecendo as leis do jogo. Não entendo, por isso, tantas ações extra-campo que podem inclusive tirar o brilho de uma eventual e merecida conquista.

DESVIO

É Fundesporte pra cá, Fundesporte pra lá. Esse mecanismo criado pelo governo estadual para financiar grandes projetos esportivos está virando "pão de ló de festa". Aparece como apoiador em tudo que é cartaz de evento esportivo. Só falta torneio de cuspe à distância.

PALMAS PRA ELES

O site da Confederação Brasileira de Futebol ostenta na capa cinco fotos do seu presidente, Ricardo Teixeira, em eventos diferentes, claro. Natural, o homem acaba de ter sua gestão administrativa e financeira aprovada por aclamação, em Assembléia Geral semana passada no Rio de Janeiro. Tanto trabalho e abnegação merecem mesmo aplausos dos presidentes de clubes e federações.

PALMAS PRA ELE

O doutor Delfim Peixoto Filho não passou em branco por mais esse alegre convescote da cartolagem brasileira. Saiu de lá eleito (ou reeleito?) como membro do Conselho Consultivo da CBF para a região sul. E com mais força para em 2008 manipular os otários que votarão pela sua permanência na Federação Catarinense.

SUSPEITO

Flávio Saretta, Thiago Alves e Ricardo Mello abandonaram, na segunda rodada, o torneio da série Challenger (50 mil dólares em prêmios) que está sendo disputado no Costão do Santinho, em Florianópolis. Os três são os melhores tenistas brasileiros na atualidade e alegaram problemas físicos para deixar a competição. Estavam em quadra e perdendo seus jogos.


terça-feira, 24 de abril de 2007

Terça-feira

NÚMEROS

Impressionante a recuperação da Chapecoense depois de um início medíocre no Catarinão. Os números não permitem qualquer tipo de contestação à campanha do time dirigido por Agenor Piccinin, campeão invicto do returno e classificado para a final contra o Criciúma. Fora de casa foram quatro vitórias e um empate. No Índio Condá a Chapecoense venceu cinco jogos e empatou um.

E AGORA?

Os dois finalistas correm o risco de jogar fora de casa a decisão. O Criciúma já está punido pelo TJD com a perda do mando de campo em uma partida por causa dos incidentes no jogo contra o Avaí. A Chapecoense pode ter a mesma sentença no julgamento desta terça-feira, igualmente por incidentes em seu estádio. Mesmo que aconteça punição idêntica à Chapecoense, aposto que manobras jurídicas reverterão o quadro. Aposta que não gostaria de ganhar, mas em se tratando de futebol catarinense acho que sou favorito.


AMADORISMO

Lamentável técnica e jornalisticamente a transmissão da TV Record domingo, do jogo entre Chapecoense e Atlético, em Ibirama. Não é possível encarar uma decisão de campeonato, com jogos em duas praças, utilizando profissionais que desconhecem totalmente o assunto que estão tratando. Pior ainda, narrando e comentando de São Paulo, “via tubo”. Desse jeito é melhor devolver os direitos de transmissão do campeonato à RBS. Sem falar nos precários recursos técnicos que impediam, em determinados momentos do jogo, que o telespectador visse a bola. Ora, a bola. Mero detalhe, como pensava o filósofo Parreira em relação ao gol.

SOBERBA

Caxias do Edson Gaúcho e São Paulo do Muricy Ramalho acabam de confirmar a máxima de que no futebol é preciso saber ganhar, às vezes mais do que saber perder. O primeiro não segurou uma vantagem de três gols e acabou eliminado do campeonato gaúcho, derrubando a perspectiva de uma final inédita com o Juventude. O segundo subestimou a força e a qualidade do São Caetano, perdendo também de goleada o jogo decisivo da semifinal. Abel Braga, campeão recente da Libertadores e do Mundo, está fora do Inter.

NA TANGENTE

O Santos do Luxemburgo escapou por pouco diante do Bragantino, adversário que eliminou sem marcar um golzinho em duas partidas graças critérios de desempate, no caso melhor campanha ao longo do Paulistão. O Juventude do Ivo Wortman comemorou sua classificação para a decisão com o Grêmio com uma derrota em seu estádio para o Veranópolis, a quem derrotara no primeiro jogo por 2 a 0.

ERRO GRAVE

Peter, atacante da Chapecoense, com um minuto de jogo acertou uma cotovelada no rosto do meia Sérgio, do Atlético de Ibirama. Sérgio saiu de campo com a boca sangrando para ser medicado à beira do gramado, sob os olhares do árbitro Wagner Tardelli e da auxiliar Cleidy Nunes Ribeiro. A agressão aconteceu na frente dos dois e é impossível que nenhum deles tenha visto. Tivesse a arbitragem encaminhado como manda a regra o desfecho deste lance, a história do jogo poderia ser outra.

INSEGURANÇA

Leio estarrecido nas colunas políticas que o Secretário a Segurança Pública de Santa Catarina, Ronaldo Benedet, já começou pela Grande Florianópolis articulações políticas visando eleições municipais de 2008. Enquanto isso, assassinatos, assaltos, polícia ausente das ruas, farra do boi comendo solta e outros delitos menores e maiores continuam enchendo os boletins de ocorrência do nosso dia a dia. Algum mala pode perguntar o que isso tem a ver com o esporte. Experimente estacionar seu carro próximo a um estádio ou ginásio, esperando no retorno encontra-lo intacto. Tente, com esse calor, assistir futebol na televisão deixando janelas ou portas abertas de sua casa. Arrisque voltar para casa tarde da noite, parando nos semáforos, ou caminhando por ruas desertas.

ESCOLA

Cuca e Dorival Júnior são as estrelas da vez. Os dois começaram suas carreiras passando por Figueirense, Avaí e Criciúma.





sábado, 21 de abril de 2007

Sábado

BALANÇO

O campeonato catarinense chega ao fim com um saldo miserável para a dupla da Capital e desastroso para o Joinville, um ex-grande campeão esperneando na última rodada para fugir do rebaixamento. O Criciúma está perto do título, idem a Chapecoense. O Avaí lambe as feridas de um fracasso estrondoso no Estadual, humilhação nos dois clássicos, mais a iminente eliminação da Copa do Brasil, enquanto o maior rival segue adiante, projetando ainda a construção de uma praça esportiva agregada a um centro comercial. Os torcedores avaianos, além de tudo, estão preocupadíssimos com o campeonato brasileiro da série B, temerosos de que a administração mais derrotada da história do clube mantenha sua rotina de equívocos e falta de planejamento.

SEM FUTURO

Marcílio Dias, Atlético de Ibirama, Juventus, Metropolitano, Brusque e Próspera formam o sexteto dos que começaram pobres e terminaram miseráveis. De todos os piores foram o Próspera, fiasco dentro e fora do campo, e o velho Marinheiro, de tanta tradição, transformado em saco de pancada e candidato sério a uma vaga na divisão que a cartolagem, cheia de dedos, evita chamar de “segundona”. Atlético, Juventus e Metropolitano (hóspede do Sesi) ainda têm praças esportivas que podem ser chamadas de estádios. Fazer o que até 2008?

ROBIN HOOD

Noves fora tem o Guarani de Palhoça. Termina sua temporada franciscana e de relativo sucesso comemorando o estrago que fez com os grandes e lamentando os tropeços diante dos pequenos. Tirou de poucos para dar a muitos sem que sobrasse quase nada para si. No máximo o mérito de ter se mantido na divisão principal do futebol catarinense, bem longe do rebaixamento, e ainda com a promessa de recursos para reformar seu estádio.

BETO ROTH

O que é pior? Trabalhar no Avaí, segurando as pontas em um clube com estrutura precária entre dirigentes que não se entendem, e vendo um time medíocre dirigido por um treinador cujo único feito até hoje foi ter corrido atrás do Rivelino no Maracanã? E ainda perder tudo que disputou inclusive dois jogos para o maior rival, no único clássico catarinense? Que tal atender um convite do técnico Celso Roth, parceiro em outras equipes, para trabalhar no Vasco da Gama com o presidente Eurico Miranda e o primeiro ministro Romário, com tudo que essas companhias significam? E como será sair da razoavelmente tranqüila Floripa para viver no Rio de Janeiro entre assaltos e balas perdidas, com medo de botar o pé pra fora de casa? O preparador físico Humberto Ferreira optou pelas emoções da Bagdá brasileira. Só esperou sair o cortejo fúnebre para se transformar no novo auxiliar técnico de Celso Roth.


NAS PÁGINAS

Está confirmado para 15 de maio, 19 horas no Shopping Beira Mar, em Florianópolis, o lançamento do livro “Árbitro ou Arbitrário”, do Dalmo Bozzano. Terá comes e bebes e bate-papo com a jornalistada que também não tiver barbas pra botar de molho. O homem voltou afiado das férias em Buenos Aires e promete sacudir os alicerces de uma certa obra recém iniciada em Balneário Camboriú.
LITERATURA

Frases, citações, trechos de poemas e textos de grandes, escritores do mundo todo, filósofos, treinadores e quejandos garantem leitura deliciosa no pocket book da LGE Editora “Humor no Mundo do Futebol”. Presente do amigo jornalista e também escritor, Lourenço Cazarré, hoje em Brasília, cujos primeiros “ollivettaços” profissionais foram dados em redações de Florianópolis.

DO CASSETA

Um tira gosto do livro com brincadeira do falecido Bussunda, flamenguista insuportável: “Já se sabe por que o Romário jogou bem na excursão ao Japão: porque lá o fuso horário é invertido, então ele dorme de noite e faz exercício de dia”.

VISÃO ALIENÍGENA

Os paulistas que comandam a Record e cuidam da programação estão prometendo o televisionamento do jogo entre Atlético e Chapecoense, em Ibirama. E se o Criciúma ganhar o título em Blumenau, contra o Metropolitano, evitando uma decisão com a Chapecoense em dois jogos?




quinta-feira, 19 de abril de 2007

Quinta-feira

SOU DO TEMPO...

A Chapecoense em alta, próxima do título, traz boas e más lembranças. Jornalisticamente são ao gosto deste velho escriba, que em 1972 já ajudava a desbravar o novo oeste por conta de missões para o saudoso jornal O Estado. O primeiro episódio, “ruim de viver, mas bom de contar” (Ariano Suassuna), aconteceu nos Jogos Abertos de 1975 e irritou a organização. Uma matéria transcreveu as queixas da delegação de São Joaquim por causa do alojamento em um pavilhão para feira de gado e foi preciso pedir garantia de vida para a equipe do jornal ao comando local da Polícia Militar. Em 1977 veio o título estadual, na decisão contra o Avaí. O repórter Luiz Lanzetta, hoje jornalista de fraque e cartola em Brasília, saiu do estádio escondido no banco de trás de um fusquinha, enquanto no gramado misturavam-se festa e briga com os visitantes.

SOU DO TEMPO... 2

No ano seguinte, em paz com Chapecó e seus habitantes, morei quatro meses na cidade para acompanhar a Chapecoense no campeonato brasileiro. O técnico, em início de carreira, era Lori Sandri. Antes disso fizera reportagem com a Chapecoense em duas páginas da revista Placar. A matéria, editada em São Paulo sob o título “A lingüiça paga” – referindo-se ao patrocínio da indústria Chapecó, do Maninho de Nez – não foi bem entendida por alguns torcedores e me rendeu uma ameaça com revólver na cara em frente ao bar Santa Terezinha, na avenida principal da cidade. Nei Boto Guimarães, na época narrador da Guarujá, foi quem desarmou no papo o maluco de plantão. Coincidiu que, quando saiu a revista, eu estava na região para cobrir outro confronto do Avaí com o time local, que, por falta de estádio, jogava em Xaxim. Lá eles puxavam o cabelo do repórter, por falta de espaço obrigado a ficar pelo lado de dentro, encostado ao alambrado. Atrás de uma das goleiras tinha uma árvore de onde, um encarapitado torcedor, munido de um bodoque, apedrejou o goleiro avaiano todo o segundo tempo.

SOU DO TEMPO... 3

Nos Jogos Abertos de 1991 o então prefeito Milton Sander amarrava a cara para o jornalista que ousasse fazer alguma crítica à organização do evento. Resmungava pelos cantos atrás dos “caluniosos”. O ex-árbitro Dalmo Bozzano, uma vez – e essa não está no seu livro - foi convidado a confeccionar a súmula do jogo sobre uma mesa colocada no meio do gramado do estádio Índio Condá. “Só sais daqui depois de lermos o teu relatório”, era o que mais ou menos esse convite dos dirigentes sugeria. São muitos os episódios envolvendo os apaixonados chapecoenses, retratos de um tempo que já vai longe, cuja leitura certamente vai incomodar principalmente aqueles que, sob o manto da paixão, ainda hoje teimam em lembrar na prática as estripulias daquela época.

TAPETÃO

O Próspera perdeu 12 pontos no Tribunal de Justiça pela utilização irregular de um jogador em duas partidas e está rebaixado. Vai disputar um quadrangular com Marcílio Dias ou Joinville, Camboriuense e Videira com o campeão subindo para divisão principal.

PRESENTINHO CARO

O Criciúma, vítima da generosidade de um torcedor, acabou nessa mesma sessão punido com a perda de um mando de campo. A encrenca aconteceu no jogo do returno contra o Avaí, quando um rádio portátil foi atirado no árbitro Wagner Tardelli. Identificado e preso, como manda o Estatuto do Torcedor, ou como simulam os clubes às vezes, o bofe argumentou que queria oferecer um mimo ao Tardelli. Muito afoito, jogou o presente por cima do alambrado, ao invés de entregá-lo em mãos.

APOSTAS ABERTAS

Claro que haverá recurso do Criciúma para que uma possível decisão de título seja no Heriberto Hulse. Enquanto isso torcedores de Avaí e Figueirense apostam que o jogo decisivo, se houver, será em Florianópolis. Ressacada ou Orlando Scarpelli? Não percam tempo fazendo esse jogo, senhores. É melhor apostar que a pena será cumprida no estadual de 2008. Dependendo dos resultados da última rodada a decisão terá a primeira partida em Chapecó, mas a segunda só a magistratura esportiva catarinense sabe.






terça-feira, 17 de abril de 2007

Terça-feira

PACOTÃO

Os acontecimentos que começaram semana passada e culminaram com o afastamento matemático do Avaí do título do returno não podem ser examinados isoladamente. A direção do Avaí, acredito eu, por ingenuidade, cedeu às pressões da Federação e caiu no engodo do Figueirense, assinando o recurso que caçou a liminar que impedia a realização do clássico na sexta-feira. No domingo Mauro de Lima se encarregou do resto. Uma arbitragem desastrosa – dois pênaltis não apitados em favor do Marcílio Dias, um decisivo e inexistente contra o Avaí – completou o quadro desta tragicomédia em que se transformou o Catarinão. O Avaí, o único que tinha tudo a perder, perdeu tudo. O eleitorado do Oeste está satisfeito, o presidente do Criciúma arrefeceu seu discurso contra a Federação e o Figueirense ganhou mais um clássico, enquanto a torcida avaiana range os dentes e teme pelo futuro no Brasileiro da série B.

BAD BOY

Tem gente perguntando. É campanha contra? Não é. Simplesmente não dá para ignorar imagens da tevê mostrando o presidente da Federação, sentado à beira do gramado do estádio Hercílio Luz e batendo boca com o treinador do Avaí. Isso lá é postura para um dirigente com a responsabilidade do cargo que ocupa há 23 anos? E o que fazia no local, misturado com gente que estava ali trabalhando?

MALANDRAGEM

Na podre vai o Micalis, auxiliar técnico. Como aconteceu domingo, diante do Atlético de Ibirama no Scarpelli. E assim o Mário Sérgio continua invicto. Sob seu comando o Figueirense não perde há nove jogos.

ELES & ELAS

A Federação Paulista está utilizando mulheres como gandulas nos jogos do seu campeonato. As meninas são estudantes de educação física e começaram a trabalhar com eficiência sábado, nas semifinais. Os homens estavam mais para torcedores e aprontaram muito.

TERROR

Rebaixamento para a divisão especial é o fantasma da semana a assombrar Itajaí, Joinville e Criciúma. O Marcílio Dias escapa com um empate na Arena, o Joinville precisa vencer garantindo bom saldo e o Próspera em casa poderia escapar derrotando o Brusque. Depende do que o TJD decidir nesta terça-feira no processo de utilização irregular de um jogador por parte dos criciumenses.

BARRADOS NO BAILE

Figueirense e Avaí deixam o campeonato amargando grandes prejuízos graças às contratações mal sucedidas e equívocos de planejamento. A insistência no discurso ufanista só agravou os problemas, determinando o fracasso no Estadual. O prejuízo futuro é a ausência na Copa do Brasil de 2008, vagas conquistadas por Chapecoense e Criciúma. O imediato, por enquanto, é a bronca das duas torcidas com a festa do interior.

PAPO SÉRIO

Não existe exame antidoping no futebol catarinense. Muito caro, é a desculpa. Papo furado. Basta empregar melhor o dinheiro tomado dos clubes a cada rodada. A previsão desse tipo de exame por algumas das principais federações do país é marca de organização e sinaliza boas intenções na condução do esporte, seja ele qual for.

CAJU

Lembram do Edson Gaúcho? Pois ele é o técnico do Caxias, time que humilhou o Grêmio domingo com um 3 a 0 no estádio Centenário, em Caxias. No jogo de volta os gremistas precisam fazer diferença de quatro gols para não serem eliminados do campeonato gaúcho. Na outra semifinal parece que vai dar Juventude, vencedor da primeira partida por 2 a 0 no campo do Veranópolis. Perspectiva de uma final inédita no Gauchão.

BARBAS DE MOLHO

Dalmo Bozzano está de férias em Buenos Aires. Na volta prepara o lançamento do seu livro “Árbitro ou Arbitrário”, previsto para o início de maio em um shopping de Florianópolis.

90 MINUTOS

Jogos apitados pelo Dalmo tinham justo o tempo previsto pela regra, nem um minuto a mais. “Não ganho hora extra para apitar”, justificava ao ser contestado. Na sua época não havia a determinação que hoje obriga a arbitragem a conceder acréscimos e ele punia com rigor a tentativa de “cera”.



sábado, 14 de abril de 2007

Sábado

FESTIM DIABÓLICO

A diretoria da Federação Catarinense de Futebol comemorou os 83 anos da entidade (só o presidente Delfim tem 23 de casa) com uma vitória no Tribunal do Trabalho, derrubando a liminar que impedia a realização do jogo entre Avaí e Figueirense sexta à noite na Ressacada. Provaram que estava todo mundo errado e que o correto é contrariar o bom senso arrotando uma legislação decorada como se fazia com a tabuada nos tempos antigos na escola. A lei só existe para a cartolagem que administra nosso futebol na medida de suas conveniências. Fora isso ela é atropelada sem o menor constrangimento, conseqüência de datas jogadas fora na imprudente elaboração das tabelas do Catarinão. Prevaleceu a falta de respeito aos atletas e torcedores. O triste é constatar que boa parte da mídia e dirigentes dos dois clubes são coniventes.

BOLA DE CRISTAL

O zagueiro Marquinho jogou o Avaí no vinagre com a expulsão no início do segundo tempo do clássico tirando seu time do campeonato e facilitando a vida de Chapecoense e Criciúma. Nas duas últimas rodadas a caminhada agora será bem mais tranqüila para estes dois clubes, com grande possibilidade de o Criciúma garantir o campeonato, embora a Chapecoense esteja um ponto a frente.

CRIME

Um Avaí em frangalhos jogará em Itajaí neste domingo, resultado da maratona de três jogos decisivos em seis dias. É uma boa oportunidade para o Marcílio Dias aprontar uma surpresa que não aconteceu nas últimas rodadas, deixando a zona de rebaixamento para o Joinville, já que o Próspera está mortinho.

SANTO DE CASA

O grandalhão Edno, que começou no Avaí, passou pelo Figueirense e agora é titular do Noroeste e vice artilheiro do campeonato paulista, está na lista de reforços do Internacional para o campeonato brasileiro. É bom dizer que tem um timaço de crias catarinenses jogando em outros estados e até no exterior.

BEM AMADO

Eliminação da Copa do Brasil e do Campeonato Carioca e demissão do técnico Renato Gaúcho foi o resultado alcançado pelo Vasco durante a busca pelo milésimo gol do Romário. Além disso, ninguém merece a chatice da mídia – carioca, principalmente – a bombardear 24 horas o noticiário esportivo. A obsessão de Romário parece com a do prefeito Odorico Paraguassu, personagem da novela de Dias Gomes, que levou um tempão para inaugurar o cemitério por falta de um morto.

GUERREIRAS

Termina neste domingo, no Itamirim, em Itajaí, o período de treinamento da equipe brasileira feminina da Fed Cup, versão feminina da Davis. Nanda Alves, Teliana Pereira e Larissa Carvalho jogarão pelo grupo I em Buenos Aires contra Argentina, Chile, Colômbia, República Dominicana, México e Porto Rico. É o outro lado do tênis brasileiro, representado por essas meninas que não contam com o apoio destinado aos homens. Com elas é matar um leão por dia, mala nas costas, jogando, correndo atrás de patrocínio e do reconhecimento que não chega nunca.

SURPRESA

Chocolate amargo foi o que sobrou para o voleibol da Cimed/Florianópolis depois da Páscoa. A facilidade com que aconteceu a derrota diante do Minas pode transformar a decisão da Superliga em um calvário para o técnico Renan Dalzotto e jogadores. A pancada foi muito grande com desdobramentos que serão avaliados na segunda partida, terça-feira em Belo Horizonte.

A COPA É NOSSA

E a conta também. A CBF está confirmando à FIFA a intenção do Brasil como sede da Copa do Mundo de 2014. Até o final de julho será preciso encaminhar documentos comprovando o aval do Governo. Vamos prometer tudo, certamente. Cumprir é outra conversa.

ARENA À VISTA

A propósito, o primeiro passo concreto para equipar Florianópolis como uma das possíveis sedes do Mundial está sendo dado pelo Figueirense com solenidade na segunda-feira, no Orlando Scarpelli. O prefeito Dário Berger sancionará lei alterando zoneamentos da região e classificando o estádio do Figueirense como “arena de múltiplo uso”.











quinta-feira, 12 de abril de 2007

Quinta-feira

VITÓRIA TÉCNICA

O Conselho Estadual de Desportos, reunido terça-feira em Florianópolis, manteve itens do regulamento técnico aprovado em reunião do dia 19 de dezembro. Em fevereiro houve uma tentativa de golpe envolvendo conselheiros liderados por Hercílio Paraguassu, criando um sistema híbrido – medalhas e pontuação - para apontar o campeão geral de Jogos Abertos, Joguinhos e Olesc. A opção dos técnicos da Fesporte, encaminhada ao Conselho na última reunião de 2006, era pelo critério olímpico, com o quadro de medalhas substituindo a pontuação. Na terça os “legalistas” do Conselho sustentaram as decisões de dezembro, apesar de um novo esperneio dos “golpistas”.

MAIS BRONCA

A encrenca professores de educação física versus Conselho Regional por causa do tal credenciamento para trabalhar nas competições esportivas também foi resolvida. O Conselho estadual decidiu que só os portadores do registro em carteira expedida pelo CREF estarão legalmente habilitados.

NO BREJO

A próxima reunião do Conselho Estadual de Desportos está marcada para o dia 8 de maio, provavelmente em Rio do Sul. Como infelizmente a grande mídia não dá a mínima bola para os assuntos discutidos nestes encontros, tanto faz. Tem sido assim ao longo do tempo e as críticas acabam sendo pontuais, em cima dos eventos, quando a vaca já foi pro brejo.

FIASCO

O único feito do Próspera no campeonato catarinense foi uma vitória no turno sobre o Figueirense no Orlando Scarpelli. A Chapecoense ontem foi a Criciúma fechar a tampa do caixão para o enterro do rebaixamento. Ainda tem a missa de sétimo dia com o julgamento do dia 17 pela utilização irregular de um jogador. E como, nos tempos de hoje, é permitida a participação em campeonato de profissionais de um clube com estádio sem iluminação?

PUNIÇÃO

Pela reação da Federação Catarinense de Futebol na palavra do seu presidente, parece que o Avaí cometeu um crime ao buscar seus direitos para voltar à Copa do Brasil. Mesmo porque a alegada falta de datas para submeter um time à maratona de quatro jogos em uma semana é de responsabilidade apenas da entidade que organiza a competição. Estranho no episódio em questão é o silêncio da direção avaiana.

NEGÓCIOS

Está nascendo em Porto Alegre um novo clube, com o nome da capital gaúcha. A paternidade é de Assis, irmão do Ronaldinho Gaúcho, que pretende construir dois estádios na zona sul da cidade, um com capacidade para 15 mil pessoas, outro para 40 mil. De cunho eminentemente empresarial o projeto visa, num primeiro momento, alimentar o time para peneirar os bons valores e coloca-los no mercado brasileiro e internacional.

PING PONG

Não é correto creditar o sucesso de Blumenau no esporte à fartura de recursos. A Fundação de Esportes daquele município sempre primou pela organização e planejamento. Exemplo: acaba de bolar uma competição de tênis de mesa em oito etapas para juntar uma graninha com as inscrições, buscar novos atletas para a modalidade e sua massificação. O futebol da cidade, ao contrário, vive de chapéu na mão e inventando um clube a cada temporada.

É LEI

O Comitê Olímpico Brasileiro mudou de idéia e vai numerar os ingressos e os locais de competição no Pan-americano. Não se trata de inovação ou zelo pelos interesses da comunidade esportiva, mas apenas atendimento ao Estatuto do Torcedor, desrespeitado país afora.

TROCA-TROCA

Com a dispensa de Itamar Schulle o Joinville mostra sua fidelidade a um dos maus hábitos cultivados pelo futebol brasileiro. Como Santa Catarina não foge à regra, este ano Atlético de Ibirama, Guarani de Palhoça, Criciúma e Chapecoense são os únicos que ainda não trocaram de técnico. O Metropolitano é o recordista com quatro substituições de treinadores. Como o calote tem sido o método mais utilizado neste tipo de negociação, mesmo entre equipes vencedoras, abundam reclamatórias nos tribunais do trabalho.

terça-feira, 10 de abril de 2007

Terça-feira

SINCERAMENTE

O campeonato catarinense não sentiria a mínima falta de Marcílio Dias e Próspera. Alguém há de contestar com a tradição destes dois clubes no futebol de Santa Catarina. Exatamente por isso é inaceitável a falta de estrutura demonstrada neste início de temporada. Itajaí e Criciúma não merecem representantes com qualificação tão baixa. Vale o mesmo para Blumenau com um agravante: o Metropolitano é novidade, sem passado e, pior, sem futuro.

FUNDO DO POÇO

O que dizer, então, do ex-campeoníssimo Joinville? A cidade que o abriga tem potencial para sustentar um grande clube e um belo estádio. Hoje a Arena, inaugurada há pouco, é só fachada, tantos são seus problemas de estrutura e conservação. Os responsáveis por ela parecem querer acompanhar o status atual do time, sério candidato ao rebaixamento.

OCASO

A etapa da Copa Davis em Florianópolis, disputada no Costão do Santinho, passou longe de uma grande atração. Ao contrário do que pensavam os dirigentes do tênis catarinense e brasileiro, Guga não consegue mais arrastar multidões nem a um evento disputado na sua cidade. Arquibancadas vazias e Guga Kuerten jogando somente em duplas são sinais claros de novos tempos.

CROCODILO

Edmundo saiu de campo domingo, após mais um mau resultado do Palmeiras, com cara de choro e declarações carregadas de dúvidas sobre seu futuro. Lacrimejante, ele disse que está pensando seriamente em abandonar o futebol apesar de uma proposta milionária para jogar nos estados Unidos.

DESTAQUES

Fernandinho do Criciúma, Evando do Avaí, Fernandes do Figueirense e Jean Carlos da Chapecoense, todos com boa rodagem, estão sendo apontados como os principais destaques do campeonato. Entre os novos bem votados estão o volante Luis André e o atacante Maurício, ambos do Atlético de Ibirama, o artilheiro Clodoaldo, do Criciúma e o lateral Rodrigo Gallo, do Avaí.

CASEIROS

Na arbitragem experiência não ajuda e pode até atrapalhar bastante quando é utilizada pelo lado torto. Estou falando dos árbitros caseiros, uma praga no futebol. Basta comparar os números: tem muito jogador de time visitante expulso e muito pênalti marcado a favor da casa.

MUITO CEDO

Observadores mais apressados já elegeram Célio Amorim como um dos melhores árbitros do ano em Santa Catarina. Talvez por ser de Itajaí, vizinhança da corte, se justifique o acentuado grau de simpatia de alguns segmentos do nosso futebol. O Célio, 26 anos, ainda tem muita estrada pela frente até alcançar a importância que pretendem lhe conceder.

PONTO FINAL

O presidente da Federação, Delfim Peixoto, fechou questão em torno do assunto que envolve a marcação do jogo entre Avaí e Figueirense para sexta-feira, dia 13. Isso vai obrigar o Avaí a jogar quatro partidas, todas decisivas, em sete dias, contando o jogo do último domingo contra o Atlético de Ibirama. Delfim garante que tudo foi acertado entre os principais interessados, mas eu fico com a pulga atrás da orelha. A versão oficial está redondinha demais e o Figueirense, como passarinho na muda, não canta.

POUCO CASO

A principal alegação para não mudar a data do jogo entre Avaí e Figueirense, é a falta de datas. Na verdade, sem tirar nem por, está faltando é respeito por parte do departamento técnico (?) da Federação com o único clássico que ainda existe no futebol catarinense. Para quem conhece o significado da palavra “clássico” sabe que é um evento que não pode ser jogado na vala comum.

DESFALQUE

Vem da Suécia uma crítica muito forte à CBF do rei Ricardo.Trata-se de Marta, a melhor jogadora do nosso futebol feminino, e que pode desfalcar a seleção brasileira no Pan-americano. A FIFA não considera o Pan uma competição oficial e por isso o clube de Marta está negando sua liberação. Até agora nada foi feito para contornar o problema criado pela omissão da CBF e Comitê Olímpico.




sábado, 7 de abril de 2007

Sábado

PASCOALINA I

Entre coelhos, ovinhos e bombons vamos consumir a oitava rodada do returno do Catarinense sem nenhuma perspectiva de definição, independente dos resultados. De concreto mesmo talvez a confirmação do rebaixamento do Próspera, que tem o Figueirense pela frente hoje em casa. Motivado pela recuperação no campeonato e a boa campanha na Copa do Brasil, dificilmente o time do Mário Sérgio será derrotado em Criciúma. Para fechar a tampa do caixão o Próspera ainda tem pontos a perder no TJD.


PASCOALINA II

No mais a expectativa é de seqüência normal do roteiro. A não ser que o Marcílio Dias faça o crime da rodada em cima do Criciúma no Hercílio Luz, o Avaí tropece no Atlético na Ressacada, hipótese mais digerível, e o Joinville derrube a Chapecoense no Índio Condá. É muita bruxaria para uma rodada só.


MARATONA

Está no site da Federação. O clássico será disputado dia 13, às 20h30, na Ressacada. Pela tabela Avaí e Figueirense deveriam jogar dia 11, agora data da partida dos avaianos pela Copa do Brasil contra o Vila Nova. São 48 horas de intervalo entre os dois jogos. Foi assim que a Federação entendeu de acomodar a nova situação criada pela volta do Avaí à competição nacional. E tem ainda no dia 15, domingo, o confronto em Itajaí contra o Marcílio Dias. Três jogos em seis dias. Resta saber o que farão os dirigentes do clube. Como boas vaquinhas de presépio, parece que nada.


DUVIDAR É PRECISO

Editorial no site da Federação de Futebol, assinado por sua assessoria de imprensa, mas certamente de inspiração delfiniana, condena os que duvidam da Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Como se a peregrinação do rei Ricardo Teixeira pelas principais capitais do País fosse um certificado de segurança. Olhando para o horizonte o máximo que conseguimos vislumbrar é a incerteza criada pela falta de investimentos na maioria de nossas praças esportivas e a carência de estrutura em transportes, comunicações e turismo. O que temos, na verdade, é muito jogo de cena e utilização indevida do esporte pelos políticos e pela cartolagem que escapou impunemente da CPI da Bola.


SONO PROFUNDO

O campeonato vai acabar e as instituições que deveriam zelar pelo cumprimento das leis continuam dormindo em berço esplêndido, embaladas pela falta de cobrança e de seriedade no exercício de suas funções. O Estatuto do Torcedor virou papel pra embrulhar o peixe da Semana Santa, não há punição para a violência, dentro e fora dos estádios, e a cartolagem permanece soberana em suas ações contra o torcedor.


APOSENTADORIA

A Comissão Técnica da equipe brasileira na Davis, em Florianópolis, decidiu que Guga só vai disputar a partida de duplas. Nos jogos de simples contra o Canadá nossos representantes serão Flávio Saretta e Ricardo Melo. INSS à vista para Guga Kuerten.


SOBERBA

Eliminado na primeira fase do campeonato gaúcho e às portas de um fracasso na Libertadores, o Internacional, parece que não soube conviver com o dia seguinte às grandes conquistas. Seus torcedores estão quase esquecendo dos títulos da América e do Mundo, tamanha é a bronca por causa dos fiascos do momento. Dirigentes e o técnico Abel Braga estão usando a velha desculpa da perda de bons jogadores. Enquanto isso uma metade do Rio Grande do Sul range os dentes, a outra festeja adoidada.


O guitarrista da banda Rolling Stones, Keith Richards, contou ao mundo que cheirou o pai, uma mistura das cinzas do falecido com cocaína. Pelo tempo e tamanho do estrago Maradona deve estar cheirando a família.


GOL CONTRA

Derrota para o Botafogo e eliminação da Copa do Brasil. Por enquanto é esse o saldo do Vasco na campanha pelo milésimo gol do Romário. Difícil imaginar que Renato Gaúcho durma tranqüilo, obrigado a engolir a pantomima armada pelo jogador e Eurico Miranda. Neste domingo o Vasco joga em Cabo Frio , mas Romário fica no Rio, descansando até a próxima sessão.

quinta-feira, 5 de abril de 2007

Quinta-feira

MAL AGRADECIDOS


O presidente do Marcílio Dias, Marlon Bendini, atento a tudo que falam e escrevem sobre seu clube, tratou de desmentir a notícia sobre atraso de pagamento e suposta má vontade dos jogadores em campo. Bendini, além de jurar por todos os santos que o Marinheiro está com as contas em dia, garante também que a boleirada não tem do que reclamar. Com pouca moeda em caixa a direção do Marcílio deve estar praticando o milagre da multiplicação.


NAS BANCAS


Podem tirar as barbas do molho. Dalmo Bozzano botou seu bloco na rua com a edição do livro “Árbitro ou Arbitrário”? Corram às melhores casas do ramo, bancas de revista, inclusive, e saibam o que o Dalmo tem para contar sobre arbitragem e outras mumunhas do futebol. O amiguinho do peito de uns e outros reuniu passagens de sua carreira e dos dirigentes da Federeca, tudo documentado. Deslizes que não deram em nada até agora porque estamos no Brasil, onde a CPI do futebol também virou arquivo morto e enterrado.


DONOS DO PEDAÇO


Esse assunto de cartolas eternizados no poder é comovente. Vou às lágrimas quando percebo a abnegação de muitos dos dirigentes esportivos. Tanto que resolvi fazer um levantamento em algumas das principais federações para sentir o grau de dedicação da turma. Qualquer dia divulgo o nome do pessoal que dá a vida pelo esporte em troca de nada. Aguardem.


PODEROSOS


Os atuais administradores do ginásio Saul Oliveira, o Capoeirão, como é mais conhecido em Florianópolis, estão pintando e bordando desde que o voleibol masculino da Cimed assumiu aquela praça de esportes. Depois de arrancarem a logomarca da Fesporte e as placas com o nome do Saulzinho para colocá-las próximas ao chão, sem visibilidade, detonaram com as cadeiras. O objetivo, claro, é aumentar a capacidade do ginásio, que antes abrigava um projeto social (Segundo Tempo) com atendimento a crianças carentes. Errou a diretoria da Fesporte, responsável na época pelo gerenciamento do local, erram ainda mais os atuais gestores. Da pena de ver o que estão fazendo com o Capoeirão, depredado por dentro e por fora.


OUVIDOR SURDO


Mandei um e-mail para o ouvidor da Federação Catarinense de futebol, o xará Mário Luiz, com nome, endereço e funções especificadas no site da entidade. Fiz alguns questionamentos e até agora, passada quase uma semana, não recebi resposta. Talvez, além de surdo, o rapaz seja mudo também.


INCULTOS


Estão à venda ingressos para o Pan no Rio de Janeiro. Sem lugares numerados, como manda o Estatuto do Torcedor para espetáculos que envolvam atletas profissionais. Representantes do Comitê Olímpico Brasileiro alegam que não é da cultura do brasileiro freqüentar eventos com lugares numerados. Parece aquele vereadorzinho de nome Juarez Silveira, defensor da tese de que “a Florianópolis não tem cultura de parques”.


COMO DANTES


A tal reforma administrativa, no que toca à Fesporte, parece que vai corrigir alguns equívocos de sua proposta inicial, graças à intervenção do deputado João Henrique Blasi. Serão mantidos os cargos da diretoria administrativa, assessorias jurídica e de comunicação, entre outros menos votados. A intenção palaciana, com generalização nos cortes, provocaria estragos irreparáveis em alguns setores da administração pública.


RABUGENTOS


Alguns treinadores brasileiros não sabem lidar com a derrota ou as crises por eventuais maus momentos do time. Abel Braga, Muricy Ramalho e o agora desempregado Leão são os exemplos mais gritantes desta fauna de mal humorados de plantão.


ENCOSTADOS


O meia William e o lateral Juninho são os mais novos dispensados pelo Figueirense. Juninho, no clube desde o final do ano passado, nem chegou a estrear por causa de uma lesão de joelho. Não é uma situação nova, tratei do assunto em colunas anteriores e chama a atenção porque acontece repetidamente entre clubes catarinenses com maior estrutura.